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24 provenientes de outras províncias, o que sugere que talvez se tratasse de gestantes com alguma outra patologia mais especifica, necessitando de cuidados médicos mais diferenciado e de qualidade, o que só poderia ser obtido na capital do país, na MLP, a qual é uma unidade de referência. A associação encontrada entre a fraca proveniência das gestantes de outras províncias tem provavelmente relação com a situação socioeconómica precária das populações no interior do país – menor renda, escassez de meios de comunicação, assim como acessibilidade. No que concerne à idade das gestantes como factor prognóstico associado à infecção por malária, o presente estudo revelou não existir diferença estatisticamente significante entre gestantes dos 15 os 19 anos, e gestantes com ≥20 anos para a infecção da malária. O perfil das gestantes estudadas foi predominado com uma mediana de 25,0 anos. Jarude R, et el 2003 40 , no seu estudo encontrou uma mediana de idade de 23,1 anos, e também referem que depende de vários factores tais como paridade e imunidade materna. O presente estudo encontrou uma prevalência de 4,3% na placenta. A literatura refere que a placenta de mulheres infectadas por malária pode conter um grande número de parasitas; sabe-se, no entanto, que a malária congénita é possível sem a presença de infecção activa durante a gestação em gestantes que vivem em zonas endemicas. 31,42,50-53 A malária materna leva a distúrbios da função placentar, devido ao acumulo maciço de parasitas de células mononucleares de defesa e devido a diminuição de transferência de oxigénio e nutrientes para o feto. 4,7,10,45,49, Obioajunwa, 11 Okoko et el 15 referem que a malária na placenta ocorre provavelmente por uma falha da resposta imunológica específica local ou sistémica permitindo que os parasitos se alojem e podendo resultar em sérias consequências, incluindo aborto espontâneo, morte neonatal, baixo peso ao nascer, partos prematuros, e atraso do desenvolvimento cognitivo. A passagem transplantaria de plasmódios tem sido cada vez melhor documentada Larkin e Thuma 30 . Os parasitas identificados no sangue fetal podem indicar falha na

25 barreira planetária. Os principais mecanismos descritos para explicar esta passagem são: dano da placenta no momento do parto; febre na gestante levando a uma maior fragilidade da placenta e separação prematura da placenta 26,32,47,55 Há estudos de prevalência de malária na placenta com valores aproximados e superiores as encontrados neste estudo. O estudo realizado em Maputo por Bergstrom et al, 18 observou 17,3% das mães com parasitémia no sangue da placenta. Nos Camarões, na cidade de Ebolowa, Le Hesran et al 32 encontraram uma prevalência de 27.9%. o achado de parasitemia na placenta sugere uma forte associação com a transmissão vertical da malária congénita. O presente estudo encontrou uma prevalência de 4,3% no cordão umbilical, reforçando os achados encontrados na literatura. Dominguez, Gómez & Jústiz, 23 na Guiné-Bissau, 7% dos recém-nascidos continham plasmódios na amostra sanguínea do cordão umbilical. Obiajunwa 11 descreve uma parasitemia de 54,2%. Na pesquisa actual, a baixa frequência de casos de malária nas gestantes pode ter contribuído para a ausência de associação estatística com as características investigadas. O mesmo fato parece explicar o escasso percentual de gestantes e recém-nascidos diagnosticados com malária e malária congénita no período neonatal, revelado nas estatísticas encontradas na literatura pesquisada. 14,28,29,34 No que concerne à passagem transplacentar dos parasitas para as hemácias, a prevalência varia de país para país e entre estudos, 7,23,42,47, sendo um diagnóstico que deve ser considerado no neonato febril, cuja mãe tenha estado em zonas de risco para adquirir malária, incluso anos antes da gestação 8-10,14,40 Nenhumas das características dos recém-nascidos investigadas estiveram associadas à ocorrência de malária congénita. A falta de associação indica que o diagnóstico clínico da malária congénita é difícil, porque não houve nenhuma característica clínica que diferenciasse os recém-nascidos afectados pela doença dos

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barreira planetária. Os principais mecanismos descritos para explicar esta passag<strong>em</strong> são:<br />

dano da placenta no momento do parto; febre na gestante levando a uma maior<br />

fragilidade da placenta e separação pr<strong>em</strong>atura da placenta 26,32,47,55<br />

Há estudos de prevalência de malária na placenta com valores aproximados e<br />

superiores as encontrados neste estudo. O estudo realizado <strong>em</strong> Maputo por Bergstrom et<br />

al, 18 observou 17,3% das mães com parasitémia no sangue da placenta. Nos Camarões,<br />

na cidade de Ebolowa, Le Hesran et al 32 encontraram uma prevalência de 27.9%. o<br />

achado de parasit<strong>em</strong>ia na placenta sugere uma forte associação com a transmissão<br />

vertical da malária congénita.<br />

O presente estudo encontrou uma prevalência de 4,3% no cordão umbilical,<br />

reforçando os achados encontrados na literatura. Dominguez, Gómez & Jústiz, 23 na<br />

Guiné-Bissau, 7% dos recém-nascidos continham plasmódios na amostra sanguínea do<br />

cordão umbilical. Obiajunwa 11 descreve uma parasit<strong>em</strong>ia de 54,2%.<br />

Na pesquisa actual, a baixa frequência de casos de malária nas gestantes pode ter<br />

contribuído para a ausência de associação estatística com as características investigadas.<br />

O mesmo fato parece explicar o escasso percentual de gestantes e recém-nascidos<br />

diagnosticados com malária e malária congénita no período neonatal, revelado nas<br />

estatísticas encontradas na literatura pesquisada. 14,28,29,34 No que concerne à passag<strong>em</strong><br />

transplacentar dos parasitas para as h<strong>em</strong>ácias, a prevalência varia de país para país e<br />

entre estudos, 7,23,42,47, sendo um diagnóstico que deve ser considerado no neonato febril,<br />

cuja mãe tenha estado <strong>em</strong> zonas de risco para adquirir malária, incluso anos antes da<br />

gestação 8-10,14,40<br />

Nenhumas das características dos recém-nascidos investigadas<br />

estiveram associadas à ocorrência de malária congénita. A falta de associação indica<br />

que o diagnóstico clínico da malária congénita é difícil, porque não houve nenhuma<br />

característica clínica que diferenciasse os recém-nascidos afectados pela doença dos

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