26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 357<br />

rosos guardas prontos a fazer o que lhes <strong>de</strong>terminassem, ou por<br />

outra, dispostos para tudo. Perguntamos à jovem como ia passando<br />

e ela respon<strong>de</strong>u: “Eis as sombras da noite, que começam<br />

a cair; tenho arrepios <strong>de</strong> frio em todo o corpo, os cabelos como<br />

que se eriçam, sinto-me acabrunhada...”<br />

Das 5 as 7:30, caiu uma saraivada que reduziu a cacos todos<br />

os caixilhos. Floralina, tomando uma ca<strong>de</strong>ira, assentou-se a um<br />

canto da sala. Tinha readquirido a natural jovialida<strong>de</strong>, mostrava-se<br />

comunicativa, calma, mas <strong>de</strong> repente agitou-se, agressiva<br />

e possante, a ponto <strong>de</strong> cinco homens <strong>mal</strong> po<strong>de</strong>rem contê-la.<br />

Particularida<strong>de</strong> digna <strong>de</strong> atenção é que, enquanto ela permaneceu<br />

inconsciente, não se quebrou um só vidro. Momentos <strong>de</strong>pois,<br />

levantou-se da ca<strong>de</strong>ira com ímpeto tal que nos dominou a<br />

todos os que a segurávamos. Mantendo-se <strong>de</strong> pé, por pouco<br />

não nos <strong>de</strong>rrubava. Por fim, a muito custo, conseguimos que se<br />

reassentasse. Mas, fê-lo inteiriçada, rígida, como se o corpo<br />

lhe fosse um tronco <strong>de</strong> pau. Tornou logo a levantar-se e nos<br />

<strong>de</strong>u muito trabalho, pois queria sair. À força, reconduzimo-la<br />

ao quarto, enquanto dava pontapés a torto e a direito e manejando<br />

as mãos com tal <strong>de</strong>streza que muitos receavam aproximar-se.<br />

Minutos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estar na cama, <strong>de</strong>sabou um gran<strong>de</strong> espelho,<br />

quase pulverizado. O quarto, diga-se, ficava bem no interior<br />

da casa. Os guardas lembraram-se, então, <strong>de</strong> chamar um<br />

tal Malayale que tinha o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> expelir <strong>de</strong>mônios. Enquanto<br />

esperávamos o homem, procurando impedir que Floralina se<br />

levantasse, seu livro <strong>de</strong> preces, que estava na gaveta da cômoda<br />

do quarto próximo, veio, voando através das ban<strong>de</strong>iras quebradas<br />

pouco antes, cair-lhe na mão direita. A surpresa foi geral.<br />

Floralina sossegou um instante e logo <strong>de</strong>pois insistiu em<br />

sair. Perguntei-lhe: “Por que?”, e a resposta foi esta coisa extravagante:<br />

“duas mulheres sem cabeça”. Agitadíssima, tentava

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!