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Elogio fúnebre, do General Doutor Caetano Manoel de Faria e ...

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<strong>Elogio</strong> Fúnebre - <strong>General</strong> <strong>Doutor</strong> <strong>Caetano</strong> <strong>Manoel</strong> <strong>de</strong> <strong>Faria</strong> e Albuquerque<br />

Não me enganara, infelizmente, tão amargo<br />

presentimento. Foi isto em Janeiro <strong>de</strong> 1924. Um anno e<br />

um mez após, insidiosa angina pectoris punha-lhe, <strong>de</strong><br />

chofre, remate á vida, a 10 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1925.<br />

E perdia, assim, Matto-Grosso umas das altas<br />

figuras representativas da sua cultura e este Instituto, que<br />

hoje pelo meu verbo o <strong>de</strong>plora, recebia, pela quarta vez, o<br />

sinistro rebate da gran<strong>de</strong> Mysteriosa, que assim lhe vinha<br />

<strong>de</strong>sfalcar as fileiras <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s seus membros funda<strong>do</strong>res...<br />

JOSÉ DE MESQUITA<br />

Não vos parece, meus Senhores, que ao nosso<br />

sau<strong>do</strong>so amigo, cuja perda hoje lamentamos, se possa<br />

applicar muito bem este conceito que para o gran<strong>de</strong><br />

político francez escrevera o elegante cria<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

Brichanteau <br />

E, que em vin<strong>do</strong> essa hora da justiça posthuma,<br />

caiba ao nosso Instituto a gloria <strong>de</strong>, pelo menos, atravez<br />

<strong>de</strong>ste discurso pobre e incolor, haver inicia<strong>do</strong> a<br />

rehabilitação <strong>de</strong> tão nobre e digna memória.<br />

Peroração<br />

Numa <strong>de</strong> suas encanta<strong>do</strong>ras chronicas sob o titulo<br />

“Les jardins <strong>de</strong> l'Histoire” narra-nos Jules Claretie a<br />

impressão <strong>de</strong> sua visita a Gambetta, na sua casita, <strong>de</strong><br />

Bor<strong>de</strong>aux, em 1871.<br />

O velho tribuno e bravo solda<strong>do</strong> da Franca, só, ao<br />

fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma poltrona, no meio <strong>de</strong> uma inmensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

papeis, os lia e ia rasgan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> que lhe parecia inútil,<br />

atiran<strong>do</strong> a uma cesta já quasi cheia. Claretie, que o<br />

imaginava venci<strong>do</strong>, cansa<strong>do</strong>, sem esperança, ouviu-lhe, a<br />

uma interpellação que lhe fizera, estas palavras:<br />

—«Fatiga<strong>do</strong>, certamente, meu arraigo !<br />

Desespera<strong>do</strong>, nunca.<br />

Até breve e para a frente ! »<br />

E conclue o judicioso chronista:<br />

“Ambicioso sómente <strong>do</strong> bem da Pátria, invejoso e<br />

altivo <strong>do</strong>s <strong>de</strong>stinos da França. Leon Gambetta, esse<br />

sentimental tão seguro como um mathematico, <strong>de</strong>veria<br />

dizer, todavia, e certamente se dissera, que uma hora<br />

chega sempre em que a justiça tem <strong>de</strong> ser feita ao homem<br />

<strong>de</strong> bôa fé e leal.”<br />

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