27.12.2014 Views

Do Egito antigo ao Brasil contemporâneo: a representação da ...

Do Egito antigo ao Brasil contemporâneo: a representação da ...

Do Egito antigo ao Brasil contemporâneo: a representação da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

História, imagem e narrativas<br />

N o 9, outubro/2009 – ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimagem.com.br<br />

Fig. VII - Fábio Konder Comparato: decifrando a esfinge. Autoria do ilustrador William Medeiros 19<br />

No decorrer <strong>da</strong> entrevista, Fábio fala sobre o impeachment sofrido pelo ex-presidente<br />

Mello e esclarece as causas do mesmo não ter ocorrido recentemente com o presidente Lula.<br />

O jurista segue discorrendo sobre os caminhos percorridos pela esquer<strong>da</strong> brasileira e afirma<br />

estar decepcionado com os rumos que tomaram o governo, porém termina a entrevista<br />

dizendo que “o jeito é reforçar os instrumentos de soberania popular efetiva, ou seja, avançar<br />

rumo à democracia direta e participativa (...)”. 20 Mesmo com todos os defeitos apontados por<br />

Fábio Konder (e a maioria deles compartilhados com o povo), o advogado continua a<br />

acreditar e não deixa o desânimo tomar conta e só para citar o velho ditado: “ele também é<br />

brasileiro e por isso não desiste nunca.”<br />

Com o fim <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s charges podemos observar a forma com que os artistas<br />

procuraram representar os acontecimentos de sua época, através <strong>da</strong> figura <strong>da</strong> esfinge egípcia,<br />

mas <strong>da</strong>ndo a ela muitas vezes o significado <strong>da</strong> esfinge grega.<br />

Está certo que todo e qualquer artista tem o direito de exercer a sua “licença poética”<br />

ou criativa, até mesmo para <strong>da</strong>r maior credibili<strong>da</strong>de à sua obra, mas neste ponto podemos (ou<br />

não) perceber como o <strong>Egito</strong> se tornou o entre-lugar e, <strong>ao</strong> mesmo tempo, ocultou o significado<br />

de seu ícone, que sob a visão de Homi K. Bhabha (1998, p. 134), seria a chama<strong>da</strong><br />

“representação parcial”, ou seja, visualizamos a representação desse ícone do <strong>Egito</strong>, mas há<br />

uma mera repetição e não uma representação <strong>da</strong> real monumentali<strong>da</strong>de do mesmo:<br />

(...) Ao significar o presente, algo vem a ser repetido, relocado e traduzido em<br />

nome <strong>da</strong> tradição, sob a aparência de um passado que não é necessariamente<br />

um signo fiel <strong>da</strong> memória histórica, mas uma estratégia de representação <strong>da</strong><br />

autori<strong>da</strong>de em termos do artifício do arcaico. (BHABHA, 1998, p. 64-65).<br />

Aqui chamamos também a atenção para a tese que o árabe Edward Said defende: o<br />

19 Disponível em www.brasiliaemdia.com.br/.../27/Pagina1092.htm, acesso em outubro de 2006.<br />

20 Idem.<br />

14

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!