noções gerais sobre outras ciências forenses - Plano de estudos do ...
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Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Porto<br />
Medicina Legal / Toxicologia Forense<br />
esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as perícias no vivo e no cadáver até circunstâncias <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, tais<br />
como aspectos da investigação a nível da activida<strong>de</strong> laboral ou <strong>do</strong> meio ambiente.<br />
No caso das pessoas vivas estes exames têm <strong>sobre</strong>tu<strong>do</strong> a ver com perícias toxicológicas para<br />
rastreio e confirmação <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong> abuso no âmbito <strong>do</strong>s exames periciais ou médicos para<br />
caracterização <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> toxico<strong>de</strong>pendência (Decreto-Lei nº 15/93, <strong>de</strong> 22/01) e com o regime<br />
legal da fiscalização <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> substâncias psicoactivas nos utiliza<strong>do</strong>res da via pública (Decreto-<br />
Lei nº 265-A/2001, <strong>de</strong> 28/09; Decreto-Lei nº 2/98, <strong>de</strong> 3/01; Decreto Reg. nº 24/98, <strong>de</strong> 30/10;<br />
Portaria nº 1006/98, <strong>de</strong> 30/11). Neste último caso a participação <strong>do</strong> INML compreen<strong>de</strong>, além <strong>do</strong>s<br />
procedimentos para garantia <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> custódia <strong>de</strong> produtos e amostras, os exames <strong>de</strong><br />
quantificação <strong>de</strong> álcool etílico no sangue, e o rastreio e confirmação da presença das substâncias<br />
legalmente consi<strong>de</strong>radas estupefacientes e psicotrópicas na urina e no sangue, respectivamente.<br />
Os exames no vivo têm como objectivo a avaliação da intoxicação como circunstância<br />
qualifica<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito, como causa <strong>de</strong> perigosida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> inimputabilida<strong>de</strong>.<br />
Em caso <strong>de</strong> morte por intoxicação que se enquadra no âmbito da morte violenta, existe<br />
obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nesta suspeita, se proce<strong>de</strong>r à autópsia médico-legal (Decreto-Lei nº 96/01, <strong>de</strong><br />
26/03), e consequentemente, em geral, à requisição <strong>de</strong> perícia toxicológica.<br />
As intoxicações po<strong>de</strong>m ser criminais, legais (pena <strong>de</strong> morte), aci<strong>de</strong>ntais (alimentares, mor<strong>de</strong>dura<br />
<strong>de</strong> animais, absorção aci<strong>de</strong>ntal, medicamentosas) ou voluntárias (lesões auto infligidas,<br />
toxico<strong>de</strong>pendência, terapêutica).<br />
Distinguem-se três formas <strong>de</strong> intoxicação segun<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> acções<br />
ou <strong>do</strong>s efeitos tóxicos: intoxicação aguda, sub-aguda e crónica.<br />
Os tóxicos po<strong>de</strong>m actuar <strong>sobre</strong> a célula produzin<strong>do</strong> uma <strong>de</strong>struição global da mesma por<br />
processos <strong>de</strong> necrose, ou <strong>sobre</strong> o sistema enzimático ou partes selectivas da célula (membranas,<br />
estruturas en<strong>do</strong>celulares ou organelos celulares). As principais reacções adversas produzidas<br />
pelos tóxicos a nível <strong>do</strong> sistema enzimático evi<strong>de</strong>nciam-se através da inibição irreversível (ex:<br />
insecticidas organofosfora<strong>do</strong>s orgânicos) ou reversível (ex: carbamatos) <strong>de</strong> certos complexos<br />
enzimáticos.<br />
Na interpretação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s analíticos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s factores como a <strong>do</strong>se e via <strong>de</strong><br />
administração; produtos <strong>de</strong> “corte” consumi<strong>do</strong>s (impurezas ou adulterantes); efeitos aditivos,<br />
antagonismo ou sinergismo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a associação com <strong>outras</strong> substâncias; esta<strong>do</strong>s patológicos<br />
existentes; idiossincrasias.<br />
A resposta <strong>do</strong> organismo a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tóxico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, para além <strong>do</strong>s factores <strong>do</strong><br />
“hospe<strong>de</strong>iro”, da sua concentração no orgão alvo (orgão mais acessível ou mais sensível aos<br />
efeitos após exposição) e <strong>do</strong> seu mecanismo <strong>de</strong> acção. Há portanto que <strong>de</strong>terminar a relação<br />
entre exposição, <strong>do</strong>se e resposta. Como tal, é importante conhecer a cinética das substâncias no<br />
organismo. Os principais fases em toxicocinética são absorção, distribuição, metabolização e<br />
eliminação.