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N.R.P. BARTOLOMEU DIAS - Marinha de Guerra Portuguesa

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pela Standing NATO Maritime Group 1.<br />

Esta força naval, composta por navios <strong>de</strong><br />

vários países, entre os quais uma fragata<br />

portuguesa, é comandada por um Almirante<br />

português. Esta operação, que agora <strong>de</strong>corre<br />

sobretudo no Golfo <strong>de</strong> A<strong>de</strong>m, colabora<br />

na contenção da pirataria em conjugação<br />

com outras operações, da qual <strong>de</strong>stacamos<br />

a operação “Atalanta” da União Europeia,<br />

num teatro <strong>de</strong> operações mais a sul, ao largo<br />

da costa somali do Índico.<br />

O QUE SE PASSOU NA CIMEIRA<br />

DOS 60 ANOS<br />

A cimeira <strong>de</strong>correu em solo francês e em<br />

solo alemão, po<strong>de</strong>ndo ser um sinal <strong>de</strong> que<br />

o eixo franco-alemão preten<strong>de</strong> assumir-se<br />

na li<strong>de</strong>rança do pilar europeu da NATO. A<br />

França <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter um pé <strong>de</strong>ntro e um pé<br />

fora, ao passar a integrar, <strong>de</strong> novo, passados<br />

43 anos, a estrutura militar. Certamente que<br />

esta <strong>de</strong>cisão vai implicar a redistribuição<br />

das chefias dos comandos<br />

NATO.<br />

A França <strong>de</strong>u sinais<br />

<strong>de</strong> querer centrar<br />

mais a agenda<br />

da NATO na <strong>de</strong>fesa<br />

dos países-membros.<br />

A Alemanha, através<br />

da chanceler Merkel,<br />

já recusou uma perspectiva<br />

da NATO<br />

como «organização<br />

<strong>de</strong> segurança mundial»,<br />

ambicionada<br />

pela diplomacia norte-americana.<br />

A Aliança <strong>de</strong>u as<br />

boas vindas a mais dois membros, a Albânia<br />

e a Croácia, passando a contar com 28<br />

países membros.<br />

Foi escolhido um novo Secretário-Geral,<br />

o primeiro‐ministro dinamarquês An<strong>de</strong>rs<br />

Fogh Rasmussen. Este nome foi aprovado<br />

pelos 28 países membros, o que é significativo,<br />

aten<strong>de</strong>ndo ao consenso que foi necessário<br />

reunir. Não se sabe que contrapartidas<br />

terão levado a Turquia a alterar a sua oposição<br />

inicial, já que não aceitava o primeiro-<br />

‐ministro dinamarquês, por este ter apoiado<br />

a publicação <strong>de</strong> caricaturas do profeta Maomé,<br />

por um jornal dinamarquês, em 2005.<br />

O novo secretário-geral tomará posse no dia<br />

1 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2009, data em que termina<br />

o mandato <strong>de</strong> Jaap <strong>de</strong> Hoop Scheffer.<br />

Tal como no passado, o presi<strong>de</strong>nte norte-<br />

‐americano esteve presente para manifestar<br />

que a relação EUA-NATO não mudou com<br />

a nova administração. “Ouvir, apren<strong>de</strong>r e<br />

li<strong>de</strong>rar”, eis como Barack Obama resumiu<br />

a postura dos Estados Unidos na cimeira<br />

da NATO. Disse ainda que foram dados<br />

“passos importantes para renovar a Aliança<br />

transatlântica”.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte Obama conseguiu o apoio<br />

pretendido para a nova estratégia americana<br />

em relação ao Afeganistão. Mais 5000<br />

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militares vão ser enviados do velho continente<br />

para combater a ameaça terrorista.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte norte-americano lembrou aos<br />

Aliados que a luta contra o terrorismo é um<br />

problema <strong>de</strong> todos, pelo que a Europa terá<br />

<strong>de</strong> participar mais. “A Al-Qaeda está activa<br />

na região fronteiriça do Afeganistão com o<br />

Paquistão. Os terroristas ameaçam todos<br />

os membros da NATO. Atacaram tanto na<br />

Europa como na América do Norte. Estão<br />

a preparar novos ataques e é por isso que<br />

a minha administração lançou uma revisão<br />

abrangente da nossa estratégia.”<br />

Os aliados sabem que a credibilida<strong>de</strong> da<br />

Aliança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma vonta<strong>de</strong> política<br />

forte e consensual no sentido <strong>de</strong> manterem<br />

a NATO como uma gran<strong>de</strong> instituição.<br />

Foi <strong>de</strong>finido um caminho para a elaboração<br />

<strong>de</strong> um novo conceito estratégico da<br />

NATO. Esta orientação política está contida<br />

na “Declaração <strong>de</strong> Segurança da Aliança”,<br />

“um breve documento político”, que contém<br />

os principais temas a <strong>de</strong>senvolver, conforme<br />

explicou o secretário-geral da NATO,<br />

Jaap <strong>de</strong> Hoop Scheffer.<br />

Este conceito irá ser <strong>de</strong>senvolvido por sábios<br />

que irão elaborar uma primeira reflexão.<br />

Aten<strong>de</strong>ndo a que é necessário o consenso,<br />

vai ser interessante ver como é que<br />

os aliados vão receber o primeiro projecto.<br />

Prevê-se que a aprovação do novo conceito<br />

venha a ser feita em Portugal, em 2010 ou<br />

2011, na próxima cimeira da NATO.<br />

OS DESAFIOS PARA O FUTURO<br />

CONCEITO ESTRATÉGICO<br />

DA ALIANÇA<br />

O conceito estratégico é um documento<br />

ratificado por todos os países membros<br />

da Aliança que <strong>de</strong>fine e aprofunda as linhas<br />

orientadoras da organização a médio<br />

prazo.<br />

O ambiente estratégico internacional<br />

mudou, outras ameaças à Democracia,<br />

aos valores e ao estilo <strong>de</strong> vida aparecem<br />

no horizonte. A NATO quer repensar o seu<br />

Conceito Estratégico e as suas capacida<strong>de</strong>s<br />

para fazer face às novas ameaças, para não<br />

ouvir vozes crescentes, que insinuam a sua<br />

obsolescência. Mas, logo para começar, a<br />

<strong>de</strong>finição e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas ameaças<br />

não é consensual. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta<br />

a problemas fora <strong>de</strong> um âmbito estritamente<br />

militar, como os ataques cibernéticos,<br />

as catástrofes provocadas pelas alterações<br />

climáticas ou a segurança energética - no<br />

qual o combate contra a pirataria na costa<br />

da Somália po<strong>de</strong> ser visto como exemplo<br />

-, bem como a luta contra o terrorismo, o<br />

narcotráfico e proliferação <strong>de</strong> armamento,<br />

são novas ameaças e <strong>de</strong>safios que a NATO<br />

vai, por certo, contemplar na sua nova estratégia.<br />

A priorida<strong>de</strong> máxima da NATO vai para a<br />

estabilização do Afeganistão, a maior operação<br />

militar <strong>de</strong> sempre da NATO e primeira<br />

missão <strong>de</strong> combate terrestre. É uma gran<strong>de</strong><br />

preocupação, aten<strong>de</strong>ndo a que se aproxima<br />

um período eleitoral. Faltam meios e há limitação<br />

à acção das forças no terreno. Neste<br />

sentido, os europeus ce<strong>de</strong>ram à pressão<br />

norte-americana para enviarem dinheiro e<br />

pessoal para o Afeganistão, embora só para<br />

um horizonte <strong>de</strong> 3 meses até às eleições <strong>de</strong><br />

20 <strong>de</strong> Agosto.<br />

A NATO tem apelado<br />

constantemente<br />

a um empenhamento<br />

mais alargado, que se<br />

traduz na contribuição<br />

<strong>de</strong> países como<br />

o Japão, a Austrália,<br />

a Coreia do Sul ou a<br />

Nova Zelândia, mas<br />

ao qual as organizações<br />

humanitárias<br />

têm mostrado reticências,<br />

<strong>de</strong>vido ao cariz<br />

militarista da Aliança<br />

e à falta <strong>de</strong> segurança<br />

no Afeganistão.<br />

A solução para o problema do Afeganistão,<br />

como referiu recentemente o Tenente‐coronel<br />

Proença Garcia num excelente<br />

artigo sobre a NATO, não é militar, já que as<br />

guerras <strong>de</strong> cariz subversivo, apesar <strong>de</strong> não<br />

se vencerem militarmente, per<strong>de</strong>m-se pela<br />

inacção militar. A eliminação da Al-Qaeda<br />

do Afeganistão e do Paquistão irá requerer<br />

uma estratégia total, obe<strong>de</strong>cer ao que agora<br />

se <strong>de</strong>signa por Comprehensive Approach,<br />

com o envolvimento <strong>de</strong> actores regionais,<br />

<strong>de</strong>signadamente a Rússia, o Irão, a China, a<br />

Índia, o Paquistão e uma miría<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizações<br />

e agências internacionais e não governamentais,<br />

on<strong>de</strong> a Aliança <strong>de</strong>sempenha<br />

apenas o papel do instrumento militar.<br />

O segundo gran<strong>de</strong> objectivo da Aliança<br />

é o reatamento das relações com a Rússia,<br />

o que já terá levado a uma “não <strong>de</strong>cisão”<br />

sensata em relação à entrada da Geórgia e<br />

da Ucrânia para a NATO. Recorda-se que o<br />

alargamento da NATO tem sido feito à custa<br />

da entrada <strong>de</strong> países da ex-União Soviética.<br />

Entraram 12 países nos últimos <strong>de</strong>z anos.<br />

Este alargamento a leste e a iniciativa<br />

norte-americana <strong>de</strong> implementar um sistema<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antimíssil balístico na Polónia<br />

e na República Checa não tem facilitado as<br />

relações diplomáticas da Aliança Atlântica<br />

Revista da Armada • JULHO 2009 13

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