PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP

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7. CONSTRUINDO O PLANO DE MOBILIDADE 132 o envolvimento da indústria na concepção e no desenvolvimento do projeto; • Os empreendimentos, pelo seu porte, podem requerer avaliações de impacto ambiental e de vizinhança; • A escolha da alternativa depende de detalhado estudo de viabilidade econômica e financeira, quando devem também ser definidos o seu modelo tarifário e as políticas de integração com o restante do sistema local ou regional; • Em municípios integrantes de regiões metropolitanas, os sistemas de média capacidade devem ser articulados do ponto de vista regional, para atender a maiores demandas; • Não são sistemas facilmente transferíveis para a iniciativa privada devido aos elevados investimentos necessários, à pouca flexibilidade do modelo operacional e aos riscos contratuais; em função disso, a possibilidade de concessão do serviço, mesmo que envolva somente a operação, exige um bom modelo contratual e institucional; • O significativo volume de investimentos necessário pode requerer a participação de outros níveis de governo (Estado e União) no modelo de financiamento; • Os órgãos locais de gestão de transporte nem sempre estão preparados para a condução destes projetos. 7.3.2.7 Sistemas estruturais de transporte coletivo de alta capacidade Os sistemas de transporte coletivo de alta capacidade (metrôs e trens) são viáveis para cidades áreas urbanas (acima de dois milhões de habitantes). Atualmente, porém, alguns dos serviços metro-ferroviários em operação no país estão sub-aproveitados, se considerados os custos de operação e de manutenção dos serviços e a capacidade de transporte que dispõem. Em qualquer caso, o PlanMob deve avaliar o papel desses serviços na rede de transporte, atual e futura, considerando a sua capacidade de estruturar toda a rede de transporte coletivo local e regional e as formas de sua articulação física, operacional e tarifária com os outros meios de transporte, incluindo os ônibus municipais e metropolitanos, o transporte individual privado e a acessibilidade a pé ou por meios não motorizados às estações. Por outro lado, ações no campo das políticas urbanas e de transporte, formuladas no âmbito do Plano Diretor Municipal, podem maximizar o aproveitamento da infra-estrutura instalada, estimulando o adensamento ao longo da via e de sua área de influência imediata, gerando ao mesmo tempo demanda adicional para os serviços em locais onde operam com capacidade ociosa. Pelas suas características, principalmente os elevados investimentos necessários para sua implantação, nenhum dos serviços de alta capacidade em operação no país está sob responsabilidade municipal, o que não quer dizer que eles não devam ser considerados no planejamento da mobilidade urbana, principalmente nas cidades onde eles já existem, mesmo com baixa utilização. O planejamento local, então, deverá ser compatibilizado com os planos da esfera responsável pelo serviço (estadual ou federal), considerando as recomendações gerais feitas no item anterior, para sistemas de média capacidade. Hoje, em muitas cidades, pela falta de uma concepção de sistema único e pela ausência de políticas de integração tarifária, sistemas metro-ferroviários existentes e com capacidade ociosa sofrem concorrência dos modos rodoviários. Portanto, durante o processo de elaboração do PlanMob, as redes municipal e regional devem ser estudadas como um todo, com especial preocupação para a definição dos modelos tarifário e de remuneração dos operadores.

Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade - PlanMob Os projetos de construção de novos sistemas ou de ampliação dos existentes precisam tratar da localização da via permanente, dos pátios de manobras e manutenção, do material rodante, do sistema de controle de tráfego e de outros elementos. Eventualmente, pode ser aproveitada uma eventual infra-estrutura ferroviária existente e ociosa, o que poderá reduzir o custo global do projeto. Em qualquer hipótese, esses projetos exigem detalhados estudos de viabilidade que devem ser feitos em função da demanda potencial futura, uma vez que esses sistemas exigem avaliações de maior prazo. A simulação da rede de transporte pretendida fornecerá os dados necessários à avaliação dos benefícios e à monetarização dos ganhos para a sociedade que, quando cotejados com os investimentos necessários, geram um quadro de referência para tomada de decisões. Outra dimensão de análise pelo Plano, principalmente para os sistemas ferroviários existentes, em operação ou inativos, são as relações e os impactos daquela infra-estrutura no tecido urbano. Nos sistemas em operação, a persistência de travessias em nível, a utilização da via férrea como caminhos de pedestres ou a ocupação da faixa de domínio da linha por moradias irregulares, geram situação de risco para a população e prejuízo para a operação do serviço ferroviário. Também os sistemas desativados podem ser objeto de estudo do PlanMob e dos Planos Diretores. Extensas áreas vazias localizadas em regiões centrais podem ser reaproveitadas para projetos de transporte ou de reurbanização; leitos desativados podem ser adaptados para implantação de vias exclusivas de transporte coletivo, mesmo com modo rodoviário, ou para projetos cicloviários e paisagísticos; e o valioso patrimônio arquitetônico ferroviário deve ser recuperado e utilizado para outras finalidades. 7.3.2.8 Modelo tarifário para o transporte coletivo urbano As tarifas dos serviços de transporte coletivo urbano precisam manter um delicado equilíbrio entre a necessidade de garantir o equilíbrio econômico e financeiro dos sistemas e a capacidade de pagamento dos usuários diretos. Este tem sido um dos principais problemas dos gestores públicos nas grandes cidades brasileiras. Os operadores, públicos ou privados, devem ser remunerados pelo serviço que prestam de forma a garantir a cobertura dos seus custos administrativos e operacionais, acrescidos de uma justa remuneração pelo capital investido. Na absoluta maioria dos casos a única fonte de recursos para isto são as tarifas pagas pelos seus usuários diretos, ao contrário dos países desenvolvidos onde há significativos subsídios públicos para o transporte coletivo. No Brasil, as raras exceções estão em geral nos serviços de alta capacidade, normalmente sob responsabilidade de empresas estatais. Raros são os exemplos de concessão de subsídios orçamentários ou de obtenção de fontes de receitas adicionais para o custeio de sistemas de transporte por ônibus. Os subsídios governamentais são comumente questionados dentro da própria Administração Municipal, na disputa por uma maior participação orçamentária. As experiências de obtenção de fontes alternativas de financiamento são raras, sendo a única exceção no país a concessão do vale-transporte, mesmo assim constantemente ameaçada de cancelamento. Por outro lado, a totalidade dos sistemas brasileiros adota mecanismos de subsídios internos. Com a predominância de modelos de tarifa única, os sistemas operam com sistemas de compensação interna no qual, como regra, a tarifa dos usuários das viagens mais curtas cobre parte dos custos dos que residem em áreas mais distantes. Do mesmo modo, algumas categorias de usuários gozam de privilégios tarifários, com gratuidade no pagamento da tarifa, de forma integral ou parcial. Os benefícios tarifários variam de lo- 133

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o envolvimento da indústria na concepção e<br />

no desenvolvimento do projeto;<br />

• Os empreendimentos, pelo seu porte, podem<br />

requerer avaliações de impacto ambiental<br />

e de vizinhança;<br />

• A escolha da alternativa depende de detalhado<br />

estudo de viabilidade econômica e<br />

financeira, quando devem também ser definidos<br />

o seu modelo tarifário e as políticas<br />

de integração com o restante do sistema<br />

local ou regional;<br />

• Em municípios integrantes de regiões<br />

metropolitanas, os sistemas de média<br />

capacidade devem ser articulados do<br />

ponto de vista regional, para atender a<br />

maiores demandas;<br />

• Não são sistemas facilmente transferíveis<br />

para a iniciativa privada devido aos<br />

elevados investimentos necessários, à<br />

pouca flexibilidade do modelo operacional<br />

e aos riscos contratuais; em função<br />

disso, a possibilidade de concessão do<br />

serviço, mesmo que envolva somente a<br />

operação, exige um bom modelo contratual<br />

e institucional;<br />

• O significativo volume de investimentos necessário<br />

pode requerer a participação de<br />

outros níveis de governo (Estado e União)<br />

no modelo de financiamento;<br />

• Os órgãos locais de gestão de transporte<br />

nem sempre estão preparados para a condução<br />

destes projetos.<br />

7.3.2.7 Sistemas estruturais de transporte<br />

coletivo de alta capacidade<br />

Os sistemas de transporte coletivo de<br />

alta capacidade (metrôs e trens) são viáveis<br />

para cidades áreas urbanas (acima de dois<br />

milhões de habitantes). Atualmente, porém,<br />

alguns dos serviços metro-ferroviários em<br />

operação no país estão sub-aproveitados,<br />

se considerados os custos de operação e de<br />

manutenção dos serviços e a capacidade de<br />

transporte que dispõem.<br />

Em qualquer caso, o <strong>PlanMob</strong> deve<br />

avaliar o papel desses serviços na rede<br />

de transporte, atual e futura, considerando<br />

a sua capacidade de estruturar toda a<br />

rede de transporte coletivo local e regional<br />

e as formas de sua articulação física, operacional<br />

e tarifária com os outros meios de<br />

transporte, incluindo os ônibus municipais<br />

e metropolitanos, o transporte individual<br />

privado e a acessibilidade a pé ou por<br />

meios não motorizados às estações.<br />

Por outro lado, ações no campo das políticas<br />

urbanas e de transporte, formuladas<br />

no âmbito do Plano Diretor Municipal, podem<br />

maximizar o aproveitamento da infra-estrutura<br />

instalada, estimulando o adensamento<br />

ao longo da via e de sua área de influência<br />

imediata, gerando ao mesmo tempo demanda<br />

adicional para os serviços em locais onde<br />

operam com capacidade ociosa.<br />

Pelas suas características, principalmente<br />

os elevados investimentos necessários para<br />

sua implantação, nenhum dos serviços de alta<br />

capacidade em operação no país está sob responsabilidade<br />

municipal, o que não quer dizer<br />

que eles não devam ser considerados no planejamento<br />

da mobilidade urbana, principalmente<br />

nas cidades onde eles já existem, mesmo com<br />

baixa utilização.<br />

O planejamento local, então, deverá ser compatibilizado<br />

com os planos da esfera responsável<br />

pelo serviço (estadual ou federal), considerando<br />

as recomendações gerais feitas no item anterior,<br />

para sistemas de média capacidade.<br />

Hoje, em muitas cidades, pela falta de<br />

uma concepção de sistema único e pela ausência<br />

de políticas de integração tarifária,<br />

sistemas metro-ferroviários existentes e com<br />

capacidade ociosa sofrem concorrência dos<br />

modos rodoviários. Portanto, durante o processo<br />

de elaboração do <strong>PlanMob</strong>, as redes<br />

municipal e regional devem ser estudadas<br />

como um todo, com especial preocupação<br />

para a definição dos modelos tarifário e de<br />

remuneração dos operadores.

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