01.12.2014 Views

PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

6. APRESENTANDO OS COMPONENTES DO PLANEJAMENTO DA MOBILIDADE<br />

94<br />

se novo meio de circulação, mas, por outro<br />

lado, tornou a sociedade dele dependente. Os<br />

veículos motorizados permitiram a ampliação<br />

das aglomerações urbanas e a multiplicação<br />

das distâncias; isto implica maiores deslocamentos,<br />

que exigem mais veículos e maiores<br />

investimentos nas infra-estruturas para a sua<br />

movimentação; quanto mais vias se constroem,<br />

mais carros são colocados em circulação,<br />

em geral em volume superior à capacidade<br />

da infra-estrutura construída, aumentando, ao<br />

invés de diminuir, os problemas de congestionamentos,<br />

poluição, perda de tempo, etc. “No<br />

final das contas, o automóvel desperdiça mais<br />

tempo do que economiza e cria mais distâncias<br />

do que supera.” (GORZ, 1973)<br />

O Brasil possui uma frota estimada de<br />

17 milhões de automóveis. A produção mensal<br />

da indústria automobilística cresce ano a ano.<br />

Em 1957, quando se instalou no país, 1.166<br />

automóveis eram fabricados por mês; três<br />

anos depois, em 1960, já eram 42.619. Em<br />

1980 a produção atingiu 933 mil e, em 2006,<br />

aproximadamente 2.1 milhões. (www.anfavea.<br />

com.br) O automóvel é responsável por parte<br />

significativa da poluição sonora e atmosférica,<br />

ocupa muito espaço público no sistema viário,<br />

potencializa acidentes de trânsito – que são<br />

uma das principais causas de mortes no país<br />

– e, em muitas cidades, seu uso responde por<br />

grandes congestionamentos nas grandes cidades<br />

e metrópoles.<br />

Elevado a símbolo de modernidade, liberdade<br />

e qualidade na circulação, o transporte<br />

individual produziu uma verdadeira cultura<br />

do automóvel que legitimou a destinação de<br />

enormes recursos públicos para investimentos<br />

em ampliação do sistema viário, na busca<br />

de paliativos para um problema sem solução:<br />

garantir fluidez para um modelo de mobilidade<br />

insustentável a médio prazo.<br />

Independente dos dados e do fato de que<br />

este modelo é absolutamente insustentável<br />

sob todos os pontos de vista, nossas cidades<br />

permanecem sendo construídas para acomodar<br />

seus veículos em detrimento dos espaços<br />

reservado às pessoas, canteiros centrais,<br />

áreas arborizadas que perdem áreas<br />

para ampliação do sistema viário e sempre<br />

tendo como justificativa a melhoria do tráfego,<br />

gerando o inevitável – a diminuição da<br />

qualidade de vida.<br />

Hoje, os gestores devem buscar o rompimento<br />

dessa lógica e investir no desenvolvimento<br />

de cidades que valorizem as pessoas<br />

que nela habitam, incentivando o uso de<br />

modos de transporte coletivos e de modos<br />

de transporte não-motorizados e viabilizando<br />

a integração entre os mais diversos modos<br />

e possibilitando aos cidadãos, escolhas<br />

em relação aos seus deslocamentos, de<br />

forma que o automóvel particular não seja<br />

entendido como a única alternativa possível<br />

de transporte.<br />

6.4.3.2<br />

Motos<br />

A motocicleta é a cada dia mais utilizada<br />

no Brasil como forma de transporte. De acordo<br />

com a Abraciclo, a venda anual de motocicletas<br />

passou de 123.169 para 940.000 unidades,<br />

entre 1990 e 2004, e estima-se que frota circulante<br />

tenha atingido a ordem de 5 milhões de<br />

unidades em 2004. (VASCONCELLOS, 2005)<br />

Este crescimento se deve a um conjunto<br />

de fatores. As motocicletas são relativamente<br />

baratas em comparação com outros veículos<br />

motorizados, e a sua compra é facilitada com<br />

financiamentos de longo prazo; consomem<br />

pouco combustível e apresentam baixo custo<br />

de manutenção; e conseguem bom desempenho<br />

no trânsito cada vez mais congestionado<br />

das grandes cidades em função da possibilidade<br />

de trafegar entre os veículos parados e<br />

da facilidade de estacionamento. Estas facilidades,<br />

aliadas à baixa qualidade e ao custo<br />

dos serviços de transporte público, tornaram<br />

este tipo de transporte uma opção atraente<br />

para setores da população que não tem recursos<br />

para a aquisição de automóveis, em<br />

especial para os jovens.<br />

Ainda pelos motivos de flexibilidade de circulação,<br />

as motos estão sendo cada vez mais<br />

utilizadas para a realização de entregas e de<br />

transporte de cargas de pequenas (documentos<br />

e mercadorias de pequeno volume) por

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!