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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 315<br />

bruçar e espionar o que se passava em baixo, máxime quando<br />

os criados introduziam alguma visita no salão.<br />

Um dia, assim <strong>de</strong>bruçada no meu ponto <strong>de</strong> observação, vi<br />

uma mulher velha, muito franzina, subir lentamente a escada e<br />

entrar sozinha no salão. Gran<strong>de</strong> a surpresa, porque a passagem<br />

livre da escada era interrompida por uma porta suplementar,<br />

que separava o gabinete <strong>de</strong> meu pai dos escritórios situados no<br />

pavimento térreo.<br />

<strong>As</strong>sim, as pessoas que quisessem entrar <strong>de</strong>veriam timpanar<br />

como o faziam na porta principal. Ora, eu tinha visto a velha<br />

subir aquém daquela porta, estando a mesma fechada e ninguém<br />

a tendo aberto. Daí o entrar em confabulação com o<br />

Walter, escarranchado no patamar superior, a fim <strong>de</strong> reconhecer<br />

a intrusa. Descemos silenciosos e cautos ao salão, certos <strong>de</strong><br />

lá encontrá-la, e gran<strong>de</strong> foi a <strong>de</strong>silusão quando não vimos ninguém.<br />

Regressei em ponta <strong>de</strong> pés, sabendo perfeitamente que<br />

nos era proibido entrar no salão; mas, enquanto subia a escada,<br />

escapou um grito <strong>de</strong> surpresa ao ver a velha saindo por uma<br />

porta habitualmente fechada, e justamente no patamar on<strong>de</strong> eu<br />

estivera pouco antes. Tornei a entrar no salão para avisar o<br />

Walter, visto que me dispunha a espiar no patamar e eis que<br />

vejo a velha a <strong>de</strong>scer vagarosamente, já para além da porta que<br />

interceptava a escada. No momento em que ela <strong>de</strong>saparecia,<br />

meu pai rompeu no escritório e <strong>de</strong>u-nos um bom corretivo pela<br />

tagarelice e barulho que fizéramos. Dias <strong>de</strong>pois, entretidos<br />

com o nosso brinquedo predileto, que consistia em virar duas<br />

ca<strong>de</strong>iras à guisa <strong>de</strong> “diligência” na qual nos aboletávamos com<br />

um tapete à cabeça, representando o toldo, meu irmão Garry<br />

machucou-me e eu me vinguei jogando o tapete ao ar... E a<br />

primeira coisa que vi foi a velha, com a mesma roupa, isto é,<br />

com um vestido preto muito usado, mantilha <strong>de</strong> veludo e uma<br />

enorme touca na cabeça.

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