Mesas-Redondas 2011 - Semana de Letras - UFSC

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as diretrizes oficiais (Resolução 01/2002, Resolução 02/2002 e Parecer 28/2001, do Conselho Nacional de Educação)
para a organização curricular dos cursos de formação de professores indicam que o estágio curricular supervisionado
deve se constituir como um tempo de aprendizado do fazer docente. Nesse sentido, a experiência do estágio “deve
oferecer ao ‘aluno de licenciatura condições para que perceba que o professor é um profissional, inserido em um
determinado espaço e tempo histórico, capaz de questionar e refletir sobre a sua prática, assim como sobre o
contexto político e social no qual esta se desenvolve” (LEITE, 2007, p. 8). O objetivo desta mesa é refletir sobre o
estágio supervisionado de Língua Portuguesa e sobre a formação de professores de Português com base na
experiência vivenciada por acadêmicos e professores do curso de Letras da UFSC, por professores de escola de
Educação Básica – campo de estágio – e de gestores da Secretaria Estadual de Educação (DIES / DIEB), que
estabelece as diretrizes para a realização do estágio em escolas da rede estadual de ensino. Pretende-se iniciar um
debate (possível de ser ampliado) que pode apontar possibilidades para o estágio como espaço e momento de
aprendizagem para todos os atores envolvidos.
Resumo dos demais trabalhos apresentados na Mesa Redonda*
Estágio supervisionado: da aplicação de teorias sobre o ensino de língua à aprendizagem do fazer docente
MARIA IZABEL DE BORTOLI HENTZ (MEN-UFSC)
A constituição das licenciaturas com base no esquema 3 + 1 propiciou que se desenvolvessem cursos de formação de
professores nos quais as disciplinas de conteúdos específicos não se articulavam com as de conteúdos pedagógicos.
Essa forma de organização criou espaços para dicotomia teoria e prática e desenvolveu uma compreensão de
estágio como a parte prática do curso, ou seja, como momento de aplicação de teorias estudadas. A literatura sobre
formação de professores indica que essa compreensão do estágio não contribui para a reflexão crítica sobre a
prática docente que se desenvolve em sala de aula e nem para a superação de vícios de uma postura tecnicista que
ainda se manifesta na prática pedagógica. Outra forma de conceber o estágio é assumi-lo como espaço e momento
de aprendizagem do fazer docente. Essa compreensão, no entanto, requer a aproximação com a realidade na qual o
licenciando irá atuar, ou seja, com o contexto de trabalho do professor. Isso significa que a formação não pode estar
descolada ou distanciada da reflexão crítica da realidade da escola de educação básica. Formar o professor como
profissional reflexivo implica garantir as condições teóricas e práticas para que ele seja capaz de compreender a
realidade educacional na qual está inserido e de atuar sobre esta mesma realidade, propondo alternativas
pedagógicas fundamentadas em mudanças epistemológicas, resultado das reflexões da prática de estágio vivenciada
no contexto de sua formação. Pretende-se discutir, nessa participação, as relações possíveis / desejáveis entre
universidade e escola de Educação Básica - contexto real de exercício do professor. Ao se assumir que a escola não
se constitui em espaço de aplicação de teorias sobre o ensino de língua, apropriadas pelos acadêmicos ao longo do
curso de Letras, mas em espaço de aprendizagem do fazer docente, a instituição formadora também assume a
postura de aprendiz.
Diretrizes para o estágio supervisionado em escolas de educação básica da rede pública estadual
ELIANE DIAS DE OLIVEIRA (DIES / SED)
A participação nesta mesa tem por objetivo apresentar e discutir o documento Diretrizes para a realização do
Estágio Supervisionado e da Prática Docente de Cursos de Licenciatura nas escolas de Educação Básica da Rede
Pública Estadual de Ensino. O estágio – ato educativo escolar supervisionado – é de competência das Instituições de
Educação Superior - IES, que fazem uso de espaços das Escolas de Educação Básica – EEB para efetivação. Como
componente curricular obrigatório, o estágio pode ser entendido como eixo articulador entre teoria e prática. É a
oportunidade em que o aluno entra em contato direto com a realidade profissional (problemas e desafios) na qual
irá atuar, para conhecê-la e para desenvolver as competências e habilidades necessárias ao futuro exercício
profissional. Pretende-se que o acadêmico assuma uma postura de investigação, de pesquisa e de reflexão crítica e
sistemática sobre o pensar e o fazer de sua própria ação docente. A especificidade do estágio supervisionado, de um
lado, e o processo de ensino-aprendizagem desenvolvido nas escolas que se viabiliza a partir de uma organização
específica, de outro, apontou para a necessidade do estabelecimento de orientações para a realização do estágio
supervisionado em escolas da Rede Pública Estadual. O desafio e a responsabilidade de conceber, elaborar, propor e
avaliar diretrizes para a realização de estágio supervisionado em escolas da rede estadual de ensino propiciou o
estudo, a discussão e a definição de papeis dos diferentes atores de uma ação que é eminentemente