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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 70<br />

como bem o proclamou Boileau antes <strong>de</strong> nós: Le vrai peut, quelquefois,<br />

n’être pas vraisemblable.<br />

Se eu me afirmasse contemporâneo <strong>de</strong> uma senhora cujo marido<br />

privou com Luís XIV, haveria <strong>de</strong> causar surpresa. Pois bem: O<br />

Dr. Legrand mostrou que em 1862 a Duquesa <strong>de</strong> Richelieu podia<br />

dizer a Napoleão III: “Senhor, Luís XIV perguntava a meu marido...”<br />

Isto em 1710. É que ela, em 1786, com apenas 16 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, esposara o Duque <strong>de</strong> Richelieu, que contava 90, e quando<br />

assim se expressava em 1862, estava por sua vez com 92 anos.<br />

Nascera o duque em 1696, e Luís XIV morreu em 1715. O sobrinho-neto<br />

do car<strong>de</strong>al tinha sido apresentado ao gran<strong>de</strong> monarca na<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 14 anos, por ocasião do seu primeiro matrimônio. Quanto<br />

a mim, em 1862 contava 20 anos e po<strong>de</strong>ria, eventualmente, ter<br />

ouvido <strong>de</strong> viva voz uma pessoa a que estivesse ligado um contemporâneo<br />

<strong>de</strong> Luís XIV.<br />

Sim, o verda<strong>de</strong>iro po<strong>de</strong> não ser verossímil. Estou escrevendo<br />

estas linhas em 1923. Não neguemos coisa alguma, jamais.<br />

Os escritores franceses do século XIX, mesmo do XX, mostram-se<br />

em geral completamente ignorantes dos fenômenos psíquicos.<br />

Raros, excepcionais diríamos, os que afirmam. <strong>As</strong>sim, Hugo e<br />

Maupassant. Não falo dos filósofos e intelectuais, outros, mas <strong>de</strong><br />

literatos e cientistas propriamente ditos. Em regra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nham-se<br />

esses fatos e há mesmo certo prazer em ignorá-los. Meu único<br />

escopo é convencer os meus leitores, não mais que apelando para a<br />

sua curiosida<strong>de</strong>, para o seu livre exame e para a sua consciência, a<br />

fim <strong>de</strong> que conheçam a verda<strong>de</strong>. A sobrevivência da alma é coisa<br />

provada, experimental e positivamente. Até o presente pelo menos,<br />

no estado atual dos nossos conhecimentos, não se há encontrado<br />

outra explicação para os fatos. Temo-la procurado lealmente e com<br />

toda a isenção <strong>de</strong> ânimo. À ciência do futuro estarão reservadas<br />

gran<strong>de</strong>s e imprevistas <strong>de</strong>scobertas, que hão <strong>de</strong> transformar a nossa<br />

síntese filosófica.

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