PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da <strong>Mobilidade</strong> - <strong>PlanMob</strong><br />
Nesse cenário, o conceito de mobilidade<br />
urbana para a construção de cidades sustentáveis<br />
surge como uma novidade, precisando<br />
ainda consolidar um conjunto de denominações,<br />
conceitos e significados, uma vez que<br />
estes esses termos são empregados em outros<br />
contextos, com significado um pouco distinto.<br />
5.2.1<br />
<strong>Mobilidade</strong><br />
Nas pesquisas de Origem/Destino, o índice<br />
de mobilidade é a medida do número médio de<br />
viagens que as pessoas realizam em um dia típico,<br />
por qualquer modo e para qualquer finalidade.<br />
Em oposição a ele, o índice de imobilidade<br />
mostra a porcentagem de pessoas que, também<br />
em um dia típico, não realizam nenhuma viagem,<br />
comparadas com a população total de um<br />
determinado universo. Ambos partem do princípio<br />
que uma maior mobilidade é positiva, pois<br />
indica maior possibilidade de apropriação da<br />
vida urbana, refletindo a condição das pessoas<br />
terem acesso aos bens e serviços que a cidade<br />
oferece para o trabalho, consumo ou lazer.<br />
A Política Nacional de <strong>Mobilidade</strong> <strong>Urbana</strong><br />
Sustentável vai além, e define mobilidade como:<br />
“um atributo associado às pessoas e aos bens;<br />
corresponde às diferentes respostas dadas por<br />
indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades<br />
de deslocamento, consideradas as<br />
dimensões do espaço urbano e a complexidade<br />
das atividades nele desenvolvidas”, ou, mais<br />
especificamente: “a mobilidade urbana é um<br />
atributo das cidades e se refere à facilidade de<br />
deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano.<br />
Tais deslocamentos são feitos através de<br />
veículos, vias e toda a infra-estrutura (vias, calçadas,<br />
etc.)... É o resultado da interação entre os<br />
deslocamentos de pessoas e bens com a cidade.”<br />
(Ministério das Cidades, 2004c, p. 13)<br />
Nos dois casos, a idéia de mobilidade trata<br />
dos deslocamentos independentes da utilização<br />
de qualquer meio de transporte - afinal a sua primeira<br />
manifestação é andar a pé, e conseqüentemente,<br />
independente da escolha modal (bicicleta,<br />
automóvel, carroça, ônibus, trem, etc.). Na<br />
verdade, durante seus deslocamentos, as pessoas<br />
costumam desempenhar, sucessivamente, diversos<br />
papéis: pedestre, passageiro do transporte<br />
coletivo, motorista, etc.; ou variá-los em função<br />
do motivo, do momento ou de outras condições<br />
particulares dos seus movimentos.<br />
Além da opção individual, diversos fatores<br />
podem induzir, restringir ou até mesmo condicionar<br />
essa mobilidade; no caso de pessoas,<br />
por exemplo, idade, renda, sexo, habilidade<br />
motora, capacidade de entendimento de mensagens,<br />
restrições de capacidades individuais,<br />
são interferentes, alguns em caráter temporário,<br />
outros em caráter definitivo.<br />
Do mesmo modo, na estrutura urbana, a<br />
disponibilidade e a possibilidade de acesso às<br />
infra-estruturas urbanas, tais como o sistema<br />
viário ou as redes de transporte público, propiciam<br />
condições maiores ou menores de mobilidade<br />
para os indivíduos isoladamente ou para<br />
partes inteiras do território.<br />
Em outras situações, como na movimentação<br />
de cargas, medidas regulatórias do poder<br />
público podem condicionar ou restringir rotas,<br />
horários, regiões, tipos de produtos (perecíveis,<br />
ou perigosos, por exemplo) e tipos de veículos,<br />
sempre em função do interesse coletivo, procurando<br />
resolver conflitos de ruído, segurança, capacidade<br />
do sistema viário e outros aspectos.<br />
Além disso, um novo atributo deve ser<br />
vinculado à mobilidade, a sustentabilidade<br />
ambiental. Os meios de transporte têm duplo<br />
impacto nas condições ambientais das cidades:<br />
direto, pela sua participação na poluição<br />
atmosférica e sonora e na utilização de fontes<br />
de energia não renováveis; e indireto, na incidência<br />
de acidentes de trânsito e na saturação<br />
da circulação urbana (congestionamentos).<br />
Foto: SeMob<br />
41