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140<br />adequação do curso às DCNENF, em detrimento da definição da forma<br />metodológica como seriam trabalhados os novos paradigmas de perfil profissional<br />generalista, crítico, reflexivo, com competências para desenvolver atividades para<br />melhoria da saúde da coletividade, compreendendo o ser humano de forma integral.<br />A indefinição de um método de trabalho conjunto entre os professores e o<br />desconhecimento sobre os elementos norteadores da formação a ser ofertada pelo<br />curso permitiu a abertura de uma lacuna no processo ensino-aprendizagem e nas<br />relações interpessoais. Os docentes desenvolvem suas práticas de maneira<br />individualizada, seguindo os próprios critérios de ensino e avaliação, pois não se<br />sentem compromissados com as propostas descritas e, também não são motivados<br />a participar de discussões pedagógicas para um consenso entre os conceitos e<br />metodologias a serem utilizadas.<br />Essas divergências são percebidas pelos acadêmicos do curso, quando<br />referem a existência de incoerências no processo de ensino e nas metodologias de<br />trabalho entre os docentes do curso. Ao refletirem sobre as DCNENF e a realização<br />de atividades acadêmicas que promovessem o desenvolvimento das competências<br />descritas ao longo dos 4 anos do curso, percebem como o conhecimento foi<br />fragmentado, e as competências de liderança, tomada de decisão e comunicação<br />não foram adequadamente desenvolvidas, pois as disciplinas não são integradas e<br />cada professor desenvolve a prática a sua maneira, sem conexão com as demais<br />disciplinas.<br />Reflexo dessa realidade são os planos de ensino que acompanharam em<br />parte a proposta dos PP, pois ainda demonstram uma conformação tradicional de<br />ensino e avaliação. Essa dificuldade pode estar relacionada à influência dos<br />parâmetros institucionais exigidos, como um currículo sem flexibilidade para<br />proporcionar espaços de desenvolvimento de outras formas de formação como<br />pesquisa, extensão e trabalhos em campo, situações que demandam tempo de<br />carga horária.<br />Entre os anos de 2006 a 2010, os planos de ensino esboçaram a<br />incorporação de novas estratégias de ensino e avaliação, reflexo do incremento na<br />qualificação docente. Os docentes referem que após a qualificação profissional<br />sentem-se muito mais aptos pedagógica e didaticamente para responder às<br />necessidades do curso e do aluno.

141<br />Estes docentes sentem-se mais livres para reconhecer que a construção do<br />conhecimento não se dá em uma via apenas, mas em conjunto com o discente.<br />Nesses últimos anos, as estratégias metodológicas buscaram agregar o<br />conhecimento e participação do aluno, envolvendo-o desde o início do processo<br />formativo, através da valorização de uma avaliação mais participativa. No entanto,<br />ainda é uma atitude tímida, pois os alunos não se reconhecem responsáveis pela<br />própria formação, ainda estão contaminados pelo modelo de ensino verticalizado.<br />Em relação à influência discente, pode-se considerar que a imaturidade, os<br />alunos com dificuldades oriundas da formação no ensino fundamental e médio, a<br />indecisão sobre a carreira escolhida, e os programas de inclusão do governo<br />facilitadores do acesso à Universidade fazem parte da realidade institucional na qual<br />o docente deve estar preparado para atuar. São aspectos dificultadores em sua<br />prática, pois necessita o desenvolvimento da sensibilidade, da adequação ao<br />contexto de forma coerente, da motivação, da capacidade para atuar em um<br />contexto de múltiplas realidades.<br />Nesse sentido, o processo de avaliação é destacado como a grande<br />preocupação e dificuldade do docente, pois envolve a reflexão de determinados<br />parâmetros relacionados à qualidade da formação ofertada, ao posicionamento<br />metodológico e didático do docente no decorrer do processo de ensino, a percepção<br />das formas de aprendizado singular de cada aluno e às exigências institucionais. É<br />um momento de tensão devido à necessidade de o docente estar atento e ter que<br />responder a essas questões.<br />Apesar das controvérsias, foram identificados avanços e desafios a serem<br />superados. O corpo docente aumentou em número e qualificação, mostrando a<br />crescente preocupação e valorização com a formação. As metodologias utilizadas<br />no processo de ensino, ainda que timidamente, favorecem a interação professoraluno.<br />O processo de avaliação, ainda tenta-se estruturar por meio de instrumentos<br />e discussões em conselhos de classe, mas indicam um entendimento da<br />necessidade de articular valores, conceitos, percepções e conhecimentos entre os<br />docentes.<br />Entre os desafios, destacam-se ainda, a necessidade de fomentar uma<br />maior interação entre os docentes, através de discussões pedagógicas, grupos de

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Estes docentes sentem-se mais livres para reconhecer que a construção do<<strong>br</strong> />

conhecimento não se dá em uma via apenas, mas em conjunto com o discente.<<strong>br</strong> />

Nesses últimos anos, as estratégias metodológicas buscaram agregar o<<strong>br</strong> />

conhecimento e participação do aluno, envolvendo-o desde o início do processo<<strong>br</strong> />

formativo, através da valorização de uma avaliação mais participativa. No entanto,<<strong>br</strong> />

ainda é uma atitude tímida, pois os alunos não se reconhecem responsáveis pela<<strong>br</strong> />

própria formação, ainda estão contaminados pelo modelo de ensino verticalizado.<<strong>br</strong> />

Em relação à influência discente, pode-se considerar que a imaturidade, os<<strong>br</strong> />

alunos com dificuldades oriundas da formação no ensino fundamental e médio, a<<strong>br</strong> />

indecisão so<strong>br</strong>e a carreira escolhida, e os programas de inclusão do governo<<strong>br</strong> />

facilitadores do acesso à Universidade fazem parte da realidade institucional na qual<<strong>br</strong> />

o docente deve estar preparado para atuar. São aspectos dificultadores em sua<<strong>br</strong> />

prática, pois necessita o desenvolvimento da sensibilidade, da adequação ao<<strong>br</strong> />

contexto de forma coerente, da motivação, da capacidade para atuar em um<<strong>br</strong> />

contexto de múltiplas realidades.<<strong>br</strong> />

Nesse sentido, o processo de avaliação é destacado como a grande<<strong>br</strong> />

preocupação e dificuldade do docente, pois envolve a reflexão de determinados<<strong>br</strong> />

parâmetros relacionados à qualidade da formação ofertada, ao posicionamento<<strong>br</strong> />

metodológico e didático do docente no decorrer do processo de ensino, a percepção<<strong>br</strong> />

das formas de aprendizado singular de cada aluno e às exigências institucionais. É<<strong>br</strong> />

um momento de tensão devido à necessidade de o docente estar atento e ter que<<strong>br</strong> />

responder a essas questões.<<strong>br</strong> />

Apesar das controvérsias, foram identificados avanços e desafios a serem<<strong>br</strong> />

superados. O corpo docente aumentou em número e qualificação, mostrando a<<strong>br</strong> />

crescente preocupação e valorização com a formação. As metodologias utilizadas<<strong>br</strong> />

no processo de ensino, ainda que timidamente, favorecem a interação professoraluno.<<strong>br</strong> />

O processo de avaliação, ainda tenta-se estruturar por meio de instrumentos<<strong>br</strong> />

e discussões em conselhos de classe, mas indicam um entendimento da<<strong>br</strong> />

necessidade de articular valores, conceitos, percepções e conhecimentos entre os<<strong>br</strong> />

docentes.<<strong>br</strong> />

Entre os desafios, destacam-se ainda, a necessidade de fomentar uma<<strong>br</strong> />

maior interação entre os docentes, através de discussões pedagógicas, grupos de

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