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CARTILHA MED2 impresso ect.cdr - Embrapa

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Artemísia, Erva-Baleeira, Guaco e Quebra-Pedra<br />

As espécies Artemisia annua (Artemísia), Cordia verbenacea (Erva-<br />

Baleeira), Mikania laevigata (Guaco) e Phyllanthus amarus (Quebra-Pedra)<br />

são plantas medicinais economicamente interessantes, havendo<br />

disponibilidade de material genético selecionado e adaptado ao clima<br />

do Estado de São Paulo, resultantes de programas de melhoramento<br />

Artemisia annua é uma espécie exótica,<br />

cujo princípio ativo artemisinina tem<br />

p r o p r i e d a d e a n t i - m a l á r i c a b e m<br />

estabelecida. Esta espécie também é uma<br />

fonte interessante de óleo essencial, com<br />

características de produto sanitário.<br />

O óleo obtido das plantas de Cordia<br />

verbenacea tem sido estudado e<br />

a p l i c a d o d e v i d o à s s u a s<br />

propriedades antiinflamatórias.<br />

Foto: Luiz A. R. Batista<br />

Foto: Ana Paula A. Vaz<br />

Das plantas de Phyllanthus<br />

a m a r u s , s ã o e x t r a í d o s o s<br />

c o m p o s t o s f i l a n t i n a e<br />

hipofilantina, cuja ação anti-viral<br />

t e m s i d o e x t e n s i v a m e n t e<br />

IMPRESSO<br />

Pode ser aberto pela ECT<br />

Espécie<br />

Artemisia annua<br />

Cordia verbenacea<br />

Mikania laevigata<br />

Phyllanthus amarus<br />

*O Guaco deve ser conduzido em espaldeira, com distância entre os mourões de 5 metros e distância<br />

entre os arames de 0,5 / 0,35 / 0,5 metros.<br />

EL: entre linhas, EP: entre plantas<br />

<br />

As plantas de Artemísia e Quebra-Pedra têm ciclo de vida anual e seus ramos e folhas<br />

podem ser colhidos após 4 meses do plantio em campo. Por sua vez, as plantas de<br />

Erva-Baleeira e Guaco são perenes e apenas as folhas representam o material<br />

comercial.<br />

A Artemísia deve ser colhida no início do florescimento para produção de<br />

artemisinina e em pleno florescimento para produção de óleo essencial.<br />

O Quebra-Pedra apresenta um novo ciclo de crescimento dos ramos após o primeiro<br />

corte, sendo possível a realização de uma segunda colheita após 2 meses.<br />

As plantas de Erva-Baleeira e Guaco podem ser colhidas após atingirem 1,5 metro de<br />

<br />

<br />

<br />

Época de propagação<br />

Julho a Setembro<br />

Setembro a Novembro<br />

Setembro a Novembro<br />

Setembro a Novembro<br />

Espaçamento<br />

(EL x EP, metros)<br />

1,0 x 0,6<br />

2,0 x 1,0<br />

2,0 x 1,0 *<br />

0,5 x 0,2<br />

PLANTIO, CULTIVO E CUIDADOS NA<br />

COLHEITA DE PLANTAS<br />

MEDICINAIS, CONDIMENTARES E<br />

AROMÁTICAS<br />

Fotos: Ana Paula A. Vaz<br />

Foto: Luiz A. R. Batista<br />

Fotos: Ana Paula A. Vaz<br />

Popularmente conhecida no Brasil como Guaco,<br />

a espécie Mikania laevigata é extensivamente<br />

utilizada nos tratamentos de doenças<br />

respiratórias, devido à atividade da cumarina,<br />

dentre outros compostos. Listada na Resolução<br />

RDC n°48 da ANVISA que trata sobre a<br />

regulamentação de produtos fitoterápicos,<br />

essa espécie representa material vegetal de<br />

interesse imediato na indústria farmacêutica.<br />

Enquanto as plantas de Guaco podem ser propagadas através de<br />

estacas com 15 a 20 cm de comprimento e 2 internós, Artemísa, Erva-<br />

Baleeira e Quebra-Pedra são obtidas através de semeadura em tubetes<br />

3<br />

ou bandejas de isopor de 120cm preenchidos com substrato composto<br />

por terra e adubo orgânico.<br />

Até a transferência para o campo, as mudas devem ser irrigadas e<br />

mantidas sob sombrite e, após 2 meses, podem ser transferidas para o<br />

campo, sob sol pleno. É importante retirar as plantas do suporte com<br />

bastante cuidado para não danificar as raízes, irrigando-as após o plantio,<br />

Mudas e sementes<br />

UNICAMP - CPQBA, Av. Alexandre Cazelatto 999, Paulínia SP, Tel: (19) 3884-7500<br />

EMBRAPA Transferência de Tecnologia, Av. Anchieta 173 sala 41, Campinas SP, Tel: (19) 3232-1955<br />

Cadastro de Produtor<br />

Visando contribuir para a organização da cadeia produtiva de Plantas Medicinais,<br />

Condimentares e Aromáticas, os produtores podem se cadastrar no site:<br />

www.campinas.snt.embrapa.br<br />

Transferência de Tecnologia<br />

Texto<br />

Dra. Ana Paula Artimonte Vaz<br />

Dra. Glyn Mara Figueira<br />

Dr. Pedro Melillo de Magalhães<br />

Realização<br />

Foto: Rogério Sá Borges<br />

Estas informações têm por objetivo auxiliar o produtor<br />

no plantio, cultivo e colheita de plantas utilizadas<br />

para fins medicinais, condimentares e aromáticos.<br />

É importante lembrar que a obtenção de produtos com<br />

qualidade elevada e mínima contaminação microbiana<br />

é resultante de processos de cultivo, beneficiamento,<br />

armazenamento e transporte bem conduzidos.


Sementes e material de propagação<br />

Antes de iniciar o plantio, deve-se dar atenção especial à seleção de sementes e material<br />

propagativo. Esses devem ser corretamente identificados através do nome científico. O<br />

material vegetal deve ter origem garantida e conhecida, sendo 100% rastreável, e livre<br />

de pragas e doenças.<br />

Plantio<br />

O cultivo pode ser realizado através de método convencional ou<br />

orgânico, especialmente com rotação de culturas. Atenção especial<br />

deve ser dada às possibilidades de consórcio com outras culturas já<br />

existentes na propriedade;<br />

Podem ser realizadas adubações orgânicas, utilizando-se esterco de<br />

curral curtido (20t/ha) misturado ao solo. A aplicação de fertilizantes deve<br />

ser realizada com mínima intensidade, evitando-se a lixiviação.<br />

Recomenda-se a elevação da saturação de bases para 70%. Todas as<br />

aplicações de suprimentos nutricionais devem atender às margens de<br />

segurança, ser documentadas e informadas ao comprador da matéria<br />

prima;<br />

O plantio deve ser efetuado em solos livres de contaminação por metais<br />

pesados ou resíduos de produtos químicos;<br />

A irrigação deve ser realizada com água limpa e de boa qualidade;<br />

Não deve ser realizada aplicação de pesticidas e herbicidas.<br />

Colheita<br />

Um produto de qualidade é apenas obtido quando sua colheita e processamento são<br />

realizados com extremo cuidado em relação aos asp<strong>ect</strong>os sanitários !<br />

A colheita deve ser realizada no período em que as plantas apresentam<br />

maior qualidade e teores mais elevados das substâncias de interesse. De<br />

maneira geral: a) raízes, rizomas, tubérculos e bulbos devem ser colhidos<br />

durante o inverno, quando entram em repouso; b) cascas devem ser<br />

colhidas na primavera e verão, reduzindo os riscos de danos permanentes<br />

as plantas; c) folhas são colhidas no início da floração e algumas espécies<br />

permitem várias colheitas ao ano; d) flores devem ser colhidas<br />

completamente abertas, antes da formação das sementes, e) frutos<br />

devem ser colhidos antes da maturação;<br />

Deve-se evitar a colheita sob condições de solo úmido, orvalho, chuva ou<br />

alta umidade do ar, assim como o período mais quente do dia;<br />

A pessoa encarregada da colheita deve utilizar luvas, protetor de cabelo,<br />

máscara e avental. Os equipamentos que terão contato direto com as<br />

plantas devem ser regularmente limpos, sem resíduos de óleo ou outros<br />

agentes contaminantes, e devem ser ajustados para minimizar a ascensão<br />

de solo;<br />

Plantas danificadas devem ser prontamente eliminadas. O material de<br />

uma espécie vegetal não deve ser manipulado junto com outra planta,<br />

evitando-se também a coleta indiscriminada de ervas daninhas;<br />

<br />

<br />

<br />

A qualidade da matéria prima é:<br />

Dependente dos teores das substâncias de interesse;<br />

Resultante dos cuidados no manejo, beneficiamento e armazenamento da matéria prima,<br />

evitando contaminações e perda de princípio ativo;<br />

Dependente da ausência de impurezas, sendo necessário controlar os processos de cultivo,<br />

colheita, secagem e empacotamento.<br />

Processamento primário após a colheita<br />

O processamento deve ser realizado em local limpo e bem ventilado. O<br />

material colhido deve ser mantido afastado de quaisquer animais;<br />

O material vegetal deve ser imediatamente processado, protegido da<br />

chuva e da exposição direta ao sol ;<br />

No caso de secagem natural, o material vegetal deve ser espalhado em<br />

camadas finas e afastadas do chão. Em sendo utilizados secadores a óleo,<br />

atenção especial deve ser dada às emanações de gases;<br />

A temperatura e período de secagem variam conforme o tipo de material e<br />

a substância de interesse. Todas as condições de secagem devem ser<br />

documentadas;<br />

O material deve ser classificado e/ou peneirado, eliminando-se as<br />

Empacotamento, estocagem e transporte<br />

O produto seco deve ser prontamente embalado e protegido de qualquer<br />

contaminação microbiológica. Deve-se estar atento para a utilização de<br />

embalagens inertes;<br />

Em caso de reutilização, a embalagem deve ser limpa e seca, garantindo a<br />

não contaminação do produto;<br />

Os produtos devem ser estocados em local limpo, seco, ventilado, com<br />

pequena variação de temperatura e inacessível a animais;<br />

O local de estocagem deve ter piso frio e de fácil limpeza. Os produtos<br />

devem ser armazenados distantes entre si e das paredes, evitando<br />

contaminação cruzada. Produtos orgânicos devem ser estocados<br />

separadamente;<br />

O transporte deve ser realizado em veículos adequados a fim de evitar o<br />

desenvolvimento de fungos ou processos fermentativos;<br />

Em sendo necessário realizar fumigação para controle de pragas, esta deve<br />

ser efetuada por pessoal qualificado e com aplicação de produtos<br />

registrados. No caso de se aplicar tratamento por congelamento ou vapor<br />

saturado para controle de pragas, a umidade do material deverá ser<br />

controlada. Todos os procedimentos devem ser documentados.<br />

Identificação<br />

Lotes de diferentes áreas de cultivo de uma mesma cultura poderão ser<br />

misturados, desde que de maneira homogênea e que o procedimento<br />

seja devidamente documentado;<br />

As embalagens devem ser identificadas de maneira clara e<br />

permanente, contendo, no mínimo, as seguintes informações:<br />

Foto : Pedro M. Magalhães<br />

nome científico data da coleta quantidade (peso do material seco)<br />

Comercialização<br />

A comercialização de plantas medicinais está em expansão, devendo<br />

atender à legislação brasileira quanto à produção de sementes e mudas.<br />

Atenção especial deve ser dada à regulamentação das espécies nativas.<br />

No caso de plantas condimentares e aromáticas, o material vegetal está<br />

sujeito à legislação de produtos alimentícios.<br />

Os preços pagos ao produtor ainda são bastante flutuantes e o investimento<br />

numa produção comercial deve ser criteriosamente avaliado,<br />

especialmente quanto às possibilidades de venda do produto.<br />

A comercialização pode ser realizada através de:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

empresas de distribuição de fitoterápicos;<br />

farmácias de manipulação de fitoterápicos;<br />

indústrias de processamento de fitoterápicos e fitofármacos;<br />

programas de fitoterapia governamentais;<br />

indústrias de cosméticos, aromaterapia, fragrâncias;<br />

cadeia de alimentos e nutrição;<br />

Foto : Pedro M. Magalhães<br />

Todas as etapas de produção, incluindo processos ou procedimentos<br />

que possam causar qualquer tipo de impacto na qualidade do produto,<br />

devem ser documentadas nos lotes;<br />

Qualquer eventualidade (variação climática, pragas etc) que ocorra<br />

durante o período de crescimento das plantas e possa de alguma<br />

maneira influenciar a composição química do material vegetal deve ser

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