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18 Em Angola, actualmente a reemergencia desta doença em zonas já controladas e o crescimento preocupante da resistência do plasmódio aos antimaláricos fazem desta enfermidade um autentico flagelo 6 . No país, mais de três milhões de habitantes estão sob risco de contrair a doença, a qual lidera a lista de endemias nas 18 províncias, com possibilidades de surtos epidémicos em algumas delas. Observando-se um aumento da transmissão durante a estação de chuva com picos entre os meses de Janeiro e Maio 6 . Por ordem decrescente, as taxas de mortalidade são elevadas nas províncias de Luanda (55%), Benguela (55%), Bié (55%), Zaire (55%), Cabinda (28%), Malanje (28%), Moxico (17%) e Kuando Kubango (17%) 6 . A Organização Mundial de Saúde (OMS) 1 a partir de 1992, tem desenvolvido uma estratégia que culminou, em Abril de 2000, com a assinatura da Declaração de Chefes de Estado em Abudja, que orienta para o desenvolvimento de uma iniciativa de “Fazer Recuar o paludismo no Continente Africano” até ao ano 2030. 1,2 A estratégia tem por meta fazer com que a malária nos próximos 25 anos deixe de ser um problema de saúde pública para a África. Os países que subscreveram a declaração já implementaram e estão a desenvolver a estratégia com diversas formas de prevenção e tratamento para diminuir em metade o número de óbitos por malária até o ano 2010. 1,2 Em Angola, o desenvolvimento dessa estratégia consiste na informação, educação, comunicação, combate as águas estagnadas e luta anti larva, uso de mosquiteiros impregnados por todas as famílias e principalmente para as mulheres grávidas e crianças, uso de insecticidas nas residências, saneamento básico ao meio, água potável na comunidade, recolha do lixo e queima e identificação de áreas de risco 6 . Em Angola foram identificados vários vectores da malária, sendo os mais agressivos os Anopheles gambiae, o Anopheles funestus e o Anopheles melas. 6 Nas regiões de maior transmissão (Cabinda, Uíge, Malange, Kuanza Norte, Lunda Norte e

19 Lunda Sul), predominam o A. funestus e A. gambiae, que apresentam maior agressividade, tanto em termos de picada, como quanto à adaptação às condições do meio ambiente 6 . O A. melas predomina, sobretudo nas regiões litorais e tem menor agressividade. 6 O parasita responsável pela malária ou paludismo é designado por Plasmodium e em Angola estão identificadas três espécies implicadas na transmissão da malária: Plasmodium falciparum (92%), Plasmodium vivax (7%), Plasmodium malariae (1%). Considerando a heterogeneidade das características de transmissão da malária no país, existem estratos populacionais com variados índices de população infectada. 6 O fardo da infecção por malária durante a gravidez é causado principalmente por Plasmodium falciparum, a espécie mais grave e corrente em África. O impacto dos outros três parasitas do paludismo humano (P. vivax, P. malariae e P. ovale) é menos evidente 6 , na literatura revisada na sua maioria, os casos de transmissão vertical é por P.falciparum. 7,20-23 1.2 Biologia do plasmodio ciclo de transmissão da malária e quadro clinico A malária é uma doença parasitária, causada por protozoário do género Plasmodium, caracterizada por calafrios e febre intermitente. 12,13,24 A fêmea do mosquito Anopheles é a responsável pela transmissão da doença através da inoculação do parasita (plasmódio) no sangue do homem. 18-20,24 A transmissão dos microrganismos responsáveis pela malária humana ocorre pela picada do mosquito, muito embora possa ser transmitido por via transplacentária, por uso de sangue ou hemoderivados contaminados e o uso de 9,10,11, 25,26 seringas e agulhas contaminadas

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Em Angola, actualmente a re<strong>em</strong>ergencia desta doença <strong>em</strong> zonas já<br />

controladas e o crescimento preocupante da resistência do plasmódio aos antimaláricos<br />

faz<strong>em</strong> desta enfermidade um autentico flagelo 6 . No país, mais de três milhões de<br />

habitantes estão sob risco de contrair a doença, a qual lidera a lista de end<strong>em</strong>ias nas 18<br />

províncias, com possibilidades de surtos epidémicos <strong>em</strong> algumas delas. Observando-se<br />

um aumento da transmissão durante a estação de chuva com picos entre os meses de<br />

Janeiro e Maio 6 . Por ord<strong>em</strong> decrescente, as taxas de mortalidade são elevadas nas<br />

províncias de Luanda (55%), Benguela (55%), Bié (55%), Zaire (55%), Cabinda<br />

(28%), Malanje (28%), Moxico (17%) e Kuando Kubango (17%) 6 .<br />

A Organização Mundial de Saúde (OMS) 1 a partir de 1992, t<strong>em</strong> desenvolvido<br />

uma estratégia que culminou, <strong>em</strong> Abril de 2000, com a assinatura da Declaração de<br />

Chefes de Estado <strong>em</strong> Abudja, que orienta para o desenvolvimento de uma iniciativa de<br />

“Fazer Recuar o paludismo no Continente Africano” até ao ano 2030. 1,2 A estratégia<br />

t<strong>em</strong> por meta fazer com que a malária nos próximos 25 anos deixe de ser um probl<strong>em</strong>a<br />

de saúde pública para a África. Os países que subscreveram a declaração já<br />

impl<strong>em</strong>entaram e estão a desenvolver a estratégia com diversas formas de prevenção e<br />

tratamento para diminuir <strong>em</strong> metade o número de óbitos por malária até o ano 2010. 1,2<br />

Em Angola, o desenvolvimento dessa estratégia consiste na informação, educação,<br />

comunicação, combate as águas estagnadas e luta anti larva, uso de mosquiteiros<br />

impregnados por todas as famílias e principalmente para as mulheres grávidas e<br />

crianças, uso de insecticidas nas residências, saneamento básico ao meio, água potável<br />

na comunidade, recolha do lixo e queima e identificação de áreas de risco 6 .<br />

Em Angola foram identificados vários vectores da malária, sendo os mais<br />

agressivos os Anopheles gambiae, o Anopheles funestus e o Anopheles melas. 6 Nas<br />

regiões de maior transmissão (Cabinda, Uíge, Malange, Kuanza Norte, Lunda Norte e

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