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102<br />envolver um trabalho interdisciplinar e a pesquisa como princípios educativos<br />(VEIGA, 2010).<br />Em contrapartida, para outros docentes, é visível o avanço dessa reforma<br />pedagógica descrita no PP de 2006. São valorizadas as iniciativas do Departamento<br />de Enfermagem em adequar o curso à nova realidade educativa e reconhecer que<br />essa nova proposta de trabalho favorece o docente no desenvolvimento de suas<br />atividades.<br />De acordo à relação entre o PP e o plano de ensino do docente,<br />Eu uso os planos de ensino como referência. [...] costumo seguir, aprimorar,<br />implementar algumas coisas. Ef3<br />[...] o plano de ensino deve ser seguido, não de maneira fechada.Ef2<br />[...] seguir um programa a gente segue, mas ele é mutável. Não sei se é<br />mutável...ele é adaptável ao contexto. Ef1<br />Eu faço o possível, pois esse plano responde a uma ementa, ao projeto do<br />curso que foi elaborado por um grupo, eu não posso só trabalhar com as<br />minhas idéias, com o que eu gostaria ou acho que é relevante [...] Mas, vez<br />ou outra, a gente acaba fugindo. Ef1<br />O plano é um elemento para a coordenação das partes quando em uma<br />atividade existe a divisão do trabalho. Consideram também que ensinar não é uma<br />atividade previamente determinada e limitada devido à natureza dos processos<br />sociais, por isso, na elaboração do plano deve-se pensar como o planejamento<br />determinará a prática. Sendo assim, o tipo de plano está determinado pela vontade<br />dos que regulam o processo (SACRISTÁN E GÓMEZ,1998).<br />A partir do PP, o docente tem as bases conceituais para a elaboração de<br />seu plano de ensino, que é uma ferramenta eficaz em sua prática profissional. Nos<br />discursos, foi consensual a utilização dos planos como referência pelos docentes,<br />assim como, a flexibilidade de sua natureza, podendo ser adequado ao contexto e<br />necessidades do docente ou dos alunos.<br />Sobre as dificuldades da prática pedagógica e implementação do PP no<br />Curso, os docentes relatam,<br />A ementa e o plano de ensino eram voltados para o biológico [...] tinha<br />outras coisas que não estavam previstas ali. Ef7

103<br />[...] eu acho que a minha maior dificuldade é essa. Isso não chega a<br />prejudicar a minha própria prática [...] Como é que fica para o aluno? Eu<br />tenho um grupo que trabalha de um jeito, ai chega uma e trabalha de outro.<br />Ef1<br />[...] dificuldade na prática pedagógica é que nós estamos em muitos<br />professores na mesma disciplina e, às vezes, nós não conseguimos ter<br />consenso no critério que aplicamos nas aulas, cada um faz por si, porque<br />nossas discussões pedagógicas são muito pobres. Ef13<br />Existe um complicador que é a não convergência dos objetivos citados no<br />PP com os objetivos das ementas e planos de ensino e no perfil do egresso.<br />Quando chega na metodologia de ensino e nas propostas de referencial<br />bibliográfico você não encontra nada voltado para isso. Ef7<br />De acordo com Veiga (2010), o PP relaciona-se com a organização do<br />trabalho pedagógico e, que o plano de ensino é o detalhamento dessa proposta,<br />competindo aos docentes a sua elaboração e cumprimento. Sacristán e Gómez<br />(1998, p.204) consideram que é frequente a temática sobre a contradição entre a<br />teoria descrita no currículo e a do plano de ensino quando os objetivos do curso<br />refletem apenas aspirações. Nesse sentido, ao planejar suas atividades, “o docente<br />deve observar a complexidade da prática educativa, as finalidades da educação e<br />não apenas aos conteúdos das matérias de estudo”.<br />Existe o entendimento de que o plano deve estar integrado ao PP do curso,<br />de modo a direcionar o docente na execução dos pressupostos elencados. Segundo<br />alguns docentes, essa adequação nem sempre é possível, gerando o aspecto de<br />falta de organização e de consenso pedagógico entre os docentes. Isso repercute<br />no processo de ensino-aprendizagem oferecido, pois demonstra que o corpo<br />docente está dividido, sem um eixo pedagógico comum a todos.<br />Outro aspecto considerado dificultador da prática é quando se participa de<br />uma disciplina composta por um grupo de docentes. A elaboração do plano ocorre<br />de forma conjunta, determinando uma relação de interdependência no processo de<br />tomada de decisão em relação aos aspectos metodológicos e avaliativos. Desse<br />processo algumas divergências conceituais e originadas das experiências práticas<br />de cada docente, acabam por repercutir no processo de ensino-aprendizagem<br />oferecido, pois demonstra que o corpo docente está dividido, sem um eixo<br />pedagógico comum a todos.

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[...] eu acho que a minha maior dificuldade é essa. Isso não chega a<<strong>br</strong> />

prejudicar a minha própria prática [...] Como é que fica para o aluno? Eu<<strong>br</strong> />

tenho um grupo que trabalha de um jeito, ai chega uma e trabalha de outro.<<strong>br</strong> />

Ef1<<strong>br</strong> />

[...] dificuldade na prática pedagógica é que nós estamos em muitos<<strong>br</strong> />

professores na mesma disciplina e, às vezes, nós não conseguimos ter<<strong>br</strong> />

consenso no critério que aplicamos nas aulas, cada um faz por si, porque<<strong>br</strong> />

nossas discussões pedagógicas são muito po<strong>br</strong>es. Ef13<<strong>br</strong> />

Existe um complicador que é a não convergência dos objetivos citados no<<strong>br</strong> />

PP com os objetivos das ementas e planos de ensino e no perfil do egresso.<<strong>br</strong> />

Quando chega na metodologia de ensino e nas propostas de referencial<<strong>br</strong> />

bibliográfico você não encontra nada voltado para isso. Ef7<<strong>br</strong> />

De acordo com Veiga (2010), o PP relaciona-se com a organização do<<strong>br</strong> />

trabalho pedagógico e, que o plano de ensino é o detalhamento dessa proposta,<<strong>br</strong> />

competindo aos docentes a sua elaboração e cumprimento. Sacristán e Gómez<<strong>br</strong> />

(1998, p.204) consideram que é frequente a temática so<strong>br</strong>e a contradição entre a<<strong>br</strong> />

teoria descrita no currículo e a do plano de ensino quando os objetivos do curso<<strong>br</strong> />

refletem apenas aspirações. Nesse sentido, ao planejar suas atividades, “o docente<<strong>br</strong> />

deve observar a complexidade da prática educativa, as finalidades da educação e<<strong>br</strong> />

não apenas aos conteúdos das matérias de estudo”.<<strong>br</strong> />

Existe o entendimento de que o plano deve estar integrado ao PP do curso,<<strong>br</strong> />

de modo a direcionar o docente na execução dos pressupostos elencados. Segundo<<strong>br</strong> />

alguns docentes, essa adequação nem sempre é possível, gerando o aspecto de<<strong>br</strong> />

falta de organização e de consenso pedagógico entre os docentes. Isso repercute<<strong>br</strong> />

no processo de ensino-aprendizagem oferecido, pois demonstra que o corpo<<strong>br</strong> />

docente está dividido, sem um eixo pedagógico comum a todos.<<strong>br</strong> />

Outro aspecto considerado dificultador da prática é quando se participa de<<strong>br</strong> />

uma disciplina composta por um grupo de docentes. A elaboração do plano ocorre<<strong>br</strong> />

de forma conjunta, determinando uma relação de interdependência no processo de<<strong>br</strong> />

tomada de decisão em relação aos aspectos metodológicos e avaliativos. Desse<<strong>br</strong> />

processo algumas divergências conceituais e originadas das experiências práticas<<strong>br</strong> />

de cada docente, acabam por repercutir no processo de ensino-aprendizagem<<strong>br</strong> />

oferecido, pois demonstra que o corpo docente está dividido, sem um eixo<<strong>br</strong> />

pedagógico comum a todos.

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