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PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

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6. APRESENTANDO OS COMPONENTES DO PLANEJAMENTO DA MOBILIDADE<br />

58<br />

As cidades caracterizadas como pólos regionais<br />

apresentam maior dinâmica interna,<br />

tanto nos fluxos internos como nas relações<br />

com os municípios vizinhos. Em função disto<br />

criam conexões inter-municipais mais fortes,<br />

que geram maior movimentação de pessoas<br />

e de mercadorias e que vão demandar uma<br />

estrutura pública por infra-estrutura e serviços<br />

(terminais, rodovias, sistemas de transporte<br />

coletivo, etc.). Conseqüentemente, a gestão<br />

da mobilidade urbana tem que tratar tanto dos<br />

deslocamentos intra-municipais como intermunicipais<br />

no âmbito da região polarizada.<br />

Quanto aos serviços de transporte público,<br />

cabe às prefeituras a gestão da rede de linhas<br />

municipais, aos estados as intermunicipais e<br />

à União as interestaduais. Porém permanece<br />

com os municípios a responsabilidade pela<br />

gestão da circulação como um todo dentro do<br />

seu território, atuando na coordenação das outras<br />

instâncias de governo e na coordenação<br />

de todos os serviços.<br />

c)<br />

O município em uma região metropolitana<br />

A Constituição Federal, ao prever a possibilidade<br />

de criação de regiões metropolitanas,<br />

aglomerações urbanas e micro-regiões, reconheceu<br />

que algumas funções públicas de interesse<br />

comum não podem ser tratadas de maneira<br />

isolada pelos municípios ou mesmo pelos<br />

governos estaduais.<br />

A intensa urbanização gerou situações de<br />

acentuada interdependência entre cidades,<br />

onde os limites municipais se tornaram uma<br />

mera formalidade, incompatíveis com as relações<br />

econômicas, sociais e culturais que acontecem<br />

na vida real. Em alguns casos, o grau de<br />

conurbação é tão intenso que a delimitação de<br />

territórios é apenas político-administrativa com<br />

continuidade do tecido urbano e das características<br />

sócio-econômicas.<br />

Essa barreira invisível dos limites administrativos<br />

se manifesta com particular intensidade<br />

na gestão da mobilidade urbana. Os serviços<br />

de trânsito e os transportes públicos são constitucionalmente<br />

reconhecidos como de interesse<br />

local, portanto de responsabilidade das administrações<br />

municipais. Por outro lado, a proximidade<br />

e a conurbação ampliam a incidência de deslocamentos<br />

intermunicipais cotidianos, por todas as<br />

modalidades de transporte, exigindo a provisão<br />

de uma infra-estrutura física e de serviços impossível<br />

de ser atendida pelas prefeituras.<br />

Naturalmente, esta situação exige a configuração<br />

de novos arranjos institucionais na<br />

gestão dos serviços públicos, entre eles a mobilidade<br />

urbana. Estes não podem ser rígidos,<br />

como quando da criação das Regiões Metropolitanas<br />

na década de 1970, e precisam ser<br />

capazes de promover e articular ações efetivas<br />

dos atores, governamentais e privados, produzindo<br />

soluções inovadoras e criativas que<br />

contemplem a necessária visão de conjunto do<br />

problema regional, sem ignorar as realidades<br />

locais nem desrespeitar a autonomia municipal,<br />

no que couber.<br />

Dentro de uma região, os conflitos metropolitanos<br />

se manifestam de maneira distinta<br />

para os municípios sede e para os demais integrantes.<br />

Com alta concentração econômica<br />

e segregação da população de baixa renda,<br />

em geral, os primeiros ficam com as principais<br />

atividades econômicas, e portanto se tornam<br />

grandes pólos de atração de viagens, enquanto<br />

nos demais se instalam áreas residenciais<br />

de baixa renda, muitas vezes desprovidas ou<br />

carentes de infra-estrutura, equipamentos urbanos<br />

e empregos e serviços que atendam às<br />

necessidades dessa população.<br />

Em função disto, os problemas e as necessidades<br />

dos municípios, no que se refere à política<br />

de mobilidade urbana, se manifestam de<br />

forma diferenciada: para as cidades-pólo, os<br />

principais problemas são a saturação e o congestionamento<br />

dos sistemas de transporte (sistema<br />

viário e de transporte público), as deseconomias<br />

urbanas, e as externalidades negativas<br />

decorrentes do excesso de oferta; para as cidades<br />

periféricas, destacam-se a precariedade ou<br />

ausência da infra-estrutura, a falta de oferta de<br />

transporte público, o elevado custo e o tempo<br />

excessivo gasto nos deslocamentos.<br />

Nos últimos anos, nas principais regiões<br />

metropolitanas do país, verificou-se um proces-

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