PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da <strong>Mobilidade</strong> - <strong>PlanMob</strong><br />
vados no mercado, às vezes comparáveis aos<br />
de veículos motorizados. Na outra ponta estão<br />
os integrantes das camadas de renda baixa, invariavelmente<br />
habitando a periferia dos grandes<br />
centros urbanos e as cidades menores. Estes<br />
últimos são os grandes usuários da bicicleta no<br />
Brasil, fazendo uso regular deste veículo como<br />
um modo de transporte.<br />
Junto com os deslocamentos a pé, a bicicleta<br />
é o modo de transporte mais frágil do cenário<br />
urbano. Porém, consegue expandir o horizonte<br />
do cidadão comum, ampliando o seu raio de<br />
ação e a extensão das suas viagens diárias. Os<br />
ciclistas realizam diariamente pelo menos duas<br />
vezes mais deslocamentos do que os pedestres<br />
e percorrem distâncias muito maiores.<br />
Comparada com as demais modalidades<br />
de transporte urbano, a bicicleta apresenta<br />
como características favoráveis: baixo custo<br />
de aquisição e manutenção, realização de<br />
viagens porta a porta, eficiência energética<br />
e baixa perturbação ambiental e flexibilidade<br />
e rapidez para viagens curtas, em distâncias<br />
até 5 km. Como características negativas:<br />
tem raio de ação limitado, deixa o usuário exposto<br />
às intempéries e é vulnerável em acidentes<br />
de trânsito. (GEIPOT, 1999). Porém,<br />
na maioria dos casos, as características negativas<br />
podem ser amenizadas ou solucionadas<br />
com a elaboração de projetos completos<br />
e a integração da bicicleta aos demais modos<br />
de transporte público.<br />
Do ponto de vista urbanístico o uso da bicicleta<br />
nas cidades reduz o nível de ruído no<br />
sistema viário; propicia maior equidade na<br />
apropriação do espaço urbano destinado à circulação;<br />
libera mais espaço público para o lazer;<br />
contribui para a composição de ambientes<br />
mais agradáveis, saudáveis e limpos; contribui<br />
para a redução dos custos urbanos devido à<br />
redução dos sistemas viários destinados aos<br />
veículos motorizados; e aumenta a qualidade<br />
de vida dos habitantes, na medida em que gera<br />
um padrão de tráfego mais calmo.<br />
Uma política que pretenda a ampliação<br />
do uso da bicicleta exige duas preocupações<br />
básicas dos administradores públicos e dos<br />
planejadores: a segurança física dos seus<br />
usuários no trânsito e a proteção dos veículos<br />
contra furto ou roubo. A SeMob editou o<br />
caderno de referência para a elaboração de<br />
“Plano de <strong>Mobilidade</strong> por Bicicleta nas Cidades”<br />
que reúne informações necessárias para<br />
o estímulo ao uso da bicicleta e contém subsídios<br />
para os municípios implantarem um plano<br />
cicloviário integrado aos demais modos de<br />
transporte. (Disponível no site do Ministério<br />
das Cidades www.cidades.gov.br)<br />
6.4.1.3<br />
animal<br />
Carroças e veículos com tração<br />
O Código de Trânsito Brasileiro (artigo<br />
52) estabelece que os veículos de tração<br />
animal devem ser identificados e estão sujeitos<br />
às mesmas normas de circulação e conduta<br />
dos veículos automotores, entretanto é<br />
comum que eles circulem pelas cidades de<br />
modo informal, sem nenhuma fiscalização ou<br />
controle, quando não em desrespeito às normas<br />
de trânsito.<br />
O número de carroças, charretes e similares<br />
em circulação tem crescido, indicando<br />
que eles não podem ser ignorados no planejamento<br />
da mobilidade urbana. Utilizados<br />
em pequenas cidades como um meio alternativo<br />
de locomoção, os veículos de tração<br />
animal aparecem nos grandes centros urbanos<br />
como parte da estratégia de sobrevivência<br />
de setores excluídos da população;<br />
nestes casos, o uso de carroças costuma<br />
estar associado ao trabalho desempenhado<br />
pelo seu proprietário ou condutor, fazendo<br />
mudanças de pequeno porte, atuando na<br />
coleta de lixo reciclável ou qualquer outro<br />
tipo de serviço.<br />
Poucos municípios praticam políticas específicas<br />
para este tipo de transporte, apesar<br />
da previsão legal e da incidência de problemas<br />
no trânsito que colocam em risco seus ocupantes<br />
e os demais usuários do sistema viário.<br />
Frente a essa realidade, a regulamentação<br />
do uso e da circulação dos veículos de tração<br />
animal e a sua inclusão no planejamento da<br />
mobilidade urbana devem ser preocupações<br />
89