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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 75<br />

res. Gran<strong>de</strong> é o engenho humano, certo; mas eu penso que, para<br />

admitir a realida<strong>de</strong> dos assombramentos, não basta que as<br />

manifestações observadas tenham ficado sem explicação, que<br />

os fenômenos sejam incontestáveis, reconhecidos e sem causa<br />

possível, no conceito <strong>de</strong> todo o mundo; pois tudo isso somente<br />

prova que ninguém <strong>de</strong>scobriu a causa natural, e não que essa<br />

causa natural inexista.<br />

Eu creio que os únicos fatos a consi<strong>de</strong>rar são os que trazem<br />

consigo mesmos a prova <strong>de</strong> sua origem sobrenatural, quer se<br />

trate <strong>de</strong> <strong>casas</strong> <strong>mal</strong>-<strong>assombradas</strong> ou <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s outras<br />

quaisquer, <strong>de</strong> fenômenos psíquicos.”<br />

Estou <strong>de</strong> pleno acordo com o ilustre general. <strong>As</strong>sim, <strong>de</strong>vidamente<br />

precavidos, não tardará tenhamos aqui, sob nossos olhos,<br />

exemplos típicos e rigorosamente observados, sobre os quais não<br />

po<strong>de</strong> pairar qualquer dúvida. Há cerca <strong>de</strong> meio século venho tendo<br />

ensejo <strong>de</strong> examinar essas narrativas mais ou menos surpreen<strong>de</strong>ntes,<br />

mais ou menos confusas, bastas vezes irrisórias, <strong>de</strong> <strong>casas</strong> <strong>mal</strong><strong>assombradas</strong>.<br />

Julgo-me, assim, com direito <strong>de</strong> aqui afirmar um<br />

tanto cruamente, talvez, mas nitidamente <strong>de</strong> certo, o seguinte:<br />

<strong>As</strong> pessoas que mofam <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente das <strong>casas</strong> <strong>mal</strong><strong>assombradas</strong>,<br />

negando-lhes realida<strong>de</strong>, são míopes <strong>de</strong> natureza<br />

especial, cujo horizonte não vai além da ponta do nariz. Há pouco,<br />

disse que <strong>de</strong> há muito tempo venho estudando esses fenômenos.<br />

Começarei este capítulo por uma lembrança que conta 63 anos.<br />

Corria o ano <strong>de</strong> 1860 e eu costumava regressar diariamente do<br />

Observatório do Sena, passando muitas vezes junto <strong>de</strong> uma rua<br />

mais tar<strong>de</strong> absorvida pela alameda S. Germano. Era a rua das Nogueiras,<br />

que teve nessa época o seu momento <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong> e foi<br />

objeto <strong>de</strong> um inquérito judiciário, a pedido <strong>de</strong> certo locatário <strong>de</strong><br />

uma casa <strong>mal</strong>-assombrada que teve <strong>de</strong> abandoná-la – o Senhor<br />

Lesage, ecônomo do Tribunal <strong>de</strong> Justiça. O contrato foi rescindido

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