PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
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Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da <strong>Mobilidade</strong> - <strong>PlanMob</strong><br />
Nesse sentido, a ampliação da acessibilidade<br />
é, antes de tudo, uma medida de inclusão<br />
social, um dos três macro-objetivos definidos<br />
pelo Ministério das Cidades para a PNDU 2 .<br />
Não é estranho, portanto, que a idéia de<br />
acessibilidade apareça explicitamente em três<br />
dos quatro objetivos nela estabelecidos: o<br />
acesso democrático à cidade, a universalização<br />
do acesso ao transporte público e a acessibilidade<br />
universal (o quarto é a valorização dos<br />
deslocamentos de pedestres e ciclistas).<br />
É comum serem encontradas nas cidades<br />
brasileiras espaços que, pelas suas condições<br />
físicas, são inacessíveis para pessoas<br />
que possuam limitações em seus movimentos.<br />
Constituem barreiras, isto é, definidas como<br />
“qualquer entrave ou obstáculo que limite ou<br />
impeça o acesso, a liberdade de movimento, a<br />
circulação com segurança e a possibilidade de<br />
as pessoas se comunicarem ou terem acesso à<br />
informação” (Decreto nº 5.296/2004, artigo 8º,<br />
inciso II). As barreiras podem ser físicas, no interior<br />
das edificações ou nas vias públicas, ou<br />
técnicas, neste caso caracterizadas pela adoção<br />
de tecnologias que, pela dificuldade de sua<br />
compreensão, impeçam o acesso de algumas<br />
pessoas ou grupos sociais.<br />
Na gestão da mobilidade urbana, a convivência<br />
com esse tipo de problema é cotidiana.<br />
As pessoas que se deslocam de um<br />
ponto para outro no espaço urbano utilizam<br />
as redes de serviços públicos: o sistema viário<br />
(ruas e calçadas) e os meios de transporte<br />
público que, do modo em que estão<br />
hoje, muitas vezes constituem barreiras: a<br />
sinalização das ruas, o desenho e o estado<br />
de conservação das calçadas, a ausência<br />
de guias rebaixadas, a concepção e a localização<br />
do mobiliário urbano, ou os meios de<br />
transporte coletivo.<br />
O transporte coletivo é o principal meio<br />
de deslocamento para a maior parte da população<br />
para trabalhar, estudar, fazer compras<br />
ou apenas lazer. Por muito tempo, a discussão<br />
de acessibilidade ficou restrita à instalação<br />
de elevadores nos ônibus para usuários<br />
de cadeiras de rodas, impedindo uma abordagem<br />
mais abrangente do problema e ignorando<br />
outros tipos de deficiências e necessidades<br />
existentes.<br />
Para que os sistemas de transporte sejam<br />
plenamente acessíveis, são necessárias ações<br />
sobre o ambiente construído (calçadas, pontos<br />
de parada dos ônibus, estações e outros), sobre<br />
os veículos e até sobre elementos de identificação<br />
dos serviços, no caso para facilitar a sua utilização<br />
por pessoas com deficiências visuais.<br />
Muitas dessas necessidades podem ser<br />
resolvidas apenas com uma especificação adequada<br />
na fase de projeto (aplicação dos princípios<br />
do desenho universal 3 ), outras demandam<br />
investimentos significativos. Uma política de<br />
mobilidade orientada para a acessibilidade deve<br />
combinar ações normativas com investimentos<br />
diretos no espaço urbano e nos equipamentos<br />
associados aos serviços de transporte.<br />
A ampliação da acessibilidade dentro de uma<br />
política de mobilidade urbana não pode ser vista<br />
de forma isolada, pois se trata de fomentar um<br />
amplo processo de humanização das cidades, a<br />
partir do respeito às necessidades de todas as<br />
43<br />
2<br />
O Ministério das Cidades desenvolve o Programa Brasil Acessível que tem como objetivos estimular e apoiar os governos municipais<br />
e estaduais a desenvolver ações que garantam a acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade a<br />
sistemas de transportes, equipamentos urbanos e circulação em áreas públicas<br />
3<br />
Desenho universal: concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com<br />
diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou<br />
soluções que compõem a acessibilidade. (Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004)<br />
O conceito de “Desenho Universal” foi criado por uma comissão em Washington, EUA, no ano de 1963 e tem como objetivo considerar<br />
a diversidade humana e garantir acessibilidade à todos os componentes dos ambientes, tais como edificações, áreas urbanas,<br />
mobiliários, comunicações, etc. Princípios do desenho universal: uso equiparável (para pessoas com diferentes capacidades); uso<br />
flexível (com leque amplo de preferências e habilidades); simples e intuitivo (fácil de entender); informação perceptível (comunica<br />
eficazmente a informação necessária); tolerante ao erro (que diminui riscos de ações involuntárias); com pouca exigência de esforço<br />
físico; e tamanho e espaço para o acesso e o uso. (CREA-RJ)