27.11.2014 Views

noções gerais sobre outras ciências forenses - Plano de estudos do ...

noções gerais sobre outras ciências forenses - Plano de estudos do ...

noções gerais sobre outras ciências forenses - Plano de estudos do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto<br />

Medicina Legal / Noções Gerais <strong>sobre</strong> <strong>outras</strong> <strong>ciências</strong> <strong>forenses</strong><br />

pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente, ministrar-lhe os seus serviços, para os quais a sua profissão, legalmente, o<br />

habilita. Este contrato tem características próprias: é pessoal (o médico é livremente escolhi<strong>do</strong> em<br />

razão da confiança que inspira ao <strong>do</strong>ente), é bilateral (ambas as partes contraem obrigações: o<br />

médico tem <strong>de</strong> prestar cuida<strong>do</strong>s e o <strong>do</strong>ente que o remunerar), é a título oneroso (implica<br />

honorários, não sen<strong>do</strong> contu<strong>do</strong> nulo nos casos <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong>s gratuitos), é civil (por a profissão<br />

médica ser liberal), não obriga a um resulta<strong>do</strong> (o <strong>de</strong>ver <strong>do</strong> médico é cumpri<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os<br />

cuida<strong>do</strong>s presta<strong>do</strong>s estejam conforme os da<strong>do</strong>s da ciência naquele momento), é contínuo<br />

(prolonga-se por mais ou menos tempo se não houver motivos que o interrompam), é sujeito a<br />

rescisão (po<strong>de</strong> ser anula<strong>do</strong> por qualquer uma das partes). Só é váli<strong>do</strong> se o <strong>do</strong>ente tiver<br />

capacida<strong>de</strong> civil (maior ida<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a sua vonta<strong>de</strong>) e o<br />

médico também (inscrição na Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Médicos e especialização). Neste caso, o médico que<br />

falta culposamente ao cumprimento da obrigação, torna-se responsável pelo prejuízo que causa<br />

ao seu <strong>do</strong>ente. Na maior parte <strong>do</strong>s casos a responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> médico que exerce <strong>de</strong> forma<br />

liberal é <strong>de</strong> natureza contratual e <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> uma obrigação <strong>de</strong> meios, caben<strong>do</strong> ao cre<strong>do</strong>r (<strong>do</strong>ente)<br />

<strong>de</strong>monstrar em juízo que a conduta <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r (médico) não foi conforme às regras <strong>de</strong> actuação<br />

que em abstracto, propiciariam o resulta<strong>do</strong> pretendi<strong>do</strong>.<br />

A responsabilida<strong>de</strong> extracontratual resulta da violação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>ver ou vínculo jurídico geral <strong>de</strong><br />

um daqueles <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> conduta impostos a todas as pessoas e que correspon<strong>de</strong>m aos direitos<br />

absolutos (direito à vida) ou até à prática <strong>de</strong> certos actos que, embora lícitos, produzem danos a<br />

outrem. Esta responsabilida<strong>de</strong> pressupõe a culpa (pelo menos, a título <strong>de</strong> negligência), pois só<br />

existe obrigação <strong>de</strong> in<strong>de</strong>mnizar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> culpa nos casos especifica<strong>do</strong>s na lei e a<br />

nossa lei não prevê casos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> pelo risco no que toca à responsabilida<strong>de</strong> médica.<br />

A natureza extracontratual <strong>de</strong> certas situações tem lugar quan<strong>do</strong> o contrato fica nulo por ilícito<br />

(ex.: experimentação sem fins curativos ou falta <strong>de</strong> consentimento <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente) ou quan<strong>do</strong> o dano<br />

surge fora <strong>do</strong> quadro contratual (casos em que a relação médico/<strong>do</strong>ente é imposta por uma<br />

regulamentação legal ou administrativa, não haven<strong>do</strong> livre escolha <strong>do</strong> médico, ou nas situações<br />

em que o <strong>do</strong>ente não está capaz para dar o seu consentimento e fazer a sua escolha). Neste<br />

caso, o médico que lesar, com <strong>do</strong>lo ou mera culpa, o seu paciente, fica obriga<strong>do</strong> a in<strong>de</strong>mnizá-lo<br />

pelos danos resultantes.<br />

3. Responsabilida<strong>de</strong> disciplinar administrativa<br />

A responsabilida<strong>de</strong> disciplinar administrativa diz respeito à qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> médico como funcionário<br />

e a que está sujeito quan<strong>do</strong> trabalha para o Esta<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> a ver com as regras <strong>de</strong> funcionamento<br />

<strong>do</strong>s serviços.<br />

Em princípio, as instituições assumem a responsabilida<strong>de</strong> pelas faltas cometidas pelo seu pessoal<br />

médico, <strong>de</strong> enfermagem e administrativo, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> serviço, à excepção das faltas que são da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!