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As casas mal assombradas - de Camille Flammarion - Limiar Espírita

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<strong>Camille</strong> <strong>Flammarion</strong> – <strong>As</strong> Casas Mal <strong>As</strong>sombradas 311<br />

esquerda estava meio oculta na manga larga, com o cabeção<br />

distintivo da viuvez.<br />

Sem chapéu, tinha à cabeça qualquer coisa preta, semelhante<br />

a gorro, envolvido num véu. Eu não tinha podido observar<br />

outra coisa, mas, às vezes, conseguia distinguir parte do rosto e<br />

dos cabelos. Nos dois anos seguintes, entre 1882 e 1884, vi o<br />

fantasma cinco ou seis vezes. Cheguei mesmo, por vezes, a segui-lo.<br />

Geralmente, ele <strong>de</strong>scia a escada, entrava no pequeno salão<br />

e ficava <strong>de</strong> pé no ângulo direito da varanda, on<strong>de</strong> costumava<br />

<strong>de</strong>morar-se mais tempo. Voltava-se <strong>de</strong>pois e seguia pelo<br />

corredor até à porta do jardim, on<strong>de</strong> instantaneamente <strong>de</strong>saparecia.<br />

A primeira vez que lhe falei foi no dia 29 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />

1884. Como já o disse em carta escrita dois dias <strong>de</strong>pois a uma<br />

pessoa amiga, aqui reproduzem esse trecho: “Abri cautamente<br />

a porta do pequeno salão e entrei ao mesmo tempo em que o<br />

fantasma; mas ele passou-me à frente e foi <strong>de</strong>ter-se imóvel,<br />

perto do sofá. Avancei também e perguntei em que lhe po<strong>de</strong>ria<br />

ser útil. A tais palavras, estremeceu ligeiramente e pareceu-me<br />

disposto a falar, mas não pu<strong>de</strong> ouvir mais que um breve suspiro.<br />

Depois, encaminhou-se para a porta e, quando atingia a soleira,<br />

repeti a pergunta. Nada. Voltou no salão, seguiu até à<br />

porta do jardim, <strong>de</strong>sapareceu...”<br />

Outras vezes, procurei tocá-lo, em vão, pois se esquivava <strong>de</strong><br />

maneira curiosa, não que fosse impalpável, mas por me parecer<br />

sempre fora <strong>de</strong> alcance; e quando procurava acuá-lo num canto,<br />

logo se esvaecia. <strong>As</strong> aparições atingiram a maior freqüência<br />

nos meses <strong>de</strong> julho e agosto <strong>de</strong> 1884, <strong>de</strong>crescendo daí por diante.<br />

Guardo um ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> anotações <strong>de</strong>sses dois meses, anotações<br />

<strong>de</strong>stinadas a uma amiga. Dele respigo essa passagem,<br />

com data <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> julho. Eram 9 horas da noite, estávamos assentados<br />

eu, meu pai e irmãos, na sala <strong>de</strong> espera, perto da varanda.<br />

Enquanto lia, vi o fantasma entrar pela porta meio cer-

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