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PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

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6. APRESENTANDO OS COMPONENTES DO PLANEJAMENTO DA MOBILIDADE<br />

74<br />

desenvolvimento econômico. Os grandes<br />

empreendimentos industriais ou de serviços<br />

consideram a disponibilidade transporte e os<br />

indicadores de acessibilidade como condicionantes<br />

para escolha da sua localização e,<br />

quando em operação, passam a gerar deslocamentos<br />

de pessoas e de mercadorias que<br />

usam essas infra-estruturas.<br />

A análise do padrão de viagens nas cidades<br />

mostra que também há correlação entre os<br />

indicadores de desenvolvimento econômico e<br />

de mobilidade (índice de mobilidade, tempos<br />

de viagem, escolha modal, etc.). Isto permite<br />

o desenvolvimento de modelos matemáticos<br />

para determinação dos padrões de atratividade,<br />

desenho das redes de transporte, escolha<br />

de rotas e outras funções de planejamento dos<br />

transportes. Esses modelos utilizam algumas<br />

variáveis quantificáveis, como o estoque de<br />

terra urbanizada, o padrão e as limitações legais<br />

de uso do solo, o custo dos terrenos, o<br />

padrão de acessibilidade, a oferta de serviços,<br />

a oferta de empregos, a proximidade dos mercados<br />

(clientes e fornecedores); e outras não,<br />

como as condicionantes sociais e culturais.<br />

6.2 Entendendo o papel do sistema viário<br />

no planejamento da mobilidade<br />

O sistema viário sempre foi tratado pelos<br />

planos de transporte convencionais, porém raramente<br />

com um enfoque adequado ao conceito<br />

de mobilidade urbana para a construção de<br />

uma cidade sustentável, que deve considerar<br />

as diferentes características das viagens (distância,<br />

motivo, ritmos individuais), os diferentes<br />

tipos de vias (calçadas, ciclovias e ruas) e a integração<br />

entre os diversos modos de transporte.<br />

A conseqüência é que, apesar dos enormes<br />

investimentos na expansão da infra-estrutura<br />

viária, as condições da circulação urbana nas<br />

cidades brasileiras só têm se agravado.<br />

Isto não significa que o planejamento viário<br />

deva ser abandonado, muito menos que<br />

o conhecimento acumulado e as ferramentas<br />

desenvolvidas nesta longa prática não sejam<br />

úteis; pelo contrário, a engenharia de transportes<br />

e de tráfego deve ser intensamente utilizada<br />

na elaboração dos Planos Diretores de<br />

<strong>Mobilidade</strong>, porém, orientada pelos conceitos e<br />

abordagem deste Caderno.<br />

Os Planos Diretores de <strong>Mobilidade</strong> <strong>Urbana</strong><br />

devem tratar da circulação de pessoas e bens<br />

e não só dos veículos, priorizando o pedestre e<br />

o transporte coletivo e não o automóvel e administrando<br />

todo o sistema viário e não apenas a<br />

pista de rolamento. O planejamento viário deve<br />

estar acompanhado e intimamente ligado ao<br />

planejamento e às políticas urbanas, envolvendo<br />

os instrumentos de regulação urbanística,<br />

as preocupações ambientais e os princípios da<br />

acessibilidade universal.<br />

6.2.1<br />

Sistema viário<br />

O sistema viário é o espaço público por<br />

onde as pessoas circulam, a pé ou com auxílio<br />

de algum veículo (motorizado ou não), articulando,<br />

no espaço, todas as atividades humanas<br />

intra e inter urbanas. Este espaço público abriga<br />

também redes de distribuição dos serviços urbanos<br />

(abastecimento de água, energia elétrica,<br />

telefonia; coleta e esgotamento de águas pluviais,<br />

lixo, esgoto sanitário, etc.). Para atender a<br />

tantas funções, o sistema viário dispõe de uma<br />

série de equipamentos instalados nas próprias<br />

vias, no subsolo ou no seu espaço aéreo, que<br />

nem sempre convivem sem conflitos. O planejamento,<br />

a operação e a manutenção das vias<br />

e dos serviços que se dão nelas são fatores essenciais<br />

para a qualidade de vida nas cidades e<br />

para a eficiência da circulação urbana.<br />

O planejamento do sistema viário depende,<br />

em parte, das orientações e do controle sobre a<br />

distribuição das atividades econômicas e sociais<br />

pela cidade, mas depende também da construção<br />

e da organização das próprias vias.<br />

6.2.1.1<br />

Classificação funcional<br />

O primeiro princípio para a organização do<br />

sistema viário é a identificação do papel que<br />

cada tipo de via desempenha na circulação urbana,<br />

considerando os vários modos de transporte<br />

e não somente os veículos de transporte<br />

motorizados. Em função disso, deve ser feita a<br />

atribuição do tipo de tráfego (pedestres e veículos)<br />

que as vias podem receber e em que

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