PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
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7. CONSTRUINDO O PLANO DE MOBILIDADE<br />
138<br />
samentos que cada via propicia dentro da malha<br />
viária, uma vez identificada a utilização de<br />
macro circulação da via, este sentido é transportado<br />
até a região central ou pólo local, constituindo-se<br />
referência para os binários subseqüentes.<br />
Na implantação deste tipo de solução<br />
é importante que seja mantido o equilíbrio da<br />
oferta nos dois sentidos de circulação, utilizando<br />
vias com capacidades similares.<br />
É importante salientar que qualquer mudança<br />
na circulação ou nas características das vias<br />
(por exemplo, ampliação ou redução do limite<br />
de velocidade, liberação ou retirada de estacionamento,<br />
entre tantas outras) interfere nas características<br />
de sua utilização, nos padrões de<br />
uso do solo e na importância relativa daquela<br />
via dentro da malha viária do município.<br />
As demandas pela ampliação dos espaços<br />
destinados à circulação podem ser em benefício<br />
dos veículos ou dos pedestres. Principalmente<br />
sob a ótica da mobilidade urbana sustentável<br />
e da prioridade aos meios não motorizados, é<br />
necessário analisar as possibilidades do alargamento<br />
das calçadas para melhoria das condições<br />
de circulação dos pedestres.<br />
A sinalização semafórica é outra ferramenta<br />
para organização da circulação urbana, orientando<br />
a operação em cruzamentos saturados ou<br />
perigosos, preferencialmente utilizando equipamentos<br />
coordenados em rede e que permitam a<br />
adoção de múltiplos planos de tráfego.<br />
7.3.2.12<br />
A circulação nas áreas centrais<br />
As áreas centrais são, em geral, um lugar de<br />
concentração de atividades econômicas, principalmente<br />
do setor terciário, incluindo aqui, além dos<br />
centros tradicionais das cidades, os pólos regionais<br />
secundários e as novas centralidades que a<br />
dinâmica da expansão urbana gera. Normalmente,<br />
a importância destas áreas transcende os aspectos<br />
econômicos, e atinge dimensões simbólicas e<br />
culturais na sociedade, contribuindo, por exemplo,<br />
para a consolidação da identidade local.<br />
A reorganização da economia, com redução<br />
das atividades industriais e ampliação do setor<br />
de serviços, associada a um padrão de mobilidade<br />
urbana baseado no transporte individual,<br />
causou um profundo impacto nos centros tradicionais<br />
das cidades. A proliferação de shopping<br />
centers, normalmente localizados em regiões<br />
mais afastadas, deslocou dos centros tradicionais<br />
parte importante das atividades econômicas<br />
urbanas, principalmente aquelas voltadas<br />
para o consumo das classes de maior poder<br />
aquisitivo. Com isto os centros antigos passaram<br />
por um processo de esvaziamento econômico,<br />
de desvalorização imobiliária, de mudança<br />
de usos e relativa deterioração.<br />
Estas áreas, contudo, não perderam sua vitalidade.<br />
Na maioria dos municípios ali ainda se<br />
concentram atividades administrativas, políticas e<br />
financeiras e um intenso setor terciário, ainda que<br />
mais voltado para um consumo mais popular, com<br />
forte presença da economia informa. Em muitos<br />
locais, a desvalorização imobiliária estimulou o<br />
crescimento do uso habitacional de baixa renda.<br />
Com o aprofundamento da formas de segregação<br />
espacial, de certa forma as áreas<br />
centrais também se especializaram: de um<br />
lado, os centros históricos, em processo de deterioração,<br />
se tornaram um espaço mais voltado<br />
para as classes populares, de outro, as<br />
novas centralidades, dinâmicas e inseridas na<br />
economia globalizada, aparecem como verdadeiras<br />
ilhas de aparente prosperidade.<br />
Os centros históricos, mesmo quando em<br />
condições precárias de conservação, são áreas<br />
consolidadas, providas de infra-estrutura urbana<br />
e de equipamentos públicos, inclusive uma<br />
boa oferta de transporte público. Ali se concentram<br />
edificações e conjuntos arquitetônicos e<br />
urbanísticos de valor cultural e patrimonial e as<br />
atividades econômicas são intensas, com inúmeras<br />
oportunidades de trabalho, convivendo<br />
ao mesmo tempo com espaços deteriorados,<br />
com edificações abandonadas ou ociosas. Nestas<br />
áreas, são necessárias ações de reabilitação<br />
e recuperação, dentro de um plano geral<br />
de desenvolvimento urbano que recupere a sua<br />
importância econômica, cultural e simbólica,<br />
sem expulsar a população existente. Em menor<br />
escala, o mesmo ocorre em centros regionais<br />
e centros de bairro, que perderam progressivamente<br />
seu papel de referência local.