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PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

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6. APRESENTANDO OS COMPONENTES DO PLANEJAMENTO DA MOBILIDADE<br />

80<br />

de fiscalização eletrônica. A triagem dos registros<br />

das ocorrências deve ser rigorosa e o direito<br />

de defesa garantido. Por fim, a destinação<br />

dos recursos arrecadados com as multas geradas<br />

deve obedecer às restrições do Código de<br />

Trânsito Brasileiro.<br />

As atividades operacionais também representam<br />

um importante subsídio para projeto e<br />

planejamento, incorporando a vivência prática<br />

das equipes de campo na avaliação de problemas<br />

e na proposta de soluções para eles. Para<br />

isto, é fundamental o monitoramento contínuo<br />

das informações operacionais em centrais<br />

operacionais que acompanham as condições<br />

de operação do sistema viário e da sinalização,<br />

intervindo sobre eventuais problemas no menor<br />

tempo possível. O monitoramento sistemático<br />

possibilita também acompanhar situações<br />

antes, durante a após a implantação de alterações<br />

na circulação por meio da evolução de<br />

diversos indicadores (acidentes, velocidade,<br />

infrações, reclamações de usuários, etc.), contribuindo<br />

para sua avaliação e, se for o caso,<br />

fornecendo parâmetros para a realização de<br />

ajustes de projeto.<br />

6.2.1.7 Paz no trânsito e educação para a<br />

circulação<br />

O Brasil apresenta índices assustadores<br />

de acidentalidade no trânsito: estima-se<br />

em mais 30 mil mortes e mais de 400 mil<br />

feridos por ano em acidentes, número ainda<br />

considerado subestimado pelas autoridades<br />

públicas do setor, dada a precariedade dos<br />

procedimentos de registro, coleta e tratamento<br />

de dados no país. Calcula-se que isto<br />

represente perdas anuais de R$ 5,3 bilhões<br />

em custos diretos (despesas médico-hospitalares,<br />

resgate às vítimas, danos a veículos,<br />

sinalização, equipamentos urbanos e propriedade<br />

de terceiros, atendimento policial,<br />

processos judiciais, custos previdenciários<br />

e perda efetiva de produção), custos indiretos<br />

(perda potencial de produção e congestionamentos)<br />

e custos humanos (sofrimento<br />

e perda de qualidade de vida) para o conjunto<br />

das aglomerações urbanas brasileiras,<br />

não considerados os acidentes rodoviários<br />

(IPEA/<strong>ANTP</strong>, 2003).<br />

Nas grandes cidades, o maior número de<br />

vítimas são pedestres que, além de serem o<br />

elemento mais frágil no trânsito, sofrem em um<br />

ambiente urbano produzido para os automóveis<br />

e por uma cultura de desrespeito às regras<br />

de circulação e impunidade nos crimes de<br />

trânsito, muitos decorrentes de desrespeito à<br />

sinalização e abuso da velocidade e do álcool.<br />

Os acidentes podem ser a face mais visível<br />

da violência no trânsito, mas não são a única; a<br />

violação das áreas residenciais e de uso coletivo,<br />

com destruição do patrimônio histórico e arquitetônico,<br />

a degradação ambiental e a exclusão<br />

social também são produtos do modelo de circulação<br />

vigente na maioria das cidades brasileiras.<br />

Se o quadro é gravíssimo, as expectativas<br />

podem ser otimistas: diversas cidades vêm<br />

desenvolvendo políticas para reversão deste<br />

quadro, obtendo resultados animadores,<br />

principalmente depois da vigência do Código<br />

de Trânsito Brasileiro em 1998, por meio de<br />

programas que têm recebido uma denominação<br />

genérica de Paz no Trânsito, combinando<br />

ações de engenharia, educação, operação, fiscalização<br />

e de comunicação.<br />

As possibilidades de combinação destes<br />

elementos são quase ilimitadas; começam pelo<br />

simples desempenho das atividades rotineiras<br />

de gestão e administração do trânsito e chegam<br />

a fórmulas mais específicas de atuação em<br />

cada uma destas áreas: procedimentos para<br />

estatística de acidentes e tratamento de locais<br />

críticos, projetos de engenharia utilizando conceitos<br />

de moderação de tráfego, operação cotidiana,<br />

introdução de sistemas eletrônicos de<br />

apoio à fiscalização, programas de educação<br />

com diversos segmentos da população são<br />

apenas alguns componentes de experiências<br />

exitosas na redução do que a área de saúde<br />

chama de mortes evitáveis.<br />

Os programas de educação merecem destaque<br />

especial porque representam a possibilidade<br />

de promover alterações comportamentais<br />

nas gerações futuras, permitindo a redução proporcional<br />

das ações punitivas, principalmente<br />

quando recebem apoio decisivo dos meios de<br />

comunicação em massa.

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