Projeto e Implementação de um Oscilador Monolítico a 2 ... - LSI - USP
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ANDRÉS FARFÁN PELÁEZ<br />
<strong>Projeto</strong> e <strong>Implementação</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>Oscilador</strong><br />
<strong>Monolítico</strong> a 2,4 GHz em Tecnologia CMOS<br />
0,35µm.<br />
. Dissertação apresentada à Escola<br />
Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo para obtenção do Título <strong>de</strong><br />
Mestre em Engenharia Elétrica.<br />
São Paulo<br />
2003
ANDRÉS FARFÁN PELÁEZ<br />
<strong>Projeto</strong> e <strong>Implementação</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>Oscilador</strong><br />
<strong>Monolítico</strong> a 2,4 GHz em Tecnologia CMOS<br />
0,35µm.<br />
. Dissertação apresentada à Escola<br />
Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo para obtenção do Título <strong>de</strong><br />
Mestre em Engenharia Elétrica.<br />
Área <strong>de</strong> concentração:<br />
Microeletrônica.<br />
Orientador:<br />
Prof. Wilhelmus A.M. Van Noije.<br />
São Paulo<br />
2003
.<br />
Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob responsabilida<strong>de</strong><br />
única do autor e com a anuência do seu orientador.<br />
São Paulo, 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004.<br />
Assinatura do autor<br />
Assinatura do orientador<br />
FICHA CATALOGRÁFICA<br />
Farfán, Peláez Andrés.<br />
<strong>Projeto</strong> e <strong>Implementação</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>Oscilador</strong> <strong>Monolítico</strong> a 2,4 GHz em Tecnologia<br />
CMOS 0,35µm/ Andrés Farfán Peláez. – São Paulo, 2003.<br />
87 p.<br />
Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Departamento<br />
<strong>de</strong> Engenharia Elétrica.<br />
1. Microeletrônica. 2. <strong>Oscilador</strong>es. 3. Circuitos integrados. I.Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> São Paulo. Escola Politécnica. Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Sistemas<br />
Eletrônicos II. t.
.<br />
Madre, padre, hermanita: gracias por<br />
apoyarme en esta, otra, locura. Gracias<br />
a Dios parece que acabamos esta pero<br />
todavía faltan mas.
AGRADECIMIENTOS<br />
Agra<strong>de</strong>zco a mi orientador, Profesor Wilhelmus A. M. Van Noije, por su ayuda<br />
durante la elaboración <strong>de</strong> este trabajo. A mi co-orientador, João Navarro Soares<br />
Jr. por las discusiones, preguntas hechas e respuestas dadas durante todo este<br />
tiempo.<br />
Agra<strong>de</strong>zco el apoyo <strong>de</strong>l Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico (CNPq) que me otorgou una beca, a la Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa<br />
do Estado <strong>de</strong> São Paulo (FAPESP) que financió la fabricación <strong>de</strong> los circuitos<br />
integrados, a las personas <strong>de</strong>l Laboratório <strong>de</strong> Sistemas Integráveis (<strong>LSI</strong>) e<br />
a las personas <strong>de</strong>l Laboratorio <strong>de</strong> Medidas <strong>de</strong>l LME/EP<strong>USP</strong>.<br />
A Gustavo Adolfo Cerezo, ”el mejor amigo”que hizo la negociación y ayudó<br />
a que yo conociera estes lares, con quien , se quiera o no, se discute <strong>de</strong> todo.<br />
A Rubén Darío Echavarria, compañero en esta travesía, ejemplo y mal ejemplo,<br />
ayuda pa’las buenas y pa’las malas. A Eduard, el hombre correcto <strong>de</strong>l grupo. A<br />
Angel, la persona ”motivadora”. A Elkim, el estudioso y serio. A Luiz Carlos<br />
Moreira, ejemplo <strong>de</strong> disciplina. A los otros amigos <strong>de</strong>l grupo, colombianos y<br />
brasileños que no puedo nombrar todos porque son bastantes.
Res<strong>um</strong>o<br />
Na tentativa <strong>de</strong> obter produtos portáveis <strong>de</strong> comunicação sem fio que satisfaçam<br />
os requerimentos <strong>de</strong> tamanho, confiabilida<strong>de</strong>, cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência e<br />
preço cada vez mais exigentes do mercado, a implementação <strong>de</strong> circuitos transceptores<br />
RF integrados n<strong>um</strong> só circuito é o objetivo <strong>de</strong> muitas pesquisas. Um dos<br />
blocos <strong>de</strong>stes transceptores é o oscilador que terá que gerar <strong>um</strong> sinal periódico<br />
mais puro e estável possível.<br />
Neste trabalho <strong>de</strong>screvem-se o papel do VCO n<strong>um</strong> circuito transceptor RF,<br />
<strong>de</strong>fine-se o conceito <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase em osciladores, explica-se o efeito do ruído<br />
<strong>de</strong> fase tanto na recepção como na transmissão, explica-se dois mo<strong>de</strong>los do ruído<br />
<strong>de</strong> fase do oscilador, apresenta-se <strong>um</strong>a fórmula simples para o cálculo das especificações<br />
do ruído <strong>de</strong> fase em função das especificações do sistema <strong>de</strong> rádio,<br />
projeta-se <strong>um</strong> oscilador visando c<strong>um</strong>prir as especificações do ruído <strong>de</strong> fase do<br />
Bluetooth e realizam-se as simulações necessárias para a caracterização da faixa<br />
<strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> operação do circuito, do ruído <strong>de</strong> fase do circuito e da amplitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oscilação do circuito projetado.<br />
<strong>Projeto</strong>u-se e implementou-se <strong>um</strong> oscilador controlado por tensão n<strong>um</strong>a tecnologia<br />
0,35 µm CMOS operando a 2,4 GHz. Foi escolhida <strong>um</strong>a topologia <strong>de</strong><br />
oscilador <strong>de</strong> Gm negativo NMOS para a implementação. O projeto baseou-se na<br />
obtenção <strong>de</strong> <strong>um</strong> indutor com as menores perdas possíveis. Para caracterizar o<br />
indutor, simularam-se várias estruturas com o programa ASITIC. As simulações<br />
do circuito mostram <strong>um</strong> cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 6,6 mW, amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação<br />
<strong>de</strong> 0,9 Volts, freqüência <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> 2,28 GHz até 2,56 GHz e ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong><br />
-128dBc/Hz@3MHz.<br />
Os testes do circuito mostraram que o oscilador possui <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> variação<br />
<strong>de</strong> freqúência <strong>de</strong> 2.21 GHz até 2.53 GHz. Esta faixa está próxima dos resultados<br />
vistos na simulação e ainda inclui a freqüência <strong>de</strong> oscilação para a qual o circuito<br />
foi projetado. Dos dados <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação observados no nó <strong>de</strong> saída<br />
do buffer po<strong>de</strong>-se inferir que a amplitu<strong>de</strong> do sinal na saída do oscilador está<br />
próxima dos resultados vistos na simulação. Os testes foram feitos com <strong>um</strong>a<br />
fonte <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> 3,3 V e aplicando <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> 2 mA ao oscilador,<br />
estes valores <strong>de</strong> polarização foram os mesmos usados durante as simulações.
Abstract<br />
In or<strong>de</strong>r to get portable wireless communication products driven by downsizing,<br />
reliability, power cons<strong>um</strong>ption and price requirements everyday stronger<br />
in the market, the implementation of on-chip transceiver RF circuits has been<br />
the aim of many research groups. A fundamental block of the transceiver is the<br />
Voltage-Controlled-Oscillator, which must generate a pure and stable signal.<br />
This work <strong>de</strong>scribes the role of the VCO in the transceiver RF circuits, <strong>de</strong>fines<br />
the phase noise concept in oscillators, explains the phase noise effect in the transmission<br />
and reception process, presents a simple equation to estimate the phase<br />
noise specification, presents the <strong>de</strong>sign of an oscillator consi<strong>de</strong>ring as reference<br />
the Bluetooth phase noise specification. Also, the simulation results of output<br />
waveforms, tuning range and phase noise are shown.<br />
A 2.4 GHz Voltage-Controlled-Oscillator was <strong>de</strong>signed and processed in a 0.35<br />
µm CMOS technology. A Negative-Gm NMOS topology was chosen and the <strong>de</strong>sign<br />
was based on the use of an inductor with low parasitic resistance. ASITIC<br />
program was used to simulate a n<strong>um</strong>ber of full-integrated planar inductor structures.<br />
Simulations of the final VCO show a power dissipation of 6.6 mW, 0.9 V oscillation<br />
amplitu<strong>de</strong>, a 2.28 GHz - 2.56 GHz tuning range and -128dBc/Hz@3MHz<br />
phase noise.<br />
The experimental results of the circuit show a 2.21 GHz - 2.53 GHz tuning<br />
range, range which inclu<strong>de</strong>s the expected oscillation frequency. The measurement<br />
of frequency range and oscillation amplitu<strong>de</strong> are near the simulation results. The<br />
test was done drawing 2 mA from a 3.3 V supply.
S<strong>um</strong>ário<br />
1 Introdução 1<br />
1.1 Motivação e Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1<br />
1.2 O Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />
1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />
1.4 Organização do Doc<strong>um</strong>ento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />
2 <strong>Projeto</strong> do Circuito <strong>Oscilador</strong> 9<br />
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9<br />
2.2 Consi<strong>de</strong>rações sobre o Ruído <strong>de</strong> Fase em <strong>Oscilador</strong>es . . . . . . . . 10<br />
2.2.1 Ruído <strong>de</strong> Fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10<br />
2.2.2 O Espectro do Ruído <strong>de</strong> Fase . . . . . . . . . . . . . . . . 13<br />
2.2.3 Mo<strong>de</strong>lo LTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />
2.2.4 Mo<strong>de</strong>lo LTV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17<br />
2.2.5 Especificações do Ruído <strong>de</strong> Fase . . . . . . . . . . . . . . . 22<br />
2.3 Descrição do Circuito <strong>Oscilador</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27<br />
2.3.1 Indutor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28<br />
2.3.2 Varactor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33<br />
2.3.3 Circuito Ativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35<br />
2.4 <strong>Implementação</strong> e Simulação do Circuito <strong>Oscilador</strong> . . . . . . . . . 39<br />
2.4.1 Esquema Elétrico do <strong>Oscilador</strong> . . . . . . . . . . . . . . . 39<br />
2.4.2 Layout do Circuito <strong>Oscilador</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . 50<br />
2.4.3 Simulações Pós-Layout . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58<br />
3 Resultados Experimentais do oscilador 69<br />
3.1 Análise espectral do sinal <strong>de</strong> saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72<br />
3.2 Faixa <strong>de</strong> variação da Freqüência <strong>de</strong> oscilação . . . . . . . . . . . . 72<br />
3.3 Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74<br />
I
3.4 Ruído <strong>de</strong> fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75<br />
4 Conclusões e Recomendações 77<br />
4.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77<br />
4.2 Recomendações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78<br />
A Arquivo <strong>de</strong> Parâmetros da Tecnologia para ASITIC 80<br />
Referências Bibliográficas 83<br />
II
Lista <strong>de</strong> Figuras<br />
1.1. Ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> vários osciladores operando na faixa <strong>de</strong> freqüência<br />
<strong>de</strong> 2 GHz, medido a 100 KHz da freqüência <strong>de</strong> oscilação [1]. . . . 2<br />
1.2. Circuito transceptor RF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />
1.3. Diagrama <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> <strong>um</strong> PLL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />
1.4. Topologias <strong>de</strong> <strong>Oscilador</strong>es: (a) <strong>Oscilador</strong> a cristal; (b) <strong>Oscilador</strong> <strong>de</strong><br />
relaxação; (c) <strong>Oscilador</strong> em anel com inversores; (d) <strong>Oscilador</strong> LC. 5<br />
2.1. Mo<strong>de</strong>los do oscilador: (a) Dois terminais; (b) Um terminal. . . . . 10<br />
2.2. Espectro <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>: (a)Um oscilador i<strong>de</strong>al; (b) Um oscilador<br />
real. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />
2.3. Efeito do ruído <strong>de</strong> fase na recepção: (a) Sinais antes <strong>de</strong> serem<br />
misturados; (b) Sinais na saída do mixer. . . . . . . . . . . . . . . 12<br />
2.4. Efeito do ruído <strong>de</strong> fase na transmissão. . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />
2.5. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Leeson da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência do ruído <strong>de</strong><br />
fase em torno <strong>de</strong> ω o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13<br />
2.6. <strong>Oscilador</strong> LC básico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />
2.7. (a) Impulso aplicado no pico do sinal; (b) Impulso aplicado no<br />
cruzamento com zero. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18<br />
2.8. Evolução do espectro <strong>de</strong> potência do ruído do circuito até o espectro<br />
<strong>de</strong> potência do ruído <strong>de</strong> fase: (a) Densida<strong>de</strong> espectral da fonte <strong>de</strong><br />
ruído; (b) Densida<strong>de</strong> espectral da fase <strong>de</strong> oscilação; (c) Densida<strong>de</strong><br />
espectral da tensão <strong>de</strong> saída do oscilador. . . . . . . . . . . . . . . 21<br />
2.9. Entrada <strong>de</strong> <strong>um</strong> receptor com fonte <strong>de</strong> tensão. . . . . . . . . . . . . 23<br />
2.10. O fenômeno <strong>de</strong> Blocking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23<br />
2.11. Cálculo simples do ruído <strong>de</strong> fase do circuito oscilador. . . . . . . . 24<br />
2.12. Diagrama <strong>de</strong> <strong>um</strong> modulador GFSK. . . . . . . . . . . . . . . . . 26<br />
III
2.13. Topologias <strong>de</strong> osciladores LC: (a) Par cruzado NMOS; (b) Par<br />
cruzado CMOS; (c) Colpitts. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27<br />
2.14. Mo<strong>de</strong>lo tipo π completo do indutor. . . . . . . . . . . . . . . . . 30<br />
2.15. Mo<strong>de</strong>lo tipo π do indutor gerado por ASITIC. . . . . . . . . . . . 31<br />
2.16. Indutância versus Diâmetro externo . . . . . . . . . . . . . . . . 32<br />
2.17. Resistência série versus Indutância . . . . . . . . . . . . . . . . . 32<br />
2.18. Diodos varactores: (a) Esquema elétrico; (b) Estrutura física . . 33<br />
2.19. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>um</strong> terminal do oscilador. . . . . . . . . . . . . . . . . 36<br />
2.20. Circuito para o cálculo da impedância do par cruzado. . . . . . . 36<br />
2.21. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> pequeno sinal do par cruzado. . . . . . . . . . . . . . . 37<br />
2.22. Circuito equivalente da fonte <strong>de</strong> corrente. . . . . . . . . . . . . . 37<br />
2.23. Mo<strong>de</strong>lo modificado <strong>de</strong> pequeno sinal do par cruzado. . . . . . . . 37<br />
2.24. Esquema elétrico do VCO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39<br />
2.25. Capacitância versus Indutância com F osc = 2, 4 GHz. . . . . . . . 40<br />
2.26. Valores máximos <strong>de</strong> R eff em função <strong>de</strong> L para alcançar ruído <strong>de</strong><br />
fase <strong>de</strong> -121dBc/Hz@3MHz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42<br />
2.27. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação em função <strong>de</strong> L consi<strong>de</strong>rando o máximo<br />
valor calculado <strong>de</strong> R eff para alcançar a especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong><br />
fase -121dBc/Hz@3MHz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42<br />
2.28 Mo<strong>de</strong>lo π gerado por ASITIC do indutor escolhido. . . . . . . . . 43<br />
2.29. Diagrama esquemático do circuito oscilador completo (Dimensões<br />
dos transistores W/L em µm). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44<br />
2.30. Buffer tipo seguidor <strong>de</strong> fonte: (a) Circuito elétrico; (b) Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
pequeno sinal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45<br />
2.31. Mo<strong>de</strong>lo simplificado para altas freqüências do circuito seguidor <strong>de</strong><br />
fonte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46<br />
2.32. Circuito <strong>de</strong> polarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47<br />
2.33. Ganho do circuito <strong>de</strong> polarização em função da relação K = C/C seg . 48<br />
2.34. Curva C in /C seg em função do parâmetro K = C/C seg . . . . . . . 49<br />
2.35. Esquema elétrico do buffer para teste (Dimensões dos transistores<br />
W/L em µm). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49<br />
2.36. Circuito oscilador: (a) Diagrama Elétrico; (b) Layout. . . . . . . . 51<br />
2.37. Layout dos indutores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52<br />
2.38. Varactor: (a) Estrutura física; (b)Layout. . . . . . . . . . . . . . . 54<br />
IV
2.39. Par cruzado NMOS: (a) Diagrama elétrico; (b) Layout. . . . . . . 55<br />
2.40. Layout da fonte <strong>de</strong> corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55<br />
2.41. Layout do buffer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56<br />
2.42. Layout dos capacitores: (a) 600 fF; (b) 2,4 pF. . . . . . . . . . . 57<br />
2.43. Layout do primeiro seguidor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57<br />
2.44. Layout do segundo seguidor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58<br />
2.45. Simulação no tempo para vários tipos <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> processo.<br />
Formas <strong>de</strong> onda nas saídas do: (a) <strong>Oscilador</strong> (typical); (b) Buffer<br />
(typical); (c) <strong>Oscilador</strong> (slow); (d) Buffer (slow); (e) <strong>Oscilador</strong><br />
(fast); (f) Buffer(fast) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60<br />
2.46. Simulação em regime permanente para vários tipo <strong>de</strong> parâmetros<br />
<strong>de</strong> processo. Formas <strong>de</strong> onda nas saídas do: (a) <strong>Oscilador</strong> (typical);<br />
(b) Buffer (typical); (c) <strong>Oscilador</strong> (slow); (d) Buffer (slow); (e)<br />
<strong>Oscilador</strong> (fast); (f) Buffer(fast) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61<br />
2.47. Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus Tensão <strong>de</strong> controle. . . . . . . . . . 62<br />
2.48. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus tensão <strong>de</strong> controle . . . . . . . . . 63<br />
2.49. Potência <strong>de</strong> saída versus tensão <strong>de</strong> controle . . . . . . . . . . . . 64<br />
2.50. Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador,<br />
com V ctrl =1,85 V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />
2.51. Corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador versus corrente <strong>de</strong> referência<br />
do espelho <strong>de</strong> corrente (I osc ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66<br />
2.52. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador 67<br />
2.53 Ruído <strong>de</strong> fase do oscilador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67<br />
3.1. Microfotografia do chip fabricado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70<br />
3.2. Esquema da montagem para o teste do protótipo. . . . . . . . . . 71<br />
3.3. Placa para teste do circuito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71<br />
3.4. Espectro <strong>de</strong> potência do oscilador, foto da tela do analisador <strong>de</strong><br />
espectro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73<br />
3.5. Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus Tensão <strong>de</strong> controle (Vctrl). . . . . . 74<br />
3.6. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação no nó VNN versus Tensão <strong>de</strong> controle. . . 74<br />
3.7. Espectro da potência <strong>de</strong> saída do oscilador. span=10 Mhz. . . . . 75<br />
V
Lista <strong>de</strong> Tabelas<br />
2.1 Especificações <strong>de</strong> Sinais <strong>de</strong> interferência - Bluetooth . . . . . . . . 26<br />
2.2 Resultados <strong>de</strong> simulação do ruído <strong>de</strong> fase [dBc/Hz] . . . . . . . . 68<br />
3.1 Equipamento utilizado para realizar os testes. . . . . . . . . . . . 69<br />
VI
.<br />
Lista <strong>de</strong> Símbolos<br />
ω 0<br />
φ(t)<br />
L{∆ω}<br />
∆ω<br />
P sig<br />
k<br />
T<br />
F<br />
Q<br />
Freqüência angular <strong>de</strong> oscilação<br />
Variação aleatória na fase do sinal<br />
Ruído <strong>de</strong> fase medido a ∆ω da freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
Distância da freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
Potência da portadora<br />
Constante <strong>de</strong> Boltzman<br />
Temperatura absoluta<br />
Fator <strong>de</strong> ruído do oscilador<br />
Fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do circuito ressonador<br />
∆ω 1/f 3 Freqüência limite entre as regiões 1/∆ω 3 e 1/∆ω 2<br />
G M,Rx<br />
dV 2 out,Rx<br />
R P<br />
df<br />
R L<br />
R C<br />
R eff<br />
F GM<br />
h φ (t, τ)<br />
Γ(x)<br />
q max<br />
u(t)<br />
c n<br />
Transcondutância necessária para repor as perdas da resistência R x e<br />
obter <strong>um</strong>a função <strong>de</strong> transferência com ganho exatamente igual a <strong>um</strong><br />
na freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
Densida<strong>de</strong> do ruído gerado por R x a freqüências<br />
próximas da freqüência<br />
<strong>de</strong> oscilação<br />
Resistência em paralelo com o circuito tanque<br />
Variação da freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
Resistência parasitária em série com o indutor<br />
Resistência parasitária em série com o capacitor<br />
Resistência efetiva, resistência equivalente a todas as resistências do circuito<br />
Fator do ruído do amplificador<br />
Variação da fase ao aplicar <strong>um</strong> impulso <strong>de</strong> corrente no instante t<br />
Função <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao impulso (ISF)<br />
Máximo incremento <strong>de</strong> carga<br />
Função passo unitário<br />
Coeficiente n-ésimo da ISF<br />
VII
θ n<br />
i 2 n<br />
∆f<br />
Γ rms<br />
S BL<br />
S Des<br />
V A<br />
I osc<br />
V bias<br />
I Ibuff<br />
V CT RL<br />
Fase da n-ésima harmônica <strong>de</strong> ISF<br />
Densida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência da fonte <strong>de</strong> ruído<br />
Valor RMS da ISF<br />
Potência do sinal <strong>de</strong> bloqueio<br />
Potência do sinal <strong>de</strong>sejado<br />
Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação<br />
Corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador<br />
Tensão <strong>de</strong> polarização do buffer<br />
Corrente <strong>de</strong> polarização do buffer<br />
Tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
VIII
.<br />
Lista <strong>de</strong> Abreviaturas<br />
BER Bit Error Ratio<br />
FSK Frequency Shift Key<br />
GFSK Gaussian Frequency Shift Key<br />
ISF Impulse Sensitiviy Function<br />
LAN Local Area Network<br />
LNA Low Noise Amplifier<br />
LO Local Oscillator<br />
LTI Linear Time Invariant<br />
LTV Linear Time Variant<br />
PA Power Amplifier<br />
PLL Phase-Locked Loop<br />
RF Radio Frequency<br />
SAWR Surface Acoustic Wave Resonator<br />
SNR Signal-to-Noise Ratio<br />
VCO Voltage Controlled Oscilator<br />
RBW Resolution Bandwidth<br />
IF Intermediate Frequency<br />
IX
Capítulo 1<br />
Introdução<br />
1.1 Motivação e Justificativa<br />
O crescimento rápido e contínuo do mercado <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> comunicação sem fio<br />
tais como pagers, telefones celulares, sistemas <strong>de</strong> comunicação pessoal e comunicação<br />
em re<strong>de</strong> local (LAN) tem motivado as pesquisas nos circuitos integrados<br />
para rádio freqüência.<br />
Os sistemas <strong>de</strong> comunicação sem fio cresceram rapidamente durante os últimos<br />
anos <strong>de</strong>vido à integração <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> codificação digital e processamento<br />
digital <strong>de</strong> sinais. Este avanço foi gerado pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias<br />
<strong>de</strong> alto <strong>de</strong>sempenho e baixo custo, condição que permitiu a implementação <strong>de</strong><br />
funções complexas n<strong>um</strong> só circuito integrado. Esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>u aos projetistas<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar sistemas mais elaborados <strong>de</strong> modulação/<strong>de</strong>modulação e<br />
<strong>de</strong>tecção/correção <strong>de</strong> erros, técnicas que <strong>de</strong>ram origem a canais <strong>de</strong> comunicação<br />
mais confiáveis e com maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferência.<br />
Embora os circuitos comerciais atuais usem tecnologia BiCMOS ou Arseneto<br />
<strong>de</strong> Gálio, existe muito interesse na criação <strong>de</strong> circuitos implementados totalmente<br />
com tecnologia CMOS, <strong>de</strong>vido aos seus custos mais baixos <strong>de</strong> produção e principalmente<br />
a sua alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração [2, 3].<br />
A Fig. 1.1 mostra o ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> vários VCO monolíticos operando na<br />
faixa <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> 2 GHz, medido a 100 KHz da freqüência <strong>de</strong> oscilação,<br />
em função do cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência [1]. Esta figura não mostra <strong>um</strong>a tendência<br />
que permita a escolha <strong>de</strong> <strong>um</strong>a tecnologia ótima para a implementação do VCO.<br />
Históricamente, implementações em tecnologia Si BJT foram preferidas por causa<br />
dos menores níveis <strong>de</strong> ruído 1/f, característica importante em aplicações com<br />
1
2<br />
Figura 1.1. Ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> vários osciladores operando na faixa <strong>de</strong> freqüência<br />
<strong>de</strong> 2 GHz, medido a 100 KHz da freqüência <strong>de</strong> oscilação [1].<br />
largura <strong>de</strong> banda estreita. Porém, implementações em tecnologia CMOS também<br />
mostram resultados comparáveis. Uma possível causa disto é a maior linearida<strong>de</strong><br />
dos dispositivos, o que minimiza a conversão a altas freqüências dos componentes<br />
<strong>de</strong> ruído em baixa freqüência. Os trabalhos com circuitos ressoadores externos<br />
apresentam o melhor <strong>de</strong>sempenho já que a pureza da saída do sinal gerado pelo<br />
oscilador é <strong>de</strong>terminada pela qualida<strong>de</strong> do circuito ressoador utilizado.<br />
O mercado <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>o impõe que os circuitos criados sejam cada vez <strong>de</strong><br />
menor custo, menor cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência e produzidos em quantida<strong>de</strong>s maiores.<br />
A evolução vista nos circuitos digitais CMOS po<strong>de</strong>ria sugerir que esta tecnologia<br />
é a base i<strong>de</strong>al para a implementação <strong>de</strong> circuitos, <strong>um</strong>a vez que os custos <strong>de</strong><br />
fabricação por função baixaram com o avanço tecnológico on<strong>de</strong> cada vez mais<br />
há a redução das dimensões dos transistores e maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração.<br />
Porém, a concepção <strong>de</strong> circuitos transceptores RF exige ao projetista consi<strong>de</strong>rar<br />
mais parâmetros do que no projeto <strong>de</strong> circuitos digitais. Os circuitos digitais usam<br />
como parâmetros <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho a potência dissipada, a velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> operação e o rendimiento <strong>de</strong> fabricação (yield), enquanto que os blocos do<br />
transceptor RF <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar questões tais como o ruído, a linearida<strong>de</strong>, o<br />
ganho e a eficiência [4].<br />
Nos nossos dias, grupos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> indústrias <strong>de</strong> todo<br />
o mundo estão trabalhando nesta área. A pesquisa ainda está em evolução e<br />
os trabalhos incluem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fabricação e caracterização <strong>de</strong> elementos passivos
3<br />
integrados [5-9] até o projeto e implementação <strong>de</strong> sistemas completos <strong>de</strong> transmissão/recepção<br />
[10-12].<br />
A Fig. 1.2 apresenta <strong>um</strong> circuito completo <strong>de</strong> transmissão e recepção, e mostra<br />
os principais blocos que o compõem, tais como o amplificador <strong>de</strong> baixo ruído<br />
(LNA), o amplificador <strong>de</strong> potência (PA), o mixer, o oscilador local (LO), os<br />
filtros, o conversor A/D, o conversor D/A e o sistema <strong>de</strong> processamento digital<br />
<strong>de</strong> sinais.<br />
1.2 O Problema<br />
Um sistema transceptor <strong>de</strong> radiofreqüência é mostrado na Fig. 1.2 [13], observase<br />
que tanto a transmissão quanto a recepção requerem <strong>um</strong> oscilador local que<br />
seja ajustado com passos bem <strong>de</strong>finidos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong>a banda <strong>de</strong> freqüência.<br />
Para aplicações móveis integradas em silício este sintetizador <strong>de</strong> freqüência é<br />
implementado típicamente como <strong>um</strong> PLL (Phase-Locked Loop).<br />
Filtro<br />
Duplexor<br />
LNA<br />
PA<br />
Filtro<br />
Passabanda<br />
Filtro<br />
Passabanda<br />
LO<br />
Mixer<br />
Sintetizador<br />
<strong>de</strong> Frequência<br />
VCO<br />
Conversor<br />
A/D<br />
Conversor<br />
D/A<br />
Sistema<br />
<strong>de</strong><br />
Processamento<br />
Digital<br />
<strong>de</strong><br />
Sinais<br />
Mixer<br />
Figura 1.2. Circuito transceptor RF.<br />
F ref<br />
Detector<br />
<strong>de</strong> Fase<br />
Filtro<br />
VCO<br />
F out<br />
F div<br />
Divisor <strong>de</strong><br />
Freqüência<br />
/N<br />
Figura 1.3. Diagrama <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> <strong>um</strong> PLL<br />
A Fig. 1.3 mostra <strong>um</strong> diagrama <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> <strong>um</strong> PLL, nessa classe <strong>de</strong> circuitos<br />
a freqüência do sinal <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> <strong>um</strong> oscilador controlado por tensão (VCO -<br />
Voltage Controlled Oscillator) é dividida por <strong>um</strong>a variável N. O sinal resultante<br />
(F div ) é comparado com <strong>um</strong> sinal com freqüência <strong>de</strong> referência (F ref ) no <strong>de</strong>tetor<br />
<strong>de</strong> fase, o qual dá <strong>um</strong> sinal proporcional à diferença <strong>de</strong> fase entre as suas duas
4<br />
entradas. Este sinal passa por <strong>um</strong> filtro passa-baixos e a saída <strong>de</strong>ste último é a<br />
tensão que controla o VCO. Uma vez que o circuito se estabiliza, as duas entradas<br />
do circuito <strong>de</strong>tetor <strong>de</strong> fase terão <strong>um</strong>a relação constante <strong>de</strong> fase, e portanto, a<br />
mesma freqüência, a freqüência do sinal <strong>de</strong> saída será <strong>de</strong>scrita por:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
F out = N.F ref (1.1)<br />
F out<br />
N<br />
F ref<br />
: Freqüência do sinal <strong>de</strong> saída do PLL;<br />
: Módulo do divisor <strong>de</strong> freqüência;<br />
: Freqüência do sinal <strong>de</strong> referência.<br />
Se a freqüência <strong>de</strong> saída a<strong>um</strong>entar, a diferença <strong>de</strong> fase entre F div e F ref mudará<br />
e o VCO terá que ser sintonizado a <strong>um</strong>a freqüência menor, até a saída voltar à<br />
freqüência correta. Como o oscilador controlado por tensão é <strong>um</strong> bloco essencial<br />
do PLL, e por conseguinte importante no circuito transceptor, neste trabalho<br />
preten<strong>de</strong>mos estudar e projetar <strong>um</strong> VCO totalmente integrado.<br />
As especificações dos sistemas <strong>de</strong> comunicação atuais estabelecem canais cada<br />
vez mais estreitos e para c<strong>um</strong>prir com estas exigências a saída do oscilador local<br />
teve ser <strong>um</strong> sinal senoidal tão puro e estável quanto for possível. O oscilador<br />
i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ve gerar <strong>um</strong> sinal sem ruído <strong>de</strong> fase, ser sintonizado n<strong>um</strong>a faixa fixa <strong>de</strong><br />
freqüência, além <strong>de</strong> ser insensível à carga na saída, às variações <strong>de</strong> temperatura,<br />
às variações no processo <strong>de</strong> fabricação e às variações na tensão <strong>de</strong> alimentação.<br />
Porém, os osciladores implementados com tecnologia CMOS estão longe <strong>de</strong>sse<br />
i<strong>de</strong>al.<br />
Várias classes <strong>de</strong> osciladores existem, como [14]: a cristal, em anel, <strong>de</strong> relaxação<br />
e LC, entre outros. O oscilador baseado em cristal é o que tem a<br />
freqüência <strong>de</strong> oscilação mais estável e a sua implementação só precisa <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
transistor e <strong>um</strong> par <strong>de</strong> capacitores (Fig. 1.4.a). Existem cristais com freqüências<br />
<strong>de</strong> ressonância <strong>de</strong> até várias centenas <strong>de</strong> MHz, por causa disto esta classe <strong>de</strong><br />
oscilador é i<strong>de</strong>al para gerar relógios e circuitos digitais ou sinais <strong>de</strong> referência <strong>de</strong><br />
sintetizadores <strong>de</strong> freqüência. Outra opção <strong>de</strong> componente ressoador é o SAWR<br />
(Surface Acoustic Wave Resonator), ele é feito colocando linhas <strong>de</strong> metal sobre<br />
a superfície <strong>de</strong> <strong>um</strong> substrato piezoeléctrico. Os osciladores baseados em SAWR
5<br />
V dd<br />
(a)<br />
V dd<br />
V P con<br />
M 5 M 6<br />
C 1<br />
Q 1 C 2<br />
X 1<br />
C<br />
I 1 I 2<br />
M 1 M 2<br />
M 3 M 4<br />
V Ncon<br />
(b)<br />
V dd<br />
(d)<br />
L 1 L 2<br />
C 1<br />
INV 1 INV 2 INV 3<br />
M 1 M 2<br />
(c)<br />
Figura 1.4. Topologias <strong>de</strong> <strong>Oscilador</strong>es: (a) <strong>Oscilador</strong> a cristal; (b) <strong>Oscilador</strong> <strong>de</strong><br />
relaxação; (c) <strong>Oscilador</strong> em anel com inversores; (d) <strong>Oscilador</strong> LC.<br />
não oferecem a estabilida<strong>de</strong> ante mudanças <strong>de</strong> temperatura que <strong>um</strong> oscilador a<br />
cristal possui, mas têm ruído <strong>de</strong> fase menor, menos sensibilida<strong>de</strong> a vibrações e<br />
freqüências <strong>de</strong> ressonância da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Gigahertz [15, 16]. Tanto os osciladores<br />
baseados em cristal e nem os osciladores baseados em SAWR são totalmente<br />
integráveis, então não serão levados em consi<strong>de</strong>ração neste trabalho.<br />
O oscilador <strong>de</strong> relaxação (Fig. 1.4.b) consta <strong>de</strong> <strong>um</strong> capacitor C que é carregado<br />
alternadamente pelas correntes I 1 e I 2 . A freqüência <strong>de</strong> oscilação é modificada<br />
variando a corrente <strong>de</strong> carga. O problema <strong>de</strong>sta topologia é que para diminuir<br />
o ruído <strong>de</strong> fase é preciso a<strong>um</strong>entar o cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência do circuito, condição<br />
que não permite que seja útil em dispositivos portáteis.<br />
O oscilador em anel com inversores (Fig. 1.4.c) é o mais simples e o mais fácil<br />
<strong>de</strong> ser integrado <strong>de</strong> todos. A freqüência é modificada controlando os atrasos dos<br />
inversores pelo controle da corrente mudando a polarização dos transistores. O<br />
problema <strong>de</strong>ste oscilador é seu ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>vido à comutação contínua dos<br />
inversores, ou seja, este oscilador é ina<strong>de</strong>quado para aplicações RF.
6<br />
Embora os osciladores <strong>de</strong> relaxação e em anel alcancem freqüências <strong>de</strong> operação<br />
da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> GigaHertz, quando implementados em tecnologias submicrométricas,<br />
e não precisem <strong>de</strong> componentes externos para suas operações, seus <strong>de</strong>sempenhos<br />
em ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>ixam muito a <strong>de</strong>sejar. A redução do ruído <strong>de</strong> fase implicaria<br />
em <strong>um</strong> incremento na potência cons<strong>um</strong>ida, tornando estes circuitos impróprios<br />
para aplicações <strong>de</strong> comunicação portátil.<br />
O oscilador sintonizado LC (Fig. 1.4.d) é <strong>um</strong>a opção que provê <strong>um</strong>a solução<br />
totalmente integrável. Dado que sua resposta em freqüência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> circuito<br />
tanque LC, espera-se que, no caso <strong>de</strong> ter <strong>um</strong>a boa implementação <strong>de</strong>stes<br />
elementos, isto é, implementação que minimize os componentes parasitários e procure<br />
obter o melhor fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro dos limites dados pela tecnologia,<br />
o espectro em freqüência seja mais puro do que aquele alcançado com osciladores<br />
do tipo relaxação ou anel.<br />
Por outro lado, a implementação <strong>de</strong> indutores integrados CMOS com <strong>um</strong> fator<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> alto não é fácil. Como o indutor é <strong>um</strong> elemento para armazenar<br />
energia magnética, os fatores que diminuem esta energia são consi<strong>de</strong>rados elementos<br />
parasitários. Isto é o que acontece com a resistência e capacitância inerentes<br />
a <strong>um</strong>a implementação em tecnologia CMOS. O resistor dissipa energia por causa<br />
das suas perdas ôhmicas e o capacitor armazena energia em suas placas reduzindo<br />
o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Para melhorar o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> dos indutores,<br />
tanto novas características <strong>de</strong> tecnologia como novas estratégias <strong>de</strong> projeto têm<br />
sido utilizadas: o uso <strong>de</strong> múltiplas camadas <strong>de</strong> metal [17] e fios <strong>de</strong> ligação entre<br />
PADs internos do circuito como indutores [18] para reduzir sua resistência; o uso<br />
<strong>de</strong> substratos <strong>de</strong> alta resistivida<strong>de</strong> [19], <strong>de</strong> óxido espesso, <strong>de</strong> estruturas “pattern<br />
ground shielding” [20] ou <strong>de</strong> corrosão do substrato por baixo do indutor [21] para<br />
diminuir as perdas por correntes surgidas no substrato; o uso <strong>de</strong> simuladores<br />
eletromagnéticos 2D e 3D [22] ou <strong>de</strong> simuladores mais simples especialmente projetados<br />
[6] para obter as características elétricas do indutor. A implementação<br />
do indutor ainda é <strong>um</strong> tema <strong>de</strong> estudos. Procura-se produzir <strong>um</strong> indutor com<br />
o menor efeito <strong>de</strong> elementos parasitários e implementado n<strong>um</strong> processo CMOS<br />
padrão sem passos <strong>de</strong> fabricação adicionais.<br />
O PLL controla eletronicamente a freqüência <strong>de</strong> oscilação do VCO, para permitir<br />
essa variação <strong>de</strong> freqüência é preciso contar com <strong>um</strong> varactor que mu<strong>de</strong><br />
a freqüência <strong>de</strong> ressonância do circuito tanque. Este varactor é implementado
7<br />
tipicamente das seguintes maneiras: 1) Diodo, região P + sobre poço N por exemplo,<br />
polarizado reversamente [23]; 2) Transistor operando em inversão [23]; 3)<br />
Transistor operando em ac<strong>um</strong>ulação [7], [24]. A comparação entre os diferentes<br />
varactores é feita em função da porcentagem <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> capacitância permitida<br />
e do seu fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Existem diversos trabalhos publicados sobre mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> ruído do oscilador,<br />
sobre implementações <strong>de</strong> VCO’s e sobre técnicas para reduzir o ruído <strong>de</strong> fase. Este<br />
trabalho preten<strong>de</strong> explorar as diversas teorias do ruído <strong>de</strong> fase, obter critérios para<br />
o <strong>de</strong>senho e implementar <strong>um</strong> oscilador totalmente integrado que opere a 2,4 GHz.<br />
1.3 Objetivos<br />
O objetivo geral <strong>de</strong>ste trabalho é o estudo e implementação <strong>de</strong> <strong>um</strong> oscilador<br />
controlado por tensão, totalmente integrado, que opere na freqüência <strong>de</strong> 2,4 GHz,<br />
projetado com a tecnologia CMOS <strong>de</strong> 0,35µm (4 níveis <strong>de</strong> metal e 2 níveis <strong>de</strong><br />
polisilicio)[25].<br />
Os objetivos específicos para c<strong>um</strong>prir o objetivo geral são:<br />
• Estudo do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase do oscilador;<br />
• <strong>Projeto</strong> e implementação do oscilador para operar na freqüência esperada;<br />
• Determinação da técnica <strong>de</strong> teste do oscilador e avaliação do circuito projetado.<br />
1.4 Organização do Doc<strong>um</strong>ento<br />
O capítulo 1 apresentou as razões que motivaram fazer este trabalho, o papel do<br />
oscilador <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema transceptor como <strong>um</strong> bloco essencial do sintetizador<br />
<strong>de</strong> freqüência e <strong>um</strong>a comparação das características <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as classes <strong>de</strong><br />
osciladores visando <strong>de</strong>terminar a melhor opção para a integração <strong>de</strong> <strong>um</strong> VCO em<br />
tecnologia CMOS.<br />
O capítulo 2 apresenta o projeto do circuito oscilador. O capítulo está dividido<br />
em seções que <strong>de</strong>screvem: os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>um</strong> terminal e <strong>de</strong> dois terminais<br />
do oscilador; a <strong>de</strong>finição, os efeitos na transmissão e recepção, e a mo<strong>de</strong>lagem do
8<br />
ruído <strong>de</strong> fase; a topologia do oscilador escolhido para a implementação e a mo<strong>de</strong>lagem<br />
<strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos seus componentes; o layout do oscilador implementado e<br />
os resultados das simulações feitas.<br />
O capítulo 3 apresenta os resultados experimentais do circuito oscilador.<br />
O capítulo 4 lista as conclusões finais do trabalho e res<strong>um</strong>e as recomendações<br />
a ter em conta para o projeto <strong>de</strong> circuitos osciladores integrados.
Capítulo 2<br />
<strong>Projeto</strong> do Circuito <strong>Oscilador</strong><br />
2.1 Introdução<br />
Neste capítulo, inicialmente são apresentados os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>um</strong> terminal e <strong>de</strong> dois<br />
terminais do oscilador. A seção 2.2 mostra a <strong>de</strong>finição do ruído <strong>de</strong> fase, os seus<br />
efeitos na transmissão e recepção, o mo<strong>de</strong>lo empírico da sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral,<br />
<strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo Linear Invariante no Tempo (LTI), <strong>um</strong> outro mo<strong>de</strong>lo Linear Variante<br />
no Tempo (LTV) e o cálculo da especificação do ruído <strong>de</strong> fase do oscilador. A<br />
seguir, a seção 2.3 <strong>de</strong>screve o oscilador escolhido para a implementação e o mo<strong>de</strong>lamento<br />
<strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos seus componentes. E por último, a seção 2.4 apresenta<br />
o oscilador implementado e os resultados das simulações feitas.<br />
O oscilador é <strong>um</strong> circuito sem entrada alg<strong>um</strong>a, <strong>um</strong>a vez ligado oscila e gera <strong>um</strong><br />
sinal periódico, geralmente em forma <strong>de</strong> tensão. A energia aplicada no momento<br />
do circuito ser ligado dará início à oscilação, após, a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação será<br />
limitada e estabilizada pelas características não lineares do circuito.<br />
O circuito oscilador po<strong>de</strong> ser visto como <strong>um</strong> sistema realimentado <strong>de</strong> dois<br />
terminais como mostra a Fig. 2.1.a [13], que é <strong>de</strong>scrito pela função:<br />
Y (s)<br />
X(s) =<br />
H(s)<br />
1 − H(s)<br />
(2.1)<br />
Segundo o critério <strong>de</strong> Barkhausen, o sistema permanecerá oscilando com<br />
freqüência s = jω 0 quando é satisfeita a seguinte condição: o módulo do ganho<br />
da malha, |H(jω 0 )|, é igual ou maior que 1 e, a diferença <strong>de</strong> fase na malha,<br />
∠H(jω 0 ), é zero, tendo realimentação positiva. Com base neste critério, qualquer<br />
sistema realimentado po<strong>de</strong> oscilar se o ganho e a fase da malha forem escolhidos<br />
a<strong>de</strong>quadamente.<br />
9
10<br />
Outra forma <strong>de</strong> representar o oscilador é o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>um</strong> terminal [13]. Neste<br />
mo<strong>de</strong>lo o oscilador é visto como duas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>um</strong> terminal ligadas entre si (vi<strong>de</strong><br />
Fig. 2.1.b). O mo<strong>de</strong>lo consta <strong>de</strong> <strong>um</strong> circuito ressonante e <strong>um</strong> circuito ativo. Um<br />
circuito ressonante típico é <strong>um</strong> circuito tanque LC. Se os componentes <strong>de</strong>sse circuito<br />
fossem i<strong>de</strong>ais, ele oscilaria in<strong>de</strong>finidamente, mas, <strong>de</strong>vido às perdas inerentes<br />
dos componentes, <strong>um</strong>a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia é dissipada a cada ciclo até <strong>de</strong>ter<br />
a oscilação. O circuito ativo é projetado para repor esta energia perdida a cada<br />
ciclo e manter a oscilação.<br />
R<br />
−R<br />
X(s)<br />
H(s)<br />
Y(s)<br />
Circuito<br />
Ressonador<br />
Circuito<br />
Ativo<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 2.1. Mo<strong>de</strong>los do oscilador: (a) Dois terminais; (b) Um terminal.<br />
2.2 Consi<strong>de</strong>rações sobre o Ruído <strong>de</strong> Fase em <strong>Oscilador</strong>es<br />
2.2.1 Ruído <strong>de</strong> Fase<br />
O ruído causado pelos componentes do oscilador ou por fatores externos influencia<br />
tanto a fase quanto a amplitu<strong>de</strong> do sinal gerado. Para <strong>de</strong>screver o sinal produzido<br />
por <strong>um</strong> oscilador real é possível usar a seguinte expressão:<br />
V (t) = A(t)f(ω 0 t + φ(t)) (2.2)<br />
on<strong>de</strong>: A(t) é a variação da amplitu<strong>de</strong> do sinal; f é <strong>um</strong>a função senoidal <strong>de</strong><br />
período 2π/ω 0 ; φ(t) é a variação aleatória na fase do sinal, o que também po<strong>de</strong><br />
ser visto como a variação do período ou a diferença no tempo entre os ponto <strong>de</strong><br />
cruzamento com zero do sinal gerado e <strong>um</strong> sinal i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> freqüência invariável.<br />
Enquanto o espectro em freqüência <strong>de</strong> <strong>um</strong> oscilador i<strong>de</strong>al é <strong>um</strong> impulso (Fig.<br />
2.2.a), as variações em A(t) e φ(t) fazem com que o espectro em freqüência da<br />
saída do oscilador real seja <strong>um</strong> impulso com bandas laterais (Fig. 2.2.b). Estas
11<br />
bandas refletem principalmente a variação no φ(t), o que é <strong>de</strong>nominado ruído <strong>de</strong><br />
fase.<br />
Potência<br />
✻<br />
Potência<br />
✻<br />
ω 0<br />
✲ ω<br />
ω 0<br />
✲ ω<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 2.2. Espectro <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>: (a)Um oscilador i<strong>de</strong>al; (b) Um oscilador<br />
real.<br />
Para quantificar o ruído <strong>de</strong> fase consi<strong>de</strong>ra-se <strong>um</strong>a largura <strong>de</strong> banda <strong>de</strong> 1 Hz<br />
separada ∆ω da freqüência <strong>de</strong> oscilação ω 0 , calcula-se a potência do ruído nesta<br />
banda e expressa-se a diferença, em <strong>de</strong>cibéis, entre esta potência e a potência do<br />
sinal à freqüência <strong>de</strong> oscilação (portadora).<br />
[ ]<br />
Pbanda lateral (ω 0 + ∆ω, 1Hz)<br />
L{∆ω} = 10.log<br />
P portadora<br />
(2.3)<br />
on<strong>de</strong>: L{∆ω} é o ruído <strong>de</strong> fase medido a ∆ω da freqüência <strong>de</strong> oscilação; ω 0<br />
é a freqüência angular <strong>de</strong> oscilação; P banda lateral (ω 0 + ∆ω, 1Hz) é a potência <strong>de</strong><br />
banda lateral calculada n<strong>um</strong>a largura <strong>de</strong> banda <strong>de</strong> 1 Hz, a <strong>um</strong>a freqüência ∆ω<br />
separada da freqüência <strong>de</strong> oscilação ω 0 ; P P ortadora é a potência da portadora.<br />
Este ruído <strong>de</strong> fase se expressa em “<strong>de</strong>cibéis abaixo da portadora por Hertz”<br />
ou dBc/Hz, especificado a <strong>um</strong>a distância ∆ω da freqüência <strong>de</strong> oscilação ω 0 . Por<br />
exemplo, po<strong>de</strong>r-se-ia dizer que <strong>um</strong> oscilador <strong>de</strong> 2,4 GHz possui <strong>um</strong> ruído <strong>de</strong> fase<br />
<strong>de</strong> “-110 dBc/Hz a 3 MHz <strong>de</strong> offset”. A obtenção da especificação do ruído <strong>de</strong><br />
fase envolve a relação sinal-ruído do sistema <strong>de</strong> rádio, a potência dos sinais em<br />
canais adjacentes e a largura do canal, este cálculo será mostrado na seção 2.2.5.<br />
Para enten<strong>de</strong>r o efeito do ruído <strong>de</strong> fase do oscilador no sistema transceptor,<br />
o espectro dos sinais na transmissão e recepção serão analisados. No caso i<strong>de</strong>al,<br />
o espectro em freqüência tanto do sinal do oscilador como do sinal recebido são<br />
raias. Após a conversão, o resultado é <strong>um</strong>a raia em <strong>um</strong>a freqüência nova. Por<br />
outro lado, no receptor real o oscilador possui bandas laterais e existem sinais
<strong>de</strong> interferência em freqüências próximas à freqüência <strong>de</strong>sejada (Fig. 2.3.a). Depois<br />
<strong>de</strong> misturar estes sinais, os espectros produzidos se sobrepõem e o sinal <strong>de</strong><br />
informação é afetado pelo resultado do produto das bandas laterais do sinal do<br />
oscilador e o sinal <strong>de</strong> interferência (Fig. 2.3.b).<br />
VCO<br />
❆<br />
❆❆❯<br />
ω 0<br />
Interferência<br />
✠ Sinal<br />
❅ ❅❘<br />
(a)<br />
✲ ω<br />
12<br />
//<br />
Produto dos sinais<br />
(b)<br />
✲ ω<br />
Figura 2.3. Efeito do ruído <strong>de</strong> fase na recepção: (a) Sinais antes <strong>de</strong> serem<br />
misturados; (b) Sinais na saída do mixer.<br />
O efeito do ruído <strong>de</strong> fase na transmissão é <strong>um</strong> pouco diferente. Suponha-se<br />
que <strong>um</strong> receptor i<strong>de</strong>al sem ruído tenha que <strong>de</strong>tectar <strong>um</strong> sinal na freqüência ω 2 . Se<br />
existir outro transmissor com ruído operando em <strong>um</strong>a freqüência próxima ω 1 , o<br />
sinal esperado será afetado pela banda lateral do ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>ste transmissor<br />
(Fig. 2.4).<br />
Transmissor operando em freqüência<br />
próxima do sinal <strong>de</strong>sejado<br />
❆<br />
❆<br />
❆<br />
❆❯<br />
ω 1<br />
Sinal <strong>de</strong>sejado<br />
<br />
✠<br />
ω 2<br />
✲<br />
ω<br />
Figura 2.4. Efeito do ruído <strong>de</strong> fase na transmissão.
13<br />
2.2.2 O Espectro do Ruído <strong>de</strong> Fase<br />
Várias teorias tem sido propostas para mo<strong>de</strong>lar o ruído do oscilador. Leeson [26]<br />
propôs <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo empírico para <strong>de</strong>screver o comportamento do ruído <strong>de</strong> fase.<br />
Neste mo<strong>de</strong>lo a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência do ruído <strong>de</strong> fase tem três regiões<br />
como é mostrado na Fig. 2.5.<br />
✻ L{∆ω} ❆❆❆❆❆ 1/∆ω 3<br />
❍ ❍❍❍❍❍❍ 1/∆ω 2<br />
[<br />
2F kT<br />
10.log<br />
✲<br />
∆ω<br />
P sig<br />
]<br />
∆ω 1/f 3<br />
ω 0<br />
2Q<br />
Figura 2.5. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Leeson da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência do ruído <strong>de</strong><br />
fase em torno <strong>de</strong> ω o .<br />
Na primeira região, para valores pequenos <strong>de</strong> ∆ω a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral é<br />
proporcional a 1/∆ω 3 (<strong>um</strong>a inclinação <strong>de</strong> 30dB por década). Na segunda região,<br />
a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência é proporcional a 1/∆ω 2 (<strong>um</strong>a queda <strong>de</strong> 20<br />
dB por década). Na última região, o ruído medido fica plano para freqüências<br />
distantes da freqüência <strong>de</strong> oscilação.<br />
O mo<strong>de</strong>lo proposto por Leeson é <strong>de</strong>scrito pela equação a seguir:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
L{∆ω} = 10.log<br />
[ { ( ) } 2 (<br />
2F kT ω0<br />
1 +<br />
1 + ∆ω 1/f 3<br />
P sig 2Q∆ω<br />
|∆ω|<br />
) ] (2.4)<br />
P sig<br />
k<br />
T<br />
F<br />
ω 0<br />
Q<br />
∆ω<br />
: Potência da portadora;<br />
: Constante <strong>de</strong> Boltzman;<br />
: Temperatura absoluta;<br />
: Fator <strong>de</strong> ruído do oscilador;<br />
: Freqüência <strong>de</strong> oscilação;<br />
: Fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do circuito ressonador;<br />
: Distância da freqüência <strong>de</strong> oscilação;<br />
∆ω 1/f 3 : Freqüência limite entre as regiões 1/∆ω 3 e 1/∆ω 2
14<br />
É importante notar que o ruído <strong>de</strong> fase é inversamente proporcional ao factor<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do circuito ressonador. Por esta razão <strong>um</strong>a das preocupações no<br />
projeto <strong>de</strong> osciladores LC é a obtenção <strong>de</strong> indutores e capacitores com o maior Q<br />
possível.<br />
2.2.3 Mo<strong>de</strong>lo LTI<br />
Craninckx e Steyaert [14] fazem <strong>um</strong>a análise do ruído do oscilador partindo <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
mo<strong>de</strong>lo linear e invariante no tempo, <strong>de</strong>nominado LTI (Linear Time Invariant).<br />
A análise usa <strong>um</strong> oscilador LC básico como mostrado na Fig. 2.6. O circuito<br />
ativo é representado pelo transcondutor G M , o circuito tanque tem <strong>um</strong> capacitor<br />
(C) e <strong>um</strong> indutor (L). As perdas ôhmicas do circuito estão representadas pelas<br />
resistências em série com o indutor (R L ) e com o capacitor (R C ), e pela resistência<br />
em paralelo com o circuito tanque (R P ). Esta resistência R P é equivalente ao<br />
paralelo entre a resistência <strong>de</strong> saída do transcondutor e a resistência em paralelo<br />
com o indutor e o capacitor. Já que o mo<strong>de</strong>lo consi<strong>de</strong>ra <strong>um</strong> circuito linear, <strong>um</strong><br />
ganho do transcondutor G M será ass<strong>um</strong>ido <strong>de</strong> forma que o ganho <strong>de</strong> malha aberta<br />
G M .H(s) na freqüência <strong>de</strong> ressonância seja igual a 1.<br />
Z(s)<br />
+<br />
.<br />
G M .<br />
−<br />
V OUT<br />
C . L .<br />
R P<br />
R C R L<br />
Figura 2.6. <strong>Oscilador</strong> LC básico.<br />
A análise consi<strong>de</strong>ra cada <strong>um</strong>a das resistências parasitárias do circuito tanque,<br />
inclui a fonte <strong>de</strong> ruído causada por cada resistência, calcula o ganho G M,Rx necessário<br />
para repor as perdas da resistência e obter <strong>um</strong>a função <strong>de</strong> transferência<br />
com ganho exatamente igual a <strong>um</strong> na freqüência <strong>de</strong> oscilação ω 0 . Depois calcula<br />
a função <strong>de</strong> transferência da fonte <strong>de</strong> ruído, <strong>de</strong> cada resistência, para a saída do<br />
circuito, e calcula a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ruído a freqüências próximas da freqüência <strong>de</strong><br />
oscilação como sendo dV 2 out,Rx(ω 0 + ∆ω).
O res<strong>um</strong>o dos resultados obtidos são listados a seguir. Para o caso em que a<br />
resistência paralela for a única fonte <strong>de</strong> ruído:<br />
15<br />
G M,RP = 1<br />
R P<br />
(2.5)<br />
dV 2 1<br />
( ω0<br />
) 2<br />
out,R P<br />
(ω 0 + ∆ω) = kT.<br />
.df (2.6)<br />
R P .(ω 0 C) 2 ∆ω<br />
on<strong>de</strong> ω 0 = 1/ √ LC é a freqüência angular <strong>de</strong> oscilação, ∆ω pequena variação<br />
da freqüência <strong>de</strong> oscilação, k é a constante <strong>de</strong> Boltzman, T é a temperatura<br />
absoluta, R P é a resistência em paralelo com o circuito tanque, df é a variação<br />
da freqüência.<br />
No caso <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a resistência parasitária do indutor como a única fonte<br />
<strong>de</strong> ruído:<br />
G M,RL = R L . C L = R L.(ω 0 C) 2 (2.7)<br />
(<br />
dV 2 ω0<br />
) 2<br />
out,R L<br />
(ω 0 + ∆ω) = kT.R L .df (2.8)<br />
∆ω<br />
on<strong>de</strong> R L é a resistência série com o indutor.<br />
No caso <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a resistência parasitária do capacitor como a única fonte<br />
<strong>de</strong> ruído:<br />
G M,RC = R C . C L = R C.(ω 0 C) 2 (2.9)<br />
(<br />
dV 2 ω0<br />
) 2<br />
out,R P<br />
(ω 0 + ∆ω) = kT.R C .df (2.10)<br />
∆ω<br />
on<strong>de</strong> R C é a resistência série com o capacitor.<br />
Já que os resultados obtidos para as três resistências parasitárias são análogos,<br />
é possível <strong>de</strong>finir R eff como a resistência efetiva, resistência equivalente a todas<br />
as resistências do circuito e res<strong>um</strong>ir as equações anteriores a:<br />
R eff = R C + R L +<br />
1<br />
R P .(ω 0 C) 2 (2.11)<br />
G M = R eff .(ω 0 C) 2 (2.12)<br />
(<br />
dV 2 ω0<br />
) 2<br />
out,R(ω 0 + ∆ω) = kT.R eff .df (2.13)<br />
∆ω
Só resta calcular o ruído gerado pelo elemento ativo. Este ruído é mo<strong>de</strong>lado<br />
como <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> corrente di 2 G M<br />
igual a:<br />
16<br />
di 2 G M<br />
= 4kT.F GM .G M .df (2.14)<br />
on<strong>de</strong> G M é dado por 2.12, F GM é o fator do ruído do amplificador usado. A<br />
fonte do ruído do amplificador se comporta da mesma maneira que a fonte <strong>de</strong><br />
ruído <strong>de</strong> R P , por isto, analogamente, o ruído causado por este elemento é:<br />
dV 2 1<br />
(<br />
out,G M<br />
(ω 0 + ∆ω) = kT.<br />
(ω 0 C) .F ω0<br />
) 2 2 G M<br />
.G M .df (2.15)<br />
∆ω<br />
Os circuitos reais usam <strong>um</strong>a transcondutância maior do que o circuito precisa<br />
teoricamente, isto para garantir que a oscilação começará. Para incluir este ruído<br />
no cálculo, usa-se <strong>um</strong> fator empírico α para expressar a quantida<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong><br />
ruído que o amplificador gera comparado com <strong>um</strong> amplificador i<strong>de</strong>al. Ao <strong>de</strong>finir<br />
A = α.F GM e com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> G M <strong>de</strong> 2.12:<br />
(<br />
dV 2 ω0<br />
) 2<br />
out,G M<br />
(ω 0 + ∆ω) = kT.R eff .A .df (2.16)<br />
∆ω<br />
Os cálculos anteriores po<strong>de</strong>m se res<strong>um</strong>ir em:<br />
(<br />
dV 2 ω0<br />
) 2<br />
(ω 0 + ∆ω) = kT.R eff .[1 + A] .df (2.17)<br />
∆ω<br />
Para calcular a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase na saída do oscilador<br />
<strong>de</strong>ve ser integrada em <strong>um</strong>a largura <strong>de</strong> banda <strong>de</strong> 1Hz e dividida pela potência da<br />
portadora, o resultado <strong>de</strong>sta operação é:<br />
L{∆ω} = 10.log<br />
[<br />
k.T.Reff .[1 + A] ( ω 0<br />
) 2<br />
]<br />
∆ω<br />
VA 2/2 (2.18)<br />
on<strong>de</strong> V A é a amplitu<strong>de</strong> em tensão do sinal <strong>de</strong> oscilação.<br />
Este mo<strong>de</strong>lo expressa o ruído <strong>de</strong> fase da região 1/ω 2 em função das resistências<br />
parasitárias do circuito ressonador, das características do amplificador e da amplitu<strong>de</strong><br />
do sinal. Porém, o mo<strong>de</strong>lo ainda usa <strong>um</strong> parâmetro A que <strong>de</strong>ve ser<br />
<strong>de</strong>terminado para cada oscilador, situação que diminui a capacida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong>ste<br />
mo<strong>de</strong>lo para projetar o oscilador.
17<br />
2.2.4 Mo<strong>de</strong>lo LTV<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Craninckx ass<strong>um</strong>e condições <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> e invariância no tempo,<br />
porém, estas condições <strong>de</strong>vem ser reconsi<strong>de</strong>radas.<br />
A não linearida<strong>de</strong> é <strong>um</strong>a proprieda<strong>de</strong> intrínseca do oscilador, já que é necessária<br />
para limitar a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação. A aparição <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> baixas<br />
freqüências em freqüências próximas da freqüência <strong>de</strong> oscilação tem dado origem<br />
a teorias baseadas em mo<strong>de</strong>los não lineares, mas estes mo<strong>de</strong>los não conseguem<br />
<strong>de</strong>screver totalmente o efeito visto [27].<br />
O autor do mo<strong>de</strong>lo LTV [28] propõe que a não linearida<strong>de</strong>, produzida pelo<br />
controle <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>, afeta o ruído <strong>de</strong> fase só como <strong>um</strong> reflexo do seu efeito na<br />
forma <strong>de</strong> onda do sinal. As perturbações são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> muito<br />
menor à amplitu<strong>de</strong> do sinal, e supõe que se <strong>um</strong>a certa perturbação produzirá <strong>um</strong>a<br />
variação na fase, então <strong>um</strong>a perturbação com o dobro <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> produzirá o<br />
dobro da variação na fase antes obtida. Isto é, consi<strong>de</strong>ra linear a relação entre o<br />
ruído e a fase.<br />
Ao falar <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> é preciso especificar as variáveis <strong>de</strong> entrada e saída<br />
que estão sendo relacionadas. N<strong>um</strong> sistema é possível ter relações lineares entre<br />
<strong>um</strong> par <strong>de</strong> variáveis enquanto entre outras não. A análise da relação ruído-fase é<br />
feita quando o sinal já alcançou o estado estável, o qual já tem em conta o efeito<br />
das não linearida<strong>de</strong>s do circuito. Então, a hipótese <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> ruído-fase não<br />
contradiz a não linearida<strong>de</strong> produto do controle <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação.<br />
Para <strong>de</strong>mostrar que a condição <strong>de</strong> invariância no tempo suposta no mo<strong>de</strong>lo<br />
do Craninckx não é verda<strong>de</strong>ira, é suficiente aplicar <strong>um</strong> pulso <strong>de</strong> corrente a <strong>um</strong><br />
sistema tanque LC e observar sua resposta. Ass<strong>um</strong>e-se que antes do impulso, o<br />
circuito oscila com freqüência e amplitu<strong>de</strong> constante. O pulso aplicado produzirá<br />
<strong>um</strong>a varianção abrupta na tensão do capacitor mas a corrente do indutor ficará<br />
estável. A variação da tensão será ∆V = ∆Q/C, on<strong>de</strong> ∆Q é a carga total<br />
aplicada pelo impulso e C é a capacitância total do nó.<br />
Se o pulso for aplicado no pico da oscilação, a amplitu<strong>de</strong> variará mas a fase<br />
continuará igual. Se o pulso for aplicado no ponto on<strong>de</strong> o sinal cruza o zero, produzirá<br />
o máximo <strong>de</strong> perturbação na fase e <strong>um</strong>a mínima perturbação na amplitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oscilação conforme ilustra a Fig. 2.7.<br />
Para verificar que a adoção da condição <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> é correta, Hajimiri<br />
simulou dois osciladores, <strong>um</strong> em anel e <strong>um</strong> Colpitts, aplicando <strong>um</strong> pulso <strong>de</strong> cor-
18<br />
✻V out<br />
✻V out<br />
✲ t<br />
✲ t<br />
✻ i t<br />
✻<br />
✲ t<br />
✻ i t<br />
✻<br />
✲ t<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 2.7. (a) Impulso aplicado no pico do sinal; (b) Impulso aplicado no<br />
cruzamento com zero.<br />
rente no momento em que o sinal cruza por zero e observou a variação gerada<br />
na fase do sinal [28]. Várias simulações foram feitas injetando diferentes cargas<br />
e observando <strong>um</strong>a relação linear entre a carga injetada e o excesso <strong>de</strong> fase<br />
gerado. A função <strong>de</strong> transferência corrente-fase é linear embora os elementos tenham<br />
comportamento tensão-corrente não linear. Entretanto, a não linearida<strong>de</strong><br />
dos elementos do circuito <strong>de</strong>finem os limites do ciclo <strong>de</strong> oscilação e influenciam o<br />
ruído <strong>de</strong> fase.<br />
As simulações feitas por Hajimiri não pareciam ser suficientes para <strong>de</strong>mostrar<br />
a condição <strong>de</strong> lineariada<strong>de</strong> que o autor propõe, e a primeira vista é difícil <strong>de</strong><br />
acreditar que o ruído <strong>de</strong> fase do oscilador presenta o comportamento <strong>de</strong>scrito<br />
na Fig. 2.7 <strong>de</strong> maneira que foram feitas diversas simulações para comprovar esse<br />
comportamento. Simulou-se <strong>um</strong> oscilador afetado por pulsos <strong>de</strong> corrente en certos<br />
instantes <strong>de</strong> tempo e mediu-se a variação gerada na fase do sinal, as simulações<br />
incluiram situações tais como: (a) Simular a variação <strong>de</strong> fase gerada por pulsos<br />
<strong>de</strong> diversas magnitu<strong>de</strong>s aplicados no mesmo instante <strong>de</strong> tempo; (b) Aplicar <strong>um</strong><br />
pulso positivo e tempo <strong>de</strong>pois aplicar <strong>um</strong> pulso negativo da mesma magnitu<strong>de</strong>;<br />
(c) Aplicar dois pulsos positivos, <strong>um</strong> pulso negativo e comparar a variação <strong>de</strong><br />
fase gerada com a variacão obtida n<strong>um</strong> oscilador afetado somente por <strong>um</strong> pulso<br />
da mesma magnitu<strong>de</strong> utilizada no primeiro caso. Os resultados das simuluções<br />
comprovaram a condição <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> proposta por Hajimiri.<br />
Dado que a entrada tipo impulso produz <strong>um</strong>a mudança abrupta na fase, que<br />
respon<strong>de</strong> com <strong>um</strong> <strong>de</strong>grau cuja amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> periodicamente do tempo τ no<br />
local da aplicação do pulso. A variação <strong>de</strong> fase po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita por:<br />
h φ (t, τ) = Γ(ω 0τ)<br />
q max<br />
u(t − τ) (2.19)<br />
on<strong>de</strong> q max é o máximo incremento <strong>de</strong> carga no capacitor do nó (este termo
19<br />
divi<strong>de</strong> Γ(x) para normalizar a função), u(t) é o passo unitário e Γ(x) a função <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao impulso (ISF Impulse Sensitiviy Function). Γ(x) é <strong>um</strong>a função<br />
sem dimensões, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da freqüência e amplitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> período 2π que <strong>de</strong>screve<br />
a variação <strong>de</strong> fase gerada por <strong>um</strong> pulso unitário aplicado em t = τ.<br />
Depois <strong>de</strong> obter a ISF po<strong>de</strong>-se calcular a variação <strong>de</strong> fase por meio do uso<br />
da integral <strong>de</strong> superposição, opção válida já que a superposição está ligada à<br />
linearida<strong>de</strong> e não à invariância no tempo. Assim, a variação da fase po<strong>de</strong> ser<br />
dada por:<br />
φ(t) =<br />
∫ ∞<br />
−∞<br />
h φ (t, τ)i(τ)dτ = 1<br />
q max<br />
∫ t<br />
−∞<br />
Γ(ω 0 τ)i(τ)dτ (2.20)<br />
on<strong>de</strong> i(τ) é a fonte <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong> ruído aplicada no nó <strong>de</strong> interesse.<br />
Para expressar esta equação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma mais prática, a função periódica<br />
ISF po<strong>de</strong> ser escrita como <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> Fourier:<br />
Γ(ω 0 τ) = c ∞<br />
0<br />
2 + ∑<br />
c n cos(nω 0 τ + θ n ) (2.21)<br />
n=1<br />
on<strong>de</strong> os coeficientes c n são reais e θ n é a fase da n-ésima harmônica <strong>de</strong> ISF.<br />
Os termos θ n são ignorados porque se ass<strong>um</strong>e que os componentes do ruído são<br />
não-correlacionados, por isto, a fase relativa <strong>de</strong>les é irrelevante.<br />
Ao substituir Γ(ω 0 τ) em 2.20 e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> trocar a or<strong>de</strong>m entre a somatória e<br />
a integral, se obtém:<br />
[<br />
φ(t) = 1 ∫<br />
c t<br />
0<br />
i(τ)dτ +<br />
q max 2 −∞<br />
∞∑<br />
∫ t<br />
c n<br />
n=1<br />
−∞<br />
i(τ)cos(nω 0 τ)dτ<br />
]<br />
(2.22)<br />
A equação 2.22 permite o cálculo <strong>de</strong> φ(t) para <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> corrente aplicada<br />
em qualquer nó do circuito, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter os coeficientes da ISF.<br />
Com o intiuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>mostrar que <strong>um</strong> circuito linear, variável no tempo po<strong>de</strong><br />
gerar componentes espectrais <strong>de</strong> freqüências diferentes, o autor ass<strong>um</strong>e <strong>um</strong>a fonte<br />
<strong>de</strong> corrente senoidal cuja freqüência é próxima ao múltiplo inteiro m da freqüência<br />
<strong>de</strong> oscilação, aplicada n<strong>um</strong> nó qualquer do circuito:<br />
i(t) = I m cos[(mω 0 + ∆ω)t] (2.23)<br />
on<strong>de</strong> ∆ω ≪ w 0 .<br />
Ao substituir 2.23 em 2.22, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ass<strong>um</strong>ir que a contribuição à integral<br />
dos termos para os quais n ≠ m é <strong>de</strong>sprecível, o resultado aproxima-se a:
20<br />
φ(t) ≈ I mc m sin(∆ωt)<br />
2q max ∆ω<br />
(2.24)<br />
Observe-se que o espectro resultante consta <strong>de</strong> duas bandas laterais em ±∆ω,<br />
embora a freqüência da corrente injetada estivesse próxima <strong>de</strong> <strong>um</strong> múltiplo inteiro<br />
<strong>de</strong> ω 0 . Com isto, foi possível explicar a conversão <strong>de</strong> freqüência observada no<br />
oscilador sem precisar o conceito <strong>de</strong> não linearida<strong>de</strong>.<br />
A equação 2.24 consegue <strong>de</strong>screver o espectro <strong>de</strong> φ(t), mas o objetivo principal<br />
é achar o espectro da saída <strong>de</strong> tensão do oscilador. Para achar a relação<br />
entre estes dois espectros, aproximou-se a saída do oscilador a <strong>um</strong> sinal senoidal<br />
v out = cos[ω 0 t + φ(t)], função que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada <strong>um</strong> conversor fase-tensão.<br />
Esta conversão é não linear pois é basicamente a modulação <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> <strong>um</strong> sinal<br />
senoidal.<br />
Dado isto, <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> ruído i(t) = I n cos[(nω 0 + ∆ω)t] produzirá<br />
duas bandas laterais na freqüência ω 0 ± ∆ω no espectro da tensão <strong>de</strong> saída do<br />
oscilador. A potência <strong>de</strong>sta banda lateral relativa à portadora será dada por:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
( ) 2 In .c n<br />
P SBC (∆ω) = 10.log<br />
(2.25)<br />
4.q max ∆ω<br />
I n : Amplitu<strong>de</strong> da fonte <strong>de</strong> ruído i(t);<br />
c n : Coeficiente n-ésimo da ISF. (Eq. 2.21 );<br />
q max : Máximo incremento <strong>de</strong> carga no capacitor do nó on<strong>de</strong> a fonte <strong>de</strong><br />
ruído for aplicada;<br />
∆ω : Offset da freqüência <strong>de</strong> oscilação ω 0 .<br />
O passo seguinte é consi<strong>de</strong>rar <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> ruído i n (t), cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral<br />
possui <strong>um</strong>a região plana e <strong>um</strong>a região 1/f (Fig. 2.8.a). Com base na<br />
equação 2.25, os componentes <strong>de</strong> ruído próximos das freqüências múltiplas inteiras<br />
da freqüência <strong>de</strong> oscilação são trasladadas para as bandas laterais <strong>de</strong> baixa<br />
freqüência no espectro <strong>de</strong> S φ (ω) (Fig. 2.8.b). Componentes que serão transformados<br />
nas bandas laterais próximas da freqüência <strong>de</strong> oscilação no espectro da<br />
tensão <strong>de</strong> saída do oscilador S V (ω) (Fig. 2.8.c).<br />
O espectro total <strong>de</strong> S φ (w) é a soma das contribuições das freqüências próximas<br />
das harmônicas <strong>de</strong> ω 0 pon<strong>de</strong>radas pelos coeficientes c n (Fig. 2.8). As observações<br />
<strong>de</strong> Leeson previram regiões 1/f 3 , 1/f 2 e 1/f no espectro do ruído <strong>de</strong> fase. O ruído
21<br />
i 2 n<br />
✻<br />
∆f (ω) ω 0 2ω 0 4ω 0<br />
S φ (ω)<br />
S V (ω)<br />
(a)<br />
c 0<br />
✻<br />
c ✑ ✏ ✏ ✘<br />
✑1<br />
c 2<br />
❄<br />
✏✮✏<br />
✑✑✰<br />
✘✾✘ ✏✏✏✏✏ ✘✘ ✘ ✘✘ ✘c ✘✘ ✘ ✘✘<br />
3<br />
◗ ◗◗◗<br />
(b)<br />
✻<br />
✲ ω<br />
✲ ω<br />
ω 0 2ω 0 4ω 0<br />
(c)<br />
Figura 2.8. Evolução do espectro <strong>de</strong> potência do ruído do circuito até o espectro <strong>de</strong><br />
potência do ruído <strong>de</strong> fase: (a) Densida<strong>de</strong> espectral da fonte <strong>de</strong> ruído; (b) Densida<strong>de</strong><br />
espectral da fase <strong>de</strong> oscilação; (c) Densida<strong>de</strong> espectral da tensão <strong>de</strong> saída do oscilador.<br />
✲ ω<br />
<strong>de</strong> baixa freqüência, como o flicker, é modificado pelo coeficiente c 0 e mostra<br />
<strong>um</strong>a <strong>de</strong>pendência 1/f 3 com o ∆ω. Outras fontes <strong>de</strong> ruído branco são modificadas<br />
pelos outros coeficientes c n e originam a região 1/f 2 no espectro do ruído <strong>de</strong> fase.<br />
Aparentemente, se a fonte <strong>de</strong> ruído i(t) tivesse termos em 1/f n , estes termos<br />
apareceriam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> 1/f n+2 no espectro do ruído <strong>de</strong> fase.<br />
Hajimiri apresentou <strong>um</strong>a expressão do espectro do ruído <strong>de</strong> fase na região <strong>de</strong><br />
1/f 2 , dada por:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
⎛ ⎞<br />
i 2 n<br />
L{∆ω} = 10.log ⎝<br />
∆f Γ2 rms<br />
⎠ (2.26)<br />
2.qmax∆ω 2 2<br />
i 2 n<br />
∆f<br />
Γ rms<br />
∆ω<br />
q max<br />
: Densida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência da fonte <strong>de</strong> ruído;<br />
: Valor RMS da ISF;<br />
: Distância da freqüência <strong>de</strong> oscilação;<br />
: Máxima variação <strong>de</strong> carga.<br />
Da Fig. 2.8 é fácil observar que o fato <strong>de</strong> minimizar os coeficientes c n , o que<br />
significa minimizar ISF, minimizará o ruído <strong>de</strong> fase. Esta mesma conclusão po<strong>de</strong><br />
ser vista na equação 2.26, on<strong>de</strong> a redução <strong>de</strong> Γ rms implicará na redução do ruído<br />
<strong>de</strong> fase.
22<br />
O autor <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo [28] apresenta como <strong>um</strong>a característica notável do seu<br />
trabalho que a expressão do ruído <strong>de</strong> fase não precise <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> ajuste. Porém,<br />
na verda<strong>de</strong> os métodos para a obtenção da ISF são baseados na simulação do circuito<br />
todo ou precisam <strong>de</strong> cálculos complexos, situação que não ajuda no projeto.<br />
A vantagem do mo<strong>de</strong>lo é que consegue <strong>de</strong>screver como e quais dos componentes<br />
do espectro do ruído do circuito são levados à tensão <strong>de</strong> saída em freqüências<br />
próximas <strong>de</strong> ω 0 . O mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong> ser usado para optimizar <strong>um</strong> circuito feito ou<br />
criar critérios para o projeto do oscilador.<br />
2.2.5 Especificações do Ruído <strong>de</strong> Fase<br />
A especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase do oscilador está ligada às especificações do sistema<br />
<strong>de</strong> rádio para o qual está sendo projetado. Os parágrafos seguintes <strong>de</strong>finem<br />
as especificações <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema receptor que serão usadas para o cálculo da especificação<br />
do ruído <strong>de</strong> fase do nosso oscilador.<br />
• BER<br />
O BER, da sigla em inglês Bit Error Ratio, é a razão <strong>de</strong> bits recebidos<br />
errados com relação ao número total <strong>de</strong> bits recebidos.<br />
• Sensibilida<strong>de</strong><br />
O nível <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, especificado em dBm, é a mínima potência <strong>de</strong> sinal<br />
<strong>de</strong>tectável na entrada do receptor <strong>de</strong> tal forma que a relação sinal a<br />
ruído (SNR) na saída seja suficiente para <strong>um</strong>a aplicação dada [29]. Porém,<br />
a entrada do receptor está casada a <strong>um</strong>a impedância R IN (Fig. 2.9) e a<br />
consi<strong>de</strong>ração da tensão da fonte V S ou a tensão nos terminais <strong>de</strong> entrada<br />
do receptor V IN po<strong>de</strong> dar origem a duas especificações diferentes <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>.<br />
Para evitar confusões e dado que a maioria dos equipamentos e<br />
sistemas receptores estão casados a 50 Ω, a sensibilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>finida como a<br />
potência fornecida à entrada do receptor sob condições <strong>de</strong> casamento.<br />
Finalmente, o nível <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> rádio é a mínima<br />
potência <strong>de</strong> sinal fornecida na entrada do sistema tal que seja obtido <strong>um</strong>a<br />
relação sinal-ruído (SNR) necessária para alcançar o BER requerido.<br />
• Sinais <strong>de</strong> Interferência
23<br />
R s<br />
Receptor<br />
V s<br />
V IN<br />
R IN<br />
Figura 2.9. Entrada <strong>de</strong> <strong>um</strong> receptor com fonte <strong>de</strong> tensão.<br />
Potência<br />
✻<br />
Sinal não <strong>de</strong>sejado<br />
Sinal <strong>de</strong>sejado<br />
✛ Nível <strong>de</strong> saída normal<br />
✛ Saída na presença <strong>de</strong><br />
sinal não <strong>de</strong>sejado<br />
✲<br />
ω<br />
Figura 2.10. O fenômeno <strong>de</strong> Blocking<br />
A especificação <strong>de</strong> Sinais <strong>de</strong> interferência ou sinais <strong>de</strong> bloqueio (Blocking)<br />
do sistema é sua capacida<strong>de</strong> se opor a sinais <strong>de</strong> interferência localizados<br />
em canais adjacentes. No caso <strong>de</strong> existir sinais mais potentes na entrada<br />
do receptor, estes sinais po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sensibilizar o receptor, ou seja, reduzir a<br />
potência aparente do sinal <strong>de</strong>sejado que ele teria se o sinal <strong>de</strong> interferência<br />
não estiver presente. Esta situação é mostrada na Fig. 2.10 [30].<br />
Cálculo da especificação do ruído <strong>de</strong> fase<br />
A especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase é <strong>um</strong>a medida da pureza do espectro do oscilador<br />
local usado no circuito. O sinal gerado pelo oscilador local do circuito receptor<br />
será usado pelo mixer para trasladar o espectro do sinal <strong>de</strong>sejado, em alta<br />
freqüência, até <strong>um</strong>a freqüência menor. Porém, neste processo as bandas laterais<br />
do espectro do oscilador local serão multiplicadas pelos sinais em freqüências<br />
próximas da portadora, este produto representará interferência na banda do sinal<br />
<strong>de</strong>sejado.<br />
Um método simples para calcular a especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase do oscilador<br />
é ass<strong>um</strong>ir que o canal do receptor não possui ruído e que a única interferência<br />
produzida na banda do sinal <strong>de</strong>sejado será causada pelo ruído <strong>de</strong> fase do oscilador.<br />
Isto significa que a única inteferência consi<strong>de</strong>rada será o produto da mistura das
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
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¢<br />
¢<br />
¢<br />
¢<br />
¢ £<br />
£ £<br />
£ £<br />
£<br />
¢<br />
§<br />
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¤<br />
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¤<br />
¤<br />
¤ ¥ ¥ ¥<br />
¦<br />
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¦ § § § §<br />
¤<br />
¡<br />
¡<br />
¡<br />
§<br />
§ ¥<br />
¦<br />
¦<br />
¦<br />
¥<br />
¥<br />
¤<br />
¤<br />
¤<br />
bandas laterais do espectro do oscilador com os sinais bloqueadores fora da banda<br />
do sinal. A Fig. 2.11 apresenta o método citado anteriormente [29].<br />
24<br />
Potência<br />
Espectro do sinal<br />
<strong>de</strong> Entrada<br />
Sinal<br />
Desejado<br />
Interferência<br />
Receptor<br />
Sinal<br />
Desejado<br />
Saída do<br />
Receptor<br />
//<br />
BW<br />
∆ω<br />
ω<br />
Sinal<br />
LO<br />
Saída<br />
Interferência<br />
C/I min<br />
ω<br />
Espectro do<br />
<strong>Oscilador</strong><br />
Potência<br />
L{∆ω}<br />
//<br />
//<br />
ω 0<br />
∆ω<br />
ω<br />
Figura 2.11. Cálculo simples do ruído <strong>de</strong> fase do circuito oscilador.<br />
O espectro do ruído <strong>de</strong> fase medido a <strong>um</strong>a freqüência ∆f separado da portadora<br />
é consi<strong>de</strong>rado plano <strong>de</strong>ntro da banda <strong>de</strong> interesse. A potência da interferência,<br />
produto da multiplicação dos sinais <strong>de</strong> bloqueio com as bandas laterais<br />
do espectro do oscilador, é comparada com a potência da mistura entre o sinal<br />
<strong>de</strong>sejado e a energia da portadora. O ruído <strong>de</strong> fase é calculado com base na<br />
relação sinal-ruído requerido na saída do mixer (SNR), na potência dos sinais <strong>de</strong><br />
bloqueio separados ∆f do sinal <strong>de</strong>sejado (S BL ) e a potência do sinal <strong>de</strong>sejado<br />
(S Des ) (Eq. 2.27).<br />
on<strong>de</strong>:<br />
L{∆f}<br />
[ ] dBc<br />
= (S Des − S BL ) − SNR − 10log(BW ) (2.27)<br />
Hz<br />
L{∆f} : Ruído <strong>de</strong> fase;<br />
S BL<br />
S Des<br />
SNR<br />
: Potência do sinal <strong>de</strong> bloqueio;<br />
: Potência do sinal <strong>de</strong>sejado;<br />
: Relação <strong>de</strong> Sinal-Ruído;
25<br />
BW<br />
: Largura <strong>de</strong> banda do sinal <strong>de</strong>sejado.<br />
Especificação do ruído <strong>de</strong> fase do oscilador para Bluetooth<br />
A seguir será calculada a especificação do ruído <strong>de</strong> fase do oscilador a partir das<br />
especificações <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> comunicação padrão. Para o nosso trabalho,<br />
tomou-se como base a especificação do Bluetooth [31], já que ele é especificado<br />
para operar na banda ISM (Industrial Scientific Medical) <strong>de</strong> 2,4 GHz e projetado<br />
para comunicações para distâncias curtas com baixo cons<strong>um</strong>o.<br />
Na maioria dos países, a banda <strong>de</strong> operação do Bluetooth é 2,400 GHz a<br />
2,4835 GHz. As freqüências <strong>de</strong> canal são F = (2402 + k) MHz, com k = 0,<br />
1,...,78. O sistema especifica <strong>um</strong>a banda <strong>de</strong> guarda inferior <strong>de</strong> 2 MHz, banda <strong>de</strong><br />
guarda superior <strong>de</strong> 3,5 MHz e espaçamento entre canais <strong>de</strong> 1 MHz. Bluetooth<br />
exige obter <strong>um</strong> BER <strong>de</strong> 0,1% com <strong>um</strong> nível <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> -70 dBm.<br />
Na modulação FSK (Frequency Shift Key) o bit 0 é representado por <strong>um</strong><br />
sinal <strong>de</strong> freqüência f 0 e o bit 1 é representado por <strong>um</strong> sinal <strong>de</strong> freqüência f 1 ,<br />
ambos durante <strong>um</strong> intervalo <strong>de</strong> T segundos. O modulador FSK usa <strong>um</strong> VCO<br />
controlado pela tensão gerada pelo bit <strong>de</strong> informação, mas esta entrada digital<br />
gera <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> harmônicas na saída e <strong>um</strong>a ampla largura <strong>de</strong><br />
banda é ocupada.<br />
Na modulação GFSK (Gaussian FSK ) os bits ’0’ e ’1’ são convertidos para<br />
sinais com valores -1 e +1, passam por <strong>um</strong> filtro Gaussiano e a saída do filtro<br />
é ligada à tensão <strong>de</strong> controle do VCO (Fig. 2.12). O fato <strong>de</strong> usar <strong>um</strong> filtro<br />
Gaussiano reduz a largura <strong>de</strong> banda tanto na entrada do VCO quanto na sua<br />
saída, aproveitando melhor o espectro do que no caso da modulação FSK [32]. O<br />
Bluetooth usa modulação GFSK com BT=0,5 e indice <strong>de</strong> modulação (M i ) entre<br />
0,28 e 0,35. As <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> BT e M i são dadas a seguir [32, 33]:<br />
BT = BW.T (2.28)<br />
M i = 2.f d .T (2.29)<br />
on<strong>de</strong>:<br />
BT : Largura da banda relativa;<br />
BW : Largura da banda do filtro;
26<br />
T : Período do bit;<br />
M i : Índice <strong>de</strong> modulação;<br />
f d : Desvio da freqüência. Desvio máximo da freqüência da portadora<br />
quando <strong>um</strong> bit ’1’ ou ’0’ são transmitidos.<br />
BITS<br />
Conversor a<br />
−1 .. +1<br />
Filtro Gaussiano<br />
com BT=0,5<br />
VCO<br />
Saida<br />
Figura 2.12. Diagrama <strong>de</strong> <strong>um</strong> modulador GFSK.<br />
Para achar a especificação do ruído <strong>de</strong> fase, é preciso transformar a especificação<br />
do BER requerido ao valor <strong>de</strong> SNR correspon<strong>de</strong>nte, tentou-se achar a<br />
expressão para este cálculo mas só foram achados valores especificados por Design<br />
Kits para projetos <strong>de</strong> sistemas para Bluetooth. Adotou-se o valor <strong>de</strong> 21 dB<br />
(modulação GFSK, Mi=0,28) [32, 34].<br />
O último parâmetro necessário para o cálculo da especificação do ruído <strong>de</strong><br />
fase é a relação <strong>de</strong> potência entre o sinal <strong>de</strong>sejado e os sinais <strong>de</strong> interferência em<br />
canais adjacentes (S BL − S Des ), esta informação é fornecida pelas especificações<br />
do sistema. As especificações <strong>de</strong>sta relação, para o Bluetooth, são mostradas na<br />
tabela 2.1.<br />
Tabela 2.1: Especificações <strong>de</strong> Sinais <strong>de</strong> interferência - Bluetooth<br />
Requerimento<br />
Interferência no mesmo canal (C/I co−channel )<br />
Interferência em canal adjacente 1 MHz (C/I 1MHz )<br />
Interferência em canal adjacente 2 MHz (C/I 2MHz )<br />
Interferência em canal adjacente ≥ 3 MHz (C/I 3MHz )<br />
Relação Sinal/Interferência<br />
11 dB<br />
0 dB<br />
-30 dB<br />
-40 dB<br />
Usando a equação 2.27 e substituindo os valores pelos dados obtidos das especificações<br />
<strong>de</strong> Bluetooth, temos:<br />
[ ] dBc<br />
L{1 MHz}<br />
Hz<br />
[ ] dBc<br />
L{2 MHz}<br />
Hz<br />
[ ] dBc<br />
L{3 MHz}<br />
Hz<br />
= 0 dB − 21 dB − 10.log(1 MHz) = −81 dBc/Hz<br />
= −30 dB − 21 dB − 10.log(1 MHz) = −111 dBc/Hz<br />
= −40 dB − 21 dB − 10.log(1 MHz) = −121 dBc/Hz
27<br />
2.3 Descrição do Circuito <strong>Oscilador</strong><br />
Para a implementação escolheu-se <strong>um</strong> oscilador LC, <strong>um</strong>a vez que é <strong>um</strong> circuito que<br />
permite a integração total na tecnologia CMOS e possui <strong>um</strong> espectro mais puro<br />
que outras topologias sem implicar em dissipação <strong>de</strong> potência exagerada. Topologias<br />
típicas <strong>de</strong> osciladores LC são: o oscilador <strong>de</strong> par cruzado NMOS, o oscilador<br />
<strong>de</strong> par cruzado CMOS e o oscilador Colpitts. Os diagramas esquemáticos dos<br />
circuitos são mostrados na Fig. 2.13. O oscilador Colpitts é raramente usado <strong>de</strong>vido<br />
ao fato <strong>de</strong> ser <strong>um</strong> circuito single-en<strong>de</strong>d o faz mais sensível ao ruído da fonte<br />
<strong>de</strong> alimentação e ao ruído do substrato. Os osciladores <strong>de</strong> par cruzado NMOS<br />
e CMOS possuem o mesmo princípio <strong>de</strong> operação, porém, quanto maior for o<br />
número <strong>de</strong> transistores maior será o número <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> ruído. A topologia <strong>de</strong><br />
oscilador com par cruzado NMOS é com<strong>um</strong>ente usada em publicações recentes<br />
e mesmo sendo <strong>um</strong>a estrutura simples, permite a análise completa das características<br />
dos circuitos osciladores. Neste trabalho, o oscilador <strong>de</strong> par cruzado<br />
NMOS foi escolhido para a implementação.<br />
V dd<br />
M 2<br />
M 1<br />
I 1<br />
L 1 L 2<br />
L 1 R 1<br />
C 1 C 2<br />
V N V<br />
V N V P P<br />
V bias<br />
M 1 C 1<br />
I 1<br />
V dd<br />
V ctrl<br />
(a)<br />
V dd<br />
L 1<br />
C 1<br />
I 1<br />
(b)<br />
M 1 M 2<br />
M 3 M 3<br />
C 2<br />
(c)<br />
Figura 2.13. Topologias <strong>de</strong> osciladores LC: (a) Par cruzado NMOS; (b) Par<br />
cruzado CMOS; (c) Colpitts.<br />
O circuito oscilador <strong>de</strong> par cruzado NMOS consta <strong>de</strong> <strong>um</strong> circuito tanque, sintonizado<br />
na freqüência <strong>de</strong> operação, e <strong>um</strong> circuito ativo cuja função é repôr as<br />
perdas causadas pelas resistências parasitárias do circuito ressonante. O circuito<br />
tanque é formado pelos indutores L 1 , L 2 e os varactores C 1 , C 2 . A função dos<br />
varactores é permitir o controle da freqüência <strong>de</strong> oscilação, isto é feito mudando<br />
o valor da tensão <strong>de</strong> controle V CT RL . Os transistores NMOS em configuração <strong>de</strong>
28<br />
par cruzado constituem o circuito ativo do oscilador. Por último, a fonte I 1 proporciona<br />
a corrente necessária para a polarização do circuito e foi implementada<br />
com <strong>um</strong> transistor PMOS. O circuito possui saída diferencial <strong>de</strong> tensão entre os<br />
nós V P e V N .<br />
Esta seção está <strong>de</strong>dicada à <strong>de</strong>scrição do circuito oscilador implementado. Dado<br />
que o <strong>de</strong>sempenho dos osciladores LC está ligado às características do circuito<br />
ressonante, as próximas duas subseções <strong>de</strong>screvem os problemas que apresenta<br />
a implementação <strong>de</strong> indutores e varactores integrados, os mo<strong>de</strong>los usados para<br />
representá-los, e as consi<strong>de</strong>rações tomadas para o projeto do circuito. A terceira<br />
e última subseção apresenta o projeto do circuito ativo.<br />
2.3.1 Indutor<br />
Os indutores integrados po<strong>de</strong>m ser implementados com circuitos ativos ou circuitos<br />
passivos [35]. A implementação com circuitos ativos consta <strong>de</strong> <strong>um</strong> capacitor<br />
e dispositivos ativos que mudam a sua impedância <strong>de</strong> entrada para que o circuito<br />
se comporte como <strong>um</strong> indutor. A vantagem <strong>de</strong>sta implementação é o alto fator<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser alcançado mas isto é obtido com o custo <strong>de</strong> <strong>um</strong> alto<br />
ruído causado pelo ruído inerente aos elementos ativos [36].<br />
Os indutores passivos po<strong>de</strong>m ser implementados como fios ligados entre pads<br />
do circuito (bonding wires) ou como indutores planares.<br />
Os fios <strong>de</strong> ligação são usados para conectar os PADs do circuito aos pinos<br />
do encapsulamento, mas aos construí-los entre dois PADs do circuito é possível<br />
obter <strong>um</strong> indutor. A vantagen <strong>de</strong>sta classe <strong>de</strong> indutores é o alto fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
que possui, já que a resistência série é pequena, <strong>de</strong>terminada pela resistência do<br />
material condutor usado, normalmente <strong>um</strong> fio <strong>de</strong> ouro, e o valor da indutância é<br />
geralmente 1 nH por milímetro <strong>de</strong> comprimento [14]. O problema <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />
estrutura é a dificulda<strong>de</strong> no cálculo da sua indutância, pois, durante o processo <strong>de</strong><br />
fabricação não se consegue controlar totalmente a geometria do indutor: Os fios<br />
estão separados n<strong>um</strong>a distância <strong>de</strong>sconhecida do substrato, o fio não é exatamente<br />
<strong>um</strong>a linha reta e o diâmetro do fio po<strong>de</strong> variar.<br />
Os indutores planos integrados são conexões metálicas com forma espiral, feitas<br />
em <strong>um</strong>a ou mais camadas <strong>de</strong> metal disponíveis na tecnologia. Estas estruturas<br />
são <strong>de</strong> fabricação simples e com poucas variações. A <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong>stes indutores<br />
é o baixo fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que possuem, pois a resistência série é <strong>de</strong>terminada
29<br />
pela resistência da trilha metálica e existem outros componentes parasitários relacionados<br />
com o óxido e o substrato sobre o qual o indutor é fabricado.<br />
Os indutores planos são especificados pelas características geométricas, a saber:<br />
N : Número <strong>de</strong> voltas das espiras;<br />
W : Largura da trilha;<br />
S : Espaçamento entre os elementos das espiras;<br />
D : Diâmetro Externo, diâmetro interno ou a média <strong>de</strong>sses diâmetros;<br />
N L : Número <strong>de</strong> lados.<br />
São muitos os parâmetros que <strong>de</strong>finem a qualida<strong>de</strong> do indutor. O valor da<br />
indutância está <strong>de</strong>terminado pelas características geométricas do indutor, e o<br />
valor das componentes parasitas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características geométricas e dos<br />
parâmetros da tecnologia usada, portanto, a seleção das dimensões do indutor<br />
exige o trabalho com muitas relações custo/beneficio. O problema do mo<strong>de</strong>lamento<br />
dos indutores tem sido abordado <strong>de</strong> três formas diferentes [37]:<br />
• Solucionador <strong>de</strong> equações <strong>de</strong> campos electromagnéticos: A solução<br />
das equações <strong>de</strong> Maxwell é o enfoque que oferece maior precisão para a<br />
análise <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema elétrico distribuído. Programas tais como Sonnet<br />
[38] e MagNet [39] são simuladores electromagnéticos que solucionam estas<br />
equações com métodos n<strong>um</strong>éricos. Estes programas são a<strong>de</strong>quados para<br />
a simulação <strong>de</strong> estruturas simples, mas no caso <strong>de</strong> estruturas como os indutores,<br />
obter <strong>um</strong>a resposta po<strong>de</strong> <strong>de</strong>morar horas ou até dias, e exige ter<br />
acesso a <strong>um</strong> computador com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> procesamento e gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória.<br />
Para diminuir os tempos <strong>de</strong> simulação dos indutores surgiram programas<br />
<strong>de</strong>senvolvidos especificamente para a análise <strong>de</strong> indutores, programas que<br />
usam equações <strong>de</strong> Maxwell simplificadas. Entre estas ferramentas po<strong>de</strong>mos<br />
listar: ASITIC [40] e FastHenry [41].<br />
• Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> circuitos segmentados: Uma representação mais simples<br />
do indutor é criar <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo π para cada <strong>um</strong> dos segmentos do indutor,<br />
mo<strong>de</strong>lando a indutância do segmento, a sua resistência parasita, as suas capacitâncias<br />
e a indutância mútua entre segmentos [42, 5]. O problema <strong>de</strong>sta
30<br />
classe <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los é a alta complexida<strong>de</strong> que ele significa para o simulador<br />
elétrico.<br />
• Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> circuitos compactos, concentrados: O mo<strong>de</strong>lo concentrado<br />
é o mo<strong>de</strong>lo que mais facilmente é integrado no simulador elétrico,<br />
dado que é <strong>um</strong>a <strong>de</strong>scrição compacta que não complicará muito o trabalho<br />
do simulador elétrico. Neste mo<strong>de</strong>lo, o indutor é representado como <strong>um</strong><br />
circuito π como o mostrado na Fig. 2.14. O mo<strong>de</strong>lo consta <strong>de</strong> <strong>um</strong> indutor<br />
i<strong>de</strong>al L, <strong>um</strong>a resistência em série R s , os capacitores do óxido C ox , a<br />
resistência do substrato R si , e as capacitâncias do substrato C si .<br />
C p<br />
a<br />
L<br />
R s<br />
b<br />
C ox<br />
C ox<br />
C si<br />
R si<br />
C si<br />
R si<br />
Figura 2.14. Mo<strong>de</strong>lo tipo π completo do indutor.<br />
Neste trabalho, as simulações dos indutores foram feitas com ASITIC. Este é<br />
<strong>um</strong> programa <strong>de</strong>senvolvido por A. M. Niknejad, professor assistente na Berkeley<br />
University, durante seu trabalho <strong>de</strong> doutorado [40]. O ASITIC é <strong>de</strong> distribuição<br />
gratuita e é executado em <strong>um</strong>a máquina com sistema operacional Linux/Unix.<br />
O programa precisa <strong>de</strong> <strong>um</strong> arquivo <strong>de</strong> tecnologia que <strong>de</strong>screva as características<br />
do processo usado. Este arquivo contém a espessura e resistivida<strong>de</strong> do substrato<br />
usado; a espessura, a resistência <strong>de</strong> folha e a distância ao substrato <strong>de</strong> cada<br />
camada condutora, e a resistência das vias que os interconecta. O arquivo usado<br />
está listado no apêndice A. O ASITIC necessita como entrada as características<br />
geométricas <strong>de</strong> cada indutor e fornece no fim o mo<strong>de</strong>lo tipo π do indutor, como<br />
mostrado na Fig. 2.15, representação que po<strong>de</strong> ser inserida no arquivo para a<br />
simulação elétrica do circuito.<br />
Antes <strong>de</strong> realizar as simulações <strong>de</strong> indutores com ASITIC, é preciso escolher<br />
<strong>um</strong> conjunto limitado <strong>de</strong> valores para os parâmetros que <strong>de</strong>finem a geometria do<br />
indutor. Para esta escolha foram utilizadas as seguintes recomendações:
31<br />
a<br />
L<br />
R s<br />
b<br />
C s1<br />
C s2<br />
R si<br />
R si<br />
Figura 2.15. Mo<strong>de</strong>lo tipo π do indutor gerado por ASITIC.<br />
• Limitar a largura da trilha <strong>de</strong> metal. Primeiro, se <strong>um</strong>a área fixa for consi<strong>de</strong>rada,<br />
o fato <strong>de</strong> usar linhas mais largas reduz o número <strong>de</strong> voltas possíveis<br />
e a indutância. Segundo, nas altas freqüências <strong>de</strong> operação, por causa do<br />
efeito pelicular, o fluxo <strong>de</strong> corrente estará limitado às zonas superficiais do<br />
condutor, e embora a largura da trilha <strong>de</strong> metal a<strong>um</strong>entasse a resistência<br />
série alcançará seu limite mínimo.<br />
• Usar o menor espaço possível entre linhas adjacentes. Isto maximizará a<br />
indutância mútua entre linhas e a indutância total. Na maioria dos casos,<br />
a capacitância lateral entre os segmentos é <strong>de</strong>sprezível se o espaçamento for<br />
da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2 µm e o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> não será afetado.<br />
• Não preencher o indutor até o centro do dispositivo. Por causa das correntes<br />
Eddy, as voltas no centro do indutor possuem <strong>um</strong>a alta resistência, enquanto<br />
sua contribuição à indutância é muito pequena.<br />
• Limitar a área ocupada pelo indutor. No caso <strong>de</strong> substratos condutivos, a<br />
altas freqüências, o campo magnético gerado pelo indutor gera correntes no<br />
substrato que produzem perdas resistivas e reduzem o valor da indutância<br />
e o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
• Em processos multicamadas usar os níveis <strong>de</strong> metal mais externos possíveis.<br />
Geralmente o metal no nível mais externo da tecnologia possui a menor resistência<br />
por quadrado, significando <strong>um</strong>a menor resistência série no indutor,<br />
e o fato <strong>de</strong> ficar mas afastado do substrato implicará em <strong>um</strong>a capacitância<br />
parasitária menor.<br />
Seguindo estas indicações, foram feitas simulações <strong>de</strong> várias estruturas. Os<br />
indutores simulados foram estruturas quadradas, implementados com duas camadas<br />
<strong>de</strong> metal dos níveis superiores, MET3 e MET4, ligados em paralelo; variando
32<br />
as larguras <strong>de</strong> trilha (W) <strong>de</strong> 8µm, 10µm e 12µm; espaçamento entre linhas (S)<br />
<strong>de</strong> 2µm; diâmetro externo <strong>de</strong> 150µm a 310µm e número <strong>de</strong> voltas N=3. Simulações<br />
<strong>de</strong> indutores <strong>de</strong> 2 e 4 voltas também foram feitas, mas os indutores do<br />
primeiro caso foram <strong>de</strong>scartados porque precisavam maior área do que os outros,<br />
os indutores <strong>de</strong> 4 voltas possuiam <strong>um</strong>a resistência série maior.<br />
A seguir apresentam-se os resultados das simulações. A Fig. 2.16 mostra o<br />
valor da indutância em função do diâmetro externo do indutor e a Fig.2.17 mostra<br />
a resistência série do indutor em função do valor da indutância.<br />
Indutância [nH]<br />
6,5<br />
6,0<br />
W=8 N=3 S=2<br />
5,5<br />
W=10 N=3 S=2<br />
5,0<br />
W=12 N=3 S=2<br />
4,5<br />
4,0<br />
3,5<br />
3,0<br />
2,5<br />
2,0<br />
1,5<br />
1,0<br />
140 160 180 200 220 240 260 280 300 320<br />
Diâmetro externo [µm]<br />
Figura 2.16. Indutância versus Diâmetro externo<br />
Rs [ Ω ]<br />
13<br />
W=8 N=3 S=2<br />
12<br />
W=10 N=3 S=2<br />
11<br />
W=12 N=3 S=2<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5<br />
L [nH]<br />
Figura 2.17. Resistência série versus Indutância<br />
Outro parâmetro a ter em conta é a freqüência <strong>de</strong> auto-ressonância do indutor,<br />
pois este parâmetro limitará a freqüência à que o indutor po<strong>de</strong>rá operar. Como<br />
os indutores simulados têm poucas voltas e a largura das trilhas é pequena, a<br />
capacitância parasita é pequena e as freqüências <strong>de</strong> auto-ressonância no pior dos<br />
casos é 6 GHz. Os resultados obtidos nas simulações serão usados na seção 2.4<br />
durante o projeto do oscilador e seleção da geometria do indutor.
§¦<br />
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<br />
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<br />
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¡<br />
33<br />
2.3.2 Varactor<br />
Existem várias opções para a implementação <strong>de</strong> varactores em tecnologia CMOS<br />
padrão, entre estas opções estão os dispositivos típicos, tais como o diodo <strong>de</strong><br />
junção e o capacitor MOS, e outras estruturas novas como o capacitor MOS<br />
modo ac<strong>um</strong>ulação e o capacitor MOS modo inversão. O estudo <strong>de</strong> estruturas<br />
<strong>de</strong> varactores visam obter <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> capacitância maior, o que<br />
permitirá <strong>um</strong>a maior faixa <strong>de</strong> variação na freqüência <strong>de</strong> oscilação, e <strong>um</strong> fator <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> maior, para o varator não <strong>de</strong>teriorar o fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do circuito<br />
tanque. O problema do uso <strong>de</strong> estruturas novas com transistores MOS como<br />
circuito varactor é que no momento do projeto não se contava com os mo<strong>de</strong>los para<br />
a simulação nem ferramenta com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer a extração dos dispositivos.<br />
Finalmente <strong>de</strong>cidiu-se implementar <strong>um</strong> diodo <strong>de</strong> junção como varactor, P +<br />
sobre poço N, polarizado reversamente. Um estudo comparativo das estruturas <strong>de</strong><br />
diodos varactores [43] mostra que a estrutura diferencial apresenta o melhor fator<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, alcançando Q=155 operando a 1GHz em dispositivos fabricados<br />
em tecnologia CMOS 0,5 µm. A Fig. 2.18 apresenta a estrutura dos diodos<br />
varactores.<br />
V CTRL<br />
V S−<br />
V S+<br />
(a)<br />
V CTRL<br />
V S+<br />
V S−<br />
Diffusão P+<br />
Poço N Diffusão N+<br />
(b)<br />
Figura 2.18. Diodos varactores: (a) Esquema elétrico; (b) Estrutura física<br />
A capacitância <strong>de</strong> junção do diodo po<strong>de</strong> ser dada por:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
C = ( W ∗ L ∗ CJ 2 ∗ (W + L) ∗ CJSW<br />
)<br />
1 +<br />
V MJ<br />
+ ( )<br />
P B<br />
1 +<br />
V MJSW<br />
(2.30)<br />
P B<br />
C : Capacitância <strong>de</strong> junção do diodo;<br />
W e L :<br />
Lados do retângulo da área do capacitor;
34<br />
CJ : Capacitância por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área com polarização <strong>de</strong> tensão zero;<br />
CJSW : Capacitância por unida<strong>de</strong> lateral com polarização <strong>de</strong> tensão zero;<br />
PB : Potencial <strong>de</strong> junção;<br />
MJ : Coeficiente <strong>de</strong> gradação da junção <strong>de</strong> área;<br />
MJSW: Coeficiente <strong>de</strong> gradação da junção lateral;<br />
V : Tensão <strong>de</strong> polarização reversa.<br />
A variação da tensão do diodo está <strong>de</strong>terminada pelos limites das tensões<br />
aplicadas nos nós <strong>de</strong> saída do oscilador (anodos dos diodos) e o nó <strong>de</strong> aplicação<br />
da tensão <strong>de</strong> controle (cátodos dos diodos). Para garantir a polarização reversa<br />
dos diodos, a tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência V CT RL terá que ser maior ou igual<br />
à tensão nos nós <strong>de</strong> saída do oscilador. Para estimar a variação da capacitância<br />
dos diodos varactores, consi<strong>de</strong>ramos que os nós <strong>de</strong> saída terão <strong>um</strong> valor máximo<br />
<strong>de</strong> 1 Volt e que o valor máximo <strong>de</strong> V CT RL é o valor da tensão <strong>de</strong> alimentação 3,3<br />
V. Isto resulta em <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> variação da tensão reversa <strong>de</strong> 0 a 2,3 V. Com<br />
estes valores <strong>de</strong> tensão, o cálculo <strong>de</strong> variação da capacitância <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong><br />
L=2µm e W≥10*L apresenta <strong>um</strong>a relação Cv max /Cv min = 1, 87.<br />
Definimos Cv como o valor da capacitância quando o varactor é polarizado<br />
no ponto médio da faixa da variação da tensão (1,15 V) e com a curva obtida a<br />
partir da equação 2.30 obtém-se expressões para a capacitância máxima e mínima<br />
do varactor em função <strong>de</strong> Cv, dadas por:<br />
Cv max = 1, 47.Cv (2.31)<br />
Cv min = 0, 78.Cv (2.32)<br />
O oscilador é especificado para operar a 2,4 GHz e visando obter <strong>um</strong>a faixa<br />
<strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência que supere o possível <strong>de</strong>svio da freqüência por causa da<br />
variação dos componentes, adotou-se <strong>um</strong>a freqüência mínima <strong>de</strong> oscilação (f min )<br />
<strong>de</strong> 2,2 GHz e <strong>um</strong>a freqüência máxima ((f max )) <strong>de</strong> 2,6 GHz. Com estes limites <strong>de</strong><br />
freqüência, obteve-se os valores máximos e mínimos da capacitância <strong>de</strong> oscilação.<br />
2.π.f max =<br />
2.π.f min =<br />
1<br />
√<br />
L.Cmin<br />
1<br />
√<br />
L.Cmax<br />
Das duas equações anteriores e consi<strong>de</strong>rando f max /f min = 2, 6/2, 2, tem-se:
35<br />
2.π.f max<br />
2.π.f min<br />
=<br />
f max<br />
1 √ L.Cmin<br />
√ 1<br />
L.Cmax<br />
√<br />
Cmax<br />
=<br />
f min C min<br />
C max ≈ 1, 4.C min (2.33)<br />
A equação 2.33 estabelece que para conseguir a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong>sejada, a<br />
capacitância <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong>ve ter <strong>um</strong>a relação C max /C min ≈ 1, 4. A capacitância<br />
<strong>de</strong> oscilação C é formada pela capacitância do varactor (Cv) e as capacitâncias<br />
parasitas (Cp), conforme <strong>de</strong>scrito na equação 2.34.<br />
C = Cv + Cp (2.34)<br />
on<strong>de</strong> Cp são todas as capacitâncias associadas às interconexões e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
da polarização entre seus terminais.<br />
Usando as equações 2.33 e 2.34, achamos a relação máxima permitida entre<br />
as capacitâncias parasitas e a capacitância do varactor.<br />
C max = Cp + Cv max<br />
C min = Cp + Cv min<br />
C max<br />
= Cp + Cv max<br />
C min Cp + Cv min<br />
1, 4.(Cp + Cv min ) = Cp + Cv max<br />
1, 4.(Cp + 0, 78.Cv) = Cp + 1, 47.Cv<br />
Cp(1, 4 − 1) = Cv(1, 47 − (1, 4)(0, 78))<br />
Cp = 0, 9Cv (2.35)<br />
A equação 2.35 estabelece que para garantir a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência<br />
<strong>de</strong>sejada com as características do diodo varactor disponível na tecnologia, as<br />
capacitâncias parasitas <strong>de</strong>vem ser, no máximo, 90% do valor da capacitância do<br />
diodo varactor.<br />
2.3.3 Circuito Ativo<br />
A análise para o cálculo das dimensões dos transistores começa com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>um</strong> terminal do oscilador (Fig. 2.1), neste mo<strong>de</strong>lo representa-se o oscilador como
36<br />
<strong>um</strong> circuito ressonador com perdas e <strong>um</strong> circuito ativo ligados entre si. Na topologia<br />
escolhida, o circuito ressonador é formado pelo indutor (L), o capacitor (C)<br />
e a resistência em paralelo (R p ) que representa as perdas do circuito. O circuito<br />
ativo <strong>de</strong>ve ser projetado <strong>de</strong> tal forma que seja equivalente a <strong>um</strong>a resistência negativa<br />
(R NMOS ), que forneça a energia dissipada por R p a cada ciclo <strong>de</strong> oscilação<br />
e a oscilação seja mantida (Fig. 2.19).<br />
Circuito̷Ressonador<br />
Circuito̷Ativo<br />
R p C L R NMOS<br />
Figura 2.19. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>um</strong> terminal do oscilador.<br />
O circuito ativo é formado pelo par cruzado <strong>de</strong> transistores NMOS, o valor<br />
absoluto da resistência negativa que ele representa <strong>de</strong>ve ser menor ou igual ao<br />
valor da resistência equivalente em paralelo com o circuito tanque para o circuito<br />
oscilar (|R NMOS | ≤ R p ).<br />
A inequação anterior po<strong>de</strong>ria gerar confusão ao leitor, pois inicialmente po<strong>de</strong>rse-ia<br />
pensar que é preciso <strong>um</strong>a resistência negativa com valor absoluto maior o<br />
igual do que a resistência R p para contrarrestar as perdas e garantir a oscilação.<br />
Porém é preciso anotar que no mo<strong>de</strong>lo utilizado (Fig. 2.19) as resistências estão<br />
ligadas em paralelo e ao fazer o cálculo da resistência equivalente observa-se que<br />
efetivamente <strong>de</strong>ve-se satisfazer que |R NMOS | ≤ R p para obter <strong>um</strong>a resistência<br />
equivalente, em paralelo com o circuito tanque, <strong>de</strong> valor menor o igual a zero.<br />
O valor da resistência do par cruzado é <strong>de</strong>terminado ao calcular o valor da<br />
resistência R NMOS visto entre os seus terminais como é mostrado no circuito da<br />
Fig. 2.20. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> pequeno sinal do circuito é mostrado na Fig. 2.21.<br />
R NMOS<br />
V o1<br />
V o2<br />
M 1 M 2<br />
Figura 2.20. Circuito para o cálculo da impedância do par cruzado.
37<br />
V o1<br />
R NMOS<br />
V o2<br />
r ds<br />
I 1 I 2<br />
g m .v o2<br />
g m .v o1<br />
r ds<br />
Figura 2.21. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> pequeno sinal do par cruzado.<br />
Consi<strong>de</strong>rando simetria entre os transistores e por causa da simetria do circuito,<br />
po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar v o1 ⋍ −v o2 . Ao substituir a tensão <strong>de</strong> controle da fonte <strong>de</strong><br />
corrente I 1 , a corrente fornecida pela fonte é <strong>um</strong>a função da tensão entre os seus<br />
terminais. Isto último implica em que a fonte <strong>de</strong> corrente é equivalente a <strong>um</strong><br />
resistor <strong>de</strong> valor −1/g m (Fig. 2.22).<br />
+<br />
+<br />
+<br />
v o1<br />
−<br />
g m .v o2 v o1 −g m .v o1 v o1 −1/g m<br />
−<br />
−<br />
Figura 2.22. Circuito equivalente da fonte <strong>de</strong> corrente.<br />
Analogamente, a mesma transformação po<strong>de</strong> ser aplicada à fonte I 2 . O mo<strong>de</strong>lo<br />
modificado <strong>de</strong> pequeno sinal do par cruzado é mostrado na Fig. 2.23.<br />
V o1<br />
R NMOS<br />
V o2<br />
r ds<br />
−1/g m<br />
−1/g m<br />
r ds<br />
Figura 2.23. Mo<strong>de</strong>lo modificado <strong>de</strong> pequeno sinal do par cruzado.<br />
O valor da impedância <strong>de</strong> entrada R NMOS será igual a duas vezes o paralelo<br />
entre r ds e −1/g m :<br />
R NMOS =<br />
R NMOS =<br />
2<br />
1<br />
r ds<br />
− g m<br />
−2<br />
g m − 1<br />
(2.36)<br />
r ds<br />
Aproximando o mo<strong>de</strong>lo do transitor a <strong>um</strong>a fonte i<strong>de</strong>al e ass<strong>um</strong>indo o valor <strong>de</strong><br />
r ds gran<strong>de</strong>, o valor da impedância do par cruzado é:
38<br />
Ou, visto como condutância:<br />
R NMOS ≈ −2<br />
g m<br />
(2.37)<br />
G NMOS ≈ −g m<br />
2<br />
(2.38)<br />
on<strong>de</strong> g m é a transconductância <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos transistores do par cruzado<br />
e G NMOS é a conductância do par cruzado. Por causa da equação anterior, os<br />
osciladores com esta topologia são <strong>de</strong>nominados “osciladores <strong>de</strong> Gm negativo”.<br />
Para garantir a oscilação, o valor absoluto <strong>de</strong> R NMOS tem que ser menor<br />
ou igual à resistência paralela do circuito tanque, ou expressado em termos <strong>de</strong><br />
condutância, o valor absoluto <strong>de</strong> G NMOS tem que ser maior ou igual ao G M (Eq.<br />
2.12) do circuito tanque.<br />
| G NMOS | G M<br />
| −g m<br />
2 | G M<br />
g m 2.R eff .(w.C) 2 (2.39)<br />
Para garantir a oscilação foi usado <strong>um</strong> fator <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 3, logo, a transconductância<br />
mínima dos transistores NMOS terá o valor requerido dado por:<br />
g m = 6.R eff .(w.C) 2 (2.40)<br />
Para calcular as dimensões do transistor, usa-se a expressão <strong>de</strong> g m em função<br />
dos parâmetros do processo, corrente <strong>de</strong> polarização e geometria do transistor<br />
[44], dada por:<br />
g m =<br />
√<br />
2.µ n .C ox . W L .I DS (2.41)<br />
Da equação 2.41, expressando W em função das outras variáveis:<br />
W =<br />
g 2 m.L<br />
2.µ n .C ox .I DS<br />
(2.42)<br />
Esta expressão será usada no projeto do oscilador <strong>um</strong>a vez <strong>de</strong>terminado o valor<br />
do indutor e a corrente <strong>de</strong> polarização. A capacitância <strong>de</strong> óxido e a mobilida<strong>de</strong><br />
serão parâmetros fixos da tecnologia usada.
2.4 <strong>Implementação</strong> e Simulação do Circuito <strong>Oscilador</strong><br />
2.4.1 Esquema Elétrico do <strong>Oscilador</strong><br />
O esquema elétrico do circuito oscilador é mostrado na Fig. 2.24.<br />
39<br />
V dd<br />
I 1<br />
L 1 L 2<br />
V N<br />
C 1 C 2<br />
V P<br />
V ctrl<br />
(a)<br />
M 1 M 2<br />
Figura 2.24. Esquema elétrico do VCO.<br />
Inicia-se o projeto <strong>de</strong>finindo o valor do indutor. Segundo o mo<strong>de</strong>lo LTI, na<br />
seção 2.2.3, o ruído <strong>de</strong> fase é proporcional à resistência efetiva do circuito tanque<br />
e para reduzir esta última é preciso ter <strong>um</strong> indutor com as menores perdas<br />
possíveis, pois, a resistência efetiva é dominada pela resistência série do indutor.<br />
Para ter <strong>um</strong> indutor com <strong>um</strong>a resistência série pequena po<strong>de</strong>ria se pensar em<br />
usar <strong>um</strong> indutor com <strong>um</strong>a espira <strong>de</strong> diâmetro pequeno ou <strong>de</strong> apenas <strong>um</strong>a volta.<br />
Porém, o uso <strong>de</strong> <strong>um</strong> valor <strong>de</strong> indutância pequeno implicaria em <strong>um</strong> valor alto<br />
da capacitância na freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong>sejada (ω o = 1/ √ LC) e, isto por<br />
sua vez, implicaria em <strong>um</strong> alto cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência já que a transconductância<br />
necessária para garantir a oscilação é proporcional à capacitância, vi<strong>de</strong> equação<br />
2.12.<br />
Por outro lado, quanto maior for a indutância, menor será o valor da capacitância<br />
necessária para conseguir a freqüência <strong>de</strong> oscilação. Esta capacitância<br />
consiste das capacitâncias parasitas e da capacitância do varactor, quanto maior<br />
for a capacitância do varactor maior será a variação possível da freqüência do<br />
oscilador. A Fig. 2.25 apresenta a curva da capacitância em função do valor da
40<br />
indutância para obter <strong>um</strong>a freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 2,4 GHz.<br />
4500<br />
4000<br />
3500<br />
3000<br />
C [fF]<br />
2500<br />
2000<br />
1500<br />
1000<br />
500<br />
0<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
L [nH]<br />
Figura 2.25. Capacitância versus Indutância com F osc = 2, 4 GHz.<br />
Para <strong>de</strong>terminar o valor do indutor consi<strong>de</strong>raremos a especificação <strong>de</strong> ruído<br />
<strong>de</strong> fase, o cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> potência do circuito, o valor da indutância e a resistência<br />
série do mesmo. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Craninckx, seção 2.2.3, apresenta <strong>um</strong>a equação<br />
para o cálculo aproximado do ruído <strong>de</strong> fase, a equação é reescrita a seguir:<br />
L{∆ω} = 10.log<br />
[<br />
k.T.Reff .[1 + A] ( )<br />
ω 0 2<br />
]<br />
∆ω<br />
VA 2/2 (2.43)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
R eff : Resistência efetiva do circuito tanque;<br />
V A<br />
k<br />
T<br />
A<br />
ω 0<br />
∆ω<br />
: Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação;<br />
: Constante <strong>de</strong> Boltzman;<br />
: Temperatura absoluta;<br />
: Fator empírico <strong>de</strong> ajuste (Valor usado A=3);<br />
: Freqüência angular <strong>de</strong> oscilação;<br />
: Distância da freqüência <strong>de</strong> oscilação.<br />
O valor do fator A foi <strong>de</strong>terminado por meio <strong>de</strong> simulação.<br />
Simulou-se o<br />
circuito e achou-se o valor <strong>de</strong> A para o qual o ruído <strong>de</strong> fase obtido na simulação<br />
estivesse mais próximo do valor calculado pela equação.<br />
Com esta equação é calculado o valor máximo da resistência efetiva permitida<br />
<strong>de</strong> forma tal que o oscilador ainda c<strong>um</strong>pra as especificações do ruído <strong>de</strong> fase. Da<br />
equação 2.18, ao expressar o valor da resistência efectiva em função das outras<br />
variáveis, obteve-se:
41<br />
( )<br />
10 L{∆ω} V 2<br />
10 . A2<br />
R eff =<br />
k.T.[1 + A].( ω (2.44)<br />
0<br />
∆ω )2<br />
Porém, a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da corrente <strong>de</strong> polarização e a resistência<br />
em paralelo com o circuito tanque 1 [46]. Assim,<br />
V A = 2 π .R p.I osc (2.45)<br />
Para o cálculo da resistência paralela R p consi<strong>de</strong>rou-se que o valor da resistência<br />
efetiva do tanque (R e ff) é aproximadamente igual ao valor da resistência<br />
série do indutor, e que o valor <strong>de</strong> R p po<strong>de</strong> ser calculado ao realizar<br />
a conversão <strong>de</strong> <strong>um</strong> circuito com <strong>um</strong> indutor e <strong>um</strong> resistor em série (R eff ) a <strong>um</strong><br />
circuito equivalente com o indutor e <strong>um</strong> resistor (R p ) ligados em paralelo. O valor<br />
<strong>de</strong> R p será:<br />
Substituindo o valor <strong>de</strong> R p em 2.45, temos:<br />
R p = (ω.L)2<br />
R eff<br />
(2.46)<br />
V A = 2 π . ( (ω.L)<br />
2<br />
R eff<br />
)<br />
.I osc (2.47)<br />
Por último, ao substituir o valor <strong>de</strong> V A em 2.44, obtemos <strong>um</strong>a expressão para<br />
R eff que leva em conta a especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase esperado, a indutância<br />
do circuito tanque e a corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador, ou seja:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
R eff =<br />
(10 L{∆ω}<br />
) 1/3<br />
10 .2.Iosc.(∆ω) 2 2 .ω 2 .L 4<br />
(2.48)<br />
k.T.π 2 .[1 + A]<br />
I osc : Corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador;<br />
L : Indutância do circuito tanque.<br />
Das especificações <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase, a mais difícil <strong>de</strong> alcançar é -121dBc/Hz@3MHz.<br />
Desta forma, esta especificação foi tomada como referência a ser atingida e <strong>de</strong>la<br />
se calcula o valor máximo <strong>de</strong> R eff para valores <strong>de</strong> indutância na faixa <strong>de</strong> 1 nH<br />
até 10 nH e consi<strong>de</strong>rando como parâmetro as correntes <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong> 1, 2 e 3<br />
mA. Os resultados dos cálculos são mostrados na Fig. 2.26 e Fig. 2.27.<br />
1 Aproximação válida para pequenas correntes quando o oscilador opera na região currentlimited<br />
[45].
42<br />
Rs [ Ω ]<br />
35<br />
I=1mA<br />
30<br />
25<br />
I=2mA<br />
20<br />
I=3mA<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
L [nH]<br />
Figura 2.26. Valores máximos <strong>de</strong> R eff em função <strong>de</strong> L para alcançar ruído <strong>de</strong><br />
fase <strong>de</strong> -121dBc/Hz@3MHz.<br />
V A [ Volts ]<br />
1,40<br />
1,20<br />
1,00<br />
0,80<br />
0,60<br />
0,40<br />
0,20<br />
0,00<br />
I=1mA<br />
I=2mA<br />
I=3mA<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
L [nH]<br />
Figura 2.27. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação em função <strong>de</strong> L consi<strong>de</strong>rando o máximo<br />
valor calculado <strong>de</strong> R eff para alcançar a especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase<br />
-121dBc/Hz@3MHz.<br />
Para <strong>de</strong>terminar o valor do indutor é preciso analisar a informação das curvas<br />
<strong>de</strong> indutância e capacitância <strong>de</strong> oscilação (Fig. 2.25), da resistência série versus<br />
indutância (Fig. 2.17), do valor máximo <strong>de</strong> R eff versus indutância do circuito<br />
tanque (Fig. 2.26) e da amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus indutância do circuito<br />
tanque (Fig. 2.27). Ainda, consi<strong>de</strong>rou-se que o valor da resistência efetiva é<br />
dominado pela resistência série do indutor.<br />
Da Fig. 2.25, po<strong>de</strong>-se observar se o valor <strong>de</strong> indutância for entre 5 e 8 nH a<br />
capacitância <strong>de</strong>ve ser entre 880 e 550 fF para a freqüência <strong>de</strong> 2,4 GHz.<br />
O circuito oscilador precisa <strong>de</strong> dois indutores iguais conectados em série para<br />
guardar simetria no circuito, portanto, os valores <strong>de</strong> indutância e resistência série<br />
<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados com o dobro dos valores obtidos nos resultados da simulações<br />
<strong>de</strong> ASITIC. Da Fig. 2.17, resultados das simulações com ASITIC,
43<br />
indutâncias <strong>de</strong> valores entre 2,5 e 4 nH têm resistências séries entre 5 e 9 Ω.<br />
Estes valores <strong>de</strong> resistências estão <strong>de</strong>ntro dos valores a<strong>de</strong>quados para alcançar a<br />
especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase com correntes <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong> 2 e 3 mA.<br />
Uma primeira tentativa foi feita usando dois indutores <strong>de</strong> 3,5 nH em série,<br />
resistência série <strong>de</strong> 7,5 Ω, os cálculos e simulações iniciais mostraram a viabilida<strong>de</strong><br />
do circuito, mas ao consi<strong>de</strong>rar as capacitâncias parasitas, a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong><br />
freqüência se reduzía a 100MHz.<br />
Decidiu-se reduzir a indutância a <strong>um</strong> valor próximo <strong>de</strong> 3,1 nH, para assim<br />
permitir que a capacitância seja maior e em conseqüência o mesmo para o valor<br />
do varactor que <strong>de</strong>sta forma a<strong>um</strong>entará a sua relação comparada com as capacitâncias<br />
parasitas, e portanto, a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência. Era preciso<br />
escolher a geometria do indutor a<strong>de</strong>quada, entre os resultados das simulações<br />
escolheu-se o indutor com largura <strong>de</strong> linha W=10 µm, espaçamento entre linhas<br />
<strong>de</strong> 2 µm, diâmetro externo D=210 µm e número <strong>de</strong> voltas N=3. O indutor <strong>de</strong><br />
mesmo valor (3,1 nH) com W=8 µm tinha maior resistência série, e o indutor<br />
com W=12 µm <strong>de</strong> mesmo valor tinha <strong>um</strong>a resistência menor mas ocupava <strong>um</strong>a<br />
área 10% maior. Da simulação com ASITIC, a freqüência <strong>de</strong> auto-ressonância do<br />
indutor escolhido foi reportada como 10 GHz, que é <strong>um</strong> valor a<strong>de</strong>quado para a<br />
nossa aplicação. O mo<strong>de</strong>lo completo do indutor é mostrado na Fig. 2.28.<br />
a<br />
68̷fF<br />
L<br />
3,1̷nH<br />
C si1<br />
R s<br />
6, 8Ω<br />
94̷fF<br />
b<br />
C si2<br />
R si2<br />
1, 4KΩ 1, 2KΩ<br />
R si1<br />
Figura 2.28: Mo<strong>de</strong>lo π gerado por ASITIC do indutor escolhido.<br />
Para o cálculo das dimensões do transistores, foi usada a equação 2.42, on<strong>de</strong><br />
os parâmetros µ n e C ox são característicos do processo, o comprimento do canal<br />
L é o mínimo permitido para ter o máximo valor <strong>de</strong> g m . O valor mínimo <strong>de</strong> g m<br />
está <strong>de</strong>terminado pelas perdas do circuito tanque, logo, só é possível <strong>de</strong>terminar a<br />
corrente <strong>de</strong> polarização. Trabalhos publicados <strong>de</strong> outros osciladores, operando em<br />
freqüências próximas, apresentam cons<strong>um</strong>os <strong>de</strong> potência na faixa <strong>de</strong> 6 a 13 mW.<br />
A tensão <strong>de</strong> alimentação da tecnologia disponível para nossa implementação é <strong>de</strong><br />
3,3 V, portanto, estabelecemos <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong> 2 mA para ter <strong>um</strong>a
44<br />
dissipação <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 6,6 mW. Logo, a corrente média <strong>de</strong> cada transistor será<br />
<strong>de</strong> 1 mA. Com estas consi<strong>de</strong>rações, obteve-se transistores <strong>de</strong> dimensões W=100<br />
µm e L=0,35 µm.<br />
A tensão nos nós <strong>de</strong> saída tem <strong>um</strong> nível DC <strong>de</strong> 0,7 V e <strong>um</strong>a tensão pico <strong>de</strong><br />
0,5 V, aproximadamente, o que produz <strong>um</strong>a tensão pico <strong>de</strong> 1,2 V. Para garantir<br />
<strong>um</strong>a tensão máxima <strong>de</strong> polarização nos diodos <strong>de</strong> 0 V, e manter os diodos em<br />
polarização reversa, o valor mínimo da tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência do oscilador,<br />
V CT RL , será <strong>de</strong> 1,2 V. Como valor máximo <strong>de</strong> V CT RL foi consi<strong>de</strong>rado a<br />
tensão <strong>de</strong> alimentação do circuito, 3,3 V. O valor do varactor foi ajustado para<br />
obter <strong>um</strong>a freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 2,4 GHz ao aplicar <strong>um</strong> valor <strong>de</strong> tensão no<br />
meio da faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> V CT RL , ou seja, 2,1 Volts.<br />
A fonte <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong>ve fornecer a corrente <strong>de</strong> polarização do circuito, para<br />
isto foi usado <strong>um</strong> transistor PMOS entre a fonte <strong>de</strong> alimentação (Vdd) e o nó<br />
com<strong>um</strong> dos indutores e incluiu-se <strong>um</strong> outro transistor PMOS com as mesmas<br />
dimensões como espelho <strong>de</strong> corrente. A fonte <strong>de</strong> corrente faz parte do circuito<br />
oscilador completo da Fig. 2.29, a corrente <strong>de</strong> referência I osc aplicada ao transistor<br />
M4 será aproximadamente a mesma corrente dreno-fonte do transistor M3.<br />
Usaram-se transistores com comprimento <strong>de</strong> canal L=0,5 µm para a<strong>um</strong>entar a<br />
resistência do canal e obter <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> corrente menos sensível às variações da<br />
tensão dreno-fonte do transistor. O diagrama esquemático do circuito oscilador<br />
completo com as dimensões finais é mostrado na Fig. 2.29.<br />
V dd<br />
V dd<br />
M 4<br />
D 1<br />
D 2<br />
60/0,5<br />
M 3<br />
60/0,5<br />
L 1 L 2<br />
3,1̷nH<br />
V ctrl<br />
3,1̷nH<br />
V N<br />
V P<br />
I osc<br />
M 1 M 2<br />
100/0,35 100/0,35<br />
Figura 2.29. Diagrama esquemático do circuito oscilador completo (Dimensões<br />
dos transistores W/L em µm).<br />
Para realizar os testes, o circuito terá que suportar a carga <strong>de</strong> 50 Ω dos
45<br />
equipamentos <strong>de</strong> medida. Desta forma, é preciso usar <strong>um</strong> buffer entre os terminais<br />
<strong>de</strong> saída do oscilador e os equipamentos. O circuito seguidor <strong>de</strong> fonte, mostrado<br />
na Fig. 2.30.a, po<strong>de</strong> operar como <strong>um</strong> buffer <strong>de</strong> tensão, a tensão na resistência <strong>de</strong><br />
carga segue a tensão na porta do transistor.<br />
V dd<br />
C GD<br />
V in<br />
M 1<br />
V out<br />
+<br />
V in C GS<br />
V 1 g m1 .V 1 1/g d1 1/g mb1<br />
-<br />
V out<br />
V Bias<br />
(a)<br />
M 2<br />
1/g d2<br />
Figura 2.30. Buffer tipo seguidor <strong>de</strong> fonte: (a) Circuito elétrico; (b) Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
pequeno sinal.<br />
(b)<br />
A partir do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> pequeno sinal do circuito, Fig.<br />
ganho do buffer, dado por:<br />
2.30.b, obteve-se o<br />
A v = v out<br />
v in<br />
=<br />
g m1 + s.C gs<br />
g m1 + (g d1 + g d2 + g mb1 + s.C gs )<br />
(2.49)<br />
A equação mostra que o ganho é menor que 1 e que seu valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>:<br />
a transconductância do transistor (g m1 ), as resistências <strong>de</strong> dreno dos transitores<br />
(1/g d1 , 1/g d2 ), a transconductância fonte-substrato (g mb1 ), e a capacitância portafonte<br />
(C gs ). Como o transistor opera em saturação, a capacitância porta-dreno<br />
(C gd ) não foi consi<strong>de</strong>rada. Como não é possível calcular <strong>de</strong> maneira simples o valor<br />
das transconductâncias para calcular o ganho do circuito, o ganho do seguidor é<br />
<strong>de</strong>terminado por simulação <strong>um</strong>a vez <strong>de</strong>terminada a topologia completa do buffer.<br />
A seguir, calcula-se a impedância <strong>de</strong> entrada do seguidor. O transistor M2<br />
está operando em saturação e consi<strong>de</strong>ra-se <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> corrente fixa, adotou-se<br />
C L como a capacitância total vista do nó <strong>de</strong> saída (Vout) para terra.<br />
Como a capacitância C GD está em paralelo com os terminais <strong>de</strong> entrada do<br />
buffer e é pequena pois M1 está saturado, assim, esta capacitância será ignorada<br />
em primeira instância para simplificar os cálculos. No mo<strong>de</strong>lo simplificado <strong>de</strong>finese<br />
G L = g d1 + g d2 + g mb1 e consi<strong>de</strong>ra-se <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> teste V in fornecendo <strong>um</strong>a<br />
corrente I in , calcula-se a impedância equivalente do circuito (Z eq = V in /I in ) e por<br />
último a impedância <strong>de</strong> entrada Z in = (<br />
1<br />
s.C GD<br />
)||Z eq . O mo<strong>de</strong>lo simplificado do
46<br />
circuito apresenta-se na Fig. 2.31.<br />
+ V 1 −<br />
I in<br />
V out<br />
C GS<br />
V in g m1 .V 1 1/G L C L<br />
Figura 2.31. Mo<strong>de</strong>lo simplificado para altas freqüências do circuito seguidor <strong>de</strong><br />
fonte.<br />
Somando as tensões <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos nós, temos:<br />
Logo V in /I in é dado por:<br />
V in =<br />
I (<br />
in<br />
+ I in . 1 + g ) ( )<br />
m 1 1<br />
. ||<br />
s.C GS s.C GS G L s.C L<br />
(2.50)<br />
V in<br />
= Z eq = 1 +<br />
I in s.C GS<br />
Z eq =<br />
1<br />
s.C GS<br />
+ .<br />
( 1<br />
||<br />
G L<br />
(<br />
1 + g )<br />
m<br />
s.C<br />
) GS<br />
1<br />
+<br />
s.C L<br />
( ) 1 1<br />
. ||<br />
G L s.C<br />
) ( L<br />
) 1 1<br />
. ||<br />
s.C GS G L s.C L<br />
(<br />
gm<br />
(2.51)<br />
Daí, para a impedância <strong>de</strong> entrada do circuito, temos:<br />
Z in =<br />
( 1<br />
s.C GD<br />
||Z eq<br />
)<br />
(2.52)<br />
Da equação 2.52, a capacitância <strong>de</strong> entrada do seguidor é aproximadamente<br />
igual ao paralelo entre a capacitância C GD e o valor da capacitância série entre<br />
a capacitância C GS e capacitância no nó <strong>de</strong> saída C L . Porém, o resultado da<br />
conexão série entre dois capacitores sempre será <strong>um</strong> capacitor com valor menor<br />
do que o menor <strong>de</strong>les. Logo, o valor da capacitância <strong>de</strong> entrada do seguidor será,<br />
com <strong>um</strong>a aproximação pessimista, a capacitância paralela entre C GS e C GD . É<br />
importante ter <strong>um</strong> valor aproximado da capacitância <strong>de</strong> entrada do seguidor, pois<br />
esta capacitância modificará a capacitância nos nós <strong>de</strong> saída do oscilador.<br />
Os sinais <strong>de</strong> saída do oscilador em cada <strong>um</strong> dos nós <strong>de</strong> saída Vp e Vn, referenciados<br />
a terra, têm <strong>um</strong>a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 0,5 V pico e <strong>um</strong> nível<br />
DC <strong>de</strong> aproxidamente 0,7 V. Portanto, é preciso a<strong>um</strong>entar o nível DC <strong>de</strong>ste sinal<br />
para polarizar o transistor e garantir sua operação em saturação. Uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
polarização formada por <strong>um</strong> capacitor e <strong>um</strong> resistor foi usada para este propósito,<br />
o circuito é mostrado na Fig. 2.32.
47<br />
V bias<br />
R bias<br />
V in<br />
V out<br />
C x<br />
CC y C seg<br />
Figura 2.32. Circuito <strong>de</strong> polarização.<br />
As capacitâncias C x e C y são as capacitâncias parasitárias formadas entre as<br />
placas do capacitor e o substrato, C seg é a capacitância <strong>de</strong> entrada do seguidor<br />
<strong>de</strong> fonte. Na freqüência <strong>de</strong> operação, com <strong>um</strong> valor suficientemente gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
R bias , o circuito é equivalente a <strong>um</strong> divisor capacitivo e a tensão em V out será<br />
aproximadamente:<br />
(<br />
)<br />
C<br />
V out = V in .<br />
C + (C y + C seg )<br />
(2.53)<br />
Para ter V out ≈ V in <strong>de</strong>ve-se satisfazer que: C ≫ C y + C seg . Porém, o valor da<br />
capacitância parasitas por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área da placa <strong>de</strong> POLY1 e POLY2 para<br />
substrato são 13,8% e 12,2% da capacitância por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área da capacitância<br />
entre as placas [25], respectivamente.<br />
Portanto, consi<strong>de</strong>rando que a placa <strong>de</strong><br />
POLY2 é ligada à porta do seguidor e que o valor <strong>de</strong> C é K vezes o valor da<br />
capacitância <strong>de</strong> entrada do seguidor C seg , temos que:<br />
Logo, o valor da tensão no nó <strong>de</strong> saída será:<br />
C seg ≈ (C/K) (2.54)<br />
C x ≈ 0, 138.C (2.55)<br />
C y ≈ 0, 122.C (2.56)<br />
(<br />
)<br />
C<br />
V out ≈ V in .<br />
C + (C y + C seg )<br />
(<br />
)<br />
C<br />
V out ≈ V in .<br />
C + (0, 122.C + ( C ) K<br />
(<br />
V out ≈ V in .<br />
K<br />
1, 122.K + 1<br />
)<br />
(2.57)<br />
O ganho do circuito <strong>de</strong> polarização, V out /V in , em função da relação K =<br />
C/C seg é mostrado na Fig. 2.33. Este ganho sempre será menor que 1.
48<br />
V out /V in<br />
0,90<br />
0,85<br />
0,80<br />
0,75<br />
0,70<br />
0,65<br />
0,60<br />
0,55<br />
0,50<br />
0,45<br />
0 5 10 15 20 25 30<br />
K<br />
Figura 2.33. Ganho do circuito <strong>de</strong> polarização em função da relação<br />
K = C/C seg .<br />
O circuito <strong>de</strong> polarização e o circuito seguidor <strong>de</strong> fonte são ligados nos nós<br />
<strong>de</strong> saída do oscilador, V P e V N , portanto é importante conhecer o valor da capacitância<br />
que estes circuitos adicionam. Esta capacitância é dada por:<br />
C in =<br />
[ ]<br />
(Cy + C seg ).C<br />
+ C x (2.58)<br />
(C y + C seg ) + C<br />
Ao expressar todas as capacitâncias em função da capacitância <strong>de</strong> entrada do<br />
seguidor:<br />
C ≈ K.C seg (2.59)<br />
C x ≈ 0, 138.(K.C seg ) (2.60)<br />
C y ≈ 0, 122.(K.C seg ) (2.61)<br />
Substituindo os valores <strong>de</strong> C, C x e C y na equação 2.58, temos:<br />
C in ≈ (C seg + 0, 122.K.C seg ).K.C seg<br />
K.C seg + (C seg + 0, 122.K.C seg ) + 0, 138.K.C seg<br />
C in ≈ (C seg + 0, 122.K.C seg ).K<br />
+ 0, 138.K.C seg<br />
K + (1 + 0, 122.K)<br />
[ ]<br />
(1 + 0, 122.K).K<br />
C in ≈ C seg .<br />
1 + 1, 122.K + 0, 138.K<br />
(2.62)<br />
A curva C in /C seg em função do parâmetro K é mostrada na Fig. 2.34, observase<br />
que a capacitância <strong>de</strong> entrada C in é aproximadamente o valor da capacitância<br />
<strong>de</strong> entrada do seguidor (C seg ) multiplicada por <strong>um</strong>a constante.
49<br />
C in /C seg<br />
9,0<br />
8,0<br />
7,0<br />
6,0<br />
5,0<br />
4,0<br />
3,0<br />
2,0<br />
1,0<br />
0,0<br />
0 5 10 15 20 25 30<br />
K<br />
Figura 2.34. Curva C in /C seg em função do parâmetro K = C/C seg .<br />
Uma vez obtidas as equações para esboçar o ganho do seguidor e a capacitância<br />
que ele adicionará ao circuito oscilador, continuou-se com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />
arquitetura do circuito. A impedância <strong>de</strong> carga do buffer será a resistência <strong>de</strong><br />
50Ω do equipamento <strong>de</strong> medida em paralelo com as capacitâncias do PAD. Porém,<br />
<strong>um</strong> seguidor <strong>de</strong> fonte capaz <strong>de</strong> suportar essa baixa impedância precisa <strong>um</strong> valor<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> W/L, e a capacitância adicionada no oscilador por causa do buffer não<br />
po<strong>de</strong> ser muito alta porque mudaria a freqüência <strong>de</strong> oscilação. Portanto, optou-se<br />
por usar <strong>um</strong> buffer formado por dois seguidores <strong>de</strong> fonte, cada <strong>um</strong> com sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
polarização e optou-se usar a largura do transistor do segundo seguidor 10 vezes a<br />
largura do primeiro. Com a simulação elétrica <strong>de</strong>terminaram-se as dimensões dos<br />
transistores, como também o ponto <strong>de</strong> polarização ótimo. O circuito do buffer<br />
completo com suas dimensões é mostrado na Fig. 2.35.<br />
V dd<br />
R 1<br />
10KΩ<br />
V Ibuff<br />
M 1<br />
C 1<br />
V in<br />
M 2<br />
R<br />
30/0,35<br />
2<br />
10KΩ<br />
600fF<br />
C 2<br />
2,4pF<br />
M 3<br />
M 4<br />
300/0,35<br />
V out<br />
M 5<br />
30/0,35<br />
60/0,35<br />
600/0,35<br />
Figura 2.35. Esquema elétrico do buffer para teste (Dimensões dos transistores<br />
W/L em µm).
50<br />
Foi usada <strong>um</strong>a tensão <strong>de</strong> polarização V bias <strong>de</strong> 2,5 V e <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> corrente<br />
I Ibuff <strong>de</strong> 3 mA para as simulações. Estes pontos <strong>de</strong> polarização foram ligados a<br />
<strong>um</strong> PAD do circuito para permitir o ajuste dos seus valores durante a realização<br />
das medidas.<br />
Simulou-se o buffer usando o mo<strong>de</strong>lo BSIM3V3 do transistor, o ganho V out /V in ≈<br />
0, 095. Causado pelo produto das atenuações: 0,843 no primeiro capacitor (C 1 ),<br />
0,351 no primeiro seguidor <strong>de</strong> fonte, 0,807 no segundo capacitor (C 2 ) e 0,4 no<br />
segundo seguidor.<br />
Para ver se o ruído <strong>de</strong> fase do sinal <strong>de</strong> saída do oscilador era diferente do ruído<br />
<strong>de</strong> fase do buffer fizeram-se duas simulações: obteve-se o ruído <strong>de</strong> fase tanto na<br />
entrada como na saída do buffer, e observou-se que o ruído <strong>de</strong> fase a<strong>um</strong>entou<br />
1dBc; aplicou-se FFT aos sinais <strong>de</strong> entrada e saída do buffer, os espectros <strong>de</strong><br />
potência obtidos mostravam que o sinal era atenuado, mas a forma era a mesma.<br />
2.4.2 Layout do Circuito <strong>Oscilador</strong><br />
O diagrama elétrico e o layout do circuito oscilador é mostrado na Fig. 2.36.<br />
Para garantir simetria do sinal gerado, o circuito <strong>de</strong>ve guardar a maior simetria<br />
possível. Os indutores L1 e L2 são idênticos, <strong>um</strong> é simétrico ao outro sobre <strong>um</strong><br />
eixo vertical. A fonte <strong>de</strong> corrente está na parte superior entre os dois indutores.<br />
Os transistores são projetados como <strong>um</strong>a estrutura <strong>de</strong> <strong>de</strong>dos intercalados e estão<br />
localizados no centro do circuito entre os dois buffers para teste. Os diodos<br />
varactores também foram projetados como <strong>um</strong>a estrutura <strong>de</strong> <strong>de</strong>dos intercalados<br />
e estão no centro do circuito, i<strong>de</strong>ntificados como bloco C na figura.<br />
Na distribuição dos PADs das saídas, sinais <strong>de</strong> controle e polarização também<br />
foi mantida a simetria. Na parte superior do <strong>de</strong>senho estão as entradas do VCO:<br />
a tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência (V CT RL ), a corrente <strong>de</strong> polarização (I osc ) e a<br />
tensão <strong>de</strong> alimentação (Vdd). Os sinais <strong>de</strong> polarização do buffer estão localizados<br />
na parte inferior do <strong>de</strong>senho: tensão <strong>de</strong> polarização (V bia ), corrente <strong>de</strong> referência<br />
(I buf ) e tensão <strong>de</strong> alimentação (Vdd).<br />
Os nós <strong>de</strong> saída VN e VP estão localizados nos lados esquerdo e direito,<br />
respectivamente. Cada <strong>um</strong>a <strong>de</strong>stas saídas tem dois PADs ligados à terra do<br />
circuito, com <strong>um</strong>a separação <strong>de</strong> 200 µm entre os centros. Desta forma po<strong>de</strong>-se<br />
ligar a ponta <strong>de</strong> teste tipo casca<strong>de</strong> (Terra - Sinal - Terra). As linhas <strong>de</strong> Vdd e Vss<br />
(Terra) contornam o circuito todo. Foram roteadas em metal nos níveis 1 e 2,
51<br />
Vdd<br />
M4<br />
60/0,5<br />
M3<br />
60/0,5<br />
Iosc<br />
Vbias<br />
Vbias<br />
R1N<br />
10KΩ<br />
R1P<br />
10KΩ<br />
C1N<br />
L1<br />
L2<br />
C1P<br />
R2N<br />
10KΩ<br />
M2N<br />
30/0,35<br />
600fF<br />
3,1̷nH<br />
Vctrl<br />
3,1̷nH<br />
600fF<br />
M2P<br />
30/0,35<br />
R2P<br />
10KΩ<br />
M4N<br />
300/0,35<br />
C2N<br />
2,4pF<br />
Ibuff<br />
VN<br />
D1<br />
D2<br />
VP<br />
Ibuff<br />
C2P<br />
2,4pF<br />
M4P<br />
300/0,35<br />
VNN<br />
VP P<br />
M5N<br />
600/0,35<br />
M3N<br />
60/0,35<br />
M1N M1<br />
M2<br />
30/0,35 100/0,35 100/0,35<br />
M1P<br />
30/0,35<br />
M3P<br />
60/0,35<br />
M5P<br />
600/0,35<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 2.36. Circuito oscilador: (a) Diagrama Elétrico; (b) Layout.<br />
MET1 e MET2, respectivamente, isto com o intuito <strong>de</strong> criar <strong>um</strong> capacitor entre<br />
elas para absorver parte do ruído gerado no circuito e melhorar a estabilida<strong>de</strong> da<br />
tensão <strong>de</strong> alimentação.<br />
Os componentes que fazem parte do própio VCO ocupariam somente a meta<strong>de</strong><br />
da área usada no projeto, mas, a área ocupada maior se <strong>de</strong>ve aos sinais <strong>de</strong><br />
polarização e ao espaçamento mínimo necessário entre eles para permitir a polarização<br />
do circuito no laboratório <strong>de</strong> medidas. Assim, o circuito ocupou <strong>um</strong>a<br />
área <strong>de</strong> 1,3 mm 2 .
52<br />
Indutores<br />
Os indutores foram fabricados usando as duas camadas dos níves superiores <strong>de</strong><br />
metal (MET3, MET4) ligadas em paralelo por vias colocadas em toda a área<br />
do indutor. Esta ligação em paralelo <strong>de</strong> camadas foi feita visando reduzir a<br />
resistência série do indutor. O diâmetro externo dos indutores é 210 µm, a largura<br />
das trilhas é 10 µm e o espaçamento entre as espiras é 2 µm. Implementou-se o<br />
terminal <strong>de</strong> saída do centro do indutor com MET2. A Fig. 2.37 mostra o layout<br />
dos indutores.<br />
Figura 2.37. Layout dos indutores.<br />
Para minimizar o efeito dos campos gerados em linhas metálicas em volta dos<br />
indutores, situação que reduz o valor da indutância, manteve-se <strong>um</strong>a distância<br />
mínima <strong>de</strong> 5 vezes a largura <strong>de</strong> trilha do indutor (50 µm), entre o indutor e as<br />
estruturas próximas a ele. Também foi usada a camada NOFILL do processo<br />
sobre os indutores e sua área adjacente para evitar a presênça <strong>de</strong> estruturas<br />
metálicas d<strong>um</strong>my. Estas estruturas po<strong>de</strong>riam ser geradas pelo fabricante para<br />
conseguir a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metal exigida pelas regras da tecnologia. Porém, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> receber o circuito, percebeu-se que a regra <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metal foi ignorada<br />
pelo fabricante e que não foram geradas estruturas metálicas em lugar nenh<strong>um</strong><br />
do circuito.<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> garantir a maior simetria possível no circuito, adotou-se<br />
a seguinte estratégia: se <strong>um</strong>a linha <strong>de</strong> metal passasse perto <strong>de</strong> <strong>um</strong> indutor, <strong>um</strong>a<br />
estrutura com a mesma geometria era posicionada próxima do outro indutor.<br />
Um exemplo <strong>de</strong>sta situação é a ligação do sinal <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> controle do varactor<br />
(Vctrl) do PAD para o varactor: o PAD está na parte esquerda superior do
53<br />
circuito e bastaria com que a linha acabasse no centro do circuito para polarizar<br />
o varactor. Porém, a linha foi levada até o lado direito do circuito e percorre do<br />
lado direito do indutor L2 separada da mesma distância que essa linha tem do<br />
indutor L1.<br />
Os terminais internos dos indutores estão ligados à fonte <strong>de</strong> corrente por meio<br />
da linha <strong>de</strong> MET1 que passa entre os dois indutores. Os terminais externos dos<br />
indutores estão ligados aos terminais do varactor, terminais que são os mesmos<br />
nós <strong>de</strong> saída do oscilador.<br />
Varactor<br />
Os varactores foram implementados como <strong>um</strong>a estrutura diferencial, intercalando<br />
regiões P + e N + <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong> poço N como mostrado na Fig. 2.38.a. Cada região<br />
P + tem <strong>um</strong>a largura <strong>de</strong> 2 µm e comprimento <strong>de</strong> 40 µm, ou seja, área <strong>de</strong> 80 µm 2 .<br />
A estrutura final tem 8 “<strong>de</strong>dos”. Esta estrutura foi utilizada porque o circuito<br />
precisa <strong>de</strong> <strong>um</strong> par <strong>de</strong> diodos para operação em modo diferencial, <strong>um</strong>a vez que<br />
esta estrutura possui <strong>um</strong> melhor fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que o uso <strong>de</strong> dois diodos tipo<br />
single-en<strong>de</strong>d [43], e ainda, esta estrutura garante simetria entre ambos os diodos.<br />
Colocou-se contatos em toda a área do diodo para ter a mínima resistência<br />
possível causada por estes contatos. A tensão <strong>de</strong> controle (V CT RL ) é ligada ao<br />
poço N da estrutura, que é o catodo dos diodos, e colocou-se <strong>um</strong> anel <strong>de</strong> guarda<br />
ao seu redor. Os anodos dos diodos foram ligados nas laterais da estrutura usando<br />
a camada MET2. O layout dos varactores é mostrado na Fig. 2.38.b.<br />
Par Cruzado<br />
Cada <strong>um</strong> dos transistores <strong>de</strong> par cruzado, com W = 100 µm, foi dividido em 10<br />
transistores <strong>de</strong> W’ = 10 µm. Colocou-se as 20 portas dos transistores na mesma<br />
área <strong>de</strong> difussão, em forma horizontal, <strong>um</strong>a embaixo da outra como ilustrado na<br />
Fig. 2.39. As portas foram ligadas alternadamente, dois ao lado direito (M1) e<br />
dois ao lado esquerdo (M2). O dreno compartilhado está localizado entre cada<br />
par <strong>de</strong> portas do mesmo transistor e foi ligado à porta do outro transistor. Isto<br />
garante casamento entre os dois componentes. O sinal <strong>de</strong> VSS (terra) passa em<br />
volta <strong>de</strong> todo o circuito na camada MET1. Os contatos do substrato estão na<br />
parte inferior e superior dos transistores. Os drenos dos transistores são as saídas<br />
do oscilador (V N , V P ) e estão accessíveis em ambos os lados, parte superior e
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54<br />
V CTRL<br />
V N<br />
V P<br />
Poço N Diffusão N+<br />
(a)<br />
Diffusão P+<br />
(b)<br />
Figura 2.38. Varactor: (a) Estrutura física; (b)Layout.<br />
inferior do <strong>de</strong>senho ilustrado na Fig. 2.39, através da camada MET2. Esta<br />
distribuição dos sinais facilita a ligação <strong>de</strong>stes pontos com os terminais do varactor<br />
e as entradas do buffer. <strong>Projeto</strong>u-se os transistores conservando os espaçamentos<br />
mínimos permitidos pela tecnologia, reduzindo as capacitâncias parasitárias, e<br />
utilizou-se o maior número possível <strong>de</strong> contatos em cada <strong>um</strong>a das ligações dos<br />
drenos e fontes dos transistores para reduzir as resistências parasitárias.<br />
Fonte <strong>de</strong> Corrente<br />
Cada <strong>um</strong> dos transistores da fonte <strong>de</strong> corrente, W = 60 µm, foi implementado<br />
como 6 transistores em paralelo com portas <strong>de</strong> largura W’=10 µm, intercalando<br />
essas portas como é mostrado na Fig. 2.40. O sinal <strong>de</strong> polarização I osc <strong>de</strong>sta
55<br />
V N<br />
V P<br />
M 1 M 2<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 2.39. Par cruzado NMOS: (a) Diagrama elétrico; (b) Layout.<br />
fonte, que está ligado na parte superior do circuito, chega às portas <strong>de</strong> ambos os<br />
transistores e ao dreno do transitor do espelho <strong>de</strong> corrente. As regiões fontes dos<br />
transistores estão ligadas a V dd usando a camada MET2. A corrente <strong>de</strong> saída é<br />
levada via o MET1 pela parte inferior do circuito até os indutores.<br />
A máxima <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente da camada MET1 é <strong>de</strong> 1mA/µm [25]. As<br />
conexões <strong>de</strong> metal aos drenos e fontes dos transistores foram feitos através <strong>de</strong> 3<br />
trilhas <strong>de</strong> largura 2 µm para que as linhas possam suportar <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> até<br />
6 mA, sem exce<strong>de</strong>r o limite permitido pela tecnologia.<br />
Figura 2.40. Layout da fonte <strong>de</strong> corrente.
56<br />
Buffer para Teste<br />
O layout completo do buffer é mostrado na Fig. 2.41. Observando da esquerda<br />
para direita, o primeiro circuito é a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> polarização (R 1 ,C 1 ). A seguir temos<br />
a resistência R 2 , o transistor do espelho <strong>de</strong> corrente (M 1 ) e os transistores<br />
do primeiro seguidor (M 2 , M 3 ). Logo <strong>de</strong>pois o capacitor da segunda re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
polarização (C 2 ) e por último, ao lado direito da figura, os dois transistores do<br />
segundo seguidor (M 4 ,M 5 ).<br />
Figura 2.41. Layout do buffer.<br />
Os resistores <strong>de</strong> polarização foram implementados n<strong>um</strong>a estrutura tipo zigzag<br />
na camada POLY2 <strong>de</strong> 1 µm <strong>de</strong> largura e 196,4 µm <strong>de</strong> comprimento. Como<br />
a corrente que passa por estes resistores é quase nula, a largura da trilha foi a<br />
mínima permitida pela tecnologia.<br />
Os capacitores foram implementados com as camadas POLY1 e POLY2. Os<br />
contatos <strong>de</strong> ambas as placas foram distribuídos na área toda, e para que os contatos<br />
atingissem a camada inferior (POLY1) foi preciso fazer buracos na camada<br />
superior (POLY2). Esta estrutura possui <strong>um</strong>a capacitância menor do que <strong>um</strong>a<br />
estrutura com as placas paralelas completas e contatos nas laterais, mas garante<br />
o mesmo potencial na área toda do capacitor.<br />
O capacitor C 1 é <strong>um</strong>a estrutura quadrada <strong>de</strong> 27 µm <strong>de</strong> lado. Com estas<br />
dimensões, o dispositivo apresenta <strong>um</strong>a capacitância próximo do valor esperado,<br />
600 fF. Para projetar o capacitor C 2 , 2,4 pF, utilizou-se <strong>um</strong> arranjo <strong>de</strong> 2x2 da<br />
estrutura usada para implementar o capacitor C 1 . O layout dos capacitores é<br />
ilustrado na Fig. 2.42.<br />
O layout do primeiro seguidor do buffer e o transistor espelho <strong>de</strong> corrente é<br />
mostrado na Fig. 2.43, ou seja, é <strong>um</strong>a ampliação da parte esquerda da Fig. 2.41.
57<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 2.42. Layout dos capacitores: (a) 600 fF; (b) 2,4 pF.<br />
Os transistores da figura usam os mesmos nomes usados no diagrama esquemático<br />
da Fig. 2.35. Cada <strong>um</strong> dos transistores M1, M2 e M3 foram implementados<br />
como 5 transistores em paralelo com larguras <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> 6 µm, 12 µm e 6 µm,<br />
respectivamente, largura mínima L=0,35 µm, e contatos ao substrato nas laterais.<br />
Figura 2.43. Layout do primeiro seguidor.<br />
Os transistores M4 e M5, que formam o segundo seguidor (Fig.2.44), foram<br />
implementados com 60 transistores em paralelo com larguras do canal <strong>de</strong> W=5<br />
µm e W=10 µm, respectivamente. Colocou-se contatos ao substrato na parte<br />
inferior e superior do seguidor e nas laterais dos transistores.<br />
A conexão entre o dreno do transistor M4 e a fonte do transitor M5, nó <strong>de</strong> saída<br />
do buffer, foi feita com MET1. Porém, este nó foi levado até MET4 para ligá-lo
58<br />
Figura 2.44. Layout do segundo seguidor.<br />
ao PAD <strong>de</strong> saída. Desta forma, o intuito é reduzir as capacitâncias parasitárias<br />
entre a linha e o substrato, e ainda reduzir as capacitâncias parasitárias nos nós<br />
<strong>de</strong> saída do circuito. A estrutura do PAD, célula fornecida pela foundry, gera<br />
<strong>um</strong>a capacitância parasitária <strong>de</strong> 400 fF do nó <strong>de</strong> saída para VSS (terra).<br />
2.4.3 Simulações Pós-Layout<br />
Com o intuito <strong>de</strong> caracterizar o comportamento do oscilador, foram feitas as<br />
simulações <strong>de</strong>scritas a seguir. A ferramenta utilizada para simulação foi Eldo RF<br />
<strong>de</strong> Mentor Graphics [47]. O programa permite realizar a análise do circuito em<br />
regime senoidal permanente, steady-state, para o cálculo do conteúdo espectral e<br />
da forma <strong>de</strong> onda em cada nó do circuito. Possui funções para o tratamento <strong>de</strong><br />
circuitos operando a altas freqüências e oferece o cálculo <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase usando<br />
comandos simples [48], [49].<br />
Como já mencionado antes, o circuito foi projetado na tecnologia C35B4,<br />
CMOS 0,35 µm <strong>de</strong> AustriaMicroSystems (AMS), processo com 4 camadas <strong>de</strong><br />
metal e 2 níveis <strong>de</strong> polisilício [25]. Durante o projeto, não se contou com a última<br />
versão completa do Design Kit do fabricante, mas teve-se acesso aos doc<strong>um</strong>entos<br />
atualizados da tecnologia e aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> simulação. O arquivo para a extração<br />
<strong>de</strong> componentes e capacitâncias parasitárias foi criado a partir do arquivo<br />
correspon<strong>de</strong>nte do processo CSD, CMOS 0,35 µm da mesma foundry, processo<br />
precursor do C35B4 com três camadas <strong>de</strong> metal.<br />
A tecnologia ainda está em <strong>de</strong>senvolvimento, razão pela qual a AMS disponibilizou<br />
atualizações dos parâmetros do processo e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> simulação durante<br />
o último ano. O mo<strong>de</strong>lo usado para o transistor é o mo<strong>de</strong>lo BSIM3v3. A AMS
59<br />
fornece <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo para operação do transistor até 1 GHz e <strong>um</strong> outro mo<strong>de</strong>lo para<br />
a operação do transistor em freqüência <strong>de</strong> até 6 GHz. Estes mo<strong>de</strong>los possuem<br />
parâmetros para a mo<strong>de</strong>lagem tanto do ruído térmico como do ruído flicker. Os<br />
parâmetros <strong>de</strong> ruído usado pela foundry, os métodos <strong>de</strong> extração dos parâmetros<br />
e as curvas características do ruído dos transistores estão conteúdos nos doc<strong>um</strong>entos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição da tecnologia [50].<br />
Forma <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> saída do oscilador<br />
Para verificar o funcionamento do oscilador, a simulação mais simples é polarizar o<br />
circuito e observar a forma <strong>de</strong> onda nas saídas do circuito. Realizou-se simulações<br />
no tempo e no domínio da freqüência, e analisou-se as formas <strong>de</strong> onda em cada<br />
<strong>um</strong>a das saídas do oscilador (VN, VP), na saída diferencial do oscilador (VP-VN)<br />
e nas saídas do buffer (VNN, VPP). As saídas do buffer foram carregadas com a<br />
resistência <strong>de</strong> carga do equipamento <strong>de</strong> medida (50 Ω).<br />
Polarizou-se o circuito com tensão <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> Vdd = 3,3 V, corrente<br />
do oscilador Iosc= 2 mA, corrente <strong>de</strong> polarização do buffer <strong>de</strong> 3 mA e tensão <strong>de</strong><br />
polarização do buffer Vbias = 2,5 V. A amplitu<strong>de</strong> da saída diferencial do oscilador<br />
(Vp-Vn) obtida foi <strong>de</strong> 0,9 V ao simular com parâmetros típicos, 0,8 V simulando<br />
com parâmetros slow e 0,75 V com parâmetros fast. A forma <strong>de</strong> onda vista no nó<br />
<strong>de</strong> saída do buffer para teste apresenta amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 50 mV, 25 mV<br />
e 75 mV para simulações com parâmetros typical, slow e fast, respectivamente.<br />
Ao simular o circuito com resposta no tempo, é preciso esperar que o circuito se<br />
estabilize. Por esta razão, simulou-se o circuito por 500 ns e observou-se os últimos<br />
ciclos do sinal, ver Fig. 2.45. Por outro lado, as formas <strong>de</strong> ondas geradas pela<br />
simulação no domínio da freqüência e a título <strong>de</strong> comparação foram convertidas<br />
para <strong>um</strong>a representação no ”tempo” que Eldo permite, e são graficadas a partir do<br />
tempo zero, como é mostrado na Fig. 2.46. Tanto as formas <strong>de</strong> onda produzidas<br />
pelas simulação no tempo como as produzidas pela simulação no domínio da<br />
freqüência apresentaram as mesmas amplitu<strong>de</strong>s, como era esperado.<br />
Simulou-se o circuito durante 500 µs para <strong>de</strong>tectar se existia alg<strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> modulação<br />
<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> freqüência produzido por <strong>um</strong> sinal <strong>de</strong> baixa freqüência<br />
que não fosse <strong>de</strong>tectável pela simulação no domínio da freqüência. A simulação<br />
não mostrou modulação alg<strong>um</strong>a.
60<br />
Tensão [V]<br />
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−0,80<br />
−1,00<br />
497,0 497,5 498,0 498,5 499,0 499,5 500,0<br />
Tempo [ns]<br />
Tensão [V]<br />
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0,20<br />
0,10<br />
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−0,10<br />
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497,0 497,5 498,0 498,5 499,0 499,5 500,0<br />
Tempo [ns]<br />
Vn Vp Vp−Vn<br />
Vnn Vpp Vpp−Vnn<br />
(a)<br />
(b)<br />
Tensão [V]<br />
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1,00<br />
0,80<br />
0,60<br />
0,40<br />
0,20<br />
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−0,20<br />
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497,0 497,5 498,0 498,5 499,0 499,5 500,0<br />
Tempo [ns]<br />
Tensão [V]<br />
0,40<br />
0,35<br />
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0,05<br />
0,00<br />
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497,0 497,5 498,0 498,5 499,0 499,5 500,0<br />
Tempo [ns]<br />
Vn Vp Vp−Vn<br />
Vnn Vpp Vpp−Vnn<br />
(c)<br />
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Tensão [V]<br />
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0,40<br />
0,20<br />
0,00<br />
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497,0 497,5 498,0 498,5 499,0 499,5 500,0<br />
Tempo [ns]<br />
Tensão [V]<br />
0,80<br />
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0,00<br />
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497,0 497,5 498,0 498,5 499,0 499,5 500,0<br />
Tempo [ns]<br />
Vn Vp Vp−Vn<br />
Vnn Vpp Vpp−Vnn<br />
(e)<br />
(f)<br />
Figura 2.45. Simulação no tempo para vários tipos <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> processo.<br />
Formas <strong>de</strong> onda nas saídas do: (a) <strong>Oscilador</strong> (typical); (b) Buffer (typical); (c)<br />
<strong>Oscilador</strong> (slow); (d) Buffer (slow); (e) <strong>Oscilador</strong> (fast); (f) Buffer(fast)
61<br />
Tensão [V]<br />
1,20<br />
1,00<br />
0,80<br />
0,60<br />
0,40<br />
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−0,20<br />
−0,40<br />
−0,60<br />
−0,80<br />
−1,00<br />
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9<br />
Tempo [ns]<br />
Tensão [V]<br />
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0,00<br />
−0,10<br />
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0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9<br />
Tempo [ns]<br />
Vn Vp Vp−Vn<br />
Vnn Vpp Vpp−Vnn<br />
(a)<br />
(b)<br />
Tensão [V]<br />
1,20<br />
1,00<br />
0,80<br />
0,60<br />
0,40<br />
0,20<br />
0,00<br />
−0,20<br />
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0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9<br />
Tempo [ns]<br />
Tensão [V]<br />
0,40<br />
0,35<br />
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0,20<br />
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0,10<br />
0,05<br />
0,00<br />
−0,05<br />
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9<br />
Tempo [ns]<br />
Vn Vp Vp−Vn<br />
Vnn Vpp Vpp−Vnn<br />
(c)<br />
(d)<br />
Tensão [V]<br />
1,00<br />
0,80<br />
0,60<br />
0,40<br />
0,20<br />
0,00<br />
−0,20<br />
−0,40<br />
−0,60<br />
−0,80<br />
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9<br />
Tempo [ns]<br />
Tensão [V]<br />
0,80<br />
0,70<br />
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0,30<br />
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0,10<br />
0,00<br />
−0,10<br />
−0,20<br />
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9<br />
Tempo [ns]<br />
Vn Vp Vp−Vn<br />
Vnn Vpp Vpp−Vnn<br />
(e)<br />
(f)<br />
Figura 2.46. Simulação em regime permanente para vários tipo <strong>de</strong> parâmetros<br />
<strong>de</strong> processo. Formas <strong>de</strong> onda nas saídas do: (a) <strong>Oscilador</strong> (typical); (b) Buffer<br />
(typical); (c) <strong>Oscilador</strong> (slow); (d) Buffer (slow); (e) <strong>Oscilador</strong> (fast); (f)<br />
Buffer(fast)
62<br />
Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus Tensão <strong>de</strong> controle<br />
Variou-se a tensão <strong>de</strong> controle Vctrl <strong>de</strong> 1,2 até 3,3 volts e observou-se a variação<br />
da freqüência <strong>de</strong> oscilação. O valor mínimo da faixa <strong>de</strong> varredura foi <strong>de</strong>terminado<br />
pela tensão mínima possível antes do diodo ser polarizado diretamente. O valor<br />
máximo <strong>de</strong> freqüência da faixa <strong>de</strong> varredura correspon<strong>de</strong> ao valor da tensão <strong>de</strong><br />
alimentação.<br />
Freqüência <strong>de</strong> oscilação [GHz]<br />
2,80<br />
2,70<br />
2,60<br />
2,50<br />
2,40<br />
2,30<br />
2,20<br />
2,10<br />
TYPICAL<br />
FAST<br />
SLOW<br />
2,00<br />
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5<br />
Tensão <strong>de</strong> controle [Volts]<br />
Figura 2.47. Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus Tensão <strong>de</strong> controle.<br />
O oscilador, simulado com parâmetros típicos <strong>de</strong> processo, apresenta <strong>um</strong>a faixa<br />
<strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> 280 MHz, ou seja, a freqüência mínima é <strong>de</strong> 2,28 GHz<br />
e a máxima <strong>de</strong> 2,56 GHz, A freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 2,4 GHz, freqüência para<br />
o qual o circuito foi projetado, foi obtida aplicando-se <strong>um</strong>a tensão <strong>de</strong> controle<br />
igual a 1,85 V.<br />
A simulação com parâmetros slow possibilita <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> sintonia <strong>de</strong> 2,15<br />
GHz até 2,47 GHz, e a simulação com parâmetros fast mostra <strong>um</strong>a variação <strong>de</strong><br />
freqüência <strong>de</strong> 2,15 GHz até 2,32 GHz. Cabe ressaltar que estes valores foram obtidos<br />
usando-se o mo<strong>de</strong>lo para altas freqüências, não disponível durante o projeto<br />
na sua fase inicial e nem antes do envio do layout para fabricação.<br />
A variação das faixas <strong>de</strong> freqüência dos osciladores simulados com mo<strong>de</strong>los<br />
slow e fast é produzida, entre outros fatores, por causa da variação <strong>de</strong> capacitância<br />
<strong>de</strong> porta dos transistores e a variação da tensão média entre os terminais dos<br />
varactores.<br />
No mo<strong>de</strong>lo slow a espessura do óxido <strong>de</strong> porta é maior, a capacitância <strong>de</strong><br />
porta será menor e po<strong>de</strong>r-se-ia esperar freqüência <strong>de</strong> oscilação maior do que a<br />
obtida com os parâmetros típicos. Porém, os sinais em cada <strong>um</strong> dos nós V P e
63<br />
V N do circuito simulado com os parâmetros slow terá <strong>um</strong> nível DC maior do que<br />
o nível DC achado no circuito com parâmetros típicos (vi<strong>de</strong> Fig. 2.45.a e Fig.<br />
2.45.c). Isto produzirá <strong>um</strong>a tensão <strong>de</strong> polarização reversa dos diodos menor e<br />
maior capacitância gerada pelo varactor. Este incremento da capacitância implicará<br />
em <strong>um</strong>a diminuição da freqüência <strong>de</strong> oscilação. No mo<strong>de</strong>lo FAST, enquanto<br />
que as capacitâncias <strong>de</strong> porta dos transistores são maiores, as capacitâncias geradas<br />
pelos diodos varactores são menores do que as obtidas no circuito simulado<br />
com parâmetros típicos.<br />
Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus Tensão <strong>de</strong> controle<br />
Observou-se que a variação da tensão <strong>de</strong> controle, além <strong>de</strong> variar a freqüência<br />
<strong>de</strong> oscilação, também provoca <strong>um</strong>a variação da amplitu<strong>de</strong> pico-a-pico do sinal<br />
diferencial entre os nós <strong>de</strong> saída do oscilador V P e V N . A curva da Fig. 2.48<br />
apresenta esta análise. A eq. 2.45 mostra que a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
da resistência em paralelo equivalente do circuito tanque (R p ), e o valor <strong>de</strong>sta<br />
resistência muda com a freqüência <strong>de</strong> oscilação. Logo, o incremento da freqüência<br />
<strong>de</strong> oscilação implica n<strong>um</strong> incremento da amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação.<br />
1,00<br />
Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação [Volts]<br />
0,90<br />
0,80<br />
0,70<br />
0,60<br />
TYPICAL<br />
FAST<br />
0,50<br />
SLOW<br />
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5<br />
Tensão <strong>de</strong> controle [Volts]<br />
Figura 2.48. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus tensão <strong>de</strong> controle<br />
Ao simular com parâmetros típicos, a amplitu<strong>de</strong> pico a pico do sinal <strong>de</strong> saída<br />
do oscilador é <strong>de</strong> 0,78 V com tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> 1,2 V, e a amplitu<strong>de</strong> máxima<br />
<strong>de</strong> oscilação é <strong>de</strong> 0,91 V quando a tensão <strong>de</strong> controle for <strong>de</strong> 3,3 V. A simulação<br />
com parâmetros slow mostra <strong>um</strong>a variação <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,65 V até 0,85 V.<br />
Os resultados da simulação com parâmetros fast mostram <strong>um</strong>a variação <strong>de</strong> 0,69<br />
V a 0,76 V.
64<br />
Potência <strong>de</strong> saída versus tensão <strong>de</strong> controle<br />
Usando os dados <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída do oscilador obtidos na simulação é<br />
possível calcular <strong>um</strong>a estimativa da potência <strong>de</strong> saída do oscilador consi<strong>de</strong>rando<br />
<strong>um</strong>a resistência <strong>de</strong> carga R L = 50 Ω. A potência <strong>de</strong> saída está dada por:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
P out =<br />
P out = V ef<br />
2<br />
(2.63)<br />
R L<br />
( ) 2 Vp<br />
√ . 1<br />
(2.64)<br />
2 R L<br />
P out : Potência <strong>de</strong> saída em Watts;<br />
V ef<br />
V p<br />
R L<br />
: Voltagem efetiva;<br />
: Voltagem pico;<br />
: Resistência <strong>de</strong> carga.<br />
Para expressar a potência <strong>de</strong> saída do oscilador em dBm (P dBm ) usa-se a<br />
expressão:<br />
A Fig.<br />
( )<br />
Pout<br />
P dBm = 10.log<br />
1mW<br />
(2.65)<br />
2.49 mostra a estimativa da potência <strong>de</strong> saída consi<strong>de</strong>rando <strong>um</strong>a<br />
resistência <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> 50 Ω em função da tensão <strong>de</strong> controle.<br />
9,5<br />
9,0<br />
Potência <strong>de</strong> saída [dBm]<br />
8,5<br />
8,0<br />
7,5<br />
7,0<br />
6,5<br />
TYPICAL<br />
FAST<br />
6,0<br />
SLOW<br />
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5<br />
Tensão <strong>de</strong> controle [Volts]<br />
Figura 2.49. Potência <strong>de</strong> saída versus tensão <strong>de</strong> controle
65<br />
Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus Corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador<br />
Outro fator que provoca variação na freqüência <strong>de</strong> oscilação é a alteração da<br />
corrente <strong>de</strong> polarização (I osc ). Ou seja, a tensão média dos nós <strong>de</strong> saída do<br />
oscilador (Vn, Vp) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta corrente I osc . Ao incrementar a corrente I osc , a<br />
tensão nos anodos dos diodos varactores a<strong>um</strong>entará e como a tensão <strong>de</strong> controle<br />
da freqüência V ctrl foi mantida constante, a tensão entre os terminais dos diodos<br />
então diminuirá. Esta diminuição <strong>de</strong> tensão implica n<strong>um</strong>a capacitância maior e,<br />
por conseguinte, <strong>um</strong>a freqüência <strong>de</strong> oscilação menor. A <strong>de</strong>pendência da freqüência<br />
<strong>de</strong> oscilação em função da corrente <strong>de</strong> polarização é mostrada na Fig. 2.50.<br />
2,45<br />
Freqüência <strong>de</strong> oscilação [GHz]<br />
2,40<br />
2,35<br />
2,30<br />
2,25<br />
2,20<br />
2,15 TYPICAL<br />
FAST<br />
SLOW<br />
2,10<br />
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5<br />
Corrente <strong>de</strong> Polarização do oscilador [mA]<br />
Figura 2.50. Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador,<br />
com V ctrl =1,85 V.<br />
Aplicou-se <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> referência I osc <strong>de</strong> 2 mA, valor da corrente para<br />
o qual o circuito foi projetado, até 6 mA, a corrente máxima <strong>de</strong>ntro dos limites<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente permitida das linhas <strong>de</strong> metal dos transistores da fonte<br />
<strong>de</strong> corrente. A tensão <strong>de</strong> controle V ctrl foi mantida fixa em 1,85 V, valor para o<br />
qual a freqüência <strong>de</strong> oscilação atingida é 2,4 GHz com I osc = 2 mA. Os resultados<br />
da simulação com parâmetros típicos mostram <strong>um</strong>a variação da freqüência <strong>de</strong><br />
oscilação <strong>de</strong> 2,40 GHz até 2,29 GHz. O que significa que para incrementar I osc<br />
será preciso a<strong>um</strong>entar V ctrl para atingir 2,4 GHz como freqüência <strong>de</strong> oscilação. A<br />
simulação com parâmetros slow apresenta <strong>um</strong>a variação da freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
<strong>de</strong> 2,29 GHz até 2,21 GHz. A freqüência <strong>de</strong> oscilação obtida da simulação do<br />
circuito com parâmetros fast varia entre 2,23 GHz e 2,13 GHz. Destas simulações<br />
po<strong>de</strong>mos ver que o incremento em I osc <strong>de</strong> 2 mA para 6 mA, implica n<strong>um</strong>a redução<br />
<strong>de</strong> aproximadamente 100 MHz da freqüência <strong>de</strong> oscilação.
66<br />
A corrente <strong>de</strong> referência do espelho <strong>de</strong> corrente, I osc , não é exatamente a<br />
mesma corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador. Isto se <strong>de</strong>ve à diferênça entre as<br />
tensões dreno-fonte dos transistores e o efeito <strong>de</strong> modulação <strong>de</strong> canal. A corrente<br />
<strong>de</strong> polarização do oscilador varia em função da fonte <strong>de</strong> referência do espelho <strong>de</strong><br />
corrente conforme ilustra a Fig. 2.51.<br />
Corrente <strong>de</strong> Polarização do oscilador [mA]<br />
6,5<br />
6,0<br />
5,5<br />
5,0<br />
4,5<br />
4,0<br />
3,5<br />
3,0<br />
TYPICAL<br />
2,5<br />
FAST<br />
2,0<br />
SLOW<br />
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0<br />
Corrente <strong>de</strong> Referência do Espelho <strong>de</strong> Corrente (I osc ) [mA]<br />
Figura 2.51. Corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador versus corrente <strong>de</strong> referência<br />
do espelho <strong>de</strong> corrente (I osc ).<br />
Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus Corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador<br />
A análise por simulação da variação da amplitu<strong>de</strong> pico-a-pico <strong>de</strong> oscilação em<br />
função da corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador é mostrada na Fig. 2.52. A<br />
amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação é diretamente proporcional à corrente <strong>de</strong> polarização [46]<br />
quando o circuito opera na região <strong>de</strong> current limited, on<strong>de</strong> os transistores estão<br />
operando em saturação.<br />
Variou-se a corrente I osc <strong>de</strong> 2mA até 6 mA. A simulação com parâmetros<br />
típicos mostra que a amplitu<strong>de</strong> varia <strong>de</strong> 0,85 V até 1,63 V. A simulação com<br />
parâmetros slow mostra <strong>um</strong>a variação na amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,75 V até 1,64 V, e por<br />
último, a simulação com parâmetros fast mostra <strong>um</strong>a variação da amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
0,72 V até 1,35 V.<br />
Ruído <strong>de</strong> Fase<br />
Aproveitou-se a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> simulação no dominio da freqüência do Eldo para<br />
realizar o cálculo do ruído <strong>de</strong> fase do oscilador. A curva da Fig. 2.53 mostra o<br />
ruído <strong>de</strong> fase em função <strong>de</strong> ∆F = Freqüência - Freqüência <strong>de</strong> oscilação.
67<br />
Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oscilação [V]<br />
1,70<br />
1,60<br />
1,50<br />
1,40<br />
1,30<br />
1,20<br />
1,10<br />
1,00<br />
0,90<br />
TYPICAL<br />
0,80<br />
FAST<br />
0,70<br />
SLOW<br />
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5<br />
Corrente <strong>de</strong> Polarização do oscilador [mA]<br />
Figura 2.52. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação versus corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador<br />
Variou-se ∆F <strong>de</strong> 1 Hz até 100 MHz para i<strong>de</strong>ntificar as duas primeiras regiões<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> potência do ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>scritas no mo<strong>de</strong>lo proposto<br />
por Lesson (Fig. 2.5): a primeira região proporcionl a 1/∆ω 3 (inclinação <strong>de</strong> 30<br />
dB por década) para as freqüências próximas da freqüência <strong>de</strong> oscilação e <strong>um</strong>a<br />
segunda região proporcional a 1/∆ω 2 (inclinação <strong>de</strong> 20 dB por década). O ponto<br />
<strong>de</strong> mudança da inclinação está próximo <strong>de</strong> ∆F=200 KHz. Isto significa que a<br />
influência do ruído flicker dos transistores do oscilador só será significativa em<br />
freqüências até 200 KHz distanciadas da freqüência <strong>de</strong> oscilação.<br />
Ruído <strong>de</strong> Fase [dBc/Hz]<br />
50<br />
0<br />
−50<br />
−100<br />
−150<br />
TYPICAL<br />
FAST<br />
SLOW<br />
−200<br />
1e+00 1e+01 1e+02 1e+03 1e+04 1e+05 1e+06 1e+07 1e+08<br />
∆F [Hz]<br />
Figura 2.53: Ruído <strong>de</strong> fase do oscilador.<br />
Simulou-se ainda o ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> osciladores com a mesma corrente <strong>de</strong> polarização<br />
(I osc = 2 mA ) e tensão <strong>de</strong> controle (V ctrl = 1,85 V), usando-se os mo<strong>de</strong>los<br />
slow e fast dos transistores. A freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong>stes dois osciladores é
68<br />
menor, como foi mostrado na Fig. 2.47, mas o ruído <strong>de</strong> fase apresenta <strong>um</strong> corportamento<br />
semelhante, possui as duas regiões com as mesmas inclinações e o ponto<br />
<strong>de</strong> mudança da inclinação próximo <strong>de</strong> ∆F=200 KHz.<br />
Os resultados das simulações do ruído <strong>de</strong> fase a 1 MHz, 2 MHz e 3 MHz da<br />
freqüência <strong>de</strong> oscilação são res<strong>um</strong>idos na Tabela 2.2.<br />
Tabela 2.2: Resultados <strong>de</strong> simulação do ruído <strong>de</strong> fase [dBc/Hz]<br />
Ruído <strong>de</strong> fase typical slow fast<br />
L{1 MHz} -118 -118 -117<br />
L{2 MHz} -124 -124 -123<br />
L{3 MHz} -128 -128 -127
Capítulo 3<br />
Resultados Experimentais do<br />
oscilador<br />
Neste capítulo apresentaremos primeiro o layout completo do circuito fabricado,<br />
em seguida a placa <strong>de</strong> teste, e os procedimentos <strong>de</strong> teste são abordados. Finalmente,<br />
resultados <strong>de</strong> medidas do protótipo são apresentados e discutidos.<br />
O chip fabricado comtêm blocos que fazem parte <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema transceptor<br />
em <strong>de</strong>senvolvimento pela equipe, que foram o VCO, mixer, LNA, sintetizador <strong>de</strong><br />
freqüência, amplificador <strong>de</strong> potência, e dois blocos que combinam alguns <strong>de</strong>stes<br />
blocos básicos, que foram: mixer e VCO, e mixer, VCO e LNA. Além dos blocos,<br />
o indutor do VCO e o indutor do mixer foram construidos como estruturas<br />
separadas para possibilitar sua caracterização. O layout completo do circuito é<br />
apresentado na Fig. 3.1.<br />
O circuito oscilador foi testado no laboratório <strong>de</strong> medidas do LME/EP<strong>USP</strong>.<br />
Os equipamentos utilizados foram o microprovador <strong>de</strong> microondas, <strong>um</strong> analisador<br />
<strong>de</strong> espectro e quatro fontes <strong>de</strong> tensão DC para a polarização do circuito. A lista<br />
<strong>de</strong>talhado dos instr<strong>um</strong>entos usados é apresentada na tabela 3.1.<br />
Tabela 3.1: Equipamento utilizado para realizar os testes.<br />
Equipamento Marca Mo<strong>de</strong>lo<br />
Microprovador <strong>de</strong> microondas CASCADE 42<br />
Bias Tee HP 33150A<br />
Analisador <strong>de</strong> Espectro HP 8565E<br />
Fonte <strong>de</strong> tensão DC HP 3615A<br />
Fonte <strong>de</strong> tensão DC HP 3617A<br />
Fonte <strong>de</strong> tensão DC HP 3620A<br />
Fonte <strong>de</strong> tensão DC HP 3620A<br />
69
70<br />
Figura 3.1. Microfotografia do chip fabricado.<br />
O diagrama <strong>de</strong> montagem do equipamento é ilustrado na Fig. 3.2. As fontes<br />
estão ligadas nos PADs <strong>de</strong> polarização do circuito, a seguir: fonte <strong>de</strong> alimentação<br />
(Vdd), tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência (Vctrl), tensão <strong>de</strong> polarização do buffer<br />
(Vbias) e tensão <strong>de</strong> polarização da fonte <strong>de</strong> corrente do buffer (Ibuff). O PAD Iosc<br />
foi ligado a <strong>um</strong> resistor variável para controlar a tensão da porta do transistor<br />
espelho <strong>de</strong> corrente. Utilizou-se <strong>um</strong>a ponta <strong>de</strong> prova tipo casco<strong>de</strong> casada com<br />
50 Ω a<strong>de</strong>quada para tese <strong>de</strong> sinais RF (Terra-Sinal-Terra pitch 200 µm) para<br />
ligar a saída do circuito ao analisador <strong>de</strong> espectro. Foi projetada e fabricada<br />
<strong>um</strong>a placa <strong>de</strong> teste e foi feita microsolda entre os PADs <strong>de</strong> Vbias, Vctrl e Vdd e<br />
linhas metálicas da placa para facilitar a polarização do circuito VCO. Utilizou-se<br />
pontas secas para conectar as fontes <strong>de</strong> tensão às linhas <strong>de</strong> polarização e PADs<br />
do circuito. Estas pontas são simplesmente agulhas que po<strong>de</strong>m ser encostadas<br />
nos PADs do circuito para polarizá-lo mas elas não tem nenh<strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> filtro<br />
que garanta a estabilida<strong>de</strong> da tensão aplicada.<br />
A placa foi projetada pensando em soldar capacitores que estabilizassem as<br />
tensões <strong>de</strong> polarização do circuito. Porém, como a placa foi projetada para a<br />
polarização <strong>de</strong> vários circuitos existentes no mesmo chip, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> linhas<br />
<strong>de</strong> polarização é alto. Isto implica em trilhas finas e pouco espaço para a soldagem<br />
<strong>de</strong> capacitores. O <strong>de</strong>senho completo da placa, on<strong>de</strong> as trilhas usadas para a
71<br />
polarização estão nomeadas, é mostrado na Fig. 3.3.<br />
Figura 3.2. Esquema da montagem para o teste do protótipo.<br />
A corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador é controlada com <strong>um</strong> resistor variável<br />
ligado entre o PAD Iosc e terra. Este resistor controla a tensão na porta do<br />
transistor PMOS configurado como espelho <strong>de</strong> corrente, e por conseguinte, a<br />
corrente <strong>de</strong> polarização do oscilador. Inicialmente, pensou-se usar <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong><br />
tensão ligada ao PAD Iosc, mas <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> tensão ligada nesse ponto teria que<br />
drenar corrente e consi<strong>de</strong>rou-se que seria melhor usar o resistor.<br />
Figura 3.3. Placa para teste do circuito.
72<br />
3.1 Análise espectral do sinal <strong>de</strong> saída<br />
A saída do circuito foi observada no analisador <strong>de</strong> espectro. É preciso eliminar o<br />
nível DC da saída do oscilador pois o equipamento só suporta até 0,2 V DC na<br />
sua entrada e os resultados da simulação mostraram que o nível DC da saída é<br />
próximo <strong>de</strong> 0,5 V. Para proteger a entrada do equipamento, utilizou-se <strong>um</strong> bias<br />
tee conectado na entrada do sintetizador. Devido à simetria do circuito, tanto a<br />
saída VNN como VPP po<strong>de</strong>m ser observadas, o esquema da Fig. 3.2 mostra a<br />
ligação no PAD VNN apenas como <strong>um</strong> exemplo.<br />
O valor <strong>de</strong> Vdd foi estabelecido em 3,3 V, tensão <strong>de</strong> alimentação da tecnologia<br />
usada. Mudou-se o valor do resistor até atingir <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> polarização do<br />
oscilador Iosc igual a 2 mA. O valor da fonte ligada ao PAD Ibuff foi ajustada até<br />
obter <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> 3 mA passando pelo espelho <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong> cada buffer.<br />
A tensão do nó Vbias foi ajustada para obter a maior tensão na saída. A tensão<br />
<strong>de</strong> controle (V ctrl ) foi ajustada para obter <strong>um</strong>a freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 2,4<br />
GHz. A Fig. 3.4 mostra o espectro <strong>de</strong> potência do sinal medido. O espectro <strong>de</strong><br />
potência medido mostra que o oscilador atinge a freqüência <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong>sejada<br />
e a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída no nó VNN está próximo do valor obtido nas simulações.<br />
Porém, o sinal está acompanhado <strong>de</strong> muito ruído, ou seja, o espectro se ve afetado<br />
pelo ruído.<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se que as possíveis causas <strong>de</strong>ste ruído são: (1) Uma ”terra” não<br />
muito estável, ou seja, componentes AC <strong>de</strong> altas freqüências existentes não filtradas.<br />
O circuito não tem <strong>um</strong> PAD exclusivo para a ligação a terra. A terra do<br />
circuito está sendo ligada através da ponta tipo casco<strong>de</strong> <strong>de</strong> RF ligada no PAD<br />
<strong>de</strong> saída do circuito; (2) Variação na tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência. O sinal<br />
V ctrl está sendo aplicado usando <strong>um</strong>a ponta seca, mas não existe capacitor ligado<br />
neste nó; (3) O oscilador medido foi <strong>um</strong> oscilador que faz parte do sintetizador <strong>de</strong><br />
freqüência, o circuito anexo po<strong>de</strong>ria estar introduzindo ruído no oscilador. Durante<br />
os primeiros testes do VCO, por causa do pouco cuidado na manipulação<br />
do circuito o buffer apresentou falhas e não possuia o ganho esperado.<br />
3.2 Faixa <strong>de</strong> variação da Freqüência <strong>de</strong> oscilação<br />
Mudou-se a tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência, Vctrl, <strong>de</strong> 1,2 V até 3,3 V e polarizouse<br />
o oscilador com 2 mA da mesma maneira como foi feita a simulação do circuito.
73<br />
Figura 3.4. Espectro <strong>de</strong> potência do oscilador, foto da tela do analisador <strong>de</strong><br />
espectro.<br />
Observou-se a variação da freqüência <strong>de</strong> oscilação e comparou-se dados medidos<br />
com dados obtidos da simulação, estes dados são mostrados na Fig. 3.5.<br />
Observa-se o mesmo comportamento na variação <strong>de</strong> freqüência entre os dados<br />
obtidos das medidas e os dados obtidos por simulação, o incremento da tensão <strong>de</strong><br />
controle implica n<strong>um</strong> incremento da freqüência <strong>de</strong> oscilação. Ressalta-se também<br />
que a faixa <strong>de</strong> freqüência do circuito fabricado está bem próxima da faixa <strong>de</strong><br />
freqüência obtida pelas simulações. A freqüência <strong>de</strong> oscilação variou entre 2,21<br />
GHz e 2,53 GHz. O <strong>de</strong>svio máximo da freqüência medida comparada com os<br />
resultados da simulações é 70 MHz quando o circuito é polarizado com Vctrl=1,2<br />
V, o <strong>de</strong>svio mínimo foi <strong>de</strong> 30 MHz quando o circuito é polarizado com Vctrl=3,3 V.<br />
O oscilador ainda cobre a faixa <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> oscilação esperada. A freqüência<br />
<strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 2,4 GHz é atingida quando <strong>um</strong>a tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> 2,1 V é<br />
aplicada.
74<br />
2,60<br />
Freqüência <strong>de</strong> oscilação [Hz]<br />
2,55<br />
2,50<br />
2,45<br />
2,40<br />
2,35<br />
2,30<br />
2,25<br />
Teste<br />
2,20<br />
Simulação<br />
1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50<br />
Tensão <strong>de</strong> Controle (Vctrl) [V]<br />
Figura 3.5. Freqüência <strong>de</strong> oscilação versus Tensão <strong>de</strong> controle (Vctrl).<br />
3.3 Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saída<br />
Conservou-se as mesmas condições <strong>de</strong> polarização do teste anterior. Mudou-se a<br />
tensão <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência (Vctrl) entre 1,2 V e 3,3 V e fixou-se a corrente<br />
<strong>de</strong> polarização em 2 mA. Não é possível medir a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída do nó <strong>de</strong> saída<br />
do oscilador propriamente dito (VN ou VP), mas é possível apenas observar a<br />
amplitu<strong>de</strong> da saída do buffer e comparar com os dados obtidos na simulação.<br />
Do analisador <strong>de</strong> espectro foram tomados dados <strong>de</strong> potência do sinal <strong>de</strong> saída<br />
do buffer, medidos em dBm, para cada <strong>um</strong> dos valores <strong>de</strong> V ctrl com incremento <strong>de</strong><br />
0,1 V. Transformou-se esses dados a valores <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> saída, em<br />
volts, e comparou-se estes dados com os dados obtidos na simulação. Os dados<br />
medidos e os dados obtidos na simulação são apresentados nas curvas da Fig. 3.6.<br />
Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação da saida VNN [V]<br />
0,110<br />
0,105<br />
0,100<br />
0,095<br />
0,090<br />
0,085<br />
0,080<br />
Simulação<br />
0,075<br />
Teste<br />
1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50<br />
Tensão <strong>de</strong> Controle (Vctrl) [V]<br />
Figura 3.6. Amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação no nó VNN versus Tensão <strong>de</strong> controle.<br />
Os dados da Fig. 3.6 mostram que a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> saída medida está próxima<br />
dos resultados da simulação, mostrando <strong>um</strong> <strong>de</strong>svío da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 %. Consi<strong>de</strong>-
ando estes resultados, po<strong>de</strong>-se inferir que a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação no nó <strong>de</strong> saída<br />
do oscilador também <strong>de</strong>ve estar próxima dos resultados dados pela simulação.<br />
75<br />
3.4 Ruído <strong>de</strong> fase<br />
Não foi possível medir o ruído <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>vido a que o sinal obtido não é <strong>um</strong> sinal<br />
”limpo”. O espectro mostra muitos picos que impe<strong>de</strong>m que se faça a medida.<br />
Uma solução sugerida para este problema é a fabricação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a placa <strong>de</strong> teste<br />
<strong>de</strong>dicada para facilitar a polarização do VCO e a adição <strong>de</strong> capacitores externos<br />
para dar maior estabilida<strong>de</strong> aos sinais <strong>de</strong> polarização. O sinal que se <strong>de</strong>ve ter<br />
maior cuidado é o sinal <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> freqüência V ctrl , já que qualquer variação<br />
<strong>de</strong> tensão nesse nó será refletida diretamente na freqüência <strong>de</strong> saída do oscilador.<br />
Figura 3.7. Espectro da potência <strong>de</strong> saída do oscilador. span=10 Mhz.<br />
O espectro do sinal obtido no analisador, configurado o equipamento com span<br />
<strong>de</strong> 10 MHz é mostrado na Fig. 3.7.<br />
É possível fazer <strong>um</strong>a estimativa do ruído <strong>de</strong> fase a partir da imagem da Fig.<br />
3.7. No analizador <strong>de</strong> espectro superheterodino, a potência do sinal medido é<br />
integrado na banda <strong>de</strong>terminada pelo parâmetro RBW (Resolution Bandwidth),<br />
pois este parâmetro <strong>de</strong>termina a largura <strong>de</strong> banda dos filtros passabanda sintonizado<br />
na freqüência IF (Intermediate-Frequency). Porém, a <strong>de</strong>finição do ruído
76<br />
<strong>de</strong> fase consi<strong>de</strong>ra a potência do ruído integrado n<strong>um</strong>a largura <strong>de</strong> banda <strong>de</strong> 1 Hz,<br />
portanto é preciso fazer a correção ao valor medido na tela do equipamento, como<br />
é mostrado a continuação:<br />
L{∆F } = ∆P − 10.log(RBW ) (3.1)<br />
on<strong>de</strong>:<br />
L{∆F } : Ruído <strong>de</strong> fase medido a ∆F da freqüência <strong>de</strong> oscilação;<br />
∆P : Diferência em potência entre a portadora e a banda lateral;<br />
RBW Resolution Bandwith. Largura <strong>de</strong> banda do filtro IF.<br />
No analizador <strong>de</strong> espectro utilizado, ao estabelecer <strong>um</strong> SPAN <strong>de</strong> 10 MHz e<br />
utilizar a configuração automática do RBW, o RBW é fixado em 100 KHz. A<br />
diferência <strong>de</strong> potência ∆P vista na tela, a 3 MHz da freqüência da portadora<br />
é aproximadamente -50 dBc. Com estes valores, o ruído <strong>de</strong> fase a 3 MHz da<br />
freqüência <strong>de</strong> oscilação está dado por:<br />
L{3MHz} = −50dBc − 10.log(100K) = −100dBc@3MHz (3.2)<br />
O valor <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase estimado mostra que embora a montagem usada para<br />
a medida do ruído <strong>de</strong> fase não foi a melhor, a resposta do circuito está próxima<br />
<strong>de</strong> atingir a especificação <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase para a qual foi projetado.
Capítulo 4<br />
Conclusões e Recomendações<br />
4.1 Conclusões<br />
Apresentou-se a função do circuito oscilador <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema transceptor<br />
<strong>de</strong> rádio freqüência. Explicou-se o conceito <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase e abordou-se dois<br />
mo<strong>de</strong>los usados para explicar o ruído <strong>de</strong> fase em osciladores.<br />
Implementou-se <strong>um</strong> oscilador controlado por tensão a 2,4 GHz, em tecnologia<br />
0,35 µm CMOS com 4 camadas <strong>de</strong> metal e 2 <strong>de</strong> polisilício, sem o uso <strong>de</strong> nenh<strong>um</strong><br />
componente externo. O projeto foi feito visando satisfazer o parâmetro <strong>de</strong> ruído<br />
<strong>de</strong> fase calculado a partir das especificações do sistema <strong>de</strong> rádio Bluetooth.<br />
O indutor, componente crítico do circuito, foi implementado como <strong>um</strong>a estrutura<br />
planar nas duas últimas camadas <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> quatro níveis disponíveis na<br />
tecnologia. Utilizou-se o programa ASITIC para a mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> indutores com<br />
diversas geometrias e escolheu-se a estrutura apropriada para o circuito com base<br />
na resistência parasitária da estrutura, a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência atingida<br />
pelo circuito e a amplitu<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> saída do oscilador. Usou-se <strong>um</strong> diodo <strong>de</strong><br />
junção como elemento sintonizador da freqüência. Implementou-se este componente<br />
como <strong>um</strong>a estrutura diferencial que garante <strong>um</strong> melhor fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
do que o uso <strong>de</strong> dois diodos com estrutura single-en<strong>de</strong>d. O layout foi feito tendo<br />
cuidados para que o circuito fosse tão simétrico quanto possível para garantir<br />
simetria do sinal gerado.<br />
Das simulações pós-layout obteve-se <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong><br />
2,28 GHz até 2,56 GHz, faixa que inclui a freqüência requerida <strong>de</strong> 2,4 GHz, o ruído<br />
<strong>de</strong> fase <strong>de</strong> -128dBc/Hz@3MHz e a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação <strong>de</strong> 0,9 V. O circuito<br />
oscilador é alimentado com <strong>um</strong>a fonte <strong>de</strong> 3,3 V e consome 2 mA.<br />
77
78<br />
Os testes do circuito mostraram que o oscilador possui <strong>um</strong>a faixa <strong>de</strong> variação<br />
<strong>de</strong> freqúência <strong>de</strong> 2,21 GHz até 2,53 GHz. Esta faixa está próxima dos resultados<br />
vistos na simulação e ainda inclui a freqüência <strong>de</strong> oscilação para a qual o circuito<br />
foi projetado. Dos dados <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação observados no nó <strong>de</strong> saída<br />
do buffer po<strong>de</strong>-se inferir que a amplitu<strong>de</strong> do sinal na saída do oscilador está<br />
próxima dos resultados vistos na simulação. Os testes foram feitos com <strong>um</strong>a<br />
fonte <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> 3,3 V e aplicando <strong>um</strong>a corrente <strong>de</strong> 2 mA ao oscilador,<br />
estes valores <strong>de</strong> polarização foram os mesmos usados durante as simulações.<br />
A característica <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> fase do circuito não foi satisfactória. Consi<strong>de</strong>ra-se<br />
que a causa <strong>de</strong>sse ruído são as variações dos sinais <strong>de</strong> polarização do circuito, em<br />
especial, a tensão do nó V ctrl . Estas variações po<strong>de</strong>r-se-iam reduzir com o projeto<br />
<strong>de</strong> <strong>um</strong>a placa <strong>de</strong> teste <strong>de</strong>dicada para a polarização do oscilador.<br />
4.2 Recomendações<br />
Como os indutores são <strong>um</strong>a parte essencial dos circuitos osciladores LC e <strong>de</strong><br />
outros blocos dos sistemas <strong>de</strong> transmissão e recepção RF, é fundamental caracterizar<br />
muito bem estes elementos usando a simulação, fabricação e validação dos<br />
parâmetros esperados. Uma vez validado a ferramenta <strong>de</strong> simulação e ajustados<br />
os parâmetros para <strong>um</strong>a tecnologia dada, o projeto <strong>de</strong> circuitos que usarem<br />
estes elementos será muito mais fácil e confiável. A mesma situação acontece<br />
com os varactores, no nosso grupo ainda nenh<strong>um</strong> trabalho tinha sido feito na<br />
caracterização <strong>de</strong>stes elementos.<br />
Uma vez conhecidos os passos para o projeto e implementação do oscilador, a<br />
implementação <strong>de</strong> <strong>um</strong> trabalho futuro que involva a interação com o PLL , mixer<br />
ou on<strong>de</strong> o oscilador faça parte <strong>de</strong> <strong>um</strong> transceptor completo, características <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oscilação e cons<strong>um</strong>o po<strong>de</strong>m ser mudadas para melhorar o <strong>de</strong>sempenho<br />
do circuito inteiro.<br />
Para obter <strong>um</strong>a melhor resposta do circuito seria preciso criar <strong>um</strong>a placa que<br />
permita o fácil acesso aos sinais <strong>de</strong> polarização e a soldagem <strong>de</strong> componentes<br />
externos que proporcionem maior estabilida<strong>de</strong> aos sinais <strong>de</strong> polarização e adicionem<br />
proteção ao circuito. O uso <strong>de</strong> capacitores soldados sobre a placa <strong>de</strong> teste<br />
permitiria a redução <strong>de</strong> variação dos sinais <strong>de</strong> polarização é garantiria <strong>um</strong> sinal<br />
<strong>de</strong> saída com menor ruído. O fato da proteção é importante porque para a
79<br />
polarização do circuito está-se accesando a portas <strong>de</strong> transistores. A espessura<br />
do óxido n<strong>um</strong>a tecnologia como a usada é muito fina e o circuito é facilmente<br />
<strong>de</strong>struído por manipulação.<br />
Finalmente, é importante que sejam caracterizados os blocos que combinam<br />
o VCO com outros, também disponíveis no chip protótipo, entre eles: VCO e<br />
mixer, VCO, LNA e mixer, e o circuito sintetizador <strong>de</strong> freqüência.
Apêndice A<br />
Arquivo <strong>de</strong> Parâmetros da<br />
Tecnologia para ASITIC<br />
;-------------------------------------------------------------------------------<br />
; C35B4C3 0.35<strong>um</strong> CMOS technology file<br />
;-------------------------------------------------------------------------------<br />
; Based on doc<strong>um</strong>entation of AMS - Austria Micro Systeme International AG<br />
; Doc<strong>um</strong>ent ENG-182 Rev 2<br />
; DMPSV - <strong>LSI</strong> - <strong>USP</strong><br />
; Last changed on 15/07/2003<br />
;-------------------------------------------------------------------------------<br />
<br />
chipx=512 ; dimensions of the chip in x direction<br />
chipy=512 ; dimensions of the chip in y direction<br />
fftx=256 ; x-fft size (must be a power of 2)<br />
ffty=256 ; y-fft size<br />
TechFile=c35.tek<br />
TechPath=.<br />
freq=2.4 ; Frequency of operation<br />
eddy=0<br />
; layer 0 <strong>de</strong>fined below is conductive<br />
0<br />
; p(-) bulk layer<br />
rho = 19 ; ohm-cm<br />
t = 725 ; microns<br />
eps = 11.9<br />
1<br />
; Oxi<strong>de</strong><br />
rho = 1e10 ; ohm-cm<br />
t = 5.835 ; microns<br />
eps = 3.9<br />
0<br />
layer = 1<br />
; poly1<br />
rsh = 8000<br />
; sheet resistance Mili-Ohms/Square<br />
t = 0.282 ; thickness (microns)<br />
d = 0.2976<br />
; dist from bottom of layer (at surface)<br />
name = POLY1<br />
color = Red<br />
0<br />
top = 1<br />
bottom = 0<br />
; metal 1 to poly<br />
; via connects up to this metal layer<br />
; via connectsdown to this metal layer<br />
80
81<br />
r = 2<br />
width = .4<br />
space = .5<br />
overplot1 = .1<br />
overplot2 = .2<br />
name = CONT<br />
color = blue<br />
1<br />
layer = 1<br />
rsh = 80<br />
t = 0.665<br />
d = 0.935<br />
name = MET1<br />
color = light blue<br />
; resistance per via<br />
; width of via<br />
; minim<strong>um</strong> spacing between vias<br />
; minim<strong>um</strong> dist to top layer<br />
; minim<strong>um</strong> dist to bottom layer<br />
; metal1<br />
; sheet resistance Mili-Ohms/Square<br />
; thickness (microns)<br />
; dist from bottom of layer (at surface)<br />
1 ; metal 2 to metal 1<br />
top = 2<br />
; via connects up to this metal layer<br />
bottom = 1<br />
; via connectsdown to this metal layer<br />
r = 1.2<br />
; resistance per via<br />
width = .5<br />
; width of via<br />
space = .5<br />
; minim<strong>um</strong> spacing between vias<br />
overplot1 = .1 ; minim<strong>um</strong> dist to top<br />
overplot2 = .2 ; minim<strong>um</strong> dist to bottom<br />
name = VIA<br />
color = Magenta<br />
2<br />
layer = 1<br />
rsh = 80<br />
t = 0.640<br />
d = 1.935<br />
name = MET2<br />
color = dark blue<br />
; metal2<br />
; sheet resistance Mili-Ohms/Square<br />
; thickness (microns)<br />
; dist from bottom of layer (at surface)<br />
2 ; metal 3 to metal 2<br />
top = 3<br />
bottom = 2<br />
r = 1.2<br />
width = .5<br />
space = .5<br />
overplot1 = .2<br />
overplot2 = .1<br />
name = VIA2<br />
color = cyan1<br />
3<br />
layer = 1<br />
rsh = 80<br />
t = 0.640<br />
d = 2.935<br />
name = MET3<br />
color = Sienna<br />
; metal3<br />
; sheet resistance Mili-Ohms/Square<br />
; thickness (microns)<br />
; dist from bottom of layer (at surface)<br />
3 ; metal 4 to metal 3<br />
top = 4<br />
bottom = 3<br />
r = 1.2<br />
width = .5<br />
space = .5<br />
overplot1 = .2
82<br />
overplot2 = .1<br />
name = VIA3<br />
color = cyan1<br />
4<br />
layer = 1<br />
; metal4<br />
rsh = 40<br />
; sheet resistance Mili-Ohms/Square<br />
t = 0.925<br />
; thickness (microns)<br />
d = 3.935<br />
; dist from bottom of layer (at surface)<br />
name = MET4<br />
color = Green<br />
;-------------------------------------------------------------------------------
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