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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 53<br />

atento a que nada existe sobrenatural e a Natureza, cujo reino é<br />

infinito, abrange tudo. Neste momento, estamos a ver jornalistas<br />

ignorantes ou <strong>de</strong> má fé, preten<strong>de</strong>rem que todos esses relatos <strong>de</strong><br />

aparições e comunicações <strong>de</strong> mortos proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>stituídas<br />

<strong>de</strong> valor intelectual. Po<strong>de</strong>r-se-á tal coisa dizer <strong>de</strong> um Cícero,<br />

um Montaigne, um La Rochefoucault, um Goethe, todos, enfim,<br />

que versaram este nosso assunto?<br />

Eis outra observação bem conhecida <strong>de</strong> meus leitores, isto é, a<br />

<strong>de</strong> Lord Brougham, contada por ele próprio, que era, como sabemos,<br />

membro eminente do Instituto <strong>de</strong> França e da Socieda<strong>de</strong> Real<br />

<strong>de</strong> Londres. Os homens da minha geração viram esse belo ancião<br />

em Paris, ou em Canes, on<strong>de</strong> faleceu, em 1858. Esse pensador<br />

escreveu a sua biografia e publicou, em outubro <strong>de</strong> 1862, o extrato<br />

a seguir. Ninguém duvidou, jamais, da exatidão <strong>de</strong>ssa lembrança<br />

remontante ao mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1799, quando o futuro político<br />

e célebre historiador inglês não contava mais <strong>de</strong> 20 anos e viajava<br />

pela Suécia.<br />

“A temperatura estava fria. Chegando a um albergue <strong>de</strong> boa<br />

aparência, em Gotemburgo, pedi um banho quente e nele suce<strong>de</strong>u-me<br />

uma coisa tão curiosa que não resisto ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> contá-la<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio. Tive um condiscípulo amigo, na High<br />

School, Chamava-se G. e eu tinha por ele uma afeição particular.<br />

Muitas vezes discutíamos o gran<strong>de</strong> tema da imortalida<strong>de</strong><br />

da alma. Um dia tivemos a fantasia <strong>de</strong> redigir um pacto, escrito<br />

com o próprio sangue, pelo qual o que primeiro morresse haveria<br />

<strong>de</strong> manifestar-se ao sobrevivente, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfazer toda e<br />

qualquer dúvida a respeito. O amigo morrera nas Índias e eu<br />

tinha-o mais ou menos esquecido.<br />

Estava assim, como dizia, <strong>de</strong>liciosamente mergulhado no<br />

meu banho e, qual não foi meu espanto quando, disposto a erguer-me,<br />

ao fitar a ca<strong>de</strong>ira on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixara a roupa, <strong>de</strong>parou-seme<br />

nela assentado o falecido G... a encarar-me com serenida-

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