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GT 2011 - Semana de Letras - UFSC

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Página39<br />

<strong>GT</strong>:OS MANUSCRITOS DE TRADUÇÃO DE D. PEDRO II: UMA ABORDAGEM<br />

GENÉTICA<br />

Resumo da proposta:<br />

As influências <strong>de</strong> D. Pedro II, imperador do Brasil no período <strong>de</strong> 1840 até 1889, não se limitavam somente à política.<br />

Amante das <strong>Letras</strong>, D. Pedro II relacionava-se com Gonçalves Magalhães, Manuel <strong>de</strong> Araújo Porto Alegre, Joaquim<br />

Manuel <strong>de</strong> Macedo, Gonçalves Dias, Carlos Gomes, entre outros nomes ligados às artes em geral. Ainda muito<br />

jovem, exercia a diplomacia ao correspon<strong>de</strong>r-se com o ministro britânico H. F. Fox, atestando o seu conhecimento<br />

em inglês e revelando a sua inclinação para o estudo <strong>de</strong> línguas. De acordo com as pesquisas historiográficas, aos<br />

doze anos D. Pedro II já vertia textos daquele idioma para o português, além <strong>de</strong> falar e escrever em francês. Os<br />

registros também apontam o conhecimento <strong>de</strong> hebraico, grego, árabe, latim, italiano, espanhol, alemão, etc. Tal<br />

conhecimento não se restringia somente a fala: D. Pedro II traduziu diversos textos <strong>de</strong> vários idiomas, além <strong>de</strong><br />

anotar em seu diário pessoal as comparações que costumeiramente realizava <strong>de</strong> traduções da mesma obra,<br />

principalmente àquelas realizadas em outras línguas. Desta forma, sobretudo em razão da atual ênfase que vem<br />

tomando os estudos da tradução, e também em razão das novas investigações que se iniciam sobre o lado<br />

intelectual <strong>de</strong> Pedro <strong>de</strong> Alcântara, buscaremos, por meio <strong>de</strong>sta comunicação, contribuir com a divulgação do<br />

trabalho <strong>de</strong> um dos pioneiros da tradução literária do Brasil no século XIX. Amparados pelos Estudos Descritivos da<br />

Tradução e com respaldo na Crítica Genética, busca-se <strong>de</strong>limitar o processo criativo <strong>de</strong> D. Pedro II enquanto tradutor<br />

a partir <strong>de</strong> seus manuscritos autógrafos. A escolha por esta corrente teórica e metodológica justifica-se pelo simples<br />

fato <strong>de</strong> ambas contemplarem em sua essência o processo em <strong>de</strong>trimento do produto final. A Crítica Genética<br />

possibilita verificar, através <strong>de</strong> elementos que possivelmente <strong>de</strong>saparecem nas obras entregues ao público (rasuras,<br />

anotações), o processo <strong>de</strong> criação do tradutor.<br />

Resumo dos <strong>de</strong>mais trabalhos apresentados no <strong>GT</strong>:*<br />

ROSANE DE SOUZA:<br />

O processo <strong>de</strong> tradução das Mil e Uma Noites <strong>de</strong> D. Pedro II<br />

Neste estudo investiga-se o trabalho <strong>de</strong> um tradutor do século XIX, ainda pouco conhecido por suas ativida<strong>de</strong>s<br />

literárias. Trata-se <strong>de</strong> D. Pedro II, personagem prioritariamente ligado à história do Brasil e <strong>de</strong> Portugal, que começa<br />

a ser consi<strong>de</strong>rado por seu trabalho enquanto homem <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>. O objetivo da investigação que propomos consiste<br />

em reconstruir processo criativo do tradutor, bem como <strong>de</strong>screver qual seu perfil como tradutor. Como<br />

embasamento teórico e metodológico, utilizaremos a Crítica Genética e os Estudos Descritivos da Tradução.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos assim po<strong>de</strong>r explanar, através da análise dos manuscritos <strong>de</strong> um autor, observando as suas rasuras,<br />

cartas, anotações e seus rascunhos, como é possível remontar ao processo <strong>de</strong> criação da obra. O corpus constitui-se<br />

<strong>de</strong> dois ca<strong>de</strong>rnos com traduções autógrafas das Mil e uma Noites que são conservados no Museu Imperial <strong>de</strong><br />

Petrópolis, junto com outros documentos relativos à produção tradutória do Imperador, como o diário, livros, cartas,<br />

que formam o dossiê <strong>de</strong> pesquisa.<br />

ADRIANO MAFRA:<br />

Processo criativo <strong>de</strong> D. Pedro II na tradução do poema The Sicilian’s tale: King Robert of Sicily<br />

A ativida<strong>de</strong> intelectual <strong>de</strong> Pedro d’Alcântara, normalmente relegada nos livros <strong>de</strong> história e nas várias biografias do<br />

monarca, começa a ganhar visibilida<strong>de</strong> em pesquisas recentes. Des<strong>de</strong> muito cedo, D. Pedro II <strong>de</strong>monstrava gran<strong>de</strong><br />

inclinação para o estudo <strong>de</strong> línguas, apresentando proficiência em algumas línguas clássicas ainda na infância.<br />

Transitou em meio aos gran<strong>de</strong>s intelectuais do século XIX e, <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>spretensiosa, traduziu os escritores que<br />

mais admirava, estreitando os laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> entre eles. É o caso do poeta norte-americano Henry Longfellow,<br />

com quem o imperador trocou correspondências por longos anos até conhecê-lo pessoalmente em 1876. Alguns<br />

anos antes, D. Pedro havia traduzido o poema The Sicilian’s tale: King Robert of Sicily, recebendo os cumprimentos<br />

<strong>de</strong> Longfellow por sua iniciativa tão bem sucedida. Os manuscritos <strong>de</strong>sta tradução, juntamente com alguns<br />

documentos pessoais do monarca, compõem o corpus <strong>de</strong>sta pesquisa. Buscando bases metodológicas nos Estudos<br />

Descritivos da Tradução e na Crítica Genética, procura-se <strong>de</strong>limitar o processo criativo <strong>de</strong> D. Pedro II enquanto

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