PlanMob Mobilidade Urbana - ANTP
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Caderno para Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da <strong>Mobilidade</strong> - <strong>PlanMob</strong><br />
Uma maior eficiência deste viário, acompanhada<br />
de reestruturação das redes municipal e<br />
intermunicipal de transporte coletivo pode fortalecer<br />
os sub-centros e os núcleos de bairro,<br />
dinamizando a economia local e reduzindo a<br />
necessidade de deslocamentos motorizados.<br />
As vias que ligam o centro do município e<br />
os centros regionais também podem ser consideradas<br />
como parte do sistema viário de interesse<br />
metropolitano, apresentando características<br />
de vias arteriais ou coletoras, uso de solo<br />
misto entre residencial e de serviços, e intensidade<br />
do fluxo de passagem.<br />
Finalmente, as vias que recebem os<br />
itinerários das linhas de transporte coletivo<br />
metropolitanas, principalmente as ligações<br />
estruturais, também devem ser identificadas,<br />
e ter os seus pontos de parada mapeados<br />
e seus equipamentos cadastrado,<br />
com destaque a eventual disponibilidade<br />
de infra-estrutura dedicada exclusivamente<br />
ao transporte coletivo ou aos pedestres.<br />
7.3.2.2 Implantação e qualificação de calçadas<br />
e áreas de circulação a pé<br />
Todos são pedestres. Mesmo para os deslocamentos<br />
de maior distância, em alguns momentos<br />
das viagens cotidianas, as pessoas caminham,<br />
independente de outro modo de transporte utilizado:<br />
de casa até o ponto de ônibus, do estacionamento<br />
até o escritório. Porém, nem por isto esta<br />
modalidade de transporte tem recebido a atenção<br />
merecida. O pedestre é desconsiderado na gestão<br />
da circulação urbana e, conseqüentemente, o seu<br />
espaço no sistema viário, a calçada, também.<br />
Com o crescimento do trânsito de veículos,<br />
inicialmente de tração animal e posteriormente<br />
motorizados, as calçadas delimitaram o espaço<br />
exclusivo dos pedestres, onde as pessoas poderiam<br />
caminhar com segurança e até com conforto;<br />
podiam então ser chamadas de passeio.<br />
Porém, a expansão da circulação motorizada,<br />
em particular do uso dos automóveis particulares,<br />
passou a exigir cada vez mais espaço para a sua<br />
circulação e cada vez mais atenção nas políticas<br />
públicas. Dois movimentos então se seguiram: a<br />
máxima redução do espaço público destinado aos<br />
pedestres, para ampliação do espaço dos veículos,<br />
e o abandono dos investimentos públicos nos<br />
espaços destinados à circulação a pé.<br />
A necessidade de expansão contínua do sistema<br />
rodoviário levou à eliminação ou redução de<br />
calçadas, canteiros centrais, praças e todo o espaço<br />
público que pudesse ser transformado em uma<br />
pista nova, uma faixa de rolamento adicional ou<br />
áreas de estacionamento. Essa mesma situação<br />
ocorreu nos espaços privados: nas residências,<br />
prédios e conjuntos habitacionais, onde jardins e<br />
quintais cederam espaço para garagens.<br />
Os espaços remanescentes para os pedestres<br />
deixaram de receber atenção e investimentos<br />
das autoridades públicas e dos particulares. À<br />
falta de cuidados na conservação e manutenção<br />
dos passeios por parte do poder público somase<br />
a uma ofensiva generalizada de intervenções<br />
privadas em frente a cada lote criando desníveis,<br />
degraus e outras barreiras à circulação das pessoas<br />
com um único objetivo, de permitir o acesso<br />
facilitado dos automóveis, principalmente em<br />
vias de declividade acentuada, a ponto de, em<br />
muitos lugares, se tornar impossível a passagem<br />
de uma pessoa com dificuldade de locomoção<br />
ou uma mãe com um carrinho de bebê.<br />
Em outros lugares a expulsão dos pedestres<br />
não foi tão agressiva, mas igualmente excludente.<br />
Em bairros de alta renda, intervenções<br />
paisagísticas nas calçadas, com plantio de<br />
vegetação, instalação de floreiras e tratamentos<br />
do piso com intenção estética, mesmo quando<br />
bem sucedidas, produziram calçadas que impedem<br />
ou dificultam a circulação das pessoas.<br />
Em ambos os casos, os projetistas e responsáveis<br />
por estas obras provavelmente não concebem<br />
aquele espaço como uma área pública e sim como<br />
uma extensão da sua propriedade particular.<br />
As legislações municipais são em parte responsáveis<br />
por esta situação, ao manterem uma<br />
certa confusão sobre as responsabilidades e os<br />
direitos das pessoas sobre as calçadas. Na maior<br />
parte das cidades existem leis, algumas bastante<br />
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