Estatística através de rosas dos ventos para o aeroporto ... - Redemet

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5 REFERÊNCIAS TEÓRICAS E REVISÃO DA LITERATURA A caracterização do campo de vento é importante para o planejamento de diversas atividades humanas. O padrão de vento predominante influencia, por exemplo, no conforto térmico relacionado com a construção de casas e edifícios, e ainda nas atividades poluidoras do ar. A diferença de gradiente de pressão atmosférica gera o deslocamento do ar, ou seja, origina os ventos. Estes, partindo de zonas de maior para as de menor pressão, sofrem influências também do movimento de rotação da Terra, da força centrífuga ao seu movimento, bem como da topografia e consequente atrito com a superfície terrestre (TUBELIS & NASCIMENTO, 1984). A direção do vento é bastante variável no tempo e no espaço, em função da situação geográfica do local, da rugosidade da superfície, do relevo, da vegetação e da época do ano (VENDRAMINI, 1986). Para a Meteorologia Aeronáutica, o estudo desta variável é de elevada importância para diversos tipos de operação, como as de pouso e decolagem. Por atuar diretamente na sustentação aerodinâmica da aeronave, seu efeito pode ser perigoso em certas condições de tempo. Vários acidentes e inúmeros incidentes à tripulação e passageiros foram provocados por este invisível, porém, sempre atuante parâmetro meteorológico. Avaliações preliminares apontam o vento como a principal causa do acidente ocorrido no Aeroporto de Narita, Japão, as 21:50 UTC do dia 22 de março de 2009. (REDEMET). A cidade do Rio de Janeiro sofre influência da atuação de distúrbios meteorológicos de diversas escalas fenomenológicas como, por exemplo, anticiclones subtropicais do atlântico sul (ASAS), frentes frias e frentes subtropicais, ciclones extratropicais, anticiclones migratórios, Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), sistemas convectivos, brisas marítimas e terrestres, brisas de vale e montanha, circulações locais e etc. Segundo Justi da Silva e Silva Dias (2002), a passagem de sistemas frontais altera os padrões de vento localmente. Em seu trabalho foi feita uma climatologia dos sistemas frontais para cada ponto de grade, a partir de dados da reanálise do NCEP do período de 1981-1999, usando como critério de identificação apenas a

6 mudança do sinal da componente meridional do vento. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil , o vento em baixos níveis tem direção de NE, devido à influência da alta subtropical do Atlântico Sul, e então, numa situação pré-frontal, o vento é tipicamente de noroeste, depois gira de sudoeste e de sudeste, à medida que as frente se desloca. (Tempo e Clima no Brasil, Iracema F. A. Cavalcanti ET. AL organizadores, 2009) Devido à influência do Oceano Atlântico, das Baías da Guanabara e Sepetiba, da topografia e da própria estrutura urbana as circulações de brisa desempenham um importante papel no regime de ventos desta região. O esquema conceitual da formação das brisas mostra que durante o dia a superfície continental se aquece mais rapidamente do que a oceânica. O intenso aquecimento do ar próximo à superfície continental resulta em uma região com pressões atmosféricas relativamente mais baixas. A porção da atmosfera sobre a superfície do mar, por se manter menos aquecida do que aquela sobre o continente, configura uma região com pressões relativamente mais altas. Consequentemente, há a formação de um gradiente horizontal de pressão entre o continente e o oceano e, em resposta a esse gradiente, o ar mais frio e denso que se encontra sobre o oceano se desloca em direção a terra. O efeito geral desta distribuição desigual das pressões é a circulação da brisa marítima, exemplificado na Figura 1. Fig.1: Esquema conceitual da brisa marítima (Fonte: Ahrens 1988) Para o período da noite, ocorre justamente a situação inversa, o continente se resfria mais rapidamente do que o oceano, já que o resfriamento radiativo é maior

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REFERÊNCIAS TEÓRICAS E REVISÃO DA LITERATURA<br />

A caracterização do campo <strong>de</strong> vento é importante <strong>para</strong> o planejamento <strong>de</strong><br />

diversas ativida<strong>de</strong>s humanas. O padrão <strong>de</strong> vento predominante influencia, por<br />

exemplo, no conforto térmico relacionado com a construção <strong>de</strong> casas e edifícios, e<br />

ainda nas ativida<strong>de</strong>s poluidoras do ar.<br />

A diferença <strong>de</strong> gradiente <strong>de</strong> pressão atmosférica gera o <strong>de</strong>slocamento do ar,<br />

ou seja, origina os <strong>ventos</strong>. Estes, partindo <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> maior <strong>para</strong> as <strong>de</strong> menor<br />

pressão, sofrem influências também do movimento <strong>de</strong> rotação da Terra, da força<br />

centrífuga ao seu movimento, bem como da topografia e consequente atrito com a<br />

superfície terrestre (TUBELIS & NASCIMENTO, 1984). A direção do vento é<br />

bastante variável no tempo e no espaço, em função da situação geográfica do local,<br />

da rugosida<strong>de</strong> da superfície, do relevo, da vegetação e da época do ano<br />

(VENDRAMINI, 1986).<br />

Para a Meteorologia Aeronáutica, o estudo <strong>de</strong>sta variável é <strong>de</strong> elevada<br />

importância <strong>para</strong> diversos tipos <strong>de</strong> operação, como as <strong>de</strong> pouso e <strong>de</strong>colagem. Por<br />

atuar diretamente na sustentação aerodinâmica da aeronave, seu efeito po<strong>de</strong> ser<br />

perigoso em certas condições <strong>de</strong> tempo. Vários aci<strong>de</strong>ntes e inúmeros inci<strong>de</strong>ntes à<br />

tripulação e passageiros foram provoca<strong>dos</strong> por este invisível, porém, sempre atuante<br />

parâmetro meteorológico. Avaliações preliminares apontam o vento como a principal<br />

causa do aci<strong>de</strong>nte ocorrido no Aeroporto <strong>de</strong> Narita, Japão, as 21:50 UTC do dia 22<br />

<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009. (REDEMET).<br />

A cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro sofre influência da atuação <strong>de</strong> distúrbios<br />

meteorológicos <strong>de</strong> diversas escalas fenomenológicas como, por exemplo,<br />

anticiclones subtropicais do atlântico sul (ASAS), frentes frias e frentes subtropicais,<br />

ciclones extratropicais, anticiclones migratórios, Zonas <strong>de</strong> Convergência do Atlântico<br />

Sul (ZCAS), sistemas convectivos, brisas marítimas e terrestres, brisas <strong>de</strong> vale e<br />

montanha, circulações locais e etc.<br />

Segundo Justi da Silva e Silva Dias (2002), a passagem <strong>de</strong> sistemas frontais<br />

altera os padrões <strong>de</strong> vento localmente. Em seu trabalho foi feita uma climatologia<br />

<strong>dos</strong> sistemas frontais <strong>para</strong> cada ponto <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> da reanálise do<br />

NCEP do período <strong>de</strong> 1981-1999, usando como critério <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação apenas a

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