Energia e entropia3 - QuÃmica 12
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
CALOR, TEMPERATURA E CAPACIDADES CALORÍFICAS<br />
Nem todas as substâncias têm a mesma capacidade calorífica, isto é, para<br />
a mesma energia calorífica recebida, a elevação de temperatura é<br />
diferente.<br />
C — capacidade calorífica<br />
q — calor<br />
∆T — variação de temperatura<br />
C = q/∆T<br />
sendo<br />
C = n. C m<br />
ou<br />
q = n. Cm . ∆T<br />
n — quantidade de substância<br />
C m — capacidade calorífica molar<br />
Exercício:<br />
Dados:<br />
Calcule a variação da energia interna, sabendo que a volume<br />
constante, 360 g de água elevaram a sua temperatura de<br />
18,7ºC para 26,0 ºC.<br />
Capacidade calorífica molar da água, a volume constante:<br />
C vm (H 2 0) = 75,4 J/mol.K<br />
Mr(H 2 O) = 18,0<br />
Resolução:<br />
W = ± P. ∆V<br />
W = 0 J<br />
∆U = q + W<br />
q = n. Cm . ∆T<br />
q = (360/18,0) x 75,4 x (26,0 — 18,7) = 1,10x10 4 J<br />
q > 0 (porque foi absorvido) —> ∆U = + 1,10x10 4 J<br />
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
CALORES DE REACÇÃO E LEI DE HESS<br />
Para se perceber o que é o calor de reacção deve-se fazer uma<br />
interpretação das alterações estruturais que ocorrem numa reacção<br />
química.<br />
Assim, as reacções químicas envolvem:<br />
ü Quebra de ligações químicas dos reagentes<br />
Requer sempre absorção de energia (energia de dissociação) q>0<br />
ü Estabelecimento de novas ligações químicas que originarão os<br />
produtos da reacção.<br />
Ocorre sempre com libertação de energia (energia de ligação) q 2H 2 O(g)<br />
1.ª Fase: quebram-se as ligações H—H e O=O<br />
sendo:<br />
En. de ligação H—H = 2 x 436 kJ/mol<br />
En. de ligação O = O = 498 KJ/mol<br />
En. absorvida = 2 x 436 + 498 = 1370 kJ<br />
2.ª Fase: estabelecem-se novas ligações O—H<br />
sendo: En. média de ligação O—H = 436 kJ/mol<br />
En. libertada = —4 x 436 = —1852 kJ<br />
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
Logo,<br />
q = soma das energias + soma das energias das<br />
de dissociação<br />
ligações estabelecidas<br />
ou seja:<br />
q = +1370 — 1852 = — 482 kJ<br />
Logo a reacção de síntese da água é exotérmica.<br />
Se quando se formam 2 moles de água se libertam 482 kJ, podemos dizer<br />
que o calor de formação — ∆H f — é de –241 kJ/mol.<br />
A equação termoquímica será:<br />
H 2 (g) + ½ O 2 (g) —> H 2 O(g) ∆H f = –241 kJ/mol<br />
Numa reacção química, a variação de entalpia (calor de reacção) para se<br />
passar de um estado inicial para um estado final é a mesma quer se evolua<br />
por uma única etapa quer por várias.<br />
Reagentes<br />
Caminho 1<br />
Produtos<br />
Caminho 2A<br />
Intermediários<br />
Caminho 2B<br />
∆H caminho 1 = ∆H caminho 2A + ∆H caminho 2B<br />
∆H reacção = H produtos — H reagentes<br />
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
Considere a reacção em que A, B, C e D são compostos:<br />
aA + bB —> cC + dD<br />
∆Hº reacção = Σ∆H produtos — Σ∆H reagentes<br />
∆Hº reacção = ( c.∆Hº f (C) + d∆Hº f (D) ) — (a.∆Hº f (A) + b∆Hº f (B) )<br />
Exemplo:<br />
No processo de combustão da grafite<br />
Caminho 1: C(s) + O 2 (g) —> CO 2 (g) ∆Hº 1,m = ∆Hº f,m (CO 2 )<br />
Caminho 2A: C(s) + ½ O 2 (g) —> CO(g) ∆Hº 2A,m = ∆Hº f,m (CO)<br />
Caminho 2B: CO(g) + ½ O 2 (g) —> CO 2 (g) ∆Hº 2b,m =<br />
∆Hº f,m (CO 2 ) = ∆Hº f,m (CO) + ∆Hº 2b,m<br />
∆Hº 2b,m = ∆Hº f,m (CO 2 ) — ∆Hº f,m (CO)<br />
∆Hº 2b,m = — 393,5 — (—283,0) = — 110,5 KJ/mol<br />
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
Reacções Espontâneas:<br />
Existem numerosas reacções químicas que ocorrem espontaneamente, isto<br />
é, ocorrem naturalmente assim que os reagentes entram em contacto.<br />
Muitas das reacções espontâneas são bastantes extensas, ou seja o grau<br />
de conversão dos reagentes é de quase 100%.<br />
Exemplos:<br />
HCl(aq) + H 2 O(l) —> H 3 O + (aq) + Cl — (aq)<br />
CH 4 (g) + O 2 (g) —> H 2 O(g) + CO 2 (g)<br />
Outras ocorrem espontaneamente até atingirem o equilíbrio.<br />
Exemplo:<br />
NH 3 (g) + H 2 O(l) ⇔ NH 4 + (aq) + OH — (aq)<br />
Critérios para a espontaneidade<br />
Critério da energia mínima: muitas reacções permitem que o sistema<br />
progrida para um estado de energia mínima. Este critério explica o facto<br />
das reacções exotérmicas serem em geral espontâneas.<br />
Existem situações que não são explicadas por este critério, por exemplo:<br />
ü Num sistema não isolado, quando a sua energia diminui devido a<br />
uma reacção exotérmica, a energia da vizinhança aumenta<br />
espontaneamente.<br />
ü Existem reacções endotérmicas que ocorrem espontaneamente,<br />
por exemplo:<br />
H 2 O(s) —> H 2 O(l)<br />
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
Para prever se uma dada reacção é ou não espontânea, além da<br />
entalpia é necessário ter em conta a entropia.<br />
ENTROPIA (S):<br />
É o grau de desordem de um sistema.<br />
Quanto maior é a desorganização, maior é a entropia<br />
S sólido < S líquido < S gás<br />
Tal como a entalpia, a entropia é uma função de estado, ou seja:<br />
∆S = S final — S inicial<br />
Um aumento de desordem ⇒ ∆S > 0<br />
Verifica-se que qualquer transformação espontânea ocorre sempre com<br />
um aumento da entropia do universo, até que ao atingir o equilíbrio se<br />
mantém constante.<br />
2.ª LEI DA TERMODINÂMICA<br />
Como consequência:<br />
A entropia de um cristal perfeito a 0 K é de zero (Sº = 0 )<br />
3.ª LEI DA TERMODINÂMICA<br />
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QUÍMICA – <strong>12</strong>º ANO<br />
ENERGIA E ENTROPIA<br />
Sistemas Não Isolados:<br />
ü Processo Exotérmico<br />
Universo<br />
∆H sistema 0<br />
Sistema<br />
Calor<br />
S<br />
∆H sistema ↑ ⇒ T viz. ↓ ⇒ S viz . ↓<br />
Verifica-se então que:<br />
∆H sistema = —T. ∆S viz.<br />
T — temperatura em K<br />
Para qualquer processo espontâneo:<br />
∆S universo = ∆S sistema + ∆S vizinhança >0<br />
∆S universo = ∆S sistema — (1/T) ∆H sistema >0<br />
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