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48<br />aumento do número de vagas no ensino superior nas instituições privadas. Fonseca<br />(2010) aprofunda a discussão ao abordar como os professores também são<br />influenciados por tais medidas quando a estratégia do Banco Mundial visa a<br />concentração dos investimentos em insumos educacionais como bibliotecas,<br />materiais didáticos e recursos tecnológicos caracterizados como determinantes para<br />o desempenho escolar em países de baixa e média renda.<br />No entanto, a autora relata ainda, que o docente, por ser caracterizado como<br />mais um dos componentes de insumo da educação acaba tornando-se um meio de<br />redução dos custos devido a uma maior valorização tecnológica vivenciada pela<br />sociedade. Esse fato é visível a partir de um estudo político elaborado pelo Bird em<br />1980 10 que reconhece que a qualificação dos professores contribui nos resultados<br />escolares, mas nega sua importância como prioridade na sua formação sendo<br />valorizado o aprimoramento em técnicas e métodos de ensino.<br />Nesse sentido, cabe refletir na importância do docente como um dos pilares<br />da formação e não apenas como insumo, mas como educador. As influências<br />políticas e econômicas marcantes na evolução da educação brasileira não deveriam<br />ser determinantes da ideologia educacional. Esta sim, deve ser polemizada e<br />refletida atualmente como uma política independente do provimento dos órgãos<br />burocráticos (FONSECA, 2010).<br />Em todos os textos estudados referentes à evolução do ensino superior são<br />destacadas algumas mudanças e supostos desafios estruturais e administrativos a<br />serem superados. No entanto, tais eventos tornam-se incongruentes quando não<br />são adotadas medidas de atenção e valorização do profissional responsável pela<br />formação nos novos moldes apresentados - o docente. Este, sim, constitui um dos<br />principais desafios para o sucesso das políticas educacionais propostas.<br />Nóbrega -Therrien et al (2010) ressaltam que a formação de um indivíduo<br />crítico e reflexivo é um desafio contemporâneo educacional. Para isso faz-se<br />necessário a mobilização do conhecimento que, segundo Veiga (2010, p.23) ocorre<br />quando, se propiciam espaços para desenvolvê-lo, “estimulando a crítica aos<br />conteúdos, utilizando-se técnicas e métodos de ensino e pesquisa que valorizem as<br />relações solidárias e democráticas” gerando, assim oportunidades de relacionar o<br />10 BIRD. Education, politique sectorielle. Washington: Bird, 1980.
49<br />conhecimento e a educação com a realidade profissional, política, econômica e<br />social.<br />Esse desafio pode ser entendido como a necessidade de transformar uma<br />prática positivista para atuar em um contexto com crescentes e complexas<br />aspirações sociais. Esse panorama demonstra como os profissionais vivenciam<br />constantemente contradições e reestruturações dos paradigmas de suas práticas<br />pedagógicas.<br />Nessa perspectiva, a formação configura-se como um desafio tanto para o<br />discente quanto para o docente, pois Nóbrega-Therrien e Therrien (2006, p. 286)<br />ressaltam que este precisa incorporar uma nova gestão de conteúdos e de classe,<br />assumindo a posição de pesquisador e ‘aprendente’.<br />Na formação crítica e reflexiva o educador vivencia-se em crise e seu saber<br />em constante transformação. A abordagem pedagógica por competências, segundo<br />Perrenoud (1999) apresenta-se como continuidade, por estar inserida no mundo e<br />necessitar adequar-se às mudanças e, ao mesmo tempo, um movimento de ruptura<br />com a concepção hegemônica tradicional.<br />Na abordagem por competências, ainda segundo o autor, a nova forma de<br />conceber o conhecimento é integrando-o através da interdisciplinaridade e da<br />contextualização de forma a favorecer a construção de conceitos e o entendimento.<br />Nesse sistema, o docente torna-se o facilitador da aprendizagem e os alunos<br />assumem o papel de agentes participativos na construção do conhecimento, assim,<br />pretende-se contribuir com a formação de profissionais éticos e críticos,<br />comprometidos com a construção da sociedade.<br />2.5 A PRÁTICA DOCENTE EM ENFERMAGEM<br />Todo o discurso da reforma universitária e a culminante instituição das<br />DCNENF em 2001 constituíram um marco no ensino da Enfermagem buscando<br />adequar os paradigmas educacionais, não apenas à realidade, mas também<br />incentivando os docentes, a superar paradigmas históricos da profissão socialmente<br />identificados. Contudo, é fundamental que essa construção ocorra paralelamente a<br />uma valorização da dialética constante entre os atores desse cenário.
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No entanto, a autora relata ainda, que o docente, por ser caracterizado como<<strong>br</strong> />
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sociedade. Esse fato é visível a partir de um estudo político elaborado pelo Bird em<<strong>br</strong> />
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escolares, mas nega sua importância como prioridade na sua formação sendo<<strong>br</strong> />
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Nesse sentido, cabe refletir na importância do docente como um dos pilares<<strong>br</strong> />
da formação e não apenas como insumo, mas como educador. As influências<<strong>br</strong> />
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crítico e reflexivo é um desafio contemporâneo educacional. Para isso faz-se<<strong>br</strong> />
necessário a mobilização do conhecimento que, segundo Veiga (2010, p.23) ocorre<<strong>br</strong> />
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