RENATA OPPITZ DE LIMA E CIRNE ORTIZ ... - Ppgenf.ufpr.br
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20<<strong>br</strong> />
1 INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />
“Aquele que se preocupa com os efeitos de sua<<strong>br</strong> />
ação modifica-a para melhor atingir seus objetivos”<<strong>br</strong> />
Philippe Perrenoud<<strong>br</strong> />
Historicamente, os aspectos sociais e econômicos determinam a dinâmica<<strong>br</strong> />
do mundo do trabalho e refletem os diferentes significados do mesmo de acordo<<strong>br</strong> />
com cada época. Com o processo de globalização houve uma intensificação das<<strong>br</strong> />
transformações nas formas de organização desse trabalho, ocasionando uma<<strong>br</strong> />
reestruturação não somente econômica, mas também, das relações humanas, pois<<strong>br</strong> />
tais mudanças permitiram maior acesso às informações e maior velocidade para<<strong>br</strong> />
obtenção da produção do trabalho devido a competição do mercado.<<strong>br</strong> />
Ianni (2007, p.21) contesta estes avanços ao refletir que o capitalismo<<strong>br</strong> />
influenciou, até certo ponto negativamente, na racionalidade da organização do<<strong>br</strong> />
mercado de trabalho e na “tecnificação das relações sociais”. Nesse sentido, o<<strong>br</strong> />
trabalho mais estruturado, não significou melhoria na comunicação e qualidade no<<strong>br</strong> />
relacionamento entre os trabalhadores, pois o importante era quanto um trabalhador<<strong>br</strong> />
pode produzir mais que o outro.<<strong>br</strong> />
Os processos de trabalho e produção precisaram reorganizar-se dando<<strong>br</strong> />
espaço a novos conceitos como o toyotismo 1 que substituiu o taylorismo 2 e o<<strong>br</strong> />
fordismo 3 . Esse modelo introduziu uma nova dinâmica no mercado de trabalho ao<<strong>br</strong> />
preconizar uma produção mais diversificada de acordo com a demanda, o que exige<<strong>br</strong> />
1 Toyotismo caracterizava-se pela produção heterogênea, vinculada ao fluxo de demanda, trabalho<<strong>br</strong> />
polivalente (os trabalhadores operam máquinas diferentes além da responsabilidade do controle da<<strong>br</strong> />
qualidade), trabalho em equipe com flexibilidade de funções e terceirização dos serviços<<strong>br</strong> />
(VALADARES;VIANA, 2005).<<strong>br</strong> />
2 Modelo de organização do trabalho promovido por Frederick W. Taylor (1856 -1915) objetivando<<strong>br</strong> />
aumentar a produtividade através de métodos e sistemas de racionalização baseados na disciplina e<<strong>br</strong> />
especialização do conhecimento operário, sob o comando de uma gerência, evidenciando uma nítida<<strong>br</strong> />
divisão do trabalho e, consequente fragmentação do mesmo (PIRES, 2000).<<strong>br</strong> />
3 Modelo de organização do trabalho promovido por Henry Ford (1863 -1947) que segue os princípios<<strong>br</strong> />
de Taylor da produção em massa, utilizando-se da forma semi-automatizada, onde o trabalho<<strong>br</strong> />
humano é fragmentado e simplificado, e o ritmo é definido pelas máquinas. Representou para os<<strong>br</strong> />
trabalhadores degradação das condições de trabalho em função das características opressivas,<<strong>br</strong> />
alienantes e desqualificadoras (PIRES, 2000).