EstatÃstica através de rosas dos ventos para o aeroporto ... - Redemet
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INSTITUTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO<br />
DIVISÃO DE ENSINO<br />
ARTIGO CIENTÍFICO<br />
ESTATÍSTICA ATRAVÉS DE ROSAS DOS VENTOS<br />
PARA O AÉRODROMO DO GALEÃO COMO AUXÍLIO<br />
À ELABORAÇÃO DO CÓDIGO TAF<br />
Jessica Motta Guimarães<br />
NOME DO ALUNO<br />
CLIMATOLOGIA E ESTATÍSTICA<br />
LINHA DE PESQUISA<br />
MET001/12<br />
Curso e Ano
ARTIGO CIENTÍFICO<br />
ESTATÍSTICA ATRAVÉS DE ROSAS DOS<br />
VENTOS PARA O AÉRODROMO DO GALEÃO<br />
COMO AUXÍLIO À ELABORAÇÃO DO CÓDIGO<br />
TAF<br />
TÍTULO<br />
CLIMATOLOGIA E ESTATÍSTICA<br />
LINHA DE PESQUISA<br />
25/JUNHO/2012<br />
..............................<br />
DATA<br />
MET001/2012<br />
................................................<br />
CURSO<br />
Este documento é o resultado <strong>dos</strong> trabalhos do aluno do Curso <strong>de</strong><br />
Especialização em Meteorologia Aeronáutica do ICEA. Seu conteúdo reflete a<br />
opinião do autor, quando não for citada a fonte da matéria, não representando,<br />
necessariamente, a política ou prática do ICEA e do Comando da Aeronáutica.
RESUMO<br />
Este trabalho tem como objetivo estudar as variáveis <strong>de</strong> maior erro na<br />
previsão do TAF, segundo o PCOAMET: a direção e intensida<strong>de</strong> do vento. Tal estudo<br />
foi realizado através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> estatísticas típicas <strong>para</strong><br />
o aeródromo do Galeão a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> METAR, se<strong>para</strong>ndo as situações em que<br />
houve passagem <strong>de</strong> sistemas frontais na região e avaliando o <strong>de</strong>sempenho das<br />
mesmas como auxílio à elaboração <strong>de</strong> TAFs. Foi feita a investigação se a<br />
implementação <strong>de</strong> <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> estatísticas como ferramenta <strong>de</strong> auxílio à previsão<br />
po<strong>de</strong> representar melhora no índice <strong>de</strong> acerto <strong>de</strong> um centro meteorológico, além <strong>de</strong><br />
também ajudar o previsor durante o trabalho <strong>de</strong> vigilância, por mostrar o padrão do<br />
regime <strong>de</strong> <strong>ventos</strong> esperado <strong>para</strong> cada região <strong>de</strong> interesse. Os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ste<br />
trabalho referem-se ao período <strong>de</strong> 2003 a 2011 e apontaram diversos comportamentos<br />
<strong>de</strong> direção e velocida<strong>de</strong> do vento <strong>para</strong> as estações do ano. Após análise <strong>dos</strong><br />
resulta<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong>, pô<strong>de</strong>-se concluir que o emprego <strong>de</strong> tal recurso po<strong>de</strong> ser uma boa<br />
ferramenta auxiliar ao previsor, pois, os valores estabeleci<strong>dos</strong> pelas <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong><br />
mantiveram-se coerentes, na maior parte das situações analisadas, com os<br />
quadrantes previstos, e, <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminadas situações, se aproximando com precisão<br />
<strong>dos</strong> valores previstos nos TAFs analisa<strong>dos</strong>.<br />
Palavras-chave: estatística, rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, TAF<br />
ABSTRACT<br />
This work aims to study the variables of major error in forecasting the TAF,<br />
according to PCOAMET, the intensity and direction of the wind, through the<br />
<strong>de</strong>velopment of typical statistics wind roses for the Galeão aerodrome from the METAR<br />
data, se<strong>para</strong>ting the situations where there was passage of frontal systems in the<br />
region and evaluate the performance of the same as aid the <strong>de</strong>velopment of TAFs. The<br />
investigation was whether the implementation of the wind rose statistics as a tool to aid<br />
in the prediction may represent an improvement in the accuracy level of a<br />
meteorological center, and also help the forecaster during the surveillance work, to<br />
show the pattern of the wind expected for each region of interest. These results refer to<br />
the period from 2003 to 2011 and i<strong>de</strong>ntified various behaviors of direction and wind<br />
speed to the different seasons. After analysis of the results, it can be conclu<strong>de</strong>d that<br />
the use of this feature can be a good tool to assist forecasters, because the values<br />
established by the roses of the winds remained consistent, in most cases analyzed,<br />
with quadrants set and, for certain situations, approaching to the accuracy of predicted<br />
values in TAFs analyzed.<br />
Key words: statistics, Wind roses, TAF
4<br />
INTRODUÇÃO<br />
A previsão das variáveis direção e intensida<strong>de</strong> do vento é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong><br />
relevante dificulda<strong>de</strong> pelos previsores <strong>de</strong> forma geral. Essa dificulda<strong>de</strong> na previsão<br />
do vento à superfície (medido por anemômetros posiciona<strong>dos</strong> à 10m <strong>de</strong> altura)<br />
ocorre <strong>de</strong>vido aos efeitos da superfície se tornarem mais evi<strong>de</strong>ntes na camada mais<br />
baixa da atmosfera, que se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superfície até um limite médio entre<br />
dois a três quilômetros, região conhecida como Camada Limite Planetária (CLP). De<br />
acordo com Holton (1979), a Camada Limite Planetária (CLP) é aquela porção da<br />
atmosfera na qual o campo <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> vento é fortemente influenciado pela<br />
interação direta com a superfície do planeta, portanto o comportamento do vento<br />
<strong>de</strong>ntro da CLP po<strong>de</strong>rá apresentar comportamento aleatório em virtu<strong>de</strong> <strong>dos</strong> efeitos <strong>de</strong><br />
atrito, difusão molecular e viscosida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> sofrer influência da atuação <strong>de</strong><br />
fenômenos diversos e diferencia<strong>dos</strong>, uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas<br />
meteorológicos organiza<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>sorganiza<strong>dos</strong>; com diferentes dimensões espaçostemporais<br />
tais como brisas, sistemas convectivos, frentes frias, ondas frontais,<br />
ciclones, anticiclones, fenômenos intra-sazonais e etc.<br />
A utilização <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los meteorológicos po<strong>de</strong> ser uma excelente ferramenta<br />
<strong>para</strong> o meteorologista avaliar o ambiente sinótico esperado. Porém, o nível <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>talhamento requerido <strong>para</strong> as previsões aeronáuticas como o TAF (Terminal<br />
Aerodrome Forecast), por exemplo, requer um grau <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> que,<br />
infelizmente, ainda não se po<strong>de</strong> obter com precisão através do uso <strong>de</strong> tais<br />
ferramentas. Uma constatação da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong>sta previsão está no<br />
resultado geral obtido através do método <strong>de</strong> avaliação PCOAMET – Programa <strong>de</strong><br />
Controle e Aviação da Previsão <strong>de</strong> Aeródromo, que tem como objetivo avaliar,<br />
segundo os critérios estabeleci<strong>dos</strong> pela ICAO, o índice <strong>de</strong> acerto <strong>dos</strong> TAFs<br />
elabora<strong>dos</strong> pelos previsores. De acordo com consulta feita <strong>para</strong> o período entre<br />
janeiro e maio <strong>de</strong> 2012 <strong>para</strong> o CMA1-Galeão, os índices <strong>de</strong> acerto mantiveram-se<br />
abaixo do valor <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong> acerto <strong>para</strong> a variável direção do vento, que foi estudada<br />
neste trabalho.
4<br />
O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), <strong>para</strong> o qual se<br />
<strong>de</strong>stina o presente estudo, localiza-se no Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, próximo da<br />
Baía <strong>de</strong> Guanabara, estando sob influência <strong>de</strong> fenômenos meteorológicos das mais<br />
diversas escalas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a passagem <strong>de</strong> sistemas frontais até a atuação local do<br />
efeito <strong>de</strong> brisa, que <strong>de</strong>terminam as principais variações no regime <strong>de</strong> <strong>ventos</strong> da<br />
região. A experiência adquirida após anos <strong>de</strong> trabalho em um <strong>de</strong>terminado local<br />
acaba se tornando <strong>de</strong>terminante <strong>para</strong> o previsor compreen<strong>de</strong>r o padrão típico <strong>de</strong><br />
comportamento <strong>de</strong> cada região, porém o estudo climatológico das variáveis<br />
meteorológicas funciona tanto como fundamentação <strong>de</strong>ste conhecimento adquirido<br />
com o tempo quanto como auxílio aos novos profissionais que exercem a função <strong>de</strong><br />
previsores.<br />
Desta forma, as estatísticas com implementação <strong>de</strong> <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> como<br />
ferramenta <strong>de</strong> auxílio à previsão po<strong>de</strong>m representar um aumento no índice <strong>de</strong> acerto<br />
<strong>de</strong> um centro meteorológico, além <strong>de</strong> ajudar o previsor durante o trabalho <strong>de</strong><br />
vigilância, por mostrar o padrão do regime <strong>de</strong> <strong>ventos</strong> esperado <strong>para</strong> cada região <strong>de</strong><br />
interesse, sendo útil também <strong>para</strong> evi<strong>de</strong>nciar mudanças sazonais nos padrões<br />
associa<strong>dos</strong> a cada estação do ano.<br />
Portanto, o objetivo do presente estudo foi elaborar <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> típicas<br />
<strong>para</strong> o aeródromo do Galeão a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> METAR, se<strong>para</strong>ndo as situações<br />
em que houve passagem <strong>de</strong> sistemas frontais na região, e avaliar o <strong>de</strong>sempenho<br />
das mesmas como auxílio à elaboração <strong>de</strong> TAFs.
5<br />
REFERÊNCIAS TEÓRICAS E REVISÃO DA LITERATURA<br />
A caracterização do campo <strong>de</strong> vento é importante <strong>para</strong> o planejamento <strong>de</strong><br />
diversas ativida<strong>de</strong>s humanas. O padrão <strong>de</strong> vento predominante influencia, por<br />
exemplo, no conforto térmico relacionado com a construção <strong>de</strong> casas e edifícios, e<br />
ainda nas ativida<strong>de</strong>s poluidoras do ar.<br />
A diferença <strong>de</strong> gradiente <strong>de</strong> pressão atmosférica gera o <strong>de</strong>slocamento do ar,<br />
ou seja, origina os <strong>ventos</strong>. Estes, partindo <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> maior <strong>para</strong> as <strong>de</strong> menor<br />
pressão, sofrem influências também do movimento <strong>de</strong> rotação da Terra, da força<br />
centrífuga ao seu movimento, bem como da topografia e consequente atrito com a<br />
superfície terrestre (TUBELIS & NASCIMENTO, 1984). A direção do vento é<br />
bastante variável no tempo e no espaço, em função da situação geográfica do local,<br />
da rugosida<strong>de</strong> da superfície, do relevo, da vegetação e da época do ano<br />
(VENDRAMINI, 1986).<br />
Para a Meteorologia Aeronáutica, o estudo <strong>de</strong>sta variável é <strong>de</strong> elevada<br />
importância <strong>para</strong> diversos tipos <strong>de</strong> operação, como as <strong>de</strong> pouso e <strong>de</strong>colagem. Por<br />
atuar diretamente na sustentação aerodinâmica da aeronave, seu efeito po<strong>de</strong> ser<br />
perigoso em certas condições <strong>de</strong> tempo. Vários aci<strong>de</strong>ntes e inúmeros inci<strong>de</strong>ntes à<br />
tripulação e passageiros foram provoca<strong>dos</strong> por este invisível, porém, sempre atuante<br />
parâmetro meteorológico. Avaliações preliminares apontam o vento como a principal<br />
causa do aci<strong>de</strong>nte ocorrido no Aeroporto <strong>de</strong> Narita, Japão, as 21:50 UTC do dia 22<br />
<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009. (REDEMET).<br />
A cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro sofre influência da atuação <strong>de</strong> distúrbios<br />
meteorológicos <strong>de</strong> diversas escalas fenomenológicas como, por exemplo,<br />
anticiclones subtropicais do atlântico sul (ASAS), frentes frias e frentes subtropicais,<br />
ciclones extratropicais, anticiclones migratórios, Zonas <strong>de</strong> Convergência do Atlântico<br />
Sul (ZCAS), sistemas convectivos, brisas marítimas e terrestres, brisas <strong>de</strong> vale e<br />
montanha, circulações locais e etc.<br />
Segundo Justi da Silva e Silva Dias (2002), a passagem <strong>de</strong> sistemas frontais<br />
altera os padrões <strong>de</strong> vento localmente. Em seu trabalho foi feita uma climatologia<br />
<strong>dos</strong> sistemas frontais <strong>para</strong> cada ponto <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> da reanálise do<br />
NCEP do período <strong>de</strong> 1981-1999, usando como critério <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação apenas a
6<br />
mudança do sinal da componente meridional do vento. Nas regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste<br />
do Brasil , o vento em baixos níveis tem direção <strong>de</strong> NE, <strong>de</strong>vido à influência da alta<br />
subtropical do Atlântico Sul, e então, numa situação pré-frontal, o vento é<br />
tipicamente <strong>de</strong> noroeste, <strong>de</strong>pois gira <strong>de</strong> sudoeste e <strong>de</strong> su<strong>de</strong>ste, à medida que as<br />
frente se <strong>de</strong>sloca. (Tempo e Clima no Brasil, Iracema F. A. Cavalcanti ET. AL<br />
organizadores, 2009)<br />
Devido à influência do Oceano Atlântico, das Baías da Guanabara e<br />
Sepetiba, da topografia e da própria estrutura urbana as circulações <strong>de</strong> brisa<br />
<strong>de</strong>sempenham um importante papel no regime <strong>de</strong> <strong>ventos</strong> <strong>de</strong>sta região. O esquema<br />
conceitual da formação das brisas mostra que durante o dia a superfície continental<br />
se aquece mais rapidamente do que a oceânica. O intenso aquecimento do ar<br />
próximo à superfície continental resulta em uma região com pressões atmosféricas<br />
relativamente mais baixas. A porção da atmosfera sobre a superfície do mar, por se<br />
manter menos aquecida do que aquela sobre o continente, configura uma região<br />
com pressões relativamente mais altas. Consequentemente, há a formação <strong>de</strong> um<br />
gradiente horizontal <strong>de</strong> pressão entre o continente e o oceano e, em resposta a esse<br />
gradiente, o ar mais frio e <strong>de</strong>nso que se encontra sobre o oceano se <strong>de</strong>sloca em<br />
direção a terra. O efeito geral <strong>de</strong>sta distribuição <strong>de</strong>sigual das pressões é a circulação<br />
da brisa marítima, exemplificado na Figura 1.<br />
Fig.1: Esquema conceitual da brisa marítima (Fonte: Ahrens 1988)<br />
Para o período da noite, ocorre justamente a situação inversa, o continente se<br />
resfria mais rapidamente do que o oceano, já que o resfriamento radiativo é maior
7<br />
sobre a terra do que sobre a água. Desta forma, a porção da atmosfera sobre a terra<br />
se torna mais fria e mais <strong>de</strong>nsa do que aquela sobre o mar, com pressão<br />
atmosférica relativamente mais elevada. O processo resultante é o inverso do que<br />
ocorre durante o dia, sendo <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> brisa terrestre, <strong>de</strong> acordo com o<br />
mostrado na Figura 2. A mudança na direção do vento é causada pela inversão do<br />
gradiente horizontal <strong>de</strong> temperatura.<br />
Fig.2: Esquema conceitual da brisa terrestre (Fonte: Ahrens 1988)<br />
O Atlas Eólico do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro (2002) apresenta diversas <strong>rosas</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> que representam todo o estado e caracterizam o regime <strong>de</strong> vento<br />
predominante. Estas <strong>rosas</strong> foram feitas a partir <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> por<br />
mo<strong>de</strong>lagem atmosférica <strong>de</strong> mesoescala resultante do sistema MesoMAP (TrueWind<br />
Solutions, LLC). Foram utiliza<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> reanálises (NCAR) <strong>para</strong> um período <strong>de</strong><br />
15 anos visando a representativida<strong>de</strong> climatológica <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>. As <strong>rosas</strong><br />
relativas à zona oeste da RMRJ indicam a predominância das direções su<strong>de</strong>ste e<br />
norte ao longo do ano (Atlas Eólico, pg25).<br />
A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> é um tipo <strong>de</strong> gráfico que ilustra <strong>de</strong> forma simultânea a<br />
distribuição <strong>de</strong> frequências <strong>para</strong> a magnitu<strong>de</strong> e a direção do vento. Os registros do<br />
METAR po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>dos</strong> <strong>para</strong> elaborar tal gráfico, visando a i<strong>de</strong>ntificação das<br />
frequências das direções e velocida<strong>de</strong>s predominantes do vento. A análise <strong>de</strong> <strong>rosas</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar o comportamento do regime <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>de</strong> uma área<br />
específica, quando analisada a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> por um período <strong>de</strong> 5 a 10<br />
anos. (Jourdan, P., 2007) analisou o período <strong>de</strong> 2000 a 2006 <strong>para</strong> várias estações
8<br />
meteorológicas da região metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro, visando estabelecer o<br />
comportamento geral <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> em cada localida<strong>de</strong>. Esse estudo apontou que as<br />
<strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o <strong>aeroporto</strong> do Galeão, localizado na Ilha do Governador,<br />
mostram um padrão <strong>de</strong> vento distribuído em diversas direções, sendo as direções<br />
su<strong>de</strong>ste e leste as predominantes. Os perío<strong>dos</strong> da madrugada e da manhã<br />
apresentam <strong>ventos</strong> nas mais variadas direções, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>stacar as<br />
direções norte e leste como as mais frequentes, aproximadamente 12% do total <strong>de</strong><br />
observações). Na parte da tar<strong>de</strong> e da noite as direções su<strong>de</strong>ste e leste são as mais<br />
observadas, sendo que o período da tar<strong>de</strong> apresenta um padrão predominante <strong>de</strong><br />
su<strong>de</strong>ste bem evi<strong>de</strong>nte e com <strong>ventos</strong> mais intensos, até 8,5m.s -1 . Mesmo não sendo<br />
característico <strong>de</strong>sta estação o registro <strong>de</strong> muitas ocorrências <strong>de</strong> calmarias, estas são<br />
mais frequentes durante a madrugada.<br />
A atual forma <strong>de</strong> validar e atribuir grau <strong>de</strong> acerto às previsões TAFs<br />
elaboradas, é o sistema PCOAMET, que se baseia na com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>sta previsão<br />
com as observações meteorológicas à superfície (METAR e SPECI). Esta avaliação<br />
é aplicada como indicativo da qualida<strong>de</strong> do serviço prestado pelos previsores, <strong>de</strong><br />
acordo com as regras vigentes na INFRAERO. Para a pontuação das variáveis<br />
direção e velocida<strong>de</strong> do vento, a metodologia a seguir é empregada. É atribuído um<br />
ponto <strong>para</strong> cada acerto na previsão da direção do vento, sendo admitida uma<br />
tolerância <strong>de</strong> até 20 graus, <strong>para</strong> mais ou <strong>para</strong> menos. Para cada erro, será atribuído<br />
zero ponto. No caso <strong>de</strong> vento calmo, será consi<strong>de</strong>rada certa a previsão <strong>para</strong> cada<br />
vento calmo observado. Para os casos <strong>de</strong> vento variável, será consi<strong>de</strong>rada certa a<br />
previsão <strong>para</strong> cada vento variável observado.<br />
Será atribuído um ponto <strong>para</strong> cada acerto na previsão da velocida<strong>de</strong> do vento,<br />
sendo admitida uma tolerância <strong>de</strong> até 5 nós <strong>para</strong> mais ou <strong>para</strong> menos. Para cada<br />
erro, será atribuído zero ponto. No caso <strong>de</strong> vento calmo, será consi<strong>de</strong>rada certa a<br />
previsão <strong>para</strong> cada vento calmo observado. (REDEMET – ICA 105-8)<br />
A área específica <strong>de</strong> estudo é a do Aeroporto Internacional do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro/Galeão - Antônio Carlos Jobim, localizada na Ilha do Governador, município<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ, nas coor<strong>de</strong>nadas 22°48’36” S e 043°15’02” W. A Figura 3<br />
mostra uma imagem da área <strong>de</strong> estudo. O Galeão representa uma das principais<br />
portas <strong>de</strong> entrada do Brasil e possui papel <strong>de</strong>terminante nos negócios e turismo a<br />
nível nacional e internacional, trabalhando a serviço da economia do país e
9<br />
influenciando diretamente o seu <strong>de</strong>senvolvimento. O complexo aeroportuário conta<br />
com a maior pista <strong>de</strong> pouso e <strong>de</strong>colagem do Brasil, com 4.000 m x 45 m, assim<br />
como um <strong>dos</strong> maiores, mais mo<strong>de</strong>rnos e bem equipa<strong>dos</strong> Terminais <strong>de</strong> Logística <strong>de</strong><br />
Cargas do Continente. O Galeão está ligado a mais <strong>de</strong> 32 localida<strong>de</strong>s nacionais e<br />
19 <strong>de</strong>stinos internacionais. Possui dois sistemas <strong>de</strong> pistas com operações<br />
simultâneas <strong>de</strong> pousos e <strong>de</strong>colagens, aten<strong>de</strong>ndo um movimento diário <strong>de</strong> 30 mil<br />
passageiros. (Infraero, 2009).<br />
Fig.3: Área do aeródromo do Galeão
10<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
Para realização do presente estudo foram coletadas mensagens METAR <strong>para</strong><br />
a estação SBGL do site da REDEMET (http://www.re<strong>de</strong>met.aer.mil.br/) <strong>para</strong> o<br />
período <strong>de</strong> 2003 a 2011. Os da<strong>dos</strong> foram organiza<strong>dos</strong> e os dias em que houve<br />
atuação <strong>de</strong> sistema frontal na região do Rio <strong>de</strong> Janeiro no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sse período,<br />
se<strong>para</strong><strong>dos</strong> em outra série <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Para os anos <strong>de</strong> 2003 e 2004, os meses <strong>de</strong><br />
novembro e <strong>de</strong>zembro encontravam-se ausentes na REDEMET e não foram<br />
inseri<strong>dos</strong> na série <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>.<br />
As informações sobre passagem das frentes foram adquiridas a partir do<br />
Boletim Climanálise do CPTEC, que apresenta, mensalmente, um gráfico com a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas frontais atuantes no <strong>de</strong>correr do período, bem como os dias<br />
em que as mesmas atingiram cada região <strong>de</strong> referência. Um exemplo <strong>de</strong>ste gráfico é<br />
mostrado a seguir, na Figura 4.<br />
Figura 4. Sistemas Frontais que atuaram no litoral do Brasil em janeiro/2005. Fonte:<br />
Climanálise – CPTEC – INPE<br />
Os da<strong>dos</strong> referentes ao período sem atuação <strong>de</strong> frentes frias foram então<br />
se<strong>para</strong><strong>dos</strong> por perío<strong>dos</strong> do dia, <strong>para</strong> melhor representar as variações esperadas do<br />
regime <strong>de</strong> <strong>ventos</strong> da região, em madrugada (00 às 05Z), manhã (06 às 11Z), tar<strong>de</strong><br />
(12 às 17Z) e noite (18 às 24Z). Os da<strong>dos</strong> referentes aos dias com sistemas frontais<br />
também foram utiliza<strong>dos</strong> <strong>para</strong> verificar como o vento se comporta durante esse
11<br />
período, porém, como a entrada das frentes frias não obe<strong>de</strong>ce aos padrões <strong>de</strong><br />
horário, os gráficos não foram se<strong>para</strong><strong>dos</strong> por perío<strong>dos</strong> do dia e com<strong>para</strong><strong>dos</strong> com<br />
TAFs.<br />
Essas informações foram então trabalhadas no software WRPLOT View -<br />
Freeware Wind Rose Plots for Meteorological Data, disponibilizado gratuitamente<br />
<strong>para</strong> download no site http://www.weblakes.com, e <strong>de</strong>senvolvido pelo Lakes<br />
Environmental. Foram elaboradas, <strong>de</strong>sta forma, as <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> típicas <strong>para</strong><br />
cada mês do ano, <strong>para</strong> situações sem frentes frias, tidas como apresentando o<br />
“vento sinótico” esperado <strong>para</strong> a região, dividido em madrugada, manhã, tar<strong>de</strong> e<br />
noite e uma rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> típica <strong>para</strong> as situações <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> sistemas<br />
frontais, também <strong>para</strong> cada mês do ano.<br />
Esses resulta<strong>dos</strong> foram com<strong>para</strong><strong>dos</strong> com mensagens TAF elaboradas <strong>para</strong> a<br />
região, selecionadas aleatoriamente a partir <strong>de</strong> um ano base (2005), a fim <strong>de</strong><br />
verificar se as <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> foram coerentes com as previsões elaboradas, e<br />
<strong>de</strong>sta forma, avaliar a aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa informação como ferramenta auxiliar à<br />
operação.
12<br />
ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
Os resulta<strong>dos</strong> serão apresenta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>monstrar o regime típico <strong>de</strong><br />
<strong>ventos</strong> <strong>para</strong> cada estação do ano, assim sendo foram escolhi<strong>dos</strong> os meses <strong>de</strong><br />
Janeiro, Abril, Julho e Outubro <strong>para</strong> representar o Verão, Outono, Inverno e<br />
Primavera, respectivamente.<br />
(a)<br />
(b)<br />
(c)<br />
(d)<br />
Figura 5 – Rosas <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> Janeiro, (a) madrugada, (b) manhã, (c) tar<strong>de</strong> e (d) noite.
13<br />
O TAF selecionado <strong>para</strong> análise do mês <strong>de</strong> Janeiro, sem atuação <strong>de</strong> sistema<br />
frontal, foi o seguinte:<br />
05/01/2005 SBGL<br />
0500/0524 12005KT 8000 FEW025 BECMG 0911 36005KT BECMG 1315 10010KT<br />
BECMG 1618 14015KT TEMPO 1921 TS SCT020 FEW025CB TN25/08Z TX32/17Z<br />
=<br />
A partir do TAF analisado, vemos que das 00 até 09Z era esperado que o<br />
vento estivesse com direção <strong>de</strong> 120º e 05 KT <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong><br />
o horário da madrugada, Figura 5 (a), válida entre os horários <strong>de</strong> 00 e 05Z,<br />
apresentou vetor resultante da série analisada <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> observa<strong>dos</strong> com direção<br />
<strong>de</strong> 72° e velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 4,41KT. A diferença <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20º na direção entre<br />
os dois vetores já seria consi<strong>de</strong>rada significativa <strong>para</strong> um erro no TAF segundo a<br />
correção do PCOAMET. Tanto a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> quanto o TAF convergiram com<br />
relação ao valor da velocida<strong>de</strong> do vento, com diferença <strong>de</strong> 0,39KT, consi<strong>de</strong>rada<br />
insignificante <strong>para</strong> critérios <strong>de</strong> correção e operação aeronáutica. Já <strong>para</strong> o período<br />
entre 05Z e 09Z e <strong>para</strong> o grupo <strong>de</strong> mudança previsto <strong>para</strong> o período entre 09 e 11Z<br />
a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o período da manhã, Figura 5 (b), po<strong>de</strong>ria ser usada como<br />
referência. O previsor estabeleceu <strong>para</strong> o grupo <strong>de</strong> mudança um vento com 360º e<br />
05KT, sendo que a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> este horário <strong>de</strong>termina um vento médio<br />
com 26º e 3,25KT. A diferença entre os vetores continua é <strong>de</strong> 26º, ligeiramente<br />
superior ao estipulado como máximo <strong>de</strong> 20º, configurando erro pelo sistema <strong>de</strong><br />
correção, porém é um valor que, operacionalmente, não <strong>de</strong>termina um impacto tão<br />
significativo. A diferença entre os valores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do vento é <strong>de</strong> apenas<br />
1,75KT, ainda <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> valor máximo <strong>de</strong> 5KT <strong>de</strong> diferença entre<br />
observação e previsão <strong>para</strong> estabelecer acerto na variável, segundo o PCOAMET.<br />
Para os horários entre 13 e 15Z e 16 e 18Z o previsor inseriu dois grupos <strong>de</strong><br />
mudança com <strong>ventos</strong> <strong>de</strong> 10010KT e 14015KT, respectivamente. Ao com<strong>para</strong>r-se<br />
esses valores com os estabeleci<strong>dos</strong> pela rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> do período da tar<strong>de</strong>,<br />
Figura 5 (c), que <strong>de</strong>termina um vento médio <strong>de</strong> 72º com 12,68K, po<strong>de</strong>mos dizer que<br />
a mesma acompanhou bem o aumento <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do vento prevista pelos os<br />
dois grupos <strong>de</strong> mudança, porém apenas se aproximou da direção do primeiro grupo,<br />
com uma diferença <strong>de</strong> 28º entre os vetores do vento. No TAF em questão há
14<br />
previsão <strong>de</strong> outro grupo <strong>de</strong> mudança entre 19 e 21Z, com ocorrência temporária <strong>de</strong><br />
trovoada no aeródromo e vizinhanças, porém sem mudança no grupo <strong>de</strong> vento,<br />
<strong>de</strong>sta forma, assume-se que o válido <strong>para</strong> este horário ainda seria o do grupo <strong>de</strong><br />
mudança anterior, que estabelece um vento com 140º e 15KT. A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong><br />
usada <strong>para</strong> com<strong>para</strong>ção neste horário seria a da noite, Figura 5 (d), com vento<br />
médio <strong>de</strong> 136º com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 9KT. A diferença <strong>de</strong> direção entre os vetores da<br />
previsão e da rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> é <strong>de</strong> apenas 4º, o que <strong>de</strong>terminaria um acerto, e a<br />
diferença da velocida<strong>de</strong> permaneceu <strong>de</strong>ntro da tolerância máxima <strong>de</strong> 5KT exigido<br />
pelo sistema <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> TAFs (PCOAMET)<br />
Ao analisarmos este TAF po<strong>de</strong>mos concluir que a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, apesar <strong>de</strong><br />
não <strong>de</strong>terminar exatamente os valores estipula<strong>dos</strong> pelo previsor, manteve-se<br />
coerente com os quadrantes previstos, po<strong>de</strong>ndo ser consi<strong>de</strong>rada uma boa<br />
ferramenta <strong>para</strong> auxiliar no estabelecimento <strong>de</strong> um quadro geral esperado, ainda<br />
mais <strong>para</strong> um profissional recém-chegado e inexperiente com o trabalho <strong>de</strong> um CMA<br />
<strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada região.
15<br />
(a)<br />
(b)<br />
(c)<br />
(d)<br />
Figura 5 – Rosas <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> Abril, (a) madrugada, (b) manhã,<br />
(c) tar<strong>de</strong> e (d) noite.
16<br />
O TAF selecionado <strong>para</strong> análise do mês <strong>de</strong> Abril, sem atuação <strong>de</strong> sistema<br />
frontal, foi o seguinte:<br />
22/04/2005 SBGL<br />
2200/2224 10005KT 8000 BKN016 BECMG 0204 35005KT BECMG 0810 4000<br />
DZBR BKN010 BECMG 1214 07005KT 6000 NSW BKN012 BECMG 1517 19015KT<br />
8000 BKN016 PROB30 1824 6000 BKN012 TN22/08Z TX27/16Z=<br />
A partir do TAF analisado, vemos que das 00 até 02Z era esperado que o<br />
vento estivesse com direção <strong>de</strong> 100º e 05 KT <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong><br />
o horário da madrugada, Figura 5 (a), válida entre os horários <strong>de</strong> 00 e 05Z,<br />
apresentou vetor resultante da série analisada <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> observa<strong>dos</strong> com direção<br />
<strong>de</strong> 66° e velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 4,15KT. A diferença <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20º na direção entre<br />
os dois vetores já seria consi<strong>de</strong>rada significativa <strong>para</strong> um erro no TAF segundo a<br />
correção do PCOAMET. Tanto a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> quanto o TAF convergiram com<br />
relação ao valor da velocida<strong>de</strong> do vento, com diferença <strong>de</strong> 0,75KT, consi<strong>de</strong>rada<br />
insignificante <strong>para</strong> critérios <strong>de</strong> correção e operação aeronáutica. O TAF analisado<br />
inclui outro grupo <strong>de</strong> mudança <strong>para</strong> o período da madrugada, com vento <strong>de</strong> 350º<br />
com 05KT, que, ao ser com<strong>para</strong>do com o vento extraído da rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong><br />
anteriormente citada, <strong>de</strong> 66° com 4,15KT, indica uma diferença na direção superior a<br />
20º. Para o período da manhã, o TAF em questão apresentava um grupo <strong>de</strong><br />
mudança das 08 às 10Z, porém sem alterar o parâmetro direção e intensida<strong>de</strong> do<br />
vento, portanto o mesmo <strong>de</strong>veria se manter, <strong>para</strong> o período da manhã, com os<br />
mesmos valores referentes ao grupo <strong>de</strong> mudança anterior, <strong>de</strong> 350º com 05KT. A<br />
rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> a manhã, Figura 5 (b), válida entre os horários <strong>de</strong> 06 e 11Z,<br />
apresentou vetor resultante da série analisada <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> observa<strong>dos</strong> com direção<br />
<strong>de</strong> 6° e velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 5,76KT. A diferença entre o previsto neste horário e a<br />
informação extraída da rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> correspon<strong>de</strong>nte aponta um valor <strong>de</strong> 16º,<br />
consi<strong>de</strong>rado insignificante <strong>para</strong> as operações aeronáuticas e, <strong>de</strong>sta forma, um valor<br />
corretamente previsto. Tanto a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> quanto o TAF convergiram com<br />
relação ao valor da velocida<strong>de</strong> do vento, com diferença <strong>de</strong> 0,76KT, consi<strong>de</strong>rada
17<br />
insignificante <strong>para</strong> critérios <strong>de</strong> correção e operação aeronáutica. Já <strong>para</strong> o período<br />
entre 12Z e 14Z é esperado um vento com direção <strong>de</strong> 70º e 05KT, que po<strong>de</strong> ser<br />
com<strong>para</strong>do com o sugerido pela rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o período da tar<strong>de</strong>, que indica<br />
um vento médio <strong>de</strong> 53º <strong>de</strong> direção e 5,95KT <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. A diferença entre o<br />
previsto neste horário e a informação extraída da rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> correspon<strong>de</strong>nte,<br />
período da tar<strong>de</strong>, Figura 5 (c), aponta um valor <strong>de</strong> 17º, consi<strong>de</strong>rado insignificante<br />
<strong>para</strong> as operações aeronáuticas e, <strong>de</strong>sta forma, um valor corretamente previsto.<br />
Para o período entre 15 e 17Z, foi previsto um grupo <strong>de</strong> mudança indicando<br />
um vento <strong>de</strong> 19015KT, que, com<strong>para</strong>do com o vento médio <strong>de</strong> 53º <strong>de</strong> direção e<br />
5,95KT <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> esperado <strong>para</strong> o período da tar<strong>de</strong>, Figura 5 (c), aponta <strong>para</strong><br />
uma diferença superior à tolerância <strong>de</strong> 20º estabelecida <strong>para</strong> efeitos <strong>de</strong> avaliação e o<br />
vento médio também não atingiu os valores necessários <strong>para</strong> configurar acerto, que<br />
seria uma diferença máxima <strong>de</strong> 2KT. Como não há mais nenhum grupo <strong>de</strong> mudança<br />
incluindo novos valores <strong>de</strong> vento, <strong>de</strong>ve-se assumir que até o final do período do TAF<br />
o mesmo será <strong>de</strong> 19015KT. A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o período da noite, Figura 5 (d),<br />
indica um valor <strong>de</strong> vento médio <strong>de</strong> 141º com 7,90KT, que, ao com<strong>para</strong>rmos com o<br />
valor previsto supera a diferença máxima tolerada pelo sistema <strong>de</strong> avaliação, porém,<br />
po<strong>de</strong>-se perceber que a mudança <strong>de</strong> quadrante e o aumento na velocida<strong>de</strong> média,<br />
ou seja, uma tendência <strong>de</strong> comportamento, foi bem reproduzida em ambos.<br />
Também nessa análise, po<strong>de</strong>mos concluir que a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, apesar <strong>de</strong><br />
não <strong>de</strong>terminar exatamente os valores estipula<strong>dos</strong> pelo previsor, manteve-se<br />
coerente com os quadrantes previstos, po<strong>de</strong>ndo ser consi<strong>de</strong>rada uma boa<br />
ferramenta <strong>para</strong> auxiliar no estabelecimento <strong>de</strong> um quadro geral esperado, ainda<br />
mais <strong>para</strong> um profissional recém-chegado e inexperiente com o trabalho <strong>de</strong> um CMA<br />
<strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada região.
18<br />
(a)<br />
(b)<br />
(c)<br />
(d)<br />
Figura 5 – Rosas <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> Julho, (a) madrugada, (b) manhã, (c) tar<strong>de</strong> e (d) noite.
19<br />
O TAF selecionado <strong>para</strong> análise do mês <strong>de</strong> Julho, sem atuação <strong>de</strong> sistema<br />
frontal, foi o seguinte:<br />
10/07/2005 SBGL<br />
1000/1024 33003KT 8000 BKN015 BECMG 0810 01005KT 4000 DZ BR BECMG<br />
1113 8000 NSW SCT020 BECMG 1416 13010KT BECMG 2224 30003KT TN15/09Z<br />
TX23/16Z =<br />
A partir do TAF analisado, vemos que das 00 até 08Z era esperado que o<br />
vento estivesse com direção <strong>de</strong> 330º e 03 KT <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong><br />
o horário da madrugada, Figura 5 (a), válida entre os horários <strong>de</strong> 00 e 05Z,<br />
apresentou um vento médio com direção <strong>de</strong> 48° e velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 3,79KT. A<br />
diferença <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20º na direção entre os dois vetores já seria consi<strong>de</strong>rada<br />
significativa <strong>para</strong> um erro no TAF segundo a correção do PCOAMET. Tanto a rosa<br />
<strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> quanto o TAF convergiram com relação ao valor da velocida<strong>de</strong> do vento,<br />
com diferença <strong>de</strong> 0,79KT, consi<strong>de</strong>rada insignificante <strong>para</strong> critérios <strong>de</strong> correção e<br />
operação aeronáutica. No horário entre 06 e 08Z, o vento previsto <strong>de</strong>ve ser<br />
com<strong>para</strong>do com a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> do período da manhã, Figura 5 (b), que indica um<br />
vento médio com 01º e 2,65KT que se encontra próximo do valor previsto, com uma<br />
diferença <strong>de</strong> apenas 31º na direção e 0,35KT na velocida<strong>de</strong> média.<br />
Das 08 às 10Z, o TAF apresenta um grupo <strong>de</strong> mudança com vento <strong>de</strong><br />
01005KT que, ao ser com<strong>para</strong>do com o estipulado pela rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> do período<br />
da manhã, Figura 5 (b), com valor <strong>de</strong> 01º com 2,65KT, apresenta uma diferença<br />
entre as direções previstas e observadas <strong>de</strong> apenas 09º, valor consi<strong>de</strong>rado<br />
insignificante tanto <strong>para</strong> efeitos <strong>de</strong> avaliação quanto <strong>para</strong> a operação aeronáutica.<br />
Das 14 às 16Z outro grupo <strong>de</strong> mudança indica um vento previsto <strong>de</strong> 13010KT,<br />
enquanto que a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> da tar<strong>de</strong>, Figura 5 (c), indica um valor médio <strong>de</strong> 34º<br />
com 5,13KT, valores que, tanto <strong>para</strong> a direção do vento, quanto <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong>,<br />
resultam em uma diferença superior à máxima tolerada pelo sistema <strong>de</strong> avaliação<br />
PCOAMET. Das 22Z às 24Z a previsão indicou uma mudança do vento <strong>para</strong> os<br />
valores <strong>de</strong> 30003KT, que <strong>de</strong>vem ser com<strong>para</strong><strong>dos</strong> com a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> elaborada
20<br />
<strong>para</strong> o período da noite, Figura 5 (d), que indicou valores médios <strong>de</strong> 128º com<br />
6,48KT. Tanto <strong>para</strong> direção do vento, quanto <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong>, os valores previstos<br />
e observa<strong>dos</strong> (rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>) apresentam diferença superior à tolerância máxima<br />
aceita pelo sistema <strong>de</strong> avaliação das previsões.<br />
Também nessa análise, po<strong>de</strong>mos concluir que a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, apesar <strong>de</strong><br />
não <strong>de</strong>terminar exatamente os valores estipula<strong>dos</strong> pelo previsor, manteve-se<br />
coerente com os quadrantes previstos, principalmente <strong>para</strong> os perío<strong>dos</strong> da<br />
madrugada e manhã, po<strong>de</strong>ndo ser consi<strong>de</strong>rada uma boa ferramenta <strong>para</strong> auxiliar no<br />
estabelecimento <strong>de</strong> um quadro geral esperado, ainda mais <strong>para</strong> um profissional<br />
recém-chegado e inexperiente com o trabalho <strong>de</strong> um CMA <strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />
região.
21<br />
(a)<br />
(b)<br />
(c)<br />
(d)<br />
Figura 6 – Rosas <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> Outubro, (a) madrugada, (b) manhã, (c) tar<strong>de</strong> e (d) noite.
22<br />
O TAF selecionado <strong>para</strong> análise do mês <strong>de</strong> Outubro, sem atuação <strong>de</strong> sistema<br />
frontal, foi o seguinte:<br />
05/10/2005 SBGL<br />
0500/0524 10008KT 8000 NSC BECMG 0507 04005KT BECMG 1416 17010KT<br />
SCT023 TN20/08Z TX30/17Z =<br />
A partir do TAF analisado, vemos que das 00 até 05Z era esperado que o<br />
vento estivesse com direção <strong>de</strong> 100º e 08 KT <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. A rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong><br />
o horário da madrugada, Figura 5 (a), válida também entre os horários <strong>de</strong> 00 e 05Z,<br />
apresentou vetor resultante da série analisada <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> observa<strong>dos</strong> com direção<br />
<strong>de</strong> 106° e velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 5,33KT. A diferença <strong>de</strong> apenas 06º <strong>de</strong> direção entre<br />
os dois vetores po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada insignificante tanto <strong>para</strong> efeitos <strong>de</strong> avaliação,<br />
quanto <strong>para</strong> as operações aeronáuticas. Já <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong> média, vemos uma<br />
diferença entre os valores <strong>de</strong> 2,67KT, que também é pouco significativa <strong>para</strong><br />
operações aeronáuticas.<br />
Das 05 às 07Z o TAF apresenta um grupo <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> vento, passando<br />
<strong>para</strong> 04005KT, a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, por sua vez, apresenta <strong>para</strong> o período da manhã,<br />
Figura 5 (b), um vento médio <strong>de</strong> 40º com 3,99KT. Os valores <strong>de</strong> direção do vento<br />
previsto e estipulado pela rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> são iguais, mostrando como essa<br />
ferramenta po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia <strong>para</strong> o previsor elaborar o TAF em questão.<br />
A velocida<strong>de</strong> média do vento também difere <strong>de</strong> apenas 1,1KT entre a previsão e a<br />
observação média. Esse vento perduraria por toda manhã, quando, entre 14 e 16Z,<br />
foi inserido um grupo <strong>de</strong> mudança com passando o mesmo <strong>para</strong> 17010KT. A rosa<br />
<strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> o período da tar<strong>de</strong>, Figura 5 (c), indica a ocorrência <strong>de</strong> um vento<br />
médio <strong>de</strong> 105º com 7,6KT. Para este horário, há uma diferença <strong>de</strong> 65º <strong>de</strong> direção<br />
entre a previsão e a observação média (rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>), um valor<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente acima <strong>dos</strong> 20º <strong>de</strong> tolerância máxima aceita pelos critérios <strong>de</strong><br />
avaliação <strong>de</strong> TAF. Para a velocida<strong>de</strong> média <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, a diferença <strong>de</strong> 2,4KT é<br />
consi<strong>de</strong>rada insignificante tanto <strong>para</strong> as operações aeronáuticas quanto <strong>para</strong> efeito<br />
<strong>de</strong> avaliação. Esse vento <strong>de</strong> 17010KT é previsto <strong>para</strong> até o final do período do TAF,
23<br />
e, <strong>de</strong>sta forma, <strong>para</strong> o horário entre 18 e 24Z <strong>de</strong>ve ser com<strong>para</strong>da com o valor<br />
informado pela rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> da noite, Figura 5 (d), que indica um valor <strong>de</strong> 159º<br />
com 9,35KT. A diferença <strong>de</strong> apenas 11º <strong>de</strong> direção entre os dois vetores po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rada insignificante tanto <strong>para</strong> efeitos <strong>de</strong> avaliação, quanto <strong>para</strong> as operações<br />
aeronáuticas. Já <strong>para</strong> a velocida<strong>de</strong> média, vemos uma diferença entre os valores <strong>de</strong><br />
0,65KT, que também não é significativa.<br />
Também nessa análise, po<strong>de</strong>mos concluir que a rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>, apesar <strong>de</strong><br />
não <strong>de</strong>terminar exatamente os valores estipula<strong>dos</strong> pelo previsor, manteve-se<br />
coerente com os quadrantes previstos, po<strong>de</strong>ndo ser consi<strong>de</strong>rada uma boa<br />
ferramenta <strong>para</strong> auxiliar no estabelecimento <strong>de</strong> um quadro geral esperado, ainda<br />
mais <strong>para</strong> um profissional recém-chegado e inexperiente com o trabalho <strong>de</strong> um CMA<br />
<strong>para</strong> uma <strong>de</strong>terminada região.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> analisa<strong>dos</strong> no presente estudo corroboram com os obti<strong>dos</strong> por<br />
(Jourdan, P., 2007) que mostram que nos perío<strong>dos</strong> da madrugada e da manhã as<br />
<strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> apresentam padrões <strong>de</strong> vento nas mais variadas direções, on<strong>de</strong> se<br />
po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>stacar as direções N e E como as mais frequentes. Na parte da tar<strong>de</strong> e da<br />
noite as direções SE e E foram as mais observadas no trabalho <strong>de</strong> Jourdan, porém<br />
no presente estudo, além <strong>de</strong>ssas direções, também foram observa<strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>de</strong><br />
quadrante NE <strong>para</strong> esses perío<strong>dos</strong>. Os resulta<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong> por Jourdan também<br />
evi<strong>de</strong>nciam que o período da tar<strong>de</strong> apresenta um padrão predominante <strong>de</strong> SE bem<br />
evi<strong>de</strong>nte e com <strong>ventos</strong> mais intensos, até 8,5m.s -1 . Esse resultado não foi<br />
encontrado no presente estudo, on<strong>de</strong> a direção predominante <strong>para</strong> o período da<br />
tar<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> NE. As diferenças encontradas entre os resulta<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>m estar<br />
associadas às metodologias empregadas em cada um. Os resulta<strong>dos</strong> apresenta<strong>dos</strong><br />
por Jourdan mostram <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> anuais elaboradas sem a exclusão <strong>dos</strong> dias<br />
com atuação <strong>de</strong> sistemas frontais, e as geradas no presente trabalho foram feitas<br />
<strong>para</strong> cada mês, levando em conta a influência das frentes frias na alteração do<br />
padrão do vento, e, <strong>de</strong>sta forma, se<strong>para</strong>ndo essas datas <strong>para</strong> uma análise<br />
diferenciada.
24<br />
(a)<br />
(b)<br />
(c)<br />
(d)<br />
Figura 7 – Rosas <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> <strong>para</strong> situações com atuação <strong>de</strong> sistemas frontais, <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> Janeiro<br />
(a), Abril (b), Julho (c) e Outubro (d).
25<br />
Para as situações com atuação <strong>de</strong> sistemas frontais, a análise <strong>dos</strong> TAFs se<br />
torna ina<strong>de</strong>quada, pois os gráficos gera<strong>dos</strong>, representando a média diária, sem<br />
se<strong>para</strong>ção por horários, não são os i<strong>de</strong>ais <strong>para</strong> a com<strong>para</strong>ção com uma previsão<br />
horária, tal como o TAF. Os gráficos das <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> ajudam, entretanto, a<br />
analisar o comportamento variável do vento durante a atuação e passagem <strong>de</strong><br />
sistemas frontais. Para o mês <strong>de</strong> janeiro, observou-se que o vento médio<br />
representativo <strong>dos</strong> dias em que houve atuação <strong>de</strong> frentes frias ficou com 20º e<br />
5,68KT; aparentemente esse não é um valor característico <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> um<br />
sistema frontal e isso po<strong>de</strong> ter ocorrido por fazer uma média agregando to<strong>dos</strong> os<br />
horários, inclusive aqueles em que o a frente ainda não se encontrava atuante,<br />
mascarando, <strong>de</strong> certa forma, a análise. Para o mês <strong>de</strong> abril, o vento médio foi <strong>de</strong><br />
302º com 5,73KT. O vento <strong>de</strong> quadrante NW po<strong>de</strong> ser associado com situações préfrontais,<br />
que <strong>de</strong>vem ter ficado mais evi<strong>de</strong>ntes nos dias seleciona<strong>dos</strong> <strong>para</strong> elaboração<br />
da rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong>. Para o mês <strong>de</strong> julho, representativo da estação <strong>de</strong> inverno, temse<br />
um vento médio <strong>de</strong> 300º com 11,04KT, apresentando novamente o quadrante<br />
NW como predominante, evi<strong>de</strong>nciando um reflexo do comportamento pré-frontal.<br />
Para o mês <strong>de</strong> outubro o vento médio foi <strong>de</strong> 233º com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 7,37KT,<br />
indicando uma situação <strong>de</strong> vento com quadrante SW, típico <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong><br />
sistemas frontais.
26<br />
CONCLUSÕES<br />
No presente trabalho foi analisado o comportamento médio das variáveis<br />
direção e intensida<strong>de</strong> do vento, através da elaboração <strong>de</strong> <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> típicas<br />
<strong>para</strong> perío<strong>dos</strong> do dia (madrugada, manhã, tar<strong>de</strong> e noite) se<strong>para</strong>ndo os dias em que<br />
houve atuação <strong>de</strong> sistemas frontais. De forma geral, po<strong>de</strong>-se concluir que o<br />
emprego das <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> po<strong>de</strong> ser uma boa ferramenta auxiliar ao previsor,<br />
pois, os valores estabeleci<strong>dos</strong> pelas mesmas mantiveram-se coerentes, na maior<br />
parte das situações analisadas, com os quadrantes previstos, e, <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />
situações, se aproximando com consi<strong>de</strong>rável precisão <strong>dos</strong> valores previstos nos<br />
TAFs analisa<strong>dos</strong>. O emprego <strong>de</strong>ssa ferramenta no ambiente operacional é<br />
interessante, principalmente, <strong>para</strong> um profissional recém-chegado e inexperiente<br />
com o trabalho <strong>de</strong> um CMA <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada região, além <strong>de</strong> fundamentar com<br />
um trabalho científico e estatístico a i<strong>de</strong>ia geral <strong>de</strong> comportamento da variável vento<br />
adquirida após anos <strong>de</strong> rotina operacional, <strong>para</strong> os previsores mais experientes na<br />
localida<strong>de</strong> em questão.<br />
Para os perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> sistemas frontais, os gráficos das <strong>rosas</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>ventos</strong> ajudam a analisar o comportamento variável do vento durante a atuação <strong>de</strong><br />
tal fenômeno, mostrando os comportamentos típicos tanto <strong>de</strong> sua aproximação,<br />
situação pré-frontal, com <strong>ventos</strong> <strong>de</strong> quadrante NW, bem como a atuação do sistema<br />
propriamente dito, com <strong>ventos</strong> predominantes <strong>de</strong> SW.<br />
Desta forma, a principal questão norteadora do presente trabalho, <strong>de</strong> estudar<br />
uma forma <strong>de</strong> melhorar o <strong>de</strong>sempenho <strong>dos</strong> previsores do CMA1-GL em acompanhar<br />
o comportamento das variáveis direção e intensida<strong>de</strong> do vento, conhecidamente as<br />
<strong>de</strong> maior erro segundo a avaliação <strong>dos</strong> TAFs pelo PCOAMET foi respondida através<br />
da elaboração <strong>de</strong> uma ferramenta que po<strong>de</strong> ser implementada na rotina operacional<br />
<strong>de</strong> centros meteorológicos, como auxílio ao previsor.<br />
Como sugestões <strong>para</strong> trabalhos futuros tem-se a extensão <strong>de</strong>ste estudo <strong>para</strong><br />
outros aeródromos <strong>para</strong> os quais o Galeão faz Vigilância, bem como investigar se a<br />
divisão da rosa <strong>dos</strong> <strong>ventos</strong> em mais horários po<strong>de</strong> implicar em melhores resulta<strong>dos</strong><br />
<strong>para</strong> a rotina operacional. Uma i<strong>de</strong>ia que po<strong>de</strong> ser aplicada futuramente é a
27<br />
elaboração <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> frentes frias a partir <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> METAR, sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma informação indireta elaborada pelo<br />
CPTEC (boletim Climanálise).<br />
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28<br />
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