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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 9<br />

o meu amigo apenas vê um ato cerebral do moribundo, vejo eu um<br />

ato psíquico.<br />

(A mim mesmo perguntei se a <strong>de</strong>poente não teria lido o jornal<br />

na véspera do sonho, sem aperceber-se do fato, e se a associação<br />

das idéias não se teria con<strong>de</strong>nsado no mesmo sonho. Reafirmou<br />

que a leitura só fora feita no dia seguinte. Devemos, portanto,<br />

suprimir essa hipótese. Houve então, aí, comunicação entre os dois<br />

seres.)<br />

Certo, é sempre difícil discernir o que pertence ao espírito, à<br />

alma, e o que toca ao cérebro. Em nossas apreciações e julgamentos,<br />

<strong>de</strong>ixamo-nos guiar naturalmente pelo sentimento íntimo que<br />

resulta da discussão dos fenômenos. Ora, não temos essencialmente<br />

aqui uma manifestação do espírito? Duas hipóteses se apresentam.<br />

Ou bem, como indica a <strong>de</strong>scrição, o manifestante estava morto,<br />

ou estava ainda vivo e, no momento da morte, pensou na <strong>de</strong>poente,<br />

nessa amiga dos bons tempos, e experimentando a seu respeito<br />

um arrependimento, talvez um remorso e quem sabe, uma esperança,<br />

também no além-túmulo? A comunicação telepática não se<br />

teria feito imediatamente, durante as agitações diurnas e se retardaria<br />

para as horas <strong>de</strong> sono e tranqüilida<strong>de</strong>. Não se trata, bem entendido,<br />

<strong>de</strong> um qualquer fantasma, que se transportou <strong>de</strong> uma a outra<br />

cida<strong>de</strong>; trata-se <strong>de</strong> uma transmissão mental, <strong>de</strong> que as ondas da<br />

telegrafia sem fio nos oferecem uma imagem física. A distância <strong>de</strong><br />

100 quilômetros, entre as duas cida<strong>de</strong>s, sabemos nós que nada<br />

representa. Essa comunicação mental tomou a forma <strong>de</strong>scrita pela<br />

narradora. Tal é a impressão que nos fica do exame <strong>de</strong> todos esses<br />

fatos e que, <strong>de</strong> mais a mais, se evi<strong>de</strong>ncia, à medida que avançamos<br />

no estudo <strong>de</strong>sses fenômenos. Vejamos, por exemplo, um segundo<br />

caso:<br />

“Já casado, fazia meu curso na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Kiev, quando,<br />

certa feita, fui passar o verão no campo, na casa <strong>de</strong> uma<br />

irmã, não longe <strong>de</strong> Pskow. De regresso por Moscou, minha

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