26.11.2014 Views

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 321<br />

do ponto <strong>de</strong> vista em que acabamos <strong>de</strong> nos colocar. Eis o que consta<br />

na carta n° 4.421, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1921:<br />

“Eu tinha já 12 anos <strong>de</strong> serviço na Repartição em que ainda<br />

hoje trabalho. Um dia, alguns amigos vieram oferecer-me um<br />

bom emprego em uma empresa particular e, alegando urgência<br />

<strong>de</strong> solução, insistiam teimosamente para que aceitasse a proposta,<br />

chegando até a comissionar um amigo íntimo, a fim <strong>de</strong><br />

convencer-me. Acabei pedindo 24 horas para <strong>de</strong>cidir.<br />

Nesse dia, à noite, fazia intenso frio. Eu tinha feito um longo<br />

passeio pelas ruas mais ou menos <strong>de</strong>sertas e assim caminhando<br />

pon<strong>de</strong>rava os prós e contras do partido que se me oferecia.<br />

Recolhi-me as 11:15 e encontrei assentadas na cozinha, lendo,<br />

à minha espera, duas irmãs. Disseram-me que a luz se apagara<br />

na sala <strong>de</strong> jantar e na varanda, pelo que trataram <strong>de</strong> bem<br />

fechar as portas e ali se instalarem junto do fogão. Elas sabiam<br />

quanto me preocupava a proposta que <strong>de</strong>cidiria do meu futuro,<br />

<strong>de</strong>sejavam saber a <strong>de</strong>cisão tomada. <strong>As</strong>sentamos os três à mesa<br />

encostada na pare<strong>de</strong>, com o rosto voltado para o forno. Ao lado<br />

da chaminé ficava o gran<strong>de</strong> armário embutido na pare<strong>de</strong>. Na<br />

prateleira, o trem <strong>de</strong> cozinha e por baixo da mesma, uns cinqüenta<br />

centímetros, havia uma tábua com ganchos e, num <strong>de</strong>les,<br />

pendurada uma toalha. Ninguém mais ali se encontrava,<br />

nem corria a mais leve aragem. Discutíamos o caso, minhas<br />

irmãs esforçavam-se por convencer-me e eu relutava. Que fazer?<br />

A coisa afetava o meu futuro... “Se ainda tivéssemos alguém<br />

que nos esclarecesse” – disse uma <strong>de</strong>las... “Ou se papai<br />

ainda fosse vivo...” – obtemperou a outra. À simples pronúncia<br />

daquele nome, que evocava a personificação da honestida<strong>de</strong> e<br />

da bonda<strong>de</strong>, todos emu<strong>de</strong>cemos, pensativos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!