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Documento Completo - Agência Portuguesa do Ambiente

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A delimitação das dunas litorais apresenta alguns problemas na medida em que extensas zonas no<br />

interior apresentam igualmente dunas e coberturas de areia cujo coberto vegetal sob a perspectiva<br />

fitossociológica é muitas vezes idêntico às comunidades de dunas litorais pelo que Plano Sectorial<br />

da Rede Natura 2000 refere a ocorrência de habitats 2000 (habitats de dunas litorais) a 20 e mesmo<br />

100 Km da linha de costa.<br />

Os sistema dunares interiores são geralmente de origem Wurmiana, desenvolvi<strong>do</strong>s numa altura em que<br />

os níveis <strong>do</strong> oceano se encontravam a mais de 100 m abaixo <strong>do</strong>s níveis actuais e com um clima frio e<br />

seco, enquanto que os sistemas de dunas litorais se formaram quan<strong>do</strong> o nível <strong>do</strong> mar já se encontrava<br />

próximo <strong>do</strong>s níveis actuais, ou seja no perío<strong>do</strong> Holocénico. Essas dunas foram avançan<strong>do</strong> para o interior<br />

desde o final <strong>do</strong> Wurm acompanhan<strong>do</strong> a subida <strong>do</strong>s níveis <strong>do</strong> mar e sobrepon<strong>do</strong>-se aos sistemas dunares<br />

wurmianos que por outro la<strong>do</strong> forneciam parte <strong>do</strong> material arenoso, em especial nos sistemas dunares<br />

sobre arribas.<br />

Os sistema dunares litorais (SDL) apresentam desse mo<strong>do</strong> uma estrutura de desenvolvimento associada<br />

à linha de costa e um flanco interior bem defini<strong>do</strong> com declives da ordem <strong>do</strong>s 30º e sinais de deposição<br />

na base muito reduzi<strong>do</strong>s.<br />

No tocante às comunidades vegetais os sistemas dunares litorais mais recentes apresentam comunidades<br />

características no entanto os sistemas dunares litorais mais antigos apresentam comunidades vegetais<br />

semelhantes às das dunas wurmianas<br />

Os SDL distribuem-se de forma irregular ao longo <strong>do</strong> território e na maioria <strong>do</strong>s casos não alcançam<br />

distâncias da linha de costa superiores a 1 Km. Ocorrem porém grandes areas onde os SDL podem<br />

alcançar até 5,7 Km da linha de costa como a norte e sul da Aveiro. Aí, devi<strong>do</strong> à reduzida variação<br />

altimétrica os SDL desenvolveram corre<strong>do</strong>res eólicos de grandes dimensões onde dunas parabólicas<br />

avançaram para o interior deixan<strong>do</strong> atrás uma série de dunas longitudinais (e paralelas entre si) de grande<br />

comprimento gradualmente destruí<strong>do</strong>s pelo recuo da linha de costa onde se observam 1 a 2 gerações de<br />

dunas frontais (em sistemas de dunas confusas e/ou transversais). Corre<strong>do</strong>res semelhantes mas de<br />

orientações diversas ocorrem ainda sobre o antigo tômbolo de Peniche e no Cabo Raso onde um corre<strong>do</strong>r<br />

eólico de 4 Km de extensão atravessa toda a plataforma calcárea.<br />

Assim considera-se que nos POOC de 2ª geração os sistemas dunares litorais deveriam ser integra<strong>do</strong>s<br />

nos limites de intervenção. Igualmente de referir que esses sistemas dunares litorais podem ser avalia<strong>do</strong>s<br />

de acor<strong>do</strong> com o respectivo risco de mobilidade o qual em parte se encontra relaciona<strong>do</strong> com o perío<strong>do</strong><br />

de semi-estabilização os quais permitem classificar as dunas litorais em diferentes gerações. De assinalar<br />

que as gerações de dunas litorais mais antigas podem por vezes confundir-se com os sistemas de dunas<br />

wurmianas, exigin<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s mais detalha<strong>do</strong>s para a determinação <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de actividade e definir<br />

sequentemente o grau de vulnerabilidade <strong>do</strong>s SDL.<br />

142|143<br />

OS PLANOS DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA<br />

BALANÇO E REFLEXÕES

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