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Arquivo completo em PDF - Imip

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Resumo<br />

Introdução: São escassos os estudos sobre a transmissão materna da malária ao<br />

recém-nascido. Em Angola, apesar da ocorrência de malária <strong>em</strong> gestantes e recémnascidos<br />

ser frequente, não há estudos sobre a malária congénita.<br />

OBJECTIVOS: Determinar a frequência de malária nas mães e seus filhos e<br />

investigar factores associados à transmissão materno-fetal na Maternidade Lucrécia<br />

Paim (MLP).<br />

MÉTODOS: Realizou-se um estudo de corte transversal de base hospitalar, no período<br />

de Junho a Agosto de 2007. A gota espessa foi obtida através de amostras de sangue<br />

periférico da gestante, sangue da placenta, cordão umbilical e sangue periférico do<br />

recém-nascido. Foram colhidas também informações sobre os antecedentes maternos<br />

via questionário padronizado e dados clínicos do recém-nascido.<br />

RESULTADOS: Participaram do estudo 500 parturientes admitidas na Maternidade<br />

Central de Luanda e 507 recém-nascidos, observando-se que 22 (4,4%) das mães<br />

tiveram amostras do sangue periférico positivas para malária por P. falciparum. Entre<br />

as mães positivas, detectou-se parasit<strong>em</strong>ia <strong>em</strong> 100% das amostras da placenta, cordão<br />

umbilical e do concepto. Constatou-se que a malária materna estatisticamente esteve<br />

fort<strong>em</strong>ente associada ao acompanhamento pré-natal. Mulheres que não realizaram o<br />

pré-natal tiveram quase cinco vezes mais chances de transmitir malária ao concepto,<br />

comparada as que haviam realizado (p=0,018). A não realização da profilaxia durante a<br />

gestação esteve associada a uma ocorrência de malária congenita três vezes maior do<br />

que as que haviam sido submetidas a essa medida preventiva (p=0,021). Não houve<br />

associação estatisticamente significante da idade da mãe, o número de partos, número<br />

de consultas pré-natal e relato de malária durante a gravidez. Embora se tenha<br />

observado uma tendência descrescente da ocorrência de malária com o aumento do<br />

peso do recém-nascido, não houve associação estatisticamente significante com<br />

nenhuma das condições investigadas.<br />

CONCLUSÕES: Não foram identificadas características dos recém-nascidos<br />

associadas à malária congénita, denotando a importância de se realizar o diagnóstico<br />

laboratorial precoce nas crianças cujas mães apresent<strong>em</strong> gota espessa positiva para<br />

malária. Embora se tenha encontrado uma prevalência de 4,4% à transmissão por<br />

malaria foi de 100% o que denota alta transmissão da doença. O diagnostico é difícil,<br />

deve ter o apoio das novas técnicas de diagnostico. A infecção é durante a gestação,<br />

esta hipótese sustenta os achados do presente estudo. A malária congênita t<strong>em</strong> com<br />

poucos estudos de investigação para um probl<strong>em</strong>a sério de saúde publica. A ocorrência<br />

de transmissão materno-fetal <strong>em</strong> Angola, e a alta transmissão da doença ao RN é uma<br />

realidade. A variação de 1.000 a 64.000p/c é bastante elevada, apontando as<br />

características peculiares da população estudada e a elevada taxa de transmissão da<br />

doença.O diagnostico realizado nas primeiras 12 horas de vida obteve achados<br />

importantes para o diagnostico de malária congênita <strong>em</strong> Angola.<br />

PALAVRAS-CHAVE: malária; Plasmodium falciparum; gravidez; recém-nascido.

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