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N.R.P. BARTOLOMEU DIAS - Marinha de Guerra Portuguesa

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lembrasse <strong>de</strong>le. Enganou-se, quando o vi<br />

soube-me logo na alma o doce do licor colombiano<br />

e a memória <strong>de</strong>sta história. E nesse<br />

preciso momento, tantos anos passados,<br />

ocorreu-me que este velho marinheiro sintetizava<br />

o fundamental da alma portuguesa.<br />

A essência da alma portuguesa – concluirá<br />

a este tempo o leitor – é certamente este<br />

<strong>de</strong>sembaraço no contacto com culturas e<br />

povos, por mais estranhos que eles nos sejam.<br />

È esta capacida<strong>de</strong> para conseguir mais<br />

pela arte do que pela força simples objectivos,<br />

que tanto impressionam pela sagacida<strong>de</strong>.<br />

É, por fim, a capacida<strong>de</strong> (muitas vezes<br />

posta à prova) para sobreviver para lá<br />

da adversida<strong>de</strong>, num “logo se vê” tranquilizador.<br />

Esta é a essência da nossa alma, <strong>de</strong><br />

reis das pequenas coisas, que permitiu a um<br />

povo pequeno sobreviver e agigantar-se –<br />

em <strong>de</strong>terminado momento histórico – para<br />

lá, muito para lá da pequenez, que a alguns<br />

atormentava (…e que para muitos, acredito,<br />

ainda parece incomodar).<br />

É também seguro que são os marinheiros<br />

que melhor sintetizam estas qualida<strong>de</strong>s da<br />

gesta portuguesa, pois em poucas profissões<br />

se reúne tanto <strong>de</strong>sconforto, tanta adversida<strong>de</strong>,<br />

por vezes mesmo tanta incompreensão<br />

e, apesar <strong>de</strong> tudo, um saber levar a vida com<br />

tanta alegria e adaptabilida<strong>de</strong>. É este o segredo<br />

<strong>de</strong>ste Rei das Pequenas Coisas, o Sr.<br />

Cabo Alcino, que viverá sempre na minha<br />

memória e que, espero sinceramente, irá<br />

recuperar rapidamente.<br />

<br />

Doc<br />

Batalhas e Combates da<br />

<strong>Marinha</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

I VOLUME<br />

A<br />

obra “Batalhas e Combates da <strong>Marinha</strong><br />

<strong>Portuguesa</strong>” da autoria do<br />

Comandante Saturnino Monteiro,<br />

consta <strong>de</strong> oito volumes publicados em Lisboa<br />

pela Sá da Costa Editora, entre 1989­<br />

‐1999. Este estudo, que se refere às acções<br />

mais importantes da <strong>Marinha</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

durante o dilatado período <strong>de</strong> oito séculos<br />

(1180-1970), tornou-se uma referência incontornável<br />

para os investigadores históricos<br />

que se <strong>de</strong>dicam ao tema. O 1º Volume,<br />

entretanto galardoado com os prémios “Almirante<br />

Pereira Crespo-1988”, da Revista<br />

da Armada e “Almirante Sarmento Rodrigues-1992”,<br />

da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>Marinha</strong>, foi agora reeditado.<br />

O lançamento da reedição efectuou-se no passado dia 14 <strong>de</strong> Maio, na<br />

Livraria Buchholz tendo sido apresentada pelo Prof. Doutor António José<br />

Telo. A presente reedição, correcta e aumentada, à semelhança da 1ª edição,<br />

correspon<strong>de</strong> ao período (1139-1521) é <strong>de</strong>nominada “Po<strong>de</strong>r Naval à<br />

Escala Planetária” e constitui mais um meritório trabalho do Comandante<br />

Saturnino Monteiro sobre a História da <strong>Marinha</strong> <strong>Portuguesa</strong>. <br />

Da autoria do Tenente César Magarreiro,<br />

vencedor do Prémio Maria Rosa Colaço -<br />

Almada 2008, o livro “Ronda Filipina” foi<br />

lançado no evento Literatura em Viagem 2009, em<br />

Matosinhos, on<strong>de</strong> participaram cerca <strong>de</strong> 40 escritores<br />

<strong>de</strong> diversos países.<br />

Seguiram-se duas apresentações, uma no dia 25<br />

<strong>de</strong> Abril na Fragata “D. Fernando e Gloria” e outra<br />

no dia 26 <strong>de</strong> Abril na Ria <strong>de</strong> Aveiro.<br />

“Ronda Filipina” convida o leitor a viajar para<br />

um tempo quase secreto on<strong>de</strong> se sobrepõem o imaginário<br />

e a memória. Uma narrativa histórica que<br />

o vai situar no século XVII, durante o período da<br />

dominação filipina. Altura em que os corsários do<br />

Norte <strong>de</strong> África efectuavam incursões e saques por<br />

território europeu. Numa narração ágil e envolvente, o autor cria<br />

um universo rico e multifacetado on<strong>de</strong> as relações entre os indivíduos,<br />

bem como a relativida<strong>de</strong> das i<strong>de</strong>ias sobre o outro, são causa<br />

32 JULHO 2009 • Revista da Armada<br />

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LIVROS<br />

PALHEIROS DE MIRA<br />

Formação e <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> um<br />

aglomerado <strong>de</strong> pescadores<br />

O<br />

estudo agora apresentado é<br />

a 3ª edição, facsimilada da<br />

obra da Prof.ª Doutora Raquel<br />

Soei ro <strong>de</strong> Brito, editada conjuntamente<br />

pela Câmara Municipal <strong>de</strong> Mira<br />

(CMM) e pelo Centro <strong>de</strong> Estudos do<br />

Mar (CEMAR).<br />

A primeira edição foi publicada em<br />

1960, pelo Centro <strong>de</strong> Estudos Geográficos<br />

– Centro <strong>de</strong> Investigação do Instituto<br />

Nacional <strong>de</strong> Investigação Científica<br />

– e uma 2ª em 1981, já facsimilada, por<br />

iniciativa <strong>de</strong>sse mesmo Instituto.<br />

Esta última edição <strong>de</strong>ve-se ao facto<br />

<strong>de</strong> a CCM e o CEMAR estarem a repor algumas obras respeitantes<br />

à terra e às gentes gandarenses, numa tentativa <strong>de</strong> se manter viva<br />

a chama <strong>de</strong> um passado recente porque este trabalho pela sua índole<br />

continua a “viver” com a população piscatória da Praia <strong>de</strong><br />

Mira (nome actual do velho lugar <strong>de</strong> Passeios <strong>de</strong> Mira), “foi um dos<br />

escolhidos para uma primeira série” <strong>de</strong>stas publicações.<br />

<br />

“RONDA FILIPINA”<br />

<strong>de</strong> reflexão. Envolto numa prosa que seduz o enredo<br />

assenta num facto verídico ocorrido em 1617, ano<br />

em que uma frota composta por oito embarcações<br />

<strong>de</strong> corsários argelinos saqueou a ilha do Porto Santo<br />

(Ma<strong>de</strong>ira), levando consigo, cativos, para o Norte<br />

<strong>de</strong> África, 900 dos seus cerca <strong>de</strong> 1000 habitantes.<br />

Regra geral, além da pilhagem, a intenção <strong>de</strong>stes<br />

corsários não era a <strong>de</strong> simplesmente escravizar esta<br />

gente, mas sim a <strong>de</strong> pedir por ela avultados resgates<br />

aos ocupantes do Reino Português, ao tempo Filipe<br />

II <strong>de</strong> Portugal, Filipe III <strong>de</strong> Espanha. Paginas lidas<br />

com interesse e proveito, um encontro <strong>de</strong> culturas,<br />

i<strong>de</strong>ias, i<strong>de</strong>ais, esforços. Uma aventura vivida num<br />

mundo composto por duras realida<strong>de</strong>s, um tempo<br />

dominado por crenças, corsários, caravelas, xavecos,<br />

<strong>de</strong>sertos, mares, diferentes povos, diferentes religiões, mas os<br />

mesmos sonhos e <strong>de</strong>sejos a cumprir.

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