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N.R.P. BARTOLOMEU DIAS - Marinha de Guerra Portuguesa

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outro lado os breves períodos em terra, na<br />

Majoria General e como ajudante <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns<br />

e <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> altos comandos da <strong>Marinha</strong>,<br />

inclusivé do respectivo Ministro, tinham-<br />

‐lhe dado conhecimentos e <strong>de</strong>spertado interesse<br />

pela doutrina e pela política<br />

naval.<br />

Inicia em fins <strong>de</strong> 1911 um longo<br />

espaço <strong>de</strong> tempo em terra,<br />

na Direcção Geral <strong>de</strong> <strong>Marinha</strong>,<br />

on<strong>de</strong> fará parte <strong>de</strong> Comissões<br />

encarregadas <strong>de</strong> estudar diversos<br />

projectos relacionados com<br />

o Fomento Marítimo, sendo-<br />

‐lhe então concedidos louvores<br />

pela proficiência e inexcedível zelo<br />

<strong>de</strong>monstrados. Passará à Administração<br />

dos Serviços Fabris<br />

do Arsenal <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong><br />

1912 até Abril <strong>de</strong> 14, mês em<br />

que regressa à Direcção Geral<br />

<strong>de</strong> <strong>Marinha</strong>.<br />

Eis que <strong>de</strong>flagra na Europa<br />

a Gran<strong>de</strong> <strong>Guerra</strong> e o 1º tenente<br />

Matta Oliveira está, em 17 <strong>de</strong><br />

Abril <strong>de</strong> 1916, embarcado nos<br />

navios ex-alemães requisitados<br />

no porto <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong>cisão do<br />

Governo Português que provocará<br />

a entrada <strong>de</strong> Portugal na<br />

<strong>Guerra</strong>.<br />

Faz então parte <strong>de</strong> uma Comissão<br />

para estudar as condições<br />

em que o Estado po<strong>de</strong>rá empregar os navios requisitados<br />

nas ligações do Continente com a Ma<strong>de</strong>ira<br />

e com os Açores e mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra Comissão<br />

para propor as modificações a introduzir na<br />

organização <strong>de</strong>fensiva do porto <strong>de</strong> Lisboa, costas<br />

<strong>de</strong> Portugal e Ilhas adjacentes.<br />

A <strong>de</strong>fesa torna-se uma priorida<strong>de</strong> para<br />

o país e assim, em Julho <strong>de</strong> 1917, termina<br />

a comissão na Direcção Geral <strong>de</strong> <strong>Marinha</strong><br />

e presta serviço, até ao fim <strong>de</strong>sse ano, no<br />

Campo Entrincheirado <strong>de</strong> Lisboa, on<strong>de</strong> é,<br />

em Setembro, promovido a capitão-tenente<br />

e <strong>de</strong>pois no Serviço <strong>de</strong> Barragens. Entretanto<br />

os ensinamentos obtidos durante a Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Guerra</strong>, prestes a terminar, levam à necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma nova doutrina naval,<br />

pelo que é criado o Estado Maior Naval,<br />

sendo o Comandante Matta Oliveira um dos<br />

primeiros oficiais a fazer parte <strong>de</strong>sse novo<br />

organismo da <strong>Marinha</strong>.<br />

Os seus estudos sobre História e Doutrina<br />

Naval eram conhecidos e apreciados, já que<br />

tinha publicado, em 1914, “O Po<strong>de</strong>r Marítimo<br />

na <strong>Guerra</strong> da Peninsula”, obra que, premiada<br />

no concurso literário comemorativo<br />

<strong>de</strong>ste acontecimento, é uma tentativa <strong>de</strong> estudar<br />

a influência exercida pelo domínio do mar<br />

nesta guerra. O autor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a tese que a<br />

França, sendo marcadamente uma potência<br />

terrestre, ao iniciar uma guerra essencialmente<br />

marítima, porque o mar a separava<br />

do inimigo, a Inglaterra, nunca po<strong>de</strong>ria alcançar<br />

a vitória.<br />

Revela-se então um competentíssimo oficial<br />

<strong>de</strong> Estado-Maior com notáveis trabalhos<br />

e pareceres sobre a doutrina militar-naval e<br />

igualmente um distinto conferencista, sendo<br />

louvado pelo importante serviço que prestou à<br />

<strong>Marinha</strong> na organização e manutenção do Curso<br />

Naval <strong>de</strong> <strong>Guerra</strong>.<br />

É promovido a capitão-<strong>de</strong>-fragata em<br />

Lancha-canhoneira “Macau”.<br />

Contra-torpe<strong>de</strong>iro “Douro”.<br />

Dezembro <strong>de</strong> 1919 e no ano seguinte presta<br />

serviço junto da Comissão Executiva da<br />

Conferência <strong>de</strong> Paz. Na última fase da sua<br />

permanência no Estado-Maior exerce, a partir<br />

<strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1922, o cargo <strong>de</strong> Chefe da 2ª<br />

Repartição.<br />

Profícua é, nos finais da primeira década<br />

e durante a segunda do século XX, a sua colaboração<br />

nos Anais do Clube Militar Naval<br />

tendo também feito parte <strong>de</strong> algumas das respectivas<br />

Comissões <strong>de</strong> Redacção.<br />

Em Outubro <strong>de</strong> 1923 volta a embarcar, agora<br />

no comando do contratorpe<strong>de</strong>iro “Douro”<br />

operando em águas do Atlântico Norte<br />

e efectuando manobras com outras unida<strong>de</strong>s<br />

navais.<br />

Além dos estudos <strong>de</strong> Doutrina Naval e<br />

Estratégia o comandante Matta<br />

Oliveira tinha sido autor, como<br />

citado, <strong>de</strong> alguns trabalhos <strong>de</strong><br />

História Marítima, daí ter sido<br />

feito, em Dezembro, membro da<br />

então recém formada Comissão<br />

<strong>de</strong> História Militar.<br />

Manter-se-á no comando do<br />

“Douro” cerca <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong>sempenhando<br />

em acumulação,<br />

a partir <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1924, o cargo<br />

<strong>de</strong> Chefe <strong>de</strong> Estado-Maior da<br />

Esquadrilha Ligeira.<br />

Em Outubro regressa ao Estado-Maior<br />

Naval como Chefe da<br />

1ª Secção, lugar on<strong>de</strong> permanecerá<br />

cinco anos e terá a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aprofundar os estudos<br />

sobre Doutrina, Estratégia e<br />

Organização. É <strong>de</strong>ssa época um<br />

seu trabalho intitulado “Or<strong>de</strong>ns<br />

e Instruções” em que i<strong>de</strong>ntifica<br />

os procedimentos a empregar<br />

na transmissão das <strong>de</strong>cisões, assunto<br />

que até à data nunca tinha<br />

sido convenientemente sistematizado<br />

na <strong>Marinha</strong>. Continuará<br />

a fazer parte <strong>de</strong> Comissões com<br />

variadas tarefas, nomeadamente: revisão <strong>de</strong><br />

legislação referente a vencimentos do pessoal<br />

da Armada; parecer sobre o projecto da construção<br />

da ponte sobre o Tejo em relação à hidrografia,<br />

navegação e aspecto militar; actualização<br />

do Estatuto dos Oficiais da Armada e<br />

proposta das regras <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> embarque<br />

dos oficiais e das nomeações para comissões<br />

fora do porto <strong>de</strong> Lisboa. Estes trabalhos, pelos<br />

quais é louvado, proporcionam-lhe um<br />

substancial aumento <strong>de</strong> conhecimentos sobre<br />

a administração superior da <strong>Marinha</strong>, facto<br />

que lhe será muito útil nos altos cargos que<br />

futuramente irá <strong>de</strong>sempenhar.<br />

Em Agosto <strong>de</strong> 1929 é nomeado Chefe do<br />

Gabinete do Almirante Magalhães Corrêa,<br />

Ministro da <strong>Marinha</strong>, na vigência do qual<br />

é iniciado o mais importante Programa Naval<br />

português do século passado. A Esquadra<br />

vai finalmente ser mo<strong>de</strong>rnizada, as velhas<br />

canhoneiras, que nos últimos 50 anos<br />

tinham prestado bons serviços no Ultramar,<br />

serão substituídas pelos avisos e a <strong>Marinha</strong><br />

Oceânica igualmente reforçada com novos<br />

navios <strong>de</strong> linha, os <strong>de</strong>stroyers. Em Janeiro <strong>de</strong><br />

1931, ao terminar as funções junto ao Ministro,<br />

é louvado pelo inexcedível zelo, inteligência<br />

e franca e leal cooperação que prestou como Chefe<br />

<strong>de</strong> Gabinete.<br />

Em Março volta ao Extremo-Oriente, então<br />

como governador do longínquo Macau,<br />

on<strong>de</strong> duas décadas antes no comando <strong>de</strong><br />

uma lancha, contribuira para a eliminação<br />

da pirataria. Na época a China encontrava-<br />

‐se praticamente em guerra civil. Tinham<br />

sido os acontecimentos em Xangai, em 1927,<br />

26 JULHo 2009 • Revista da Armada<br />

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