PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
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Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da <strong>Mobilidade</strong> - <strong>PlanMob</strong><br />
Além disto, deve ser aproveitado ao máximo<br />
o potencial das ações educativas na difusão<br />
do conceito de mobilidade urbana, isto<br />
é, os programas não podem se restringir à<br />
propagação de um comportamento seguro no<br />
trânsito (que sem dúvida é um objetivo fundamental)<br />
devendo ser orientados e complementados<br />
por uma visão mais abrangente de cidadania<br />
na circulação, valorização do pedestre e<br />
dos meios de transporte coletivo, preservação<br />
do meio ambiente e inclusão social.<br />
A SeMob editou o caderno “Moderação de<br />
Tráfego: medidas para a humanização da cidade”<br />
com referências para a implantação de<br />
medidas de moderação do trânsito nas áreas<br />
escolares, centros históricos, rodovias que cruzam<br />
áreas urbanas, dentre outras. (Disponível<br />
na página do Ministério das Cidades na internet<br />
www.cidades.gov.br)<br />
6.3 Entendendo os serviços de transporte<br />
público<br />
6.3.1<br />
Serviços de transporte coletivo<br />
A Constituição Federal define o transporte<br />
coletivo urbano como um serviço público essencial<br />
que, como tal, deve ser provido diretamente<br />
pelo Estado, ou por particulares sob delegação<br />
do poder público responsável (União,<br />
estados ou municípios).<br />
O ônibus é o principal meio de transporte nas<br />
cidades brasileiras. Segundo o sistema de informações<br />
desenvolvido pela Associação Nacional<br />
de Transportes Públicos (<strong>ANTP</strong>/2005), uma frota<br />
de aproximadamente 93.000 ônibus circula nas<br />
cidades brasileiras com mais de 60 mil habitantes,<br />
transportando, em média, 1 bilhão de passageiros<br />
por mês (www.antp.org.br/sistinfo). Além<br />
deste modo predominante, algumas cidades<br />
contam com metrôs e ferrovias participando do<br />
transporte coletivo de passageiros. Recentemente,<br />
de forma legalizada ou clandestina, surgiu em<br />
muitas cidades o transporte por vans, peruas e<br />
outros veículos de pequena capacidade.<br />
Os serviços de transporte coletivo, independente<br />
dos tipos de veículos utilizados,<br />
devem ser organizados como uma rede única,<br />
complementar e integrada. Porém, não<br />
é o que acontece na quase totalidade das<br />
cidades brasileiras, que nem mesmo organizam<br />
de forma unificada os seus sistemas de<br />
linhas municipais. Sem uma política tarifária<br />
integrada, cada linha é operada de forma<br />
praticamente isolada do restante do sistema,<br />
limitando as possibilidades de deslocamento<br />
das pessoas, superpondo serviços desnecessariamente<br />
e encarecendo a operação do<br />
sistema como um todo.<br />
A concepção isolada das linhas é ainda<br />
mais evidente quando se trata de sistemas diferentes,<br />
cada um com um gestor diferente. É<br />
comum a disputa pelo espaço físico nas ruas<br />
e pelos passageiros nos pontos entre serviços<br />
concorrentes, ora entre duas linhas municipais<br />
em um mesmo corredor, ora entre empresas<br />
municipais e intermunicipais, ora entre ônibus e<br />
vans, e até entre ônibus e metrôs. O resultado é<br />
que sistemas estruturais de alta capacidade de<br />
transporte, e com elevados custos de construção<br />
e operação, são sub-aproveitados tanto em<br />
termos de capacidade de transporte como em<br />
termos de reorganização física e operacional.<br />
Um dos grandes desafios do planejamento<br />
do transporte coletivo é a superação destas<br />
barreiras e a reorganização de todos os serviços<br />
em operação no município, mesmo os administrados<br />
pelos governos estadual e federal,<br />
quando for o caso, e em todas as suas modalidades.<br />
Para uma organização adequada dos<br />
serviços de transporte coletivo urbano, devem<br />
ser observadas as seguintes diretrizes:<br />
I.<br />
II.<br />
O serviço de transporte coletivo é parte<br />
fundamental da estrutura de funcionamento<br />
das cidades e essencial para a<br />
vida da população, como tal precisa ser<br />
organizado e gerido pelo poder público,<br />
não admitindo riscos de descontinuidade,<br />
devendo ser prestado de forma a<br />
oferecer melhor atendimento à população<br />
com conforto, fluidez e segurança.<br />
O sistema de transporte coletivo deve<br />
ser organizado na forma de uma única<br />
rede, com os diversos modos de transporte<br />
integrados física, operacional e<br />
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