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Aula 5: Compreendendo o Cerrado [pdf] - ICB ...

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Universidade Federal de Minas Gerais<br />

Instituto de Ciências Biológicas<br />

Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal<br />

Curso de ‘Ecologia da Vegetação’<br />

Parte 5: ‘Aspectos fitogeográficos da<br />

Caatinga e outras SDTFs’<br />

Rubens Manoel dos Santos (UFLA)<br />

Ary T. Oliveira-Filho (UFMG)<br />

– 2014 –


Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (SDTFs).<br />

Na América do Sul<br />

SDTFs s.l.: configuração circum-Amazônica, “o Arco Pleistocênico Arc”<br />

“Diagonal de Formações Abertas”: SDTF s.s. + Savanna + Chaco<br />

SDTFs s.s. = Grupo Florístico Brasileiro sensu Linares-Palomino et al.


Clima e vegetação na ‘Diagonal de formações abertas’<br />

Tropical semi-árido: secas prolongadas,<br />

sem estacionalidade térmica<br />

<strong>Cerrado</strong><br />

Chaco<br />

Subtropical semi-árido:<br />

secas prolongadas, forte<br />

estacionalidade térmica<br />

Tropical estacional: verões<br />

chuvosos alternados com<br />

invernos secos<br />

Subtropical úmido: sem seca<br />

efetiva, estacionalidade térmica<br />

Caatinga<br />

Pradarias<br />

Subtropical estacional:<br />

alternância de verões<br />

chuvosos com invernos<br />

secos e frios<br />

Seasonal forest<br />

Floresta estacional subtropical


O Grupo Brasileiro de SDTFs<br />

ou ‘Eixo Piemonte-Caatinga’


Anadenathera colubrina (angico)


Amburana<br />

cearensis<br />

Myracruodon<br />

urundeuva


Tipos de vegetação e respectivas floras excluídos do<br />

conceito de SDTF: Chaco e <strong>Cerrado</strong> (savanna).<br />

The Chaco


Wetlands, saline soils and frosts


Chaco montano<br />

(pre-Andino)<br />

Tarija, Bolívia<br />

Salta, Argentina


Chaco Úmido ou Boreal<br />

Paraguai<br />

Argentina


The <strong>Cerrado</strong>


Pirophytic vegetation,<br />

Dystrophic soils,<br />

Peculiar flora


O ‘Grupo Brasileiro’ de núcleos de SDTF<br />

Florestas Estacionais Decíduas do Piemonte Andino, Samaipata, Bolívia


O ‘Grupo Brasileiro’ de<br />

núcleos de SDTF<br />

Florestas Estacionais Decíduas da<br />

Chiquitania, Santa Cruz, Bolívia<br />

Serrania de Santiago, Santa Cruz,<br />

Bolívia


O ‘Grupo Brasileiro’ de núcleos de SDTF<br />

Floresta Estacional Decídua Ripária, em Bonito, Mato Grosso do Sul


O ‘Grupo Brasileiro’ de núcleos de SDTF<br />

Deciduous dry forests in Santa Vitória, Minas Gerais, growing over<br />

outcropping basalt


O ‘Grupo Brasileiro’ de núcleos de SDTF<br />

Floresta Estacional Decídua em Doresópolis, Minas Gerais


Interior da Floresta Estacional Decídua em Doresópolis, Minas Gerais, mostrando um cacto<br />

colunar (Cereus jamacaru) e afloramentos de calcário.


O ‘Grupo Brasileiro’ de núcleos de SDTF<br />

Floresta Estacional Decídua no vale do Rio Paranã, Goiás


Dossel de uma Floresta Estacional Decídua no vale do Rio Paranã, Goiás, mostrando cactos<br />

colunares emergentes, Pilosocereus goianus, em primeiro plano, e Cereus bicolor, ao fundo).


Floresta Estacional Decídua no vale do Rio Paranã, Nova Roma, Goiás


Floresta Estacional Decídua no vale do Rio Paranã, em Posse, Goiás, no começo da estação chuvosa.


Interior da Floresta Estacional Decídua no vale do Rio Paranã, em Posse, Goiás, mostrando<br />

um tronco em garrafa, típico de Ceiba pubiflora.


O ‘Grupo Brasileiro’ de núcleos de SDTF<br />

Floresta Estacional Decídua em<br />

Montes Claros, Minas Gerais<br />

Foto: Marianna Rodrigues


Interior de Floresta Estacional Decídua em Montes Claros, Minas Gerais,<br />

mostrando afloramentos de calcário.


A Caatinga o maior núcleo do ‘Grupo<br />

Brasileiro de SDTFs


Estudo fitogeográfico de Santos et al. 2011<br />

- fundamentação teórica<br />

Apesar de sua ampla distribuição na America do Sul, a maioria<br />

das SDTFs ocorrem como manchas isoladas (‘núcleos’) e o<br />

Domínio da Caatinga é a única grande área contínua.<br />

Alguns estudos se baseiam na hipótese de que as SDTFs sulamericanas<br />

se expandiram e fundiram durantes períodos<br />

climaticamente favoráveis no Quaternary e contraíram e se<br />

separaram nos desfavoráveis. Este hipotético teatro evolutivo<br />

para as plantas é conhecido como “Arco Pleistocênico”.<br />

Um grupo de espécies de ampla distribuição aparentemente<br />

apoiam esta hipótese, mas estudos recentes demostram que a<br />

maioria das espécies de SDTFs tem, na verdade, dispersão<br />

altamente limitada enquanto as espécies mais distribuídas<br />

são, na verdade, generalistas quanto ao habitat. Algumas<br />

delas são comuns mesmo em florestas úmidas Atlânticas e<br />

Amazônicas, onde evoluíram ecótipos específicos.


Como o Domínio da Caatinga é um vasto e contínuo núcleo de SDTFs,<br />

ele é adequado à avaliação do controle ambiental e espacial da<br />

distribuição das espécies.<br />

Limites morfo-climáticos do<br />

Domínio da Caatinga com base na<br />

isoieta de 800 mm.yr -1 .<br />

Eco-regiões propostas por Velloso<br />

et al. (2002):<br />

BR, Planalto da Borborema<br />

CD, Chapada Diamantina<br />

CM, Complexo de Campo Maior<br />

DF, Dunas do São Francisco<br />

DN, Depressão Sertaneja Norte<br />

DS, Depressão Sertaneja Sul<br />

IB, Planaltos da Ibiapaba-Araripe<br />

RC, Raso da Catarina


A transição para o Domínio do <strong>Cerrado</strong>, em particular,<br />

estende-se ao longo dos limites sul e oeste do Domínio, no<br />

norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia, e é coberto<br />

predominantemente por uma expressiva faixa de florestas<br />

estacionais decíduas cuja identidade florística e classificação<br />

são controvertidas. Seguindo D. Andrade-Lima, são chamadas<br />

aqui de Caatinga Arbórea.<br />

O estudo procurou esclarecer os<br />

padrões de variação espacial da<br />

flora lenhosa de SDTFs incluídas em<br />

um recorte especial do Grupo<br />

Brasileiro, incluindo o Domínio da<br />

Caatinga inteiro e as SDTFs vizinhas<br />

e periféricas no Nordeste e Centro-<br />

Oeste do Brasil.


Hipóteses<br />

(a) Variações em composição de espécies entre sítios<br />

de SDTF na região estão relacionados com variáveis<br />

geoclimáticas e também com a proximidade espacial.<br />

(b) Unidades florísticas de SDTF podem ser<br />

reconhecidas na região com base em composição de<br />

espécies e aspectos geoclimáticos peculiares;<br />

(c) A Caatinga Arbórea é uma de tais unidades e, como<br />

proposto por Andrade-Lima (1971), sua composição de<br />

espécies é mais fortemente relacionada com a flora da<br />

caatinga do que com a de florestas decíduas externas<br />

ao Domínio.


Extração dos dados:<br />

Matriz de epécies:<br />

187 sítios (checklists)<br />

1332 espécies<br />

16,226 registros de<br />

ocorrência<br />

Matriz ambiental:<br />

32 variáveis ambientais<br />

altitude<br />

Matriz espacial:<br />

Coordenadas<br />

geográficas


Análises:<br />

Matriz de espécies<br />

Matriz ambiental<br />

Matriz simétrica<br />

truncada de distâncias<br />

entre os sítios<br />

Ordenação<br />

DCA<br />

Ordenação<br />

PCA<br />

Ordenação<br />

PCoA<br />

Escores de ordenação<br />

Eixos 1, 2 e 3 (signif.)<br />

Seleção prévia de<br />

variáveis ambientais<br />

Filtros espaciais<br />

(descritores de relações<br />

espaciais)<br />

Modeling: Mínimos Quadrados Ordinários (OLS)<br />

Regressão Geograficamente Ponderada (GWR)<br />

Variáveis resposta – Escores de ordenação em cada eixo da DCA<br />

Variáveis preditoras – Variáveis ambientais e filtros espaciais<br />

Software:<br />

Rangel, T.F.; Diniz-Filho, J.A.F. and Bini, L.M. (2010) SAM: A<br />

comprehensive application for Spatial Analysis in Macroecology.<br />

version 4.0. Techniques: Ecography 33: 1-5.


Resultados:<br />

Ordenação dos sítios de SDTF de<br />

com base na flora lenhosa (DCA)


Modelos para cada eixo da DCA


(a) DCA1: 72 areas de Caatingas do Cristalino e Arenícolas.<br />

(b) DCA2: 125 areas of Caatingas do Cristalino, Rupícolas,<br />

Arbóreas and Florestas Decíduas do <strong>Cerrado</strong>.


Curvas espécies-área para unidades florísticas<br />

de SDTF


Análises de agrupamento para:<br />

(a) composição de spp. (b) frequência de spp. nos sítios


Principais achados e conclusões:<br />

(a) A composição da flora lenhosa variou significtivamente em<br />

resposta tanto às variáveis ambientais como à proximidade;<br />

(b) Oito unidades florísticas de SDTF foram reconhecidas na<br />

região, incluindo a Caatinga Arbórea. Em termos de composição de<br />

espécies, sua flora mostrou uma ligação florística mais forte com<br />

os enclaves de florestas decíduas do Domínio do <strong>Cerrado</strong>;<br />

(c) Por outro lado, em termos de frequência de espécies nos sítios,<br />

as ligações foram mais fortes com duas outras unidades: a<br />

Caatinga dos Afloramentos Rochosos e as Florestas de Brejo e do<br />

Agreste;<br />

(d) Há um papel para um controle com base em nicho para a<br />

composição de espécies lenhosas entre as SDTFs da região<br />

determinado, primariamente, pela disponibilidade de água no solo<br />

ao longo do tempo e, secundariamente, pelo montante de<br />

nutrientes minerais do solo. A proximidade espacial também<br />

contribui significativamente para a coesão florística das unidades<br />

de SDTF sugerindo que a dispersão da flora lenhosa é altamente<br />

limitada.


Valor de Conservação:<br />

As unidades florísticas do Domínio da Caatinga deveriam receber<br />

o status de eco-regiões para auxiliar o direcionamento das<br />

políticas de conservação com vistas à proteção de sua<br />

biodiversidade;<br />

Eco-regiões do Domínio da Caatinga:<br />

1. Caatinga do Cristalino<br />

2. Floresta Seca de Restinga<br />

3. Floresta Seca Arenícola<br />

4. Caatinga Arenícola<br />

5. Caatinga Rupícola<br />

6. Floresta Seca do Agreste e dos Brejos<br />

7. Caatinga Arbórea


1. Caatinga do<br />

Cristalino<br />

Jaguaribe, Ceará


1. Caatinga do<br />

Cristalino<br />

Morpará, Bahia


Morpará, Bahia


1. Caatinga do Cristalino<br />

Patos,<br />

Paraíba


2. Floresta Seca de Restinga<br />

Fernando de Noronha


2. Floresta Seca<br />

de Restinga<br />

Parque das<br />

Dunas, Natal, RN


3. Floresta Seca<br />

Arenícola<br />

Sete Cidades, Piauí


3. Floresta Seca Arenícola<br />

Serra da Capivara, PI


3. Floresta<br />

Seca<br />

Arenícola<br />

Serra da Capivara, Piauí


Ladenbergia cuiabensis


3. Floresta<br />

Seca<br />

Arenícola<br />

Serra das<br />

Confusões, PI


3. Floresta Seca Arenícola<br />

Chapada do<br />

Araripe, CE/PE


4. Caatinga Arenícola<br />

(versão ‘carrasco’)<br />

Ibiapaba, CE


4. Caatinga Arenícola<br />

(versão ‘carrasco’)<br />

PN Ubajara,<br />

Ibiapaba, CE


4. Caatinga<br />

Arenícola<br />

São Raimundo Nonato, PI


São Raimundo Nonato, PI


São Raimundo<br />

Nonato, PI


4. Caatinga<br />

Arenícola<br />

Chapada do<br />

Araripe, CE/PE<br />

Salgadinho-do-<br />

Araripe


4. Caatinga<br />

Arenícola<br />

Buíque, PE


Buíque,<br />

Pernambuco<br />

Clusia<br />

nemorosa<br />

Syagrus<br />

coronata


4. Caatinga<br />

Arenícola<br />

Raso da Catarina, Bahia


Raso da Catarina, Bahia


Raso da Catarina, Bahia


4. Caatinga Arenícola<br />

(Dunas do São Francisco)<br />

Pilão Arcado, Bahia


Pilão Arcado,<br />

Bahia


Pilão Arcado, Bahia<br />

Godmania<br />

dardanoi


5. Caatinga Rupícola<br />

Serra da Capivara, Piauí


5. Caatinga Rupícola<br />

Morro do Chapéu, Bahia<br />

Amburana<br />

cearensis


5. Caatinga Rupícola<br />

Seabra,<br />

Bahia


5. Caatinga Rupícola<br />

Inselbergs


5. Caatinga Rupícola<br />

Feira de Santana, Bahia


Feira de Santana (BA)


6. Floresta Seca<br />

do Agreste e<br />

dos Brejos<br />

Serra do Baturité, Ceará<br />

Bezerros, Pernambuco<br />

Serra de Ibiapaba, Ceará


6. Floresta Seca do<br />

Agreste e dos Brejos<br />

Pico do Jabre,<br />

Paraíba<br />

Bezerros, Pernambuco


6. Floresta Seca do<br />

Agreste e dos Brejos<br />

Bezerros, Pernambuco<br />

Bezerros,<br />

Pernambuco


7. Caatinga Arbórea<br />

Jaíba, Minas Gerais


7. Caatinga Arbórea<br />

Juvenília, Minas Gerais


Cavanillesia umbellata<br />

Piranhea securinega


7. Caatinga Arbórea em<br />

afloramentos de calcário


7. Caatinga Arbórea em<br />

afloramentos de calcário<br />

Bom Jesus da Lapa, Bahia<br />

Cecropia saxatilis


Ceiba rubriflora<br />

Ficus bonijesuslapensis


Tipos de vegetação associados ao acúmulo de água<br />

subterrânea<br />

Riachos intermitentes e Poços permanentes<br />

Ziziphus<br />

joazeiro


Pantanal do Rio<br />

Pandeiros,<br />

Minas Gerais<br />

Depressões<br />

temporariamente<br />

alagadas


Copernicia alba<br />

Geoffroea<br />

spinosa


Furados<br />

Ceiba rubriflora


Pressões antrópicas<br />

Corte seletivo


Pressões antrópicas<br />

Desmatamento


Pressões antrópicas<br />

Pastagens


Pressões antrópicas<br />

Pastagens


Pressões antrópicas<br />

Extração de calcário


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