TESE-Fernanda S Pere.. - Departamento de Psiquiatria
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consegue se manter engajado e utilizar o que é próprio da nossa cultura, como<br />
dinheiro, telefone, reconhecer horas no relógio, usar meios <strong>de</strong> transporte, entre<br />
outros, é o idoso que mantém preservada sua capacida<strong>de</strong> funcional. Esta capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vinculação às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> sua vida diária é peça chave no diagnóstico diferencial<br />
entre um idoso com algum comprometimento cognitivo e o idoso portador <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>mência.<br />
Nossos resultados indicaram que à medida que o funcionamento executivo<br />
<strong>de</strong>clina, a funcionalida<strong>de</strong> se altera, sendo ambos construtos complexos nem sempre<br />
bem compreendidos. Recomendações <strong>de</strong> Tirapu-Ustárroz et al. (2002) para a<br />
avaliação neuropsicológica das funções executivas po<strong>de</strong>riam ser ampliadas para a<br />
avaliação da capacida<strong>de</strong> funcional em função da forte associação entre elas: 1ª) os<br />
resultados dos testes <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> modo integrado a um marco teóricocompreensivo;<br />
2ª) a escolha dos instrumentos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve ser baseada na<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer informações com vali<strong>de</strong>z ecológica sobre os mecanismos<br />
subjacentes aos déficits; 3ª) a avaliação <strong>de</strong>ve ser realizada por pessoas especializadas<br />
que saibam interpretar os dados em função <strong>de</strong> um corpo <strong>de</strong> conhecimentos sobre as<br />
relações entre cérebro e comportamento.<br />
Atualmente, muitos estudos têm procurado i<strong>de</strong>ntificar e predizer quais<br />
indivíduos <strong>de</strong>senvolverão <strong>de</strong>mência apoiando-se em marcadores fisiopatológicos<br />
(Buerger et al., 2002; Riemenschnei<strong>de</strong>r et al., 2002) e em parâmetros cognitivos<br />
(Palmer et al., 2003), investigando-se muito pouco sobre o perfil <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
funcional. Diante do rápido crescimento da população idosa no contexto brasileiro,<br />
muitos <strong>de</strong>les morando sozinhos (segundo indicadores do IBGE <strong>de</strong> 2008, <strong>de</strong>ntre<br />
pessoas que moram sozinhas no Brasil, 40,8% são idosas), verifica-se a gran<strong>de</strong>