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96<br />A aula em si funciona o que não funciona é o formato que tem sido exigido<br />pelo departamento. Ef6<br />O docente habita esse mundo e aos poucos adapta-se aos processos de<br />trabalho. As discussões permitem aos docentes refletirem sobre suas experiências,<br />“sobre o que ainda não foi refletido em seu mundo vivido”. É um movimento difícil,<br />pois necessita um recorte no conhecimento repercutindo na prática cotidiana<br />(GARANHANI; VALLE, 2010).<br />A ausência de discussões pedagógicas é considerada uma das influências<br />negativas para a interação entre professores e disciplinas do curso. É notória a<br />importância de trabalhar mais em grupo, em estudar e discutir sobre os aspectos<br />pedagógicos do curso e da prática. No entanto, a organização e adesão dos sujeitos<br />a essa nova prática parece ser uma dificuldade de uma cultura interna do professor<br />habituado a uma prática individualizada, associada à falta de estímulo para<br />comprometer-se com a proposta.<br />As narrativas a seguir expressam algumas dificuldades metodológicas<br />secundárias à organização interna do Curso,<br />[...] a gente tem evoluído por causa dessa permanência do professor na<br />disciplina. Isso não ocorria antes, principalmente com os professores<br />colaboradores, cada ano estava numa disciplina diferente e isso prejudicava<br />bastante. C5<br />[...] o aluno cobra que a gente esteja sabendo tudo, mas nós não sabemos<br />tudo. Ai, eu fico impaciente e quero fazer, só que eu não faço bem feito.<br />Isso é uma falha minha. Talvez eu nem tivesse que fazer! Ai, colocam que<br />ousadia é importante, mas não, eu estou querendo “apagar o fogo”! [...] vem<br />a instituição e diz que não, que você tem que fazer. Ef6<br />Se todo ano nós ficássemos numa mesma disciplina seria melhor para o<br />crescimento e amadurecimento, para desenvolver melhor as aulas. Todos<br />os anos, semestralmente, a gente troca de disciplina então tem que<br />começar do zero, estudar uma disciplina inteira para preparar uma boa aula.<br />C1<br />Talvez uma questão pessoal, talvez por essa situação de imaturidade por<br />não conseguir perceber que aquilo que você investe tem retorno. Ef4<br />Atendendo a uma lógica de flexibilização no trabalho e interesses<br />econômicos da instituição de ensino, a contratação de professores temporários ou

97<br />colaboradores visa o atendimento a demanda de necessidades da instituição o que<br />promove uma sobrecarga de horas. São profissionais considerados multiuso que,<br />devido a sua função dentro do sistema, percebem as dificuldades de adequação<br />metodológica e de execução de suas tarefas, gerando um comprometimento na<br />qualidade do processo de ensino (VIEIRA; MACIEL, 2011).<br />Para Pimenta e Anastasiou (2010) este tipo de contratação reforça a visão<br />do senso comum de que ensinar restringe-se a transmitir conteúdos. Desse modo, o<br />profissional não se sente vinculado às propostas do curso, nem estimulado a<br />comprometer-se e a refletir juntamente nas discussões do colegiado e trabalhar em<br />equipe.<br />Esta organização do trabalho desvincula o docente de um envolvimento com<br />e para o projeto pedagógico institucional, descomprometendo a instituição, de<br />processos promover processos de profissionalização continuada destes professores<br />(PIMENTA; ANASTASIOU, 2010).<br />A qualidade no ensino e do rendimento docente também parece estar<br />interligada aos conteúdos e forma de distribuição dos docentes nas disciplinas.<br />Relatam que, o rodízio de disciplinas não permite o aprofundamento e apropriação<br />teórica e prática do docente sobre o tema que, muitas vezes não é de domínio de<br />sua titulação. Os professores colaboradores, que assumem, muitas vezes mais de<br />uma disciplina, descrevem um sentimento de impotência diante do sistema<br />percebendo o comprometimento com o ensino e o desgaste psicológico e emocional<br />oriundo da sobrecarga de trabalho.<br />6.2.1.2 Influência do Projeto Pedagógico e Plano de Ensino<br />seguintes,<br />Em relação ao PP do Curso de Enfermagem, as opiniões foram as<br />[...] eu conheço o PP e não te digo isso com orgulho não. Eu participei de<br />todas as mudanças curriculares e em termos de PP eu não vi evolução. A<br />gente mudou matriz curricular, abriu novas disciplinas, desmembrou uma<br />coisa aqui, juntou uma coisa ali, mudou carga horária, mas em termos de<br />projeto mesmo, eu não percebi evolução. Ef4

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colaboradores visa o atendimento a demanda de necessidades da instituição o que<<strong>br</strong> />

promove uma so<strong>br</strong>ecarga de horas. São profissionais considerados multiuso que,<<strong>br</strong> />

devido a sua função dentro do sistema, percebem as dificuldades de adequação<<strong>br</strong> />

metodológica e de execução de suas tarefas, gerando um comprometimento na<<strong>br</strong> />

qualidade do processo de ensino (VIEIRA; MACIEL, 2011).<<strong>br</strong> />

Para Pimenta e Anastasiou (2010) este tipo de contratação reforça a visão<<strong>br</strong> />

do senso comum de que ensinar restringe-se a transmitir conteúdos. Desse modo, o<<strong>br</strong> />

profissional não se sente vinculado às propostas do curso, nem estimulado a<<strong>br</strong> />

comprometer-se e a refletir juntamente nas discussões do colegiado e trabalhar em<<strong>br</strong> />

equipe.<<strong>br</strong> />

Esta organização do trabalho desvincula o docente de um envolvimento com<<strong>br</strong> />

e para o projeto pedagógico institucional, descomprometendo a instituição, de<<strong>br</strong> />

processos promover processos de profissionalização continuada destes professores<<strong>br</strong> />

(PIMENTA; ANASTASIOU, 2010).<<strong>br</strong> />

A qualidade no ensino e do rendimento docente também parece estar<<strong>br</strong> />

interligada aos conteúdos e forma de distribuição dos docentes nas disciplinas.<<strong>br</strong> />

Relatam que, o rodízio de disciplinas não permite o aprofundamento e apropriação<<strong>br</strong> />

teórica e prática do docente so<strong>br</strong>e o tema que, muitas vezes não é de domínio de<<strong>br</strong> />

sua titulação. Os professores colaboradores, que assumem, muitas vezes mais de<<strong>br</strong> />

uma disciplina, descrevem um sentimento de impotência diante do sistema<<strong>br</strong> />

percebendo o comprometimento com o ensino e o desgaste psicológico e emocional<<strong>br</strong> />

oriundo da so<strong>br</strong>ecarga de trabalho.<<strong>br</strong> />

6.2.1.2 Influência do Projeto Pedagógico e Plano de Ensino<<strong>br</strong> />

seguintes,<<strong>br</strong> />

Em relação ao PP do Curso de Enfermagem, as opiniões foram as<<strong>br</strong> />

[...] eu conheço o PP e não te digo isso com orgulho não. Eu participei de<<strong>br</strong> />

todas as mudanças curriculares e em termos de PP eu não vi evolução. A<<strong>br</strong> />

gente mudou matriz curricular, a<strong>br</strong>iu novas disciplinas, desmem<strong>br</strong>ou uma<<strong>br</strong> />

coisa aqui, juntou uma coisa ali, mudou carga horária, mas em termos de<<strong>br</strong> />

projeto mesmo, eu não percebi evolução. Ef4

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