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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 47<br />

i<strong>de</strong>nticamente o mesmo, visto que uma observação astronômica, ou<br />

meteorológica, po<strong>de</strong> ter sido feita por diversas pessoas ao mesmo<br />

tempo, o que vale por uma espécie <strong>de</strong> contraprova. É fato. Mas,<br />

quanto ao meu juízo sobre a sincerida<strong>de</strong> do observador, o caso é<br />

absolutamente idêntico: eu o admito a título <strong>de</strong> inventário e com<br />

todos os direitos <strong>de</strong> livre exame. Nos casos <strong>de</strong> telepatia e outros,<br />

são os humanos mesmos que estão em jogo, que gozam <strong>de</strong> todas as<br />

suas faculda<strong>de</strong>s intelectuais, que estão no estado <strong>de</strong> espírito mais<br />

nor<strong>mal</strong>, provando-o por seus próprios raciocínios. Não tenho, a<br />

priori, mais razão para <strong>de</strong>sconfiar <strong>de</strong> um sábio, <strong>de</strong> um professor, <strong>de</strong><br />

um magistrado, <strong>de</strong> um padre, <strong>de</strong> um lavrador, quando me expõem<br />

um fato psíquico, do que quando se trata <strong>de</strong> uma observação física.<br />

Entretanto, como esses fenômenos são mais raros e menos críveis,<br />

comecei por controlar gran<strong>de</strong> número, tomando informações e<br />

promovendo inquéritos, que chegaram, quase sempre, a confirmar<br />

pura e simplesmente os relatórios recebidos.<br />

Foi o que a seu turno fez a Socieda<strong>de</strong> Psíquica <strong>de</strong> Londres.<br />

Apesar <strong>de</strong> algumas variações na forma narrativa, <strong>de</strong> certas obnubilações<br />

<strong>de</strong> memória, sempre se chega à conclusão da realida<strong>de</strong> do<br />

fato original. Contudo, se os impostores são raros, muitos são os<br />

que se ilu<strong>de</strong>m. Nessa or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> fenômenos, po<strong>de</strong>ríamos dizer que<br />

eles formam legião. Ninguém po<strong>de</strong> avaliar a latitu<strong>de</strong> da credulida<strong>de</strong><br />

humana! O estilo é também muito característico. Todavia, a<br />

falsa moeda não impe<strong>de</strong> exista a legítima. O mais difícil para o<br />

homem é, talvez, manter-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, dizer o que sabe e o que<br />

pensa, liberto <strong>de</strong> preconceitos. Vitam impen<strong>de</strong>re vero!<br />

“Consagrar sua vida à verda<strong>de</strong>.” Nobre divisa <strong>de</strong> Juvenal e <strong>de</strong><br />

Rousseau, que só produz inimigos, pois que esta humanida<strong>de</strong> é<br />

antes <strong>de</strong> tudo grosseira, bárbara, ignorante, covar<strong>de</strong> e hipócrita.<br />

O que ainda existe <strong>de</strong> curioso, talvez, é que a pesquisa franca<br />

da verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sagrada a toda a gente, porque cada cérebro alimenta<br />

os seus pequeninos prejuízos, dos quais não quer <strong>de</strong>sapegar-se.

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