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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 319<br />

hora. Essas consi<strong>de</strong>rações o levaram a acolhê-la com afabilida<strong>de</strong>,<br />

mas o inexplicável mutismo acabara por irritá-lo e não<br />

trepidou em <strong>de</strong>monstrá-lo por gestos e palavras.<br />

Eis a <strong>de</strong>scrição que fazia do fantasma: “uma velhinha franzina,<br />

muito pálida, vestes surradas, gran<strong>de</strong> toucado preso ao<br />

mento com um lenço e conservando as mãos sempre cruzadas.”<br />

Por fim, resume nestes termos as suas impressões: “Expus<br />

em termos precisos o que me suce<strong>de</strong>u, não posso duvidar<br />

do que vi e reconheço que é coisa inexplicável; por conseguinte,<br />

não falemos mais nisso.” Por mim, estou certa <strong>de</strong> que não<br />

mais zombará das nossas visões absurdas. De fato, ele foi tocado<br />

<strong>de</strong> maneira a não saber o que <strong>de</strong>va pensar, e muito tempo<br />

correrá antes que esqueça a pálida velhinha que costuma perambular<br />

em nossa casa.”<br />

Essa a narrativa <strong>de</strong> Gurney. Essa múltipla observação, feita em<br />

primeiro lugar por crianças, infirma, se é que <strong>de</strong> todo não anula, a<br />

hipótese alucinatória, hipótese que eu conheço sob todas as formas,<br />

pois tenho sempre à mão a obra clássica <strong>de</strong> Beire <strong>de</strong> Boismont.<br />

Que personalida<strong>de</strong> singular será essa? Tudo leva a crer que se trata<br />

<strong>de</strong> pessoa morta, que houvesse morado na casa. Procure-se outra<br />

hipótese que mais concor<strong>de</strong> com os fatos observados. Po<strong>de</strong>mos<br />

aplicar a essa aparição o que acima expen<strong>de</strong>mos sobre o caso da<br />

família Morton, isto é: que é tão real como o obelisco da Praça da<br />

Concórdia. Reconheçamos, com lealda<strong>de</strong>, que nos encontramos<br />

aqui fronteando absoluto mistério, tanto quanto o evi<strong>de</strong>nte nos<br />

testemunhos do Calvados e todos os <strong>de</strong>mais catalogados nestas<br />

páginas. Confessemos que nada sabemos, justificando a nossa<br />

curiosida<strong>de</strong> e perquirição. Tudo isso vale bem mais que os romances<br />

fantasistas por aí publicados todos os dias... geralmente sobre o<br />

mesmo assunto passional. Só <strong>de</strong>vemos afirmar o que foi rigorosamente<br />

observado, mas não é honesto nem razoável recusarmo-nos,<br />

seja qual for o pretexto, a reconhecer a realida<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nte.

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