GT 2011 - Semana de Letras - UFSC
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Página7<br />
A poesia <strong>de</strong> Charles Silva<br />
JOSÉ LUIZ AMORIM<br />
O poeta <strong>de</strong> Santa Catarina, Charles Silva, para temperar sua poesia usa dois produtos muito explorados em nosso<br />
passado <strong>de</strong> homens anfíbios, produtos os quais dá nome a seu livro “Do açúcar à pimenta”. Aliás, diga-se <strong>de</strong><br />
passagem, um título bem provocante.<br />
Para falar da obra <strong>de</strong>sse bardo necessito <strong>de</strong> um camarote especial o qual uma reflexão <strong>de</strong> Nelson Rodrigues o explica<br />
“Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura(...)”, e basta para falar da poesia <strong>de</strong> Charles Silva, pois a<br />
moldura da cama é o espaço on<strong>de</strong> ele pinta com palavras o tema mais explorado em sua poesia- o corpo. Confesso<br />
que quando encontrei no pavilhão auditivo <strong>de</strong> seu livro a palavra “musa”, veio-me à cabeça um vate que vivia em<br />
outra era e passeava pelos campos <strong>de</strong> primavera <strong>de</strong>clamando à musa marmórea e divinal um soneto bem afinado.<br />
Ao passar o <strong>de</strong>do “Do açúcar à pimenta” pu<strong>de</strong> perceber que esse escritor me surpreen<strong>de</strong>u, pois embora tenha usado<br />
a palavra musa, não encontrei soneto, no entanto, ao contrário das edições convencionais, para o meu<br />
estranhamento, <strong>de</strong>parei-me com um livro sem numeração <strong>de</strong> página, sem biografia, com poemas sem pontuação,<br />
com letras minúsculas e poemas impressos também na margem direita da página.<br />
O trabalho <strong>de</strong>sse autor reúne poemas que foram filtrados no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. Sendo que o marco <strong>de</strong> sua<br />
poesia é o corpo, ela não po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>svinculada da sexualida<strong>de</strong> que é um tema atemporal.<br />
Grupo Sul: um grupo multicultural e esquecido<br />
BIANCA MÓRA BORTOLUZZI<br />
Não é <strong>de</strong> hoje que se <strong>de</strong>bate sobre a existência <strong>de</strong> uma literatura <strong>de</strong> Santa Catarina ou <strong>de</strong> uma literatura em Santa<br />
Catarina. Os pesquisadores preferem falar em uma literatura feita em Santa Catarina.<br />
No ano <strong>de</strong> 1947 foi formado o Grupo Sul, com objetivo <strong>de</strong> discutir e produzir literatura no Estado. Além disso, o<br />
Grupo Sul também se mostrou no cinema, no teatro e nas artes plásticas.<br />
O Grupo Sul ficou conhecido somente na sua época, pois atualmente a população não sabe que existiu esse grupo.<br />
Esse fato ocorre porque os professores não ensinam a literatura catarinense nas escolas.<br />
A autora ANTONIETA MERCÊS (egressa <strong>Letras</strong>-Português <strong>UFSC</strong>) apresenta o romance <strong>de</strong> sua autoria S A R A G A Ç O:<br />
Um romance cheio <strong>de</strong> nuances e que narra o jeito sutil, engraçado e divertido das pessoas que habitam a região<br />
litorânea catarinense, sempre com o olhar <strong>de</strong> quem está comprometida com as raízes e com o gritar diário <strong>de</strong> sua<br />
alma.<br />
BIANCA R. FURTADO é autora do livro Brumas da Ilha. Propõe apresentar seu primeiro romance aos acadêmicos da<br />
<strong>UFSC</strong>. Graduada em <strong>Letras</strong> - Português (<strong>UFSC</strong>), a autora levou cinco anos entre pesquisas e criação para finalizar o<br />
romance.<br />
O livro foi um dos projetos contemplados no Edital Elisabete An<strong>de</strong>rle <strong>de</strong> Estímulo à Cultura. Quatro meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
lançar o livro na 22 o Bienal do Livro <strong>de</strong> SP, autora recebeu o diploma <strong>de</strong> mérito da Aca<strong>de</strong>mia Catarinense <strong>de</strong> <strong>Letras</strong><br />
na categoria melhor romance <strong>de</strong> 2010. O livro aborda a história e lendas sobre a imigração açoriana à Ilha <strong>de</strong> Santa<br />
Catarina, Nossa Senhora do Desterro, em meados <strong>de</strong> 1748.