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EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DIETÉTICA COM CREATINA EM ANÁLISES BIOQUÍMICAS DE CAMUNDONGOS EXERCITADOS Antonio Marcus de Andrade Paes' Adilson Soares de Oliveira" Marcos Andrei Tomazini" Ana Paula Inoe Tomazini'" Samira Abdalla da Silva •••• Luciano Seraphim Gasques •••• RESUMO A creatina (Cr) é um suplemento dietético que tem sido amplamente utilizado com a fmalidade de aumentar a performance no exercício. O objetivo deste trabalho foi contribuir para a avaliação dos efeitos da suplementação com creatina sobre as concentrações sanguíneas de glicose, proteínas totais, colesterol total e triacilgliceróis. A dois grupos de 05 camundongos foram administrados Cr (grupo CRE) ou água (grupo CTR) por um período de sete semanas. Durante este período os animais foram submetidos a exercício de natação, por 45 minutos, 3 vezes. por semana. A suplementação com Cr aumentou 35,6% (p = 0,0067) a concentração plasmática decolesterol total no grupo CRE (123,25 ± 2,27 mg/dI) quanto comparado ao grupo CTR (90,90 ± 8,00 mg/dl) e reduziu levemente a glicemia dos animais tratados (CTR: 163,90 ± 16,81 mg/dl e CRE: 134,55 ± 5,98 mg/dl). As concentrações de triacilgliceróis e proteínas totais não diferiram entre os grupos. Sendo assim, nossos dados são sugestivos de que a suplernentação dietética com Cr pode interferir nos metabolismos lipídico e glicídico destes animais. Palavras-chave: creatina; natação; camundongo; avaliação bioquímica. ABSTRACT Creatine is a dietary supplement that has been widely used to improve exercise performance. This study aimed to add data to the evaluation of * Prof. Msc, do Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Maranhão ** Profissionais de Educação Física graduados pela Universidade Paranaense *** Prof". Ms. do Instituto de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Paranaense **** Prof'. Ms. do Instituto de Ciências Farmacêuticas e Bioquímica da Uníversidade Paranaense Cad. Pesq., São Luís, v. 14, n. 2, p.51-63, jul./dez. 2003 51

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DIETÉTICA COM<br />

CREATINA EM ANÁLISES BIOQUÍMICAS DE<br />

CAMUNDONGOS EXERCITADOS<br />

Antonio Marcus de Andrade Paes'<br />

Adilson Soares de Oliveira"<br />

Marcos Andrei Tomazini"<br />

Ana Paula Inoe Tomazini'"<br />

Samira Ab<strong>da</strong>lla <strong>da</strong> Silva ••••<br />

Luciano Seraphim Gasques ••••<br />

RESUMO<br />

A <strong>creatina</strong> (Cr) é um supl<strong>em</strong>ento dietético que t<strong>em</strong> sido amplamente<br />

utilizado <strong>com</strong> a fmali<strong>da</strong>de de aumentar a performance no exercício. O<br />

objetivo deste trabalho foi contribuir para a avaliação dos <strong>efeitos</strong> <strong>da</strong><br />

supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> <strong>creatina</strong> sobre as concentrações sanguíneas de glicose,<br />

proteínas totais, colesterol total e triacilgliceróis. A dois grupos de 05<br />

camundongos foram administrados Cr (grupo CRE) ou água (grupo CTR)<br />

por um período de sete s<strong>em</strong>anas. Durante este período os animais foram<br />

submetidos a exercício de natação, por 45 minutos, 3 vezes. por s<strong>em</strong>ana.<br />

A supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr aumentou 35,6% (p = 0,0067) a concentração<br />

plasmática decolesterol total no grupo CRE (123,25 ± 2,27 mg/dI) quanto<br />

<strong>com</strong>parado ao grupo CTR (90,90 ± 8,00 mg/dl) e reduziu lev<strong>em</strong>ente a<br />

glic<strong>em</strong>ia dos animais tratados (CTR: 163,90 ± 16,81 mg/dl e CRE: 134,55<br />

± 5,98 mg/dl). As concentrações de triacilgliceróis e proteínas totais não<br />

diferiram entre os grupos. Sendo assim, nossos <strong>da</strong>dos são sugestivos de<br />

que a suplernentação dietética <strong>com</strong> Cr pode interferir nos metabolismos<br />

lipídico e glicídico destes animais.<br />

Palavras-chave: <strong>creatina</strong>; natação; camundongo; avaliação bioquímica.<br />

ABSTRACT<br />

Creatine is a dietary suppl<strong>em</strong>ent that has been widely used to improve<br />

exercise performance. This study aimed to add <strong>da</strong>ta to the evaluation of<br />

* Prof. Msc, do Departamento de Ciências Fisiológicas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Maranhão<br />

** Profissionais de Educação Física graduados pela Universi<strong>da</strong>de Paranaense<br />

*** Prof". Ms. do Instituto de Ciências Agrárias e Veterinárias <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Paranaense<br />

**** Prof'. Ms. do Instituto de Ciências Farmacêuticas e Bioquímica <strong>da</strong> Uníversi<strong>da</strong>de Paranaense<br />

Cad. Pesq., São Luís, v. 14, n. 2, p.51-63, jul./dez. 2003 51


the creatine suppl<strong>em</strong>entation side effects on plasma concentrations of<br />

glucose, serum proteins, total cholesterol and triacylglycerols. Mice were<br />

divided into two groups (n = 5 per group) and treated with creatine (CRE<br />

group) or water (CTR group), for a seven weeks period. During it, mice<br />

were exercised by swimming for 45 minutes, three times a week. Creatine<br />

suppl<strong>em</strong>entation increased the serum levels oftotal cholesterol in 35,5%<br />

over the control (CTR: 90,90 ± 8,00 mg/dl; CRE: 123,25 ± 2,27 mgldl) p<br />

= 0,0067. ln other hand, the CRE group showed a little decrease at glucose<br />

serum concentration (134,55 ± 5,98 mg/dl) when <strong>com</strong>pared to CTR<br />

(163,00 ± 16,81 mgldI). Serum proteins and triacylglycerols levels did<br />

not differ between the groups. Thus, our <strong>da</strong>ta suggest that creatine<br />

suppl<strong>em</strong>entation could modify the lipidic and glycidic metabolic patt<strong>em</strong>s.<br />

Keywords:<br />

creatine; swimming; mouse; clinical ch<strong>em</strong>istry evaluation.<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

o uso de supl<strong>em</strong>entos<br />

ergogênicos visando melhora <strong>da</strong><br />

performance esportiva t<strong>em</strong> se difundido<br />

entre atletas tanto profissionais<br />

quanto amadores. Há uma grande<br />

varie<strong>da</strong>de de supl<strong>em</strong>entos<br />

nutricionais à disposição e alguns<br />

deles são mais populares, podendo<br />

ser citados os carboidratos, as vitaminas,<br />

as proteínas e a <strong>creatina</strong><br />

(GARCIA lr, 2000, p.49).<br />

A explosão do uso <strong>da</strong> <strong>creatina</strong><br />

(Cr) <strong>com</strong>o supl<strong>em</strong>ento nutricional<br />

r<strong>em</strong>ete ao início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990,<br />

quando o ótimo des<strong>em</strong>penho de<br />

atletas britânicos nas Olimpía<strong>da</strong>s de<br />

Barcelona foi associado à<br />

supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr<br />

(WILLIAMS e BRANCH, 1998,<br />

p.235). Desde então, uma grande<br />

quanti<strong>da</strong>de de trabalhos t<strong>em</strong> procurado<br />

associar o uso de Cr ao aumento<br />

de performance tanto <strong>em</strong> exercícios<br />

de explosão quanto naqueles<br />

de condicionamento (SNOW et aI.,<br />

1998, p.1672; KELL Y e lENKINS,<br />

1998, p.l13; McKENNA et aI.,<br />

1999, p.843; KREIDERetal., 1999,<br />

p.36; STOUT et al., 2000, p.111;<br />

KERN et al., 2001, p.24).<br />

A Cr é sintetiza<strong>da</strong> nos rins, a<br />

partir dos aminoácidos glicina e<br />

arginina, numa reação catalisa<strong>da</strong><br />

pela enzima AGA T (argininaglicina<br />

amidino-transferase), <strong>com</strong><br />

formação de guanidinoacetato, o<br />

qual é transferido, via corrente sanguínea,<br />

ao figado. No fígado, um<br />

grupamento metil <strong>da</strong> metionina é<br />

doado ao guanidinoacetato, por<br />

ação de outra enzima, a GAMT<br />

(S-adenosilmetionina<br />

52 Cad. Pesq., São Luís, V. 14, n. 2, p.51-63,jul./dez. 2003


guanidinoacetato N-<br />

meti ltransferase) , formando a Cr<br />

(WYSS e KADDURAH-DAOUK,<br />

2000, p.llll). A Cr é transporta<strong>da</strong>,<br />

via sangue, até os locais de armazenamento<br />

e utilização. O transporte<br />

para o interior dos tecidos é<br />

mediado por um transportador dependente<br />

de sódio e c1oreto - CreaT<br />

(GUERRERO-ONTIVEROS apud<br />

PERSKY e BRAZEAU, 2001,<br />

p.163).<br />

A Cr está envolvi<strong>da</strong> na produção<br />

de ATP através do sist<strong>em</strong>a<br />

energético <strong>da</strong> fosfo<strong>creatina</strong> (PCr).<br />

Neste sist<strong>em</strong>a, a Cr e a PCr estão<br />

envolvi<strong>da</strong>s<br />

na<br />

<strong>com</strong>partirnentalização do ATP entre<br />

a m<strong>em</strong>brana interna <strong>da</strong><br />

mitocôndria e o citosoI. Na reação<br />

reversível catalisa<strong>da</strong> pela <strong>creatina</strong><br />

quinase (CK), Cr e ATP formam<br />

PCr e adenosina difosfato (ADP).<br />

Durante períodos de baixo pH a reação<br />

favorece a produção de ATP.<br />

Contrariamente, <strong>em</strong> períodos de<br />

recuperação, quando o ATP está<br />

sendo regenerado aerobicamente, a<br />

reação se faz no sentido do aumento<br />

dos níveis de PCr<br />

(GREENHAFF, 1997, p.613).<br />

Vários autores d<strong>em</strong>onstraram<br />

que estímulos realizados por<br />

catecolarninas, fator de crescimento<br />

insulina-símile (IGF -1), insulina<br />

e exercício pod<strong>em</strong> influenciar a captação<br />

de Cr pelo músculo<br />

esquelético (HARRlS et al., 1992,<br />

p.372; ODOOM et al., 1996,p.185;<br />

ROBINSON et al., 1999, p.601).<br />

Estes autores hipotetizaram que o<br />

aumento <strong>da</strong> captação de Cr resultaria<br />

tanto do aumento do fluxo sanguíneo<br />

local, quanto de mu<strong>da</strong>nças<br />

na cinética do transporte. Thorell<br />

(1999, p.E738), discute a possibili<strong>da</strong>de<br />

do exercício aumentar a<br />

translocação do CreaT para a m<strong>em</strong>brana<br />

muscular de maneira similar<br />

àquela vista entre o exercício e a<br />

translocação de GLUT-4.<br />

Embora a maioria dos estudos<br />

<strong>com</strong> Cr tenham sido realizados <strong>com</strong><br />

indivíduos saudáveis, evidências<br />

recentes indicam que a mesma pode<br />

ser útil no tratamento de determina<strong>da</strong>s<br />

doenças. Pacientes <strong>com</strong> doenças<br />

que result<strong>em</strong> <strong>em</strong> atrofia ou<br />

fadiga musculares decorrentes de<br />

inabili<strong>da</strong>de na produção energética<br />

pod<strong>em</strong> ser beneficiados pela<br />

supl<strong>em</strong>etação <strong>com</strong> Cr. Em artigo de<br />

revisão recente, Persky e Brazeau<br />

(2001, p.170) citam relatos de resultados<br />

benéficos <strong>da</strong> Cr <strong>em</strong> pacientes<br />

<strong>com</strong> doença de Parkinson,<br />

doença de Huntington, distrofia<br />

muscular de Duchenne, insuficiência<br />

cardíaca congestiva, entre outras.<br />

Cad. Pesq., São Luís, v. 14, n. 2, p.51-63, jul./dez. 2003 53


Os <strong>efeitos</strong> adversos <strong>da</strong><br />

supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr têm sido<br />

negligenciados na maioria dos trabalhos.<br />

Embora haja relatos na literatura<br />

científica, a maioria <strong>da</strong>s<br />

adversi<strong>da</strong>des descritas <strong>com</strong>o decorrentes<br />

do uso de Cr baseia-se <strong>em</strong><br />

observações <strong>em</strong>píricas e não<br />

metodiza<strong>da</strong>s. A Association 01<br />

Professional Team Physicians t<strong>em</strong><br />

re<strong>com</strong>en<strong>da</strong>do cautela no uso de Cr<br />

pelo risco de desidratação, redução<br />

do volume sanguíneo e desbalanço<br />

eletrolítico que poderiam ocorrer<br />

(BARRETE apud GRAHAM e<br />

HATTON, 1999, p.80S). A Cr é<br />

conheci<strong>da</strong> por ser osmoticamente<br />

ativa, de forma que níveis<br />

intracelulares aumentados poderiam<br />

causar redistribuição <strong>da</strong> água<br />

corporal a partir dos fluidos<br />

extracelulares e <strong>da</strong> circulação geral<br />

para o interior <strong>da</strong>s células musculares<br />

(GRAHAM e HATTON,<br />

1999, p.80S). Havia-se cogitado a<br />

possibili<strong>da</strong>de do aumento de peso<br />

observado <strong>em</strong> indivíduos <strong>em</strong> uso de<br />

Cr ser decorrente de um aumento<br />

na taxa de síntese de proteínas<br />

contráteis (MUnKA e PADILLA<br />

apud GRAHAM e HATTON,<br />

1999, p.806). Entretanto, atualmente,<br />

a maioria dos pesquisadores concor<strong>da</strong><br />

que este aumento decorre realmente<br />

<strong>da</strong> retenção de líquidos<br />

(GRAHAM e HATTON, 1999,<br />

p.806).<br />

A Cr e PCr são metabolicamente<br />

degra<strong>da</strong>s a creatinina<br />

(Cm), a qual é excreta<strong>da</strong> por filtração<br />

glomerular. A supl<strong>em</strong>entação<br />

<strong>com</strong> Cr aumentou as concentrações<br />

de Cr, Cm e urato <strong>em</strong> amostras de<br />

urina coleta<strong>da</strong>s durante 24 horas<br />

(VANDENBERGHE et al., 1997,<br />

p.2060). Kamber et al. (1999,<br />

p.1768) observaram aumento <strong>da</strong><br />

concentração sérica de Cm <strong>em</strong> voluntários<br />

tratados. Contudo, a literatura<br />

é carente <strong>em</strong> <strong>da</strong>dos que avali<strong>em</strong><br />

os <strong>efeitos</strong> <strong>da</strong> supl<strong>em</strong>entação<br />

<strong>com</strong> Cr sobre outros parâmetros<br />

bioquímicos.<br />

Sendo assim, o objetivo do<br />

presente trabalho foi contribuir para<br />

a avaliação dos <strong>efeitos</strong> <strong>da</strong><br />

supl<strong>em</strong>entação dietética <strong>com</strong><br />

<strong>creatina</strong> sobre as concentrações<br />

plasmáticas de glicose, proteínas<br />

totais, colesterol total e<br />

triacilgliceróis de camundongos tratados<br />

e exercitados por um período<br />

de sete s<strong>em</strong>anas.<br />

2 MATERIAIS E MÉTODOS<br />

2.1 Animais<br />

Foram utilizados camundongos<br />

machos, <strong>da</strong> espécie Mus<br />

musculus varo Swiss (62 ± 2 dias;<br />

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43,28 ± 0,69 g), provenientes do<br />

Biotério Central <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

Paranaense - UNIP AR. Os animais<br />

foram levados para o Biotério<br />

Setorial do Laboratório de Ensino<br />

e Pesquisa <strong>em</strong> Farmacologia, <strong>da</strong><br />

mesma Instituição, três dias antes<br />

do início dos experimentos, para<br />

ambientação. Durante todo o período<br />

de experimentação os animais<br />

foram mantidos sob ciclo claro-escuro<br />

de 12 h, t<strong>em</strong>peratura de 23 ± 2<br />

°C e água e ração ad libitum.<br />

2.2 Tratamento dos animais<br />

Os animais foram divididos<br />

<strong>em</strong> dois grupos de 05 (cinco) animais<br />

ca<strong>da</strong>. O primeiro foi denominado<br />

grupo <strong>creatina</strong> (CRE) e o segundo,<br />

grupo controle (CTR). Os<br />

animais foram a<strong>com</strong>panhados durante<br />

um período de 07 (sete) s<strong>em</strong>anas.<br />

Os animais do grupo CTR<br />

receberam água durante todo o período.<br />

O grupo CRE foi tratado <strong>com</strong><br />

uma solução de monoidrato de<br />

<strong>creatina</strong> (probiótica Produtos Naturais<br />

Lt<strong>da</strong> - São Paulo/SP), segundo<br />

o seguinte protocolo de administração:<br />

Período [sol. Cr] VoL Cr<br />

ingcridJdia ingcrid.ldia<br />

I 5° dias 10<br />

+ ô ml -60mg<br />

rng/ml<br />

6 - 56° 2,5 -9 ml - 22,5 mg<br />

dias rng/ml<br />

(PERSKY e BRAZEAU,<br />

2.3 Protocolo de exercício<br />

(natação)<br />

2001, p.167)<br />

Os animais dos grupos CRE e<br />

CTR foram submetidos ao exercício<br />

físico regular por natação <strong>em</strong><br />

aquários (5 camundongos/ aquário)<br />

de dimensões adequa<strong>da</strong>s (40 x 30 x<br />

20 <strong>em</strong>) e t<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> água<br />

manti<strong>da</strong> <strong>em</strong> 34 ± 2°C. Os animais<br />

foram submetidos a um período de<br />

a<strong>da</strong>ptação ao exercício de natação<br />

por uma s<strong>em</strong>ana. Inicialmente , o<br />

t<strong>em</strong>po de natação foi de 15 minutos,<br />

sendo aumentado <strong>em</strong> 5 minutos<br />

diariamente até que estivess<strong>em</strong><br />

aptos a na<strong>da</strong>r por 45 minutos<br />

ininterruptos. Após a<strong>da</strong>ptação, os<br />

animais foram tratados conforme<br />

descrição anterior e exercitados três<br />

vezes por s<strong>em</strong>ana, <strong>em</strong> dias alternados,<br />

por sete s<strong>em</strong>anas. Pesos iguais<br />

a 5% <strong>da</strong> média do peso corporal dos<br />

animais foram a<strong>da</strong>ptados às cau<strong>da</strong>s<br />

dos mesmos <strong>com</strong> o intuito de induzir<br />

nado contínuo de baixa intensi<strong>da</strong>de<br />

e reduzir o desenvolvimento<br />

de a<strong>da</strong>ptações <strong>com</strong>o a capaci<strong>da</strong>de<br />

de boiar. Este protocolo é uma<br />

a<strong>da</strong>ptação de descrições feitas por<br />

Cad. Pesq., São Luís, v. 14, n. 2, p.51-63, jul.ldez. 2003 55


KA WANAKA et al., 1998, p.1852<br />

e NAKAO et aI., 2000, p.650).<br />

2.4 Coleta de amostras e<br />

dosagens bioquímicas<br />

Ao [mal do período de tratamento,<br />

os animais foram<br />

anestesiados <strong>com</strong> tiopental sódico<br />

(40 mg/kg), laparotomizados e realiza<strong>da</strong>s<br />

punções <strong>da</strong> artéria aorta para<br />

coleta de amostras de sangue. As<br />

amostras foram imediatamente coloca<strong>da</strong>s<br />

a coagular <strong>em</strong> banho-maria<br />

(37°C) e centrifuga<strong>da</strong>s para obtenção<br />

do soro. Amostras do soro de<br />

ca<strong>da</strong> animal foram utiliza<strong>da</strong>s para<br />

dosagens colorimétricas, utilizando-se<br />

quites <strong>com</strong>erciais (LABTEST<br />

Diagnóstica S.A - Lagoa Santa/<br />

MG), para determinação <strong>da</strong>s concentrações<br />

de glicose (Cat.34), proteínas<br />

totais (Cat.18), colesterol total<br />

(Cat.60) e triacilgliceróis<br />

(Cat.23).<br />

2.5 Análise estatística dos<br />

resultados<br />

Os resultados foram expressos<br />

<strong>com</strong>o média ± erro padrão <strong>da</strong> média<br />

(epm) e analisados estatisticamente<br />

pelo Teste t de Student, <strong>em</strong><br />

análise paramétrica, para um nível<br />

de significância de 5% (p :o:; 0,05).<br />

Todos os procedimentos estatísticos<br />

foram realizados utilizando-se o<br />

softw are SigmaStat 2.0 (Jandel<br />

Corporation, EUA).<br />

3 RESULTADOS<br />

A supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr não<br />

interferiu na evolução ponderal dos<br />

animais. No início do tratamento, o<br />

grupo CTR (40,58 ± 0,47g) apresentava<br />

peso inferior ao grupo CRE<br />

(43,17 ± 1,42g). Esta diferença<br />

manteve-se até o final do tratamento,<br />

quando os grupos CTR e CRE<br />

apresentavam pesos de 43,25 ±<br />

0,43g e 47,25 ± 1,99g, respectivamente.<br />

As amostras de sangue coleta<strong>da</strong>s<br />

mostraram-se apropria<strong>da</strong>s para<br />

os procedimentos estabelecidos. As<br />

concentrações plasmáticas de<br />

glicose não diferiram entre os grupos<br />

(CTR: 163,90 ± 16,81 mg/dl e<br />

CRE: 134,55 ± 5,98 mg/dl), entretanto,<br />

há tendência de redução <strong>da</strong><br />

glic<strong>em</strong>iano grupo CTR (Figura 1).<br />

A concentração <strong>da</strong>s proteínas<br />

plasmáticas totais também não foi<br />

altera<strong>da</strong> pelo tratamento (CTR: 5,40<br />

± 0,23 g/dl e CRE 5,37 ± 0,05 g/<br />

dl). Diferenças significativas foram<br />

observa<strong>da</strong>s na concentração<br />

plasmática de colesterol total dos<br />

animais. O tratamento <strong>com</strong> Cr aumentou<br />

<strong>em</strong> 35,6% a concentração<br />

de colesterol total do grupo CRE<br />

(123,25 ± 2,27 mg/dl) <strong>em</strong> relação<br />

56 Cad. Pesq., São Luís, v. 14, n. 2, p.5J-63,jul./dez. 2003


ao grupo CTR (90,90 ± 8,00 mg/<br />

dl), p = 0,0067. Esta alteração não<br />

foi observa<strong>da</strong> na concentração<br />

plasmática de triacilgliceróis (CTR:<br />

93,57 ± 12,45 mg/dl e CRE: 89,62<br />

± 4,16 mg/dl) (Figura 2).<br />

As determinações bioquímicas<br />

foram <strong>com</strong>para<strong>da</strong>s a valores de referência<br />

determinados por Mitruka<br />

e Rawnsleyh (1977, p.64) e laudos<br />

do Centro de Bioterismo <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de<br />

de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

de São Paulo (USP) (2000), conforme<br />

tabela abaixo.<br />

Parârnctro Mitruka & FM/USP<br />

Rawnsleyh<br />

Glicose (mg/dl) 62,8- 176,0 33,0- 49,0<br />

Proteínas totais 4,7- 8, I 5,8-6,1<br />

(g/dl)<br />

Colesterol total 26,0-82,4 89-94<br />

(rng/dl)<br />

Triacilgliceróis 93,0-<br />

(mg/dl) 116,0<br />

200<br />

:a<br />

'õb 150<br />

5..<br />

...:<br />

5Ê100<br />

Ul<br />

U<br />

~ 50<br />

o<br />

_CIR<br />

CJCRE<br />

Fig.l: Concentração plasmática de glicose<br />

<strong>em</strong> camundongos tratados (CRE) ou não<br />

(CTR) <strong>com</strong> <strong>creatina</strong> e submetidos a exercício<br />

aeróbico regular por natação durante<br />

7 s<strong>em</strong>anas. As barras verticais representam<br />

média ± epm, n = 05.<br />

_CIR<br />

c:::::JCRE<br />

Fig. 2: Concentração plasmática de<br />

colesterol total (COL) e triacilgliceróis<br />

(TRG) <strong>em</strong> camundongos tratados (CRE)<br />

ou não (CTR) <strong>com</strong> <strong>creatina</strong> e submetidos<br />

a exercício aeróbico regular por natação<br />

durante 7 s<strong>em</strong>anas. As barras verticais representam<br />

média ± epm, n = 05. *p =<br />

0,0067 (Teste t de Student)<br />

4 DISCUSSÃO<br />

Com a ' crescente<br />

<strong>com</strong>ercialização no mundo dos esportes,<br />

o aumento <strong>da</strong> performance<br />

muscular, por quaisquer meios, t<strong>em</strong><br />

se tomado a meta principal de pesquisas<br />

tanto biológicas quanto<br />

tecnológicas. A eficácia do uso de<br />

carboidratos é universalmente aceita.<br />

Por outro lado, estimulantes do<br />

crescimento muscular, <strong>com</strong>o os<br />

androgênios, têm sido banidos <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong>s altas concentrações não<br />

fisiológicas requeri <strong>da</strong>s para efeito<br />

desses hormônios. Nos últimos<br />

anos, a supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr<br />

<strong>com</strong>o um auxílio ergogênico t<strong>em</strong> se<br />

expandido surpreendent<strong>em</strong>ente.<br />

Cad. Pesq., São Luís, v. 14, n. 2, p.51-63, jul./dez. 2003 57


Apesar <strong>da</strong> atual populari<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr, é necessário<br />

que se tenha <strong>em</strong> mente o fato de<br />

que o pequeno número de relatos<br />

sobre investigações bioquímicas<br />

apropria<strong>da</strong>s dos seus <strong>efeitos</strong> adversos<br />

potenciais e toxici<strong>da</strong>de tomam<br />

necessário o aumento de pesquisas<br />

e avaliações neste contexto.<br />

Eamest et alo(1996, p.116), <strong>em</strong><br />

trabalho realizado <strong>em</strong> indivíduos<br />

<strong>com</strong> hipertriglicirid<strong>em</strong>ia e<br />

hipercolesterol<strong>em</strong>ia leves, mostraram<br />

que a supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr<br />

reduzia as concentrações<br />

plasmáticas de colesterol total,<br />

triacilgliceróis e VLDL. Analisando<br />

os <strong>efeitos</strong> <strong>da</strong> supl<strong>em</strong>entação por<br />

12 s<strong>em</strong>anas, Volek et al (2000,<br />

p.153) não observaram alterações<br />

nos níveis séricos de colesterol total,<br />

HDL-colesterol, LDLcolesterol<br />

e triacilgliceróis. Em nosso<br />

trabalho, a administração de Cr,<br />

por um período de sete s<strong>em</strong>anas,<br />

aumentou <strong>em</strong> 35,6% a concentração<br />

plasmática de colesterol total e<br />

não alterou a de triacilgliceróis, <strong>em</strong><br />

camundongos. Nestes animais, observou-se<br />

que os níveis séricos de<br />

colesterol total, tanto no grupo CTR<br />

quanto no grupo CRE, estavam elevados<br />

quando <strong>com</strong>parados a valores<br />

de referência indicados por<br />

Mitruka e Rawnsleyh (1977, p.64).<br />

A triglicerid<strong>em</strong>ia parece normal. A<br />

hipercolesterol<strong>em</strong>ia observa<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

ambos os grupos experimentais dificulta<br />

a proposição de uma<br />

assertiva que esclareça o fato <strong>da</strong> elevação<br />

dos níveis de colesterol total<br />

no grupo CRE ser decorrente <strong>da</strong><br />

supl<strong>em</strong>entação ou, talvez, do teor<br />

lipídico <strong>da</strong> ração ofereci<strong>da</strong> aos animais.<br />

Além disso, há uma carência<br />

de evidências que mostr<strong>em</strong> correlação<br />

ou inter-relação entre as vias<br />

metabólicas dos lipídios e <strong>da</strong><br />

<strong>creatina</strong>.<br />

A regulação do metabolismo<br />

protéico por um agente osmótico<br />

<strong>com</strong>o a Cr é amparado por estudos<br />

que avaliam os <strong>efeitos</strong> do ed<strong>em</strong>a<br />

celular na síntese protéica. Quando<br />

a Cr acumula-se na célula ocorre<br />

redistribuição dos líquidos<br />

extracelulares e aumento <strong>da</strong><br />

hidratação celular (ZIEGENFUSS<br />

et al., 1998). A hiper-hidratação<br />

poderia atuar <strong>com</strong>o um sinal<br />

anabólico de estímulo <strong>da</strong> síntese<br />

protéica (Haussinger et al. apud<br />

PERSKY e BRAZEAU, 2001,<br />

p.173). Em análise indireta, nosso<br />

trabalho diverge destes, uma vez<br />

que, sugere que a supl<strong>em</strong>entação<br />

<strong>com</strong> Cr não altera a concentração<br />

total <strong>da</strong>s proteínas plasmáticas do<br />

grupo CRE quando <strong>com</strong>parado ao<br />

CTR. Entretanto, esta teoria segun-<br />

58 Cad. Pesq., São Luís, v. J 4, n. 2, p.5 J -63, jul./dez. 2003


do a qual, a hidratação induzi<strong>da</strong> por<br />

Cr afetaria a síntese protéica é, ain<strong>da</strong>,<br />

controversa, visto que, não fora<br />

investiga<strong>da</strong> diretamente.<br />

A supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong><br />

carboidratos, imediatamente após o<br />

exercício, aumenta a síntese de<br />

glicogênio e abrevia o t<strong>em</strong>po de recuperação<br />

muscular<br />

(TARNOPOLSKY et al., 1997,<br />

p.1881; ROYe TARNOPOLSKY,<br />

1998, p.893). A literatura discute<br />

amplamente o fato de que o exercício<br />

físico aumenta a sensibili<strong>da</strong>de<br />

periférica à insulina e a translocação<br />

de transportadores GLUT - 4 no<br />

músculo esquelético, o que aumentaria<br />

a capaci<strong>da</strong>de de captação<br />

tecidual de glicose e<br />

restabelecimento dos estoques<br />

energéticos. O exercício também<br />

t<strong>em</strong> mostrado <strong>efeitos</strong> estimulatórios<br />

sobre a captação de Cr (THORELL<br />

et al., 1999, p.E738). Há indícios<br />

<strong>da</strong> participação <strong>da</strong> Cr e PCr no controle<br />

do metabolismo energético. A<br />

redução <strong>da</strong> Cr tecidual pode induzir<br />

mecanismos a<strong>da</strong>ptativos <strong>com</strong><br />

aumento de enzimas oxi<strong>da</strong>ti vas<br />

<strong>com</strong>o <strong>creatina</strong> quinase<br />

mitocondrial,<br />

succinato<br />

desidrogenase e citrato sintase<br />

(REN et al., 1993, p.CI49;<br />

O'GORMAN et al., 1996, p.167).<br />

A PCr e fosfatos inorgânicos (Pi)<br />

também pod<strong>em</strong> regular processos<br />

energéticos por inibição <strong>da</strong>s<br />

enzimas glicogênio fosforilase a,<br />

fosfofrutoquinase, piruvato quinas e<br />

e lactato desidrogenase (WYSS e<br />

KADDURAH-DAOUK, 2000,<br />

p.1118). Sendo assim, é possível<br />

que a supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> Cr tenha<br />

efeito sinérgico <strong>com</strong> o exercício físico<br />

na estimulação <strong>da</strong> captação<br />

tecidual de glicose. Em nosso trabalho,<br />

os animais dos grupos CTR<br />

e CRE foram sacrificados cerca de<br />

2 horas após a última sessão de natação,<br />

período no qual tiveram livre<br />

acesso a água e ração. Embora<br />

os valores de glic<strong>em</strong>ia não difiram<br />

entre os grupos, são sugestivos de<br />

que os animais do grupo CRE tenham,<br />

talvez, uma maior habili<strong>da</strong>de<br />

<strong>em</strong> captar glicose a partir <strong>da</strong> corrente<br />

sanguínea que os animais do<br />

grupo CTR.<br />

No entanto, são necessários<br />

cui<strong>da</strong>dos quando se faz<strong>em</strong> correlações<br />

entre resultados obtidos <strong>em</strong><br />

experimentações <strong>com</strong> animais e<br />

humanos, <strong>em</strong> relação à Cr. Persky<br />

e Brazeau (2001, p.169) chamam<br />

atenção para o fato de que os roedores<br />

têm níveis sanguíneos de Cr<br />

muito maiores que os humanos e<br />

não respond<strong>em</strong> à supl<strong>em</strong>entação <strong>da</strong><br />

mesma forma. Citam trabalho realizado<br />

por Hom et al., segundo o<br />

Cad. Pesq .. São Luís. v. 14. n. 2. p.51-63. jul./dez. 2003 59


qual, ratos alimentados <strong>com</strong> uma<br />

dieta supl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong> <strong>com</strong> Cr (3%),<br />

por 40 dias, mostraram pouco aumento<br />

nos níveis totais de Cr muscular<br />

e grande aumento nos níveis<br />

hepáticos e renais. Portanto, o processo<br />

de distribuição <strong>em</strong> roedores<br />

pode diferir <strong>da</strong>quele observado <strong>em</strong><br />

humanos e causar diferenças na<br />

aplicabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Cr.<br />

5 CONCLUSÃO<br />

Vistos de forma integra<strong>da</strong>, nossos<br />

resultados são sugestivos de que<br />

a supl<strong>em</strong>entação <strong>com</strong> monoidrato<br />

de <strong>creatina</strong> possa alterar o metabolismo<br />

lipídico e glicídico. Entretanto,<br />

são necessárias análises mais<br />

específicas que permitam ratificar<br />

estas indicações.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Os autores agradec<strong>em</strong> à Universi<strong>da</strong>de<br />

Paranaense - UNIP AR,<br />

através <strong>da</strong> Direção do Instituto de<br />

Ciências Farmacêuticas e Bioquímica<br />

e <strong>da</strong> Coordenação do Curso<br />

de Educação Física, pela<br />

disponibilização <strong>da</strong> infra-estrutura<br />

do Laboratório de Ensino e Pesquisa<br />

<strong>em</strong> Farmacologia e pelo financiamento<br />

desta pesquisa.<br />

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