Resumo Ordem Salmoniformes

Universidade Federal do Rio Grande
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica
Ictioplâncton
Resumo Ordem Salmoniformes
• Fink (1984) e Begle (1991) sugeriram que o termo Salmoniformes não teria
mais utilidade, desde que a avaliação de alguns caracteres salmoniformes
(presença ou ausência de nadadeira adiposa, cariótipo tetraplóide, perda dos
ossos basesfenóide e orbitoesfenóide, etc.) não deixou nenhum grupo
monofilético além de Salmonidae.
• Atualmente no FishBase encontramos a ordem Salmoniformes, composta pela
família Salmonidae e a Ordem Osmeriformes, que além dos antigos grupos
presentes em Salmoniformes (Fahay, 2007), como Alepocephalidae,
Argentinidae, Bathylagidae, Microstomatidae, Opisthoproctidae, Osmeridae,
Platytroctidae, abriga ainda as famílias Galaxiidae, Lepidogalaxiidae,
Leptochilichthyidae, Plecoglossidae, Retropinnidae, Salangidae.
• Seguem abaixo algumas características de larvas e/ou ovos pertencentes a
algumas famílias citadas por Fahay (2007):
- Alepocephalidae: As larvas eclodem de grandes ovos (3 - 4mm), possuem
desenvolvimento direto e já foram registradas ocorrências em águas de médias
profundidades. Apresentam largas cabeças com olhos alongados horizontalmente, que
nos adultos se tornam redondos. O desenvolvimento dos raios das nadadeiras é
atrasado, sendo aqueles da dorsal, anal e caudal sendo formados aproximadamente
quando a larva atinge 30mm; enquanto os raios das peitorais não se desenvolvem
antes dos 60mm. Não apresentam nadadeira adiposa.
- Bathylagidae: São animais ovíparos com ovos e larvas planctônicos. Os estágios
genéticos dos batilagídeos são extremamente desenvolvidos. Ovos de todas as
espécies conhecidas possuem membrana coriônica ornamentada, vitelos
segmentados e múltiplas gotas de óleo. As larvas são alongadas e apresentam
grandes pregas nas quais se desenvolvem as nadadeiras dorsal e anal. Com exceção
da caudal, o desenvolvimento de todas as nadadeiras é adiado até o fim do período
larval. De acordo com Ahlstrom et al. (1984), as principais características para
identificar as larvas de batilagídeos são seus olhos sésseis ou pedunculados, e o
padrão dos melanóforos corporais (número e sequência de formação).

- Platytroctidae: Pouco se conhece sobre as características de reprodução desses
peixes ovíparos. As únicas descrições publicadas de larvas são aquelas de Murray e
Hjort (1912), Beebe (1933ª) e Matsui (1991). Platitroctídeos jovens se assemelham a
alepocephalídeos, que atravessam um desenvolvimento larval similar; e a estágios de
transição e juvenis de alguns batilagídeos, embora nenhum desses taxa apresente um
“órgão ombral”, encontrado até mesmo nas larvas de platitroctídeos onde ainda se
observa o saco vitelínico. Esse “órgão” nada mais é do que uma papila tubular
localizada bem abaixo da linha lateral e posterior à borda do ombro, de onde pode ser
descarregado um fluido luminoso verde-azulado.
- Argentinidae: Os ovos planctônicos são relativamente grande (1,3 – 1,85mm), com
um moderadamente largo espaço perivitelínico, vitelo segmentado (vacúolos) e uma
grande gota de óleo. A larva é alongada e seu saco vitelínico pode alcançar 3,5 –
5,0mm, com pigmentações ventrais características formadas em um estádio tardio do
embrião. O padrão de pigmentação formado ao final do estágio de pré-flexão torna a
larva inconfundível.
- Osmeridae: Os ovos de osmerídeos são adesivos, 0,8 – 1,1mm de diâmetro, com
um característico córion duplo e numerosas gotas de óleo. As larvas são esguias, com
intestino alongado, uma cabeça depressiforme e uma única série de melanóforos ao
longo de uma linha mediana ventral no intestino. As larvas dos osmerídeos,
superficialmente, se assemelham àquelas dos Clupeiformes, mas são facilmente
distinguidas com base na musculatura do corpo, morfologia do intestino e pigmentação
ventral.
- Salmonidae: Os ovos de salmões são esféricos, adesivos, depositados no fundo, de
casca fina e coloração amarela, laranja ou âmbar. Depois de algumas semanas
aparecem pequenos olhos pretos dentro da ova e logo depois o coração e outros
órgãos internos tornam-se visíveis. As ovas de salmão demoram em torno de 3 meses
para eclodir e invernos gelados podem atrasar essa eclosão, assim como anos
quentes podem acelerar o processo. As larvas recém eclodidas apresentam 15 –
18mm de comprimento e carregam um grande saco vitelínico, por aproximadamente 6
semanas. Quando este é completamente absorvido os juvenis (“parrs”) se alimentam
principalmente de insetos aquáticos, moluscos, crustáceos e peixes. As características
típicas das áreas de desenvolvimento de juvenis incluem zonas de baixa profundidade
(inferior a 20cm), substrato de cascalho e velocidade de corrente entre 50-70 cm/s
(Environment Agency 1998, Mills 1989). Os juvenis permanecem na água doce de 1 a
6 anos e só então migram para o oceano, onde permanecem de 1 a 4 anos antes de
retornar à água doce para reproduzir.