PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

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01.12.2014 Views

2. INTRODUÇÃO 20 • Preservar a qualidade ambiental das áreas rurais, diversificando as atividades. Desde a criação do Ministério das Cidades, em 2003, o Governo Federal concentrou em uma única Pasta as políticas públicas de trânsito e transporte urbano que, até então, encontravam-se dispersas, articulando-as também com outras políticas setoriais essenciais para o desenvolvimento urbano do ponto de vista econômico, social e estratégico. Quatro Secretarias Nacionais: Habitação, Saneamento Ambiental, Transporte e Mobilidade Urbana e Programas Urbanos; o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e duas empresas públicas: Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A (TRENSURB) constituem a estrutura para o desenvolvimento e a condução da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU), cujo objetivo é: “orientar e coordenar esforços, planos, ações e investimentos dos vários níveis de governo e, também, dos legislativos, do judiciário, do setor privado e da sociedade civil... (na) busca (da) equidade social, maior eficiência administrativa, ampliação da cidadania, sustentabilidade ambiental e resposta aos direitos das populações vulneráveis: crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, mulheres, negros e índios.” (Ministério das Cidades, 2004a, p. 7) Especificamente para a mobilidade urbana, a PNDU estabeleceu objetivos em três campos estratégicos de ação: para o desenvolvimento urbano, “a integração entre transporte e controle territorial, a redução das deseconomias da circulação e a oferta de transporte público eficiente e de qualidade”; para a sustentabilidade ambiental, “o uso equânime do espaço urbano, a melhoria da qualidade de vida, a melhoria da qualidade do ar e a sustentabilidade energética”; e para a inclusão social, “o acesso democrático à cidade e ao transporte público e a valorização da acessibilidade universal e dos deslocamentos de pedestres e ciclistas”. A consecução destes objetivos, por sua vez, é orientada por três conceitos de aplicação prática: “o planejamento integrado de transporte e uso do solo, a atualização da regulação e da gestão do transporte coletivo urbano, a promoção da circulação não motorizada e o uso racional do automóvel”. (Ministério das Cidades, 2004a) Com essa nova visão, o Ministério das Cidades estabeleceu diversos programas que passaram a nortear a aplicação dos recursos do Orçamento Geral da União (ver www.cidades.gov.br) Quase todos estes programas interferem, direta ou indiretamente, nas condições de circulação e de transporte das cidades, ora induzindo a instalação das atividades no território, principalmente onde há população de baixa renda, ora atuando sobre a dinâmica econômica e social da cidade ou de regiões, ora condicionando a implantação da infra-estrutura viária. 2.3 A atuação da SeMob – Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana A atuação da SeMob promove a articulação das políticas de transporte, trânsito e acessibilidade, qualificando os sistemas de transporte público, por meio de ações que estimulam a prioridade ao transporte coletivo e aos meios não motorizados de transporte e a implementação do conceito de acessibilidade universal. São desenvolvidas também atividades relacionadas à estruturação da gestão pública e atualização profissional dos técnicos envolvidos no planejamento e implantação da mobilidade urbana. Estas ações são fundamentais para a mudança de valores pretendida pelo Ministério das Cidades, atuando diretamente sobre seus principais elementos: • Ação 1 - Apoio a projetos de corredores estruturais de transporte coletivo urbano: contempla projetos de implantação, ampliação ou adequação de infra-estrutura metroferroviária ou viária, que priorizem a circulação do transporte coletivo em relação ao individual, incluindo corredores exclusivos e de transporte coletivo, sistema viário nas áreas centrais, terminais e pontos de parada.

Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade - PlanMob • Ação 2 - Apoio à elaboração de projetos de sistemas integrados de transporte coletivo urbano: estimula a elaboração de projetos de sistemas de transporte público intermodais, incluindo a implantação da infra-estrutura necessária. • Ação 3 – Apoio a projetos de sistemas de circulação não motorizados: financia projetos e intervenções que promovam e valorizem os meios de transporte não motorizados, priorizando a sua integração com os sistemas de transporte coletivo, mais especificamente estimulando o transporte a pé (construção de passeios, com especial atenção para os princípios do desenho universal) e o uso de bicicletas. Esta ação contempla as iniciativas previstas no Programa Bicicleta Brasil. • Ação 4 – Apoio a projetos de acessibilidade para pessoas com restrição de mobilidade e deficiência: financia projetos e implantação de infra-estrutura que garantam a circulação pela cidade e o acesso aos sistemas de transporte público para toda a população. Esta ação contempla as iniciativas previstas no Programa Brasil Acessível. • Ação 5 – Apoio à elaboração de Planos Diretores de Mobilidade Urbana: contempla as ações da SeMob, destinadas à promoção da elaboração de planos de mobilidade urbana por parte dos municípios com população superior à 100 mil habitantes. Contempla os estudos, pesquisas e atividades relacionadas ao PlanMob. • Ação 6 – Desenvolvimento Institucional e capacitação de pessoal: contempla as atividades relacionadas à regulação e gestão dos serviços de mobilidade urbana, com ênfase na atualização profissional dos técnicos vinculados aos órgãos gestores municipais e estaduais. Destaca-se o curso “Gestão Integrada da Mobilidade Urbana” • Ação 7 – Sistema de Informações: envolve a realização de pesquisas sobre mobilidade urbana, cujos resultados são disponibilizados para toda a sociedade. 2.4 A política de mobilidade urbana para a construção de cidades sustentáveis Entre tantos temas envolvidos na gestão urbana, o da mobilidade tem suma importância. Primeiro, por ser um fator essencial para todas as atividades humanas; segundo, por ser um elemento determinante para o desenvolvimento econômico e para a qualidade de vida; e, terceiro, pelo seu papel decisivo na inclusão social e na equidade na apropriação da cidade e de todos os serviços urbanos. Também devem ser destacados os efeitos negativos do atual modelo de mobilidade, como a poluição sonora e atmosférica; o elevado número de acidentes e suas vítimas, bem como seus impactos na ocupação do solo urbano. As cidades brasileiras vivem um momento de crise da mobilidade urbana, que exige uma mudança de paradigma, talvez de forma mais radical do que outras políticas setoriais. Trata-se de reverter o atual modelo de mobilidade, integrando-a aos instrumentos de gestão urbanística, subordinando-se aos princípios da sustentabilidade ambiental e voltando-se decisivamente para a inclusão social. O novo conceito (mobilidade urbana) é em si uma novidade, um avanço na maneira tradicional de tratar, isoladamente, o trânsito, o planejamento e a regulação do transporte coletivo, a logística de distribuição das mercadorias, a construção da infra-estrutura viária, das calçadas e assim por diante. Em seu lugar, deve-se adotar uma visão sistêmica sobre toda a movimentação de bens e de pessoas, envolvendo todos os modos e todos os elementos que produzem as necessidades destes deslocamentos. Sob esta ótica, também para a elaboração dos Planos de Mobilidade, foram definidos dez princípios para o planejamento da mobilidade, considerando também sua relação com o planejamento urbano: 1. Diminuir a necessidade de viagens motorizadas, posicionando melhor os equipamentos sociais, descentralizando os serviços públicos, ocupando os vazios urbanos, 21

2. INTRODUÇÃO<br />

20<br />

• Preservar a qualidade ambiental das áreas<br />

rurais, diversificando as atividades.<br />

Desde a criação do Ministério das Cidades,<br />

em 2003, o Governo Federal concentrou<br />

em uma única Pasta as políticas públicas de<br />

trânsito e transporte urbano que, até então,<br />

encontravam-se dispersas, articulando-as também<br />

com outras políticas setoriais essenciais<br />

para o desenvolvimento urbano do ponto de<br />

vista econômico, social e estratégico.<br />

Quatro Secretarias Nacionais: Habitação,<br />

Saneamento Ambiental, Transporte e <strong>Mobilidade</strong><br />

<strong>Urbana</strong> e Programas Urbanos; o Departamento<br />

Nacional de Trânsito (DENATRAN) e<br />

duas empresas públicas: Companhia Brasileira<br />

de Trens Urbanos (CBTU) e Empresa de Trens<br />

Urbanos de Porto Alegre S/A (TRENSURB)<br />

constituem a estrutura para o desenvolvimento<br />

e a condução da Política Nacional de Desenvolvimento<br />

Urbano (PNDU), cujo objetivo é:<br />

“orientar e coordenar esforços, planos,<br />

ações e investimentos dos vários níveis de<br />

governo e, também, dos legislativos, do<br />

judiciário, do setor privado e da sociedade<br />

civil... (na) busca (da) equidade social,<br />

maior eficiência administrativa, ampliação<br />

da cidadania, sustentabilidade ambiental e<br />

resposta aos direitos das populações vulneráveis:<br />

crianças e adolescentes, idosos,<br />

pessoas com deficiência, mulheres, negros<br />

e índios.” (Ministério das Cidades, 2004a, p. 7)<br />

Especificamente para a mobilidade urbana,<br />

a PNDU estabeleceu objetivos em três campos<br />

estratégicos de ação: para o desenvolvimento<br />

urbano, “a integração entre transporte e controle<br />

territorial, a redução das deseconomias da<br />

circulação e a oferta de transporte público eficiente<br />

e de qualidade”; para a sustentabilidade<br />

ambiental, “o uso equânime do espaço urbano,<br />

a melhoria da qualidade de vida, a melhoria da<br />

qualidade do ar e a sustentabilidade energética”;<br />

e para a inclusão social, “o acesso democrático<br />

à cidade e ao transporte público e a valorização<br />

da acessibilidade universal e dos deslocamentos<br />

de pedestres e ciclistas”. A consecução destes<br />

objetivos, por sua vez, é orientada por três<br />

conceitos de aplicação prática: “o planejamento<br />

integrado de transporte e uso do solo, a atualização<br />

da regulação e da gestão do transporte<br />

coletivo urbano, a promoção da circulação não<br />

motorizada e o uso racional do automóvel”. (Ministério<br />

das Cidades, 2004a)<br />

Com essa nova visão, o Ministério das Cidades<br />

estabeleceu diversos programas que passaram<br />

a nortear a aplicação dos recursos do Orçamento<br />

Geral da União (ver www.cidades.gov.br)<br />

Quase todos estes programas interferem,<br />

direta ou indiretamente, nas condições<br />

de circulação e de transporte das cidades,<br />

ora induzindo a instalação das atividades no<br />

território, principalmente onde há população<br />

de baixa renda, ora atuando sobre a dinâmica<br />

econômica e social da cidade ou de regiões,<br />

ora condicionando a implantação da<br />

infra-estrutura viária.<br />

2.3 A atuação da SeMob – Secretaria<br />

Nacional de Transporte e da <strong>Mobilidade</strong><br />

<strong>Urbana</strong><br />

A atuação da SeMob promove a articulação<br />

das políticas de transporte, trânsito e acessibilidade,<br />

qualificando os sistemas de transporte<br />

público, por meio de ações que estimulam a<br />

prioridade ao transporte coletivo e aos meios<br />

não motorizados de transporte e a implementação<br />

do conceito de acessibilidade universal. São<br />

desenvolvidas também atividades relacionadas<br />

à estruturação da gestão pública e atualização<br />

profissional dos técnicos envolvidos no planejamento<br />

e implantação da mobilidade urbana.<br />

Estas ações são fundamentais para a mudança<br />

de valores pretendida pelo Ministério<br />

das Cidades, atuando diretamente sobre seus<br />

principais elementos:<br />

• Ação 1 - Apoio a projetos de corredores estruturais<br />

de transporte coletivo urbano: contempla<br />

projetos de implantação, ampliação<br />

ou adequação de infra-estrutura metroferroviária<br />

ou viária, que priorizem a circulação do<br />

transporte coletivo em relação ao individual,<br />

incluindo corredores exclusivos e de transporte<br />

coletivo, sistema viário nas áreas centrais,<br />

terminais e pontos de parada.

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